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Projeto pesquisa proteina by pass gordura protegida

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
SCARLETTE BARDIM AREBALO
LIGAMENTOS DAS ARTICULAÇÕES DO CORPO
Alegrete
2016
SCARLETTE BARDIM AREBALO
Gordura protegida e proteína by pass na nutrição de ruminantes
Projeto de pesquisa com o Tema Gordura protegida e proteína by pass na nutrição de ruminantes, aula de Bioquímica animal da Medicina Veterinária, ministrada pelo professor José Luiz Quadro.
Alegrete
2016
Sumário
INTRODUÇÃO 
O balanço da alimentação do rebanho tem por finalidade combinar adequadamente os alimentos que atendam as necessidades dos animais da maneira mais econômica e de modo a se alcançar as maiores produções. Este balanço deve ser prioritário para o produtor, pois dependendo de seu acerto ou não, aumentará ou diminuirá os lucros de seu trabalho. Atualmente existem produtos que podem ajudar a melhorar o resultado desse balanço, ou aumentando a eficiência na produção, ou ajudando na economia para o produtor.
Tem-se falado no uso de proteína by pass que vem a ser uma proteína não degradável no rúmen, e gordura protegida, que é uma gordura mais estável e que não interfere muito na fermentação ruminal. Ambas podem trazer benefícios se usado adequadamente. 
O presente trabalho tem como objetivo falar sobre a proteína by pass, gordura protegida e seu uso na alimentação. Também irei esclarecer o que são, quais são suas funções e expor suas vantagens na inclusão na alimentação de ruminantes. 
DESENVOLVIMENTO
Antes de falar sobre a proteína by pass e a gordura protegida, vou fazer um breve resumo de alguns conceitos básicos sobre proteína e gordura, expondo a suas funções e seu uso pelo organismo vivo. 
1. O que são proteínas, e quais são suas funções.
As proteínas são compostas por uma sequência de aminoácidos, sendo que alguns podem ser sintetizados pelo organismo e outros precisam ser fornecidos via alimentação. Esses últimos são os chamados aminoácidos essenciais. Porém, garantir a correta absorção deles apenas por meio de alimentos é muito difícil. Por esse motivo é que produtores recorrem aos suplementos para garantir que o ruminante terá acesso a níveis adequados de proteína.
Além de constituírem a fundação dos tecidos do corpo, as proteínas são também uma fonte de energia. Enquanto fonte de energia, contêm 4 kcal por grama, valor semelhante aos hidratos de carbono, mas diferente dos lípidos, os quais contêm 9 kcal por grama. Durante a digestão, as proteínas são separadas no estômago em cadeias polipeptídicas mais pequenas através da ação do ácido clorídrico e da protease. Isto é essencial para a síntese dos aminoácidos essenciais que não podem ser biossintetizados pelo corpo
As proteínas são nutrientes essenciais ao crescimento e manutenção do corpo.  Com a exceção da água, as proteínas são as moléculas mais abundantes no corpo, sendo o principal componente estrutural de todas as células, particularmente dos músculos. As proteínas são também usadas em membranas, como é o caso das glicoproteínas. Depois de serem repartidas em aminoácidos, são usadas como precursores do ácido nucleico, coenzimas, hormonas, resposta imunitária, reparação das células e outras moléculas essenciais para a vida. As proteínas são ainda fundamentais para a formação de células sanguíneas. Os aminoácidos são usados na produção de tecido muscular e na reparação de tecido danificado. As proteínas só são usadas como fonte de energia quando os recursos de hidratos de carbono e lipídios no corpo diminuem.
2. Proteína by pass
A proteína dietética é degradada no rúmen pelos microorganismos. A proteína disponível no intestino delgado é composta pela proteína microbiana sintetizada no rúmen e pela proteína dietética que escapou da degradação ruminal, também chamada de proteína de escape ou “by-pass”.
Do total de proteína consumida pela vaca, estima-se que 60% seja de proteína utilizada pelos microorganismos do rúmen e que 40% da proteína passe pelo rúmen e seja absorvida no intestino. Para uma máxima eficiência da dieta, deve-se procurar maximizar a quantidade de proteína alimentar que chega ao intestino, sem diminuir a eficiência da síntese ruminal de proteína. Visando o suprimento de proteína não degradável, alimentos tais como: farinha de peixe, farinha de sangue, farinha de carne, farinha de pena hidrolizada além de resíduos de destilaria e de cervejarias e soja tostada ou extrudada são incluídos nas dietas de vacas de alta produção.
3. Benefícios da proteína by pass
Produtos com proteína By pass superam este problema, protegendo a proteína no rúmen, porém permitindo que elas sejam completamente digeridas no intestino delgado. Consequentemente, melhorando o aproveitamento dos aminoácidos  essencial o que resulta diretamente na produção de leite, por exemplo. 
4. O que é lipídios e quais suas funções
Os alimentos de origem vegetal e animal possuem substâncias insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos. Ao conjunto dessas substâncias dá-se o nome de lipídios. Eles apresentam funções de reserva e estrutural, sendo que os de reserva podem ser mobilizados e transformados em outras substâncias ou catabolizados para a produção de energia. Na nutrição animal, os lipídios fornecem 2,25 vezes mais calor ou energia por quilo do que os carboidratos ou proteínas, como já foi citado anteriormente. Os lipídios são moléculas orgânicas formadas a partir da associação entre ácidos graxos e álcool, tais como óleos e gorduras. Eles não são solúveis em água, mas se dissolvem em solventes orgânicos, como a benzina e o éter.
Os lipídios são classificados em: 
Lipídios simples – São ésteres de ácidos graxos ligados a certos álcoois. 
