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Aula 2 Doutrina do Comércio Internacional e Processos de Integração

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Disciplina: 
Aula 02: DOUTRINA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E PROCESSOS DE 
INTEGRAÇÃO. 
 
 
 
 Nesta aula você irá compreender, de uma perspectiva histórica, a formação do atual 
internacional do comércio (SIC). 
 
 Introdução da aula 
 
 
Esta aula propõe-se a apresentar ao aluno 
processos de integração comercial no contexto internacional e a estrutura do sistema internacional 
do comércio do ponto de vista público e privado.
 
 
 Fonte 
 
 Livro Fundamentos do Comércio Internacional de 
2009. Capítulo: Acordos internacionais e organizações que regulamentam o comércio internacional.
 
 
Aprenda mais! 
 
 
*Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, 
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor 
online utilizando os recursos disponíveis no
 
 
Nesta aula você conheceu o funcionamento dos processos de integração comercial d
público e privado. GATT, OMC, CCI entre outros organismos internacionais.
 
 
Próxima aula 
 
 
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
Estudo Dirigido 
DOUTRINA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E PROCESSOS DE 
 
compreender, de uma perspectiva histórica, a formação do atual 
se a apresentar ao aluno um conhecimento doutrinário do funcionamento dos 
processos de integração comercial no contexto internacional e a estrutura do sistema internacional 
do comércio do ponto de vista público e privado. 
Livro Fundamentos do Comércio Internacional de José Manuel Meireles de Souza, editora Saraiva 
2009. Capítulo: Acordos internacionais e organizações que regulamentam o comércio internacional.
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, 
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor 
disponíveis no ambiente de aprendizagem. 
funcionamento dos processos de integração comercial d
público e privado. GATT, OMC, CCI entre outros organismos internacionais. 
sobre os assuntos seguintes: 
 
DOUTRINA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E PROCESSOS DE 
compreender, de uma perspectiva histórica, a formação do atual sistema 
conhecimento doutrinário do funcionamento dos 
processos de integração comercial no contexto internacional e a estrutura do sistema internacional 
José Manuel Meireles de Souza, editora Saraiva – 
2009. Capítulo: Acordos internacionais e organizações que regulamentam o comércio internacional. 
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e 
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor 
funcionamento dos processos de integração comercial do ponto de vista 
 
 
 
- Assunto 1: Histórico do Comércio Exterior Brasileiro; 
- Assunto 2: Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro; 
- Assunto 3: As funções dos órgãos intervenientes do Comércio Exterior Brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo Online 
 
As Relações Internacionais pressupõem um ordenamento supranacional capaz de 
fomentar o maior número de trocas de produtos oriundos de importação e exportação, 
porém, a necessidade soberana de cada país de limitar as importações e incentivar as 
exportações, como paradigma de uma balança comercial superavitária, dificulta o 
liberalismo proposto pelo comércio internacional com atitudes protecionistas propostas 
pelo comércio exterior de cada Estado soberano. 
Se de um lado temos o liberalismo econômico promovido pelo comércio internacional 
materializado em acordos internacionais assinados por países, por outro temos o 
protecionismo promovido pelo comércio exterior de cada país materializado pela 
legislação administrativa, fiscal e tributária imposta a cada empresa importadora. 
Mesmo sabendo que a legislação de comércio exterior de cada país não pode ferir cláusulas 
dos acordos internacionais dos quais esses países são signatários, historicamente há 
inúmeros exemplos de barreiras tarifárias e não tarifárias que emperram a proposta 
liberalista do comércio internacional. Entende-se por barreira tarifária a restrição imposta 
pelo imposto de importação e barreira não tarifária as restrições às importações promovidas 
administrativamente por regulamentos e normas técnicas que enriquecem a burocracia do 
setor. 
Eventualmente o país importador não pode se utilizar da barreira tarifária pelo imposto de 
importação já ter atingido a alíquota máxima permitida por acordos internacionais assinados 
por esse país ou, no caso de Blocos Econômicos, a majoração desse imposto ter que ser 
negociada com os demais países pertencentes a esse Bloco. Nesses casos, o uso de 
barreiras não tarifárias vem à tona para restringir as indesejáveis importações. 
O imposto de importação não tem uma função exclusivamente protecionista, ele 
também tem função promotora de competitividade que, com uma simples redução da 
alíquota, provoca a entrada de produtos importados com menores preços e melhor 
qualidade que os nacionais, obrigando a indústria local a se adequar à nova realidade. Outra 
função do imposto de importação é a função seletora quando são selecionadas as 
alíquotas do imposto de acordo com a essencialidade do produto importado, creditando 
alíquotas menores aos produtos mais necessários à nossa economia e aumentando a 
alíquota de produtos supérfluos potencializando a função arrecadadora do tributo. 
O conflito entre o liberalismo promovido pelo comércio internacional e o protecionismo 
promovido pelo comércio exterior é antigo, data de 1815 com as Leis de Proteção à 
 
