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Enzimas Pancreáticas

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Enzimas Pancreáticas
A pancreatite
1- O que é? Constitui um distúrbio inflamatório associado a edema, intumescência e quantidades variadas de autodigestão, necrose e, em alguns casos, hemorragia. Cessada a causa que desencadeou a inflamação, a enfermidade poderá evoluir para a regeneração do órgão, com recuperação clínica, anatômica e fisiológica ou, então, marchar para sequelas decorrentes da cicatrização do parênquima. Em determinados casos pode provocar a morte. O consumo de álcool está diretamente associado à maioria dos casos da doença. 
2- Outras causas: * Pancreatite aguda: pode ser causada pela migração de pequenos cálculos biliares que obstruem a porção terminal do colédoco, interrompendo o fluxo das secreções pancreáticas. Essa obstrução provoca processo inflamatório intenso e aumento da glândula por causa do edema, ou seja, do acúmulo de líquido em seu interior. O álcool é causa frequente de pancreatites agudas; * Pancreatite crônica: o álcool ingerido em grandes quantidades e por tempo prolongado determina alterações no parênquima pancreático, caracterizadas por fibrose e endurecimento, com consequente atrofia do pâncreas. Além disso, o principal ducto pancreático (canal de Wirsung), que mede menos de meio centímetro de diâmetro, fica muito dilatado por causa do depósito de cálculos formados principalmente por cálcio em seu interior. Doente com pancreatite crônica pode ter surtos de pancreatite aguda.
3- Como é seu diagnóstico? Avaliação clínica: dor abdominal, dificuldade de urinar e defecar; Leucocitose e hiperglicemia moderada como resultado da resposta inflamatória sistêmica. Há também elevação discreta das transaminases. Amilase e lipase no sangue estão mais de 3 X maior que o normal; Ultrassom abdominal; Tomografia computadorizada
AMILASE
1- ONDE? Glândulas salivares*, pâncreas*, sêmen, testículos, ovários, trompas de Falópio, músculo estriado, pulmões e tecido adiposo
2- PARA QUE SERVE? É uma enzima da classe das hidrolases que catalisa a quebra do amido e glicogênio ingeridos na dieta, formando maltose.
3- QUANDO ESTÁ ALTERADA? 
HIPERAMILASEMIA - Pancreatite aguda: Os níveis de amilase aumentam após 2 - 12 h do início do episódio de dor abdominal que é constante, intenso e de localização epigástrica com irradiação posterior para o dorso. A atividade amilásica retorna ao normal entre o terceiro e o quarto dia. Os valores máximos são 4 - 6 X e são atingidos entre 12 - 72 h. A magnitude da elevação não se correlaciona com a severidade do envolvimento pancreático. Por outro lado, 20% de todos os casos de pancreatite apresentam amilase normal.
- Testes relacionados: amilase urinária, depuração da amilase, avaliação de suas isoenzimas (P e S), lipase sérica.
 - Outros achados laboratoriais: No momento do diagnóstico: contagem de leucócitos > 16.000/mm3 ; glicemia > 200 mg/dL; LDH > 2 X normal; ALT (TGP) > 6 X normal. Durante as primeiras 48 horas: diminuição do hematócrito > 10%; cálcio sérico < 8 mg/dL; pO2 arterial < 60 mm/Hg.
OUTRAS CAUSAS DE HIPERAMILASEMIA PANCREÁTICA: Complicações da pancreatite aguda, tais como: pseudocisto complicadas por hemorragia, ascites e efusão pleural. Lesões traumáticas do pâncreas, incluindo trauma cirúrgico e investigações radiográficas. Carcinoma de pâncreas, com obstrução dos ductos pancreáticos. Abscesso pancreático, onde a amilasemia aumenta ocasionalmente. 
HIPERAMILASEMIA NÃO-PANCREÁTICA: Insuficiência renal por declínio da depuração. Os aumentos são proporcionais à extensão do comprometimento renal. Neoplasias de pulmão e ovário. Síndrome de Meigs (associação de ascite, efusão pleural e fibroma de ovário). Lesões das glândulas salivares, caxumba ou cirurgia maxilofacial. Macroamilasemia, encontradas em 1 - 2% da população como resultado da combinação da molécula de amilase com imunoglobulinas (IgA e IgG) ou outras proteínas plasmáticas normais ou anormais para formar um complexo muito grande para ser filtrado pelo glomérulo; neste evento não ocorre amilasúria aumentada e não indica doença.