Glicerídeos – Ésteres dos ácidos graxos e do glicerol: gorduras neutras. 
Cerídeos – Ésteres de ácidos graxos e álcoois superiores (ceras); 
Esterídeos – Ésteres dos esteróides II 
Lipídios complexos – Ésteres de ácidos graxos, compreendendo um grupamento suplementar, outro álcool e ácidos graxos. 
Fosfolipídios – são diglicerídeos em que um dos ácidos graxos das extremidades do triglicéride foi substituído por uma base nitrogenada (colina, etanolamina ou serina), mediante uma ponte de ácido fosfórico
 Esfingomielinas – o álcool não é mais o glicerol, é um dialcool aminado. Encontram-se igualmente em pequenas quantidades no fígado e rins. 
Glicolipídios – são diglicerídeos em que um dos ácidos graxos da extremidade do triglicéride foi substituído por um carboidrato, sem o uso de uma ponte fosfato. Representam os lipídios complexos do tecido nervoso, embora encontrados também no sangue, fígado e rins. São semelhantes às esfingomielinas, mas não contêm fósforo.
Apesar da necessária moderação no seu uso em dietas para ruminantes, em função dos seus potenciais efeitos negativos na fermentação ruminal, os lipídeos são componentes essenciais à vida. A gordura é importante para os ruminantes, pois é a principal forma de reserva de energia. Há um sistema muito eficiente em acumular a energia como triglicerídeos nas épocas em que sua ingestão ultrapassa as necessidades e que, nas épocas de déficit energético, mobiliza essa reserva; Os depósitos subcutâneos de gordura auxiliam a manutenção da temperatura corporal dos animais; A gordura é veículo para as vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K; Há ácidos graxos que estão envolvidos em processos regulatórios da bioquímica animal, como, por exemplo, a própria síntese de gordura ou o controle da ingestão. Portanto, é envolvida em importantes efeitos metabólicos. 
Um grande número de bactérias e protozoários produz enzimas para degradar os lipídios dos alimentos consumidos pelos ruminantes, mas o número de microorganismos depende da quantidade e da natureza da dieta, da frequência de alimentação, ruminação, distribuição física e quantidade de protozoários e bactérias A dieta do ruminante é normalmente pobre em lipídios visto que estes perfazem apenas 4,0 a 6,0% da composição das forrageiras.Os depósitos lipídicos dos ruminantes são poucos sujeitos a mudanças dietéticas, mesmo quando o animal recebe quantidades substanciais de óleos ou gorduras insaturadas. (Durante o processo digestório são também formados isômeros posicionais (trans) que são encontrados tanto na gordura do leite como no tecido adiposo ). As bactérias ruminais não contêm triglicerídeos e são incapazes de sintetizar ácidos graxos polinsaturados e incorporam em sua composição lipídica somente ácidos graxos saturados. 
Ácido graxo é um ácido carboxílico (COOH) de cadeia alifática. São considerados componentes orgânicos, ou em outras palavras, eles contêm carbono e hidrogênio em suas moléculas. Estes ácidos são produzidos quando as gorduras são quebradas. São pouco solúveis em água (quanto maior a cadeia carbônica, menor a solubilidade), e podem ser usados como energia pelas células. São classificados em monoinsaturados, poliinsaturados, ou saturados.
Um ácido graxo essencial é um ácido graxo poliinsaturado que é sintetizado por plantas, mas não pelo corpo e, portanto, deve ser incluso na alimentação. 
Ácidos graxos saturados são geralmente sólidos à temperatura ambiente. As gorduras contendo ácidos graxos saturados são chamadas de gorduras saturadas. 
Ácidos graxos monoinsaturados são encontrados no abacate, nozes, azeite de oliva e nos óleos de canola e de amendoim. 
Ácidos graxos poli- podem ser encontrados em óleo de girassol, óleo de milho, óleo de soja,  óleos de peixe e também em oleaginosas como a amêndoa e a castanha.
5. Gordura protegida
Basicamente a gordura protegida consiste em uma fonte de ácidos graxos insaturados, normalmente são ácidos linolêico e linolênico protegidos, ou seja, ao serem ingeridos pelo ruminante são utilizados pelos microorganismos do rúmen tendo um total aproveitamento do animal. Os ácidos graxos complexados com cálcio, também chamados de gordura protegida, são fonte lipídica que tem apresentado os melhores resultados e por isso tem sido bastante recomendada. É um suplemento energético que contém altas concentrações do ácido linolêico (42,0%) e ácido linolênico (3,0%) um ácido graxo essencial, que afeta positivamente a reprodução dos animais. Os ácidos graxos da gordura protegida passam intactos pelo rúmen e são metabolizados no intestino, onde há melhor aproveitamento de suas características particulares, portanto, com a mesma quantidade de gordura, mas ela sendo protegida, apresenta um maior resultado.
6. Benefícios da gordura protegida
Além das vantagens energéticas, há o ganho em eficiência com menores emissões de gases de efeito estufa. Também tem a redução do incremento calórico, quando se suplimenta corretamente o ruminante. A menor inclusão de carboidratos possibilita minimizar problemas potenciais de acidose. A gordura protegida, ou inerte, como também é chamada, é mais estável e interfere muito menos na fermentação ruminal que a gordura na forma livre.
CONCLUSÃO
Para melhorar o rendimento e a eficiência alimentar o produtor pode incluir na alimentação de seus ruminantes a proteína by pass, e a gordura protegida. Foi exposto que as proteínas são macromoléculas formadas por aminoácidos unidos pela ligação peptídica, tem papel estrutural dos tecidos do corpo, as proteínas são também uma fonte de energia. A proteína by pass é aquela proteína dietética que escapou