 
 
Importação de Milho, as “Corn Laws” inglesas, contestadas, na época, por contribuir para o 
aumento de preços ao impedir a concorrência. 
Diametralmente oposto, nos Estados Unidos, o Liberalismo econômico promovido pelos 
produtores de algodão, tentava evitar retaliações protecionistas inglesas. 
Devido a aumento de preços, retração do desenvolvimento ou, até mesmo, devido a 
retaliações comerciais, não uma dosagem exata para medidas protecionistas ou não. 
A escolha da melhor política fiscal e tributária a ser adotada dependerá do cenário 
econômico que se apresenta. 
Em ambas escolhas haverá boas e más conseqüências, por isso, deve-se avaliar 
criteriosamente a melhor política a adotar. 
O Comércio Internacional é regulado por vários organismos internacionais de natureza 
supranacional e privada que tem por objetivo fomentar o maior fluxo de mercadorias e trocas 
internacionais protegendo os países menos desenvolvidos para também promoverem o 
equilíbrio do comércio global. 
Os organismos internacionais estabelecem acordos e tratados internacionais de comércio 
para harmonizar as relações comerciais entre diferentes países. 
Os tratados internacionais podem ser bilaterais, quando envolvem apenas dois países, 
enquanto os multilaterais envolvem mais de dois países com a mesma finalidade de 
desenvolver suas relações comerciais promovendo uma tendência atual de integração 
mundial. 
Para tanto os organismos de natureza privada promovem o equilíbrio do comércio global 
enquanto os organismos de natureza supranacional promovem a resolução de práticas de 
comércio internacional entre os países signatários dos respectivos acordos promovidos por 
estes organismos seguindo as seguintes cláusulas principais de um tratado 
internacional, que são: 
. Reciprocidade de Tratamento que estabelece que qualquer benefício ou restrição serão 
alterados mediante acordo entre os países signatários do tratado; 
. Paridade de Tratamento de taxas que estabelece que os tributos devem ser aplicados 
igualmente a produtos similares; 
. Cláusula da Nação Mais Favorecida que estabelece que os privilégios e concessões 
oferecidos a um país signatário do tratado internacional, deverá ser igualmente 
oferecido aos demais países também signatáriosdo respectivo tratado. Sob o ponto de 
vista comercial, todo país deve respeitar as concessões bilaterais e passar do bilateral para 
o multilateral e, sob o ponto de vista de política interna , os pequenos países recebem 
tratamento igual aos países do Primeiro Mundo. 
O principal organismo supranacional interveniente nas políticas fiscais, tributárias, 
administrativas e aduaneiras brasileiras é a OMC ( Organização Mundial do Comércio) 
desde 1995 e a UNCTAD – “United Conference on Trade and Development” (Conferência 
das Nações Unidas para o Comércio e o desenvolvimento) desde 1964. 
A Câmara de Comércio Internacional (CCI) é o organismo de natureza privada de maior 
amplitude global e é responsável pelos INCOTERMS 2010 e pelas regras da Arbitragem 
Internacional. 
 Em 1947 deu início o acordo de maior alcance nas relações comerciais 
internacionais, o GATT – “General Agreement on Tariffs and Trade” (Acordo Geral 
sobre Tarifas e Comércio) e serviu de base em 1994 para o estabelecimento da OMC no 
ano seguinte. 
Participando do GATT desde o início, em 1947, o Brasil, como país do chamado terceiro 
mundo, beneficiou-se com eliminações de barreiras protecionistas dos países 
industrializados para o maior equilíbrio das relações comerciais com países ainda não 
desenvolvidos. 
Porém, ainda com ânimo protecionista, a sociedade internacional conflitava com os 
interesses de liberação do comércio internacional proposta pelo GATT. 
 