4- COMO É DOSADO? Preparo do paciente: Jejum mínimo de 4 horas; evitar ingestão de álcool 72 horas antes do teste; manter o uso de fármacos que não possam ser interrompidas; Amostra: Soro ou Plasma (heparina); Método: Cinético tempo fixo Ex: amilase da Labtest
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS PRÉ-ANALÍTICAS E FATORES INTERFERENTES: 
Fatores que aumentam a dosagem: Biológicos: idade, contaminação com saliva, macroamilasemia. Drogas/fármacos: morfina, heroína, meperidina, codeína, diuréticos, salicilatos, tetraciclina.
Fatores que diminuem a dosagem: Hipertrigliceridemia; Hemólise; Icterícia; Plasma colhido com EDTA, citrato e fluoreto. Exames relacionados: Dosagem de lipase, Clearence de amilase.
LIPASE
1- ONDE? Pâncreas, mucosa intestinal, leucócitos, células do tecido adiposo, língua e leite.
2- PARA QUE SERVE? É uma enzima altamente específica que catalisa a hidrólise dos ésteres de glicerol de ácidos graxos de cadeia longa (triglicerídeos) em presença de sais biliares e um cofator chamado co-lipase. As ligações éster, nos átomos de carbono 1 e 3 são preferentemente rompidas, produzindo dois mols de ácidos graxos de cadeia longa e um mol de 2- acilmonoglicerídeo por mol de triglicerídeo hidrolisado.
3- QUANDO ESTÁ ALTERADA? 
HIPERLIPASEMIA - PANCREATITE AGUDA: A atividade da lipase aumenta entre 4 a 8 horas, após o início do quadro atingindo o pico máximo em 24 horas. Os valores voltam ao normal entre 8 e 14 dias. Os aumentos da lipase geralmente são paralelos àqueles da amilase, entretanto, tais aumentos podem ocorrer antes ou após as elevações da amilase. A pancreatite aguda pode produzir líquido ascítico ou líquido pleural, ou ambos. Acima de 50% dos pacientes com pancreatite aguda severa desenvolvem pseudocisto, cuja presença é suspeitada quando não há melhora clínica em uma semana após o ataque. Metade dos pacientes com pseudocisto mostram elevações na lipase sérica. PANCREATITE CRÔNICA: A lipase sérica também é utilizada no diagnóstico da pancreatite crônica; apesar da destruição das células acinares nos últimos estágios da enfermidade resulta em diminuição na quantidade da enzima na circulação. DESORDENS INTRA-ABDOMINAIS AGUDAS: As vezes o diagnóstico da pancreatite é dificultado por outras desordens intra-abdominais com achados clínicos similares: úlceras duodenais ou gástricas perfuradas, obstrução intestinal mesentérica e colecistite aguda. ENFERMIDADE RENAL AGUDA OU CRÔNICA: Nestes casos o aumento da atividade da lipase não é tão frequente nem tão pronunciada como a atividade da amilase***. OBSTRUÇÃO DO DUCTO PANCREÁTICO: A obstrução do ducto pancreático por cálculo ou carcinoma de pâncreas pode elevar a atividade da lipase sérica, dependendo da localização da obstrução e a quantidade de tecido lesado.
5- COMO É DOSADO? Preparo do paciente: jejum mínimo de 4 horas – recomendável; evitar ingestão de álcool 72 horas antes do teste; manter o uso de fármacos que não possam ser interrompidas. Amostra: soro ou plasma (heparina); Método: colorimétrico – enzimático
• essencial para a compreensão da metodologia usada na avaliação da lipase é o fato desta enzima atuar na interface éster-água. Deste modo, os substratos para o ensaio devem ser emulsões. A velocidade de reação aumenta com a dispersão da emulsão. O emprego de substratos onde a interface éster-água é inapropriada, permite a ação de outras enzimas, tais como: éster carboxílico hidrolase, aril-éster hidrolase e lipase lipoprotéica. Substratos que empregam triglicerídeos de ácidos graxos de cadeia curta, também permitem falsas reações com a lipase.
Fatores que aumentam a dosagem: Biológicos: idade; Procedimentos: colangiopancreatografia retrógrada endoscópica; Drogas/fármacos: opiáceos, morfina, heparina, betanecol; Hipertrigliceridemia; Hemólise; Icterícia. Fatores que diminuem a dosagem; Plasma coletado com EDTA, citrato e fluoreto. Exames relacionados: Dosagem de amilase

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