 
 
Vale lembrar que o GATT, em 1947, teve uma difícil tarefa de organizar a relação 
comercial entre países sofridos com o pós-guerra. 
Antes mesmo da segunda guerra mundial, o mundo já vinha sofrendo uma diminuição da 
produção industrial desde o final da primeira guerra mundial o que veio a acarretar a crise de 
demanda de 1929, quando a Europa, já refeita da primeira guerra, demandou menos 
produtos importados dos Estados Unidos, provocando uma superprodução e a conseqüente 
quebra da bolsa de Nova York em 1929 desencadeando a crise de 1930. 
Nesse cenário econômico, houve ruptura nos pagamentos internacionais e o protecionismo 
passou a ser a ordem do momento. 
Daí a difícil tarefa de organizar, após a segunda Guerra Mundial, sob a influência Norte 
Americana, as relações econômicas internacionais para fomentar dias melhores à sofrida 
sociedade internacional. Para tanto, foram criados o FMI – Fundo Monetário Internacional 
e o BIRD – Banco Mundial para desenvolver os aspectos financeiros e monetários 
mundialmente. Para desenvolver os aspectos comerciais, foi discutida a criação da OIC – 
Organização das Nações Unidas, que funcionaria como uma agência especializada das 
Nações Unidas. 
Com relação ao GATT propriamente dito, em 1946 foi assinada a Carta de Havana por vinte 
e três países com o objetivo de impulsionar a liberação comercial e combater o 
protecionismo que se instalara nas relações comerciais internacionais desde a década e 
trinta. Nascia, assim, o GATT que viria a entrar em vigor a partir de primeiro de janeiro de 
1948 como um acordo provisório para regular as relações comerciais internacionais. 
Até 1995 houve inúmeras modificações e adaptações no Acordo provisório propostas pelos 
países signatários para a elevação da produção e do emprego para o aumento do fluxo de 
mercadorias buscado pela liberalização da economia mundial. 
O GATT, como um acordo provisório de tarifas, não tinha personalidade jurídica para 
mover sanções contra países que não estivessem alinhados com o acordo e deixou de fora 
as barreiras não tarifárias, esses e outros motivos provocaram uma série de exceções à 
cláusula da nação mais favorecida que era a principal cláusula do GATT para proteger o 
comércio internacional do protecionismo, porém, o protecionismo velado era evidente nas 
exceções que, de certa forma, foram responsáveis quebra da credibilidade do Acordo. 
Podemos verificar essa manifestação no tratamento diferenciado dado a países que 
constituíam uniões aduaneiras e zonas de livre comércio permitidas pelo Acordo. 
O não comprometimento das partes se manifestava expressamente com a introdução, no 
Acordo, da Parte IV reconhecendo que “ as partes contratantes desenvolvidas não esperam 
reciprocidade pelos compromissos, por elas tomadas nas negociações comerciais, de 
reduzir ou eliminar os direitos aduaneiros e outros obstáculos ao comércio das partes 
contratantes pouco desenvolvidas”, com isso, os países em desenvolvimento estavam 
desobrigados de participar nas negociações. 
Além disso, com a entrada de países com economia centralizada no Estado do Leste 
Europeu (Hungria, Polônia e Romênia), foi possibilitada salvaguardas discriminatórias com 
restrições quantitativas sobre as exportações dos novos membros, desrespeitando 
acintosamente a Cláusula da Nação Mais Favorecida, promovendo protecionismo com a 
permissão de barreiras não tarifárias como o contingenciamento. 
A cláusula de salvaguarda permitia exceções devido a circunstâncias imprevistas que 
provocasse prejuízo grave à economia daquele país. A simples declaração de “prejuízo 
grave” não determinava exatamente a magnitude desse prejuízo, nem a determinação da 
correção desse prejuízo, cabendo a cada país estabelecer o ideal regime de exceção a ser 
adotado naquela situação. 
Tornando-se freqüente a adoção de medidas protecionistas unilaterais de salvaguarda e, 
cada vez mais distante a Cláusula da Nação Mais Favorecida, não tardou para o GATT 
tornar-se anacrônico e ineficaz. 
 
 
 
Não acompanhando o dinamismo crescente do comércio internacional e com resoluções 
morosas para assuntos controversos, o GATT entrou em declínio e deu lugar à OMC – 
Organização Mundial do Comércio, organismo internacional de natureza supranacional 
com personalidade jurídica própria e sede em Genebra – Suíça. 
A representação majoritária da OMC é feita pelos países em desenvolvimento que têm 
nesse organismo um instrumento regulador do desequilíbrio inerente às relações 
comerciais entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os países em 
desenvolvimento necessitam da intervenção da OMC para promoverem os seus respectivos 
desenvolvimentos. 
Constituída pela Rodada do Uruguai com a participação de 123 países, em 1994, por 
consenso, a estrutura da OMC contextualizava-se dentro dos seguintes temas: 
. Incorporação plena da agricultura e do setor têxtil e de confecções com redução de 
subsídios para a o setor agrícola rigor às regras do GATT para o setor têxtil e de 
confecções; 
. Reduções de tarifas industriais dos países desenvolvidos; 
. Acordo sobre o comércio de serviços (GATS); 
.O estabelecimento do TRIM – Trade Investiment Measuraments (medidas de 
investimentos); 
. DoTRIPS – Trade Intelectual Property Rights (direitos de propriedade intelectual); 
. A regulamentação das compras governamentais; 
. O TPRM – Trade Policy Review Mechanism (monitoramento da legislação do país) para 
regular avaliação se as leis internas de cada país respeitam as cláusulas e diretrizes 
acordadas na OMC; 
A OMC chegou com promessa de liberdade econômica, as políticas protecionistas 
unilaterais teriam que dar lugar ao liberalismo econômico multilateral demandante pela 
globalização que já se mostrava irreversível. 
Para tanto os mecanismos de solução de controvérsias eram muito mais musculosos devido 
a personalidade jurídica da OMC. Para os países em desenvolvimento houve uma redução 
das margens de manobra para o uso de instrumentos discriminatórios de proteção e de 
promoção dos produtos domésticos. 
As atividades mais importantes desempenhadas pela OMC são, dentre outras: 
. Redução de tarifas alfandegárias promovendo maior liberdade comercial e menor 
expressão do protecionismo. As reduções das tarifas alfandegárias atingiam mais os países 
desenvolvidos como forma de equilibrar a desnível de industrialização entre os players; 
. Abertura de setores protegidos, como o setor agrícola altamentesubsidiado pelos países 
desenvolvidos, setor têxtil antes protegido pelo Acordo Multifibras que impunha condições à 
entrada de produtos têxteis oriundos de países em desenvolvimento; 
. Inclusão e regulamentação do setor de serviços na Organização; 
. Inclusão e regulamentação da propriedade intelectual como marcas, patentes e direitos 
autorais; 
. A regulamentação da valoração aduaneira, evitando o sub ou superfaturamento. O valor 
aduaneiro é composto pelo valor da mercadoria somado ao seguro e ao frete internacionais 
e forma a base de cálculo do imposto de importação, mesmo que a importação não tenha 
cobertura cambial ou valor comercial. 
. Regulamentação de barreiras não tarifárias que foram esquecidas pelo GATT, para que 
estas barreiras não representem medidas protecionistas disfarçadas, com anuências e 
prazos irregulares; 
. Estabelecimento de critérios técnicos para o estudo do nexo causal na determinação de 
uma prática desleal de comércio e determinação do remédio a essa prática, sem deixar de 
punir quem pratica o dumping ou o subsídio, mas também, sem permitir que a punição se 
transforme num ato protecionista; 
 
 
 
Na busca da maior liberdade comercial, a sociedade internacional deve estar sempre 
monitorando as práticas comerciais evitando as conhecidas práticas desleais de comércio 
exterior. 
São consideradas práticas desleais de comércio exterior aquelas com finalidade de 
causar prejuízos importantes à produção interna de outro país. 
Para tanto, deve ser determinado um estudo apurado do dano causado ou da grave 
ameaça de dano a ser causado. Damos o nome a isso de nexo causal. 
Para que a indústria local do país afetado não seja levada à extinção, havendo nexo causal 
no impacto da prática desleal nessa economia, o país afetado poderá promover uma 
resposta comercial a essa prática para anular o efeito desastroso dessa prática em sua 
economia. 
Essas práticas desleais variam de acordo com a forma como são utilizadas pelas empresas 
ou pelos países infratores. Seguindo esse critério de variação, essas práticas poderão ser 
classificadas como: Salvaguarda, dumping, subsídios e medidas compensatórias. 
Para se resguardarem os países afetados utilizam-se da defesa comercial para dar a 
resposta eficaz para a anulação desse efeito nocivo. 
No Brasil, o DECOM – Departamento de Defesa Comercial da SECEX – Secretaria de 
Comércio Exterior, Secretaria vinculada ao Ministério de Indústria, Desenvolvimento e 
Comércio Exterior, estudará o nexo causal da suposta prática desleal promovida pelo 
suposto país infrator. 
O estudo do nexo causal proposto pelo DECOM dará respaldo para que a resposta 
comercial brasileira não seja considerada uma medida protecionista a ser sancionada pela 
OMC. Caberá ao Comitê de Subsídios e Medidas Compensatórias disciplinar a utilização e 
regulamentar as medidas que os países pode adotar para contrariar os efeitos dessas 
práticas. 
As respostas após o pertinente estudo do nexo causal poderão ser as seguintes: 
. A aplicação de direitos antidumping (eliminação da margem de dumping), no caso da 
prática desleal ser, efetivamente, um dumping. E o que é o dumping? O dumping passa a 
existir quando uma empresa exportadora decide vender o seu produto ao exterior com preço 
final de venda abaixo do preço de venda praticado internamente em seu mercado 
doméstico. O produto importado, objeto do dumping, deverá afetar um produto brasileiro 
similar àquele. Para que um produto nacional seja considerado similar ao importado, o 
produto nacional deverá ser sustentado pelo tripé: Preço, Qualidade e Prazo de Entrega que 
deverão ser melhores que os do produto importado. 
O dumping poderá ser esporádico, em caso de venda de excedentes de mercadoria sem 
prejuízo dos mercados normais; predatório, em caso de vendas com perdas para o 
afastamento da concorrência e prejuízo do mercado interno e também poderá ser 
persistente, em caso de vendas constantes a preços mais baixos. 
A solicitação de investigação de dumping deverá ser feita mediante apresentação de petição 
formal. 
. A aplicação de direitos compensatórios (compensação do montante de subsídios 
irregulares recebidos pelos exportadores), no caso da prática desleal ser, efetivamente, o 
subsídio irregular.E o que é um subsídio irregular? O subsídio irregular passa a existir 
quando o país ajuda tanto o exportador dando a ele um tratamento fiscal e tributário tão 
diferenciado dos demais produtores locais que provoca uma grave distorção nos preços 
praticados interna e externamente nesse mesmo país infrator. 
Para que haja a prática desleal de comércio do subsídio irregular mediante ao excesso de 
benefícios, há que existir as seguintes hipóteses: 
Sustentação de renda ou de preços no país exportador para promover as exportações ou 
reduzir as importações de qualquer produto. 
As formas mais comuns de subsídios às exportações são as aplicações de tarifas de frete 
interno para exportação, mais favoráveis que a mesma tarifa aplicada para o mercado 
 
 
 
interno. Linhas de crédito especiais para exportadores. A importação de insumos importados 
com benefício fiscal se utilizados na produção de produtos a serem exportados (drawback) e 
concessões de prêmios às exportações. 
É importante observar que o Brasil utiliza-se de todos esses meios de subsídio, mas essa 
iniciativa se tornará uma prática desleal se estiver promovendo dano ou ameaça de dano à 
economia do país importador dos produtos brasileiros. 
O estudo do nexo causal é que determinará a conceituação da prática comercial. Para tanto, 
a indústria doméstica afetada por essa prática desleal deverá encaminhar ao DECOM 
(Departamento de Defesa Comercial da SECEX) uma petição com evidências do subsídio 
para julgamento e determinação da medida compensatória adequada. 
 
 
 
. E a aplicação de medidas de salvaguarda caso as importações de determinado produto 
originado num mesmo país exportador venham a aumentar consideravelmente em um curto 
espaço de tempo. Essas medidas de salvaguarda serão temporárias, apenas para permitir a 
reorganização da industria doméstica para responder competitivamente com produtos 
similares diretamente concorrentes ao produto importado, nesses casos, o prejuízo terá que 
ser comprovadamente elevado. A solicitação da aplicação da medida de salvaguarda 
poderá ser apresentada pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), demais órgãos ou 
entidades do Governo Federal ou até por empresas ou associações do setor privado da 
economia. Essa solicitação deverá ser feita por meio de uma petição formal e a sua 
aplicação não poderá ultrapassar a dez anos. 
Essas respostas comerciais, no Brasil, são de competência da CAMEX – Câmara de 
Comércio Exterior que deverá fixar, de acordo com a prática desleal de comércio praticada e 
apontada pelo estudo do nexo causal do DECOM, as diretrizes para a aplicação dos direitos 
antidumping e compensatórios provisórios ou definitivos e salvaguardas. . 
 
Outro acordo internacional é a Conferência da Nações Unidas para o Comércio e o 
Desenvolvimento (UNCTAD) de 1964 com objetivo o desenvolvimento e a integração, 
promovendo a inserção dos países em desenvolvimento na economia internacional nas 
áreas de finanças, tecnologia, investimento e desenvolvimento sustentável através de fóruns 
deliberativos com especialistas, pesquisas, análises políticas e coleta de dados com 
fornecimento de assistência técnica apropriada. 
 
O SGP e o SGPC sã acordos internacionais que favorecem os países em desenvolvimento. 
O primeiro pressupõe redução do Imposto de Importação (margem de preferência) sobre 
alguns produtos originários e procedentes de países em desenvolvimento, quando são 
importados por países desenvolvidos. Esses produtos deverão estar contidos em uma lista 
dos países beneficiários ou não estejam em listas restritivas ao benefício. Essa lista consta 
nosite do MDIC. Para se beneficiar do acordo SGP o exportador deverá providenciar um 
certificado de origem emitido pelo Banco do Brasil específico para esse fim, chamado FORM 
“A” 
Já o SGPC beneficia os países em desenvolvimento promovendo incentivos para o 
comércio entre eles. Com apoio da UNCTAD, o SGPC, pelo princípio da cláusula da nação 
mais favorecida, beneficia com redução de tarifas os produtos que gozam da mesma 
redução no país exportador. Para tanto, o exortador deverá emitir em Federações das 
Indústrias credenciadas para tal.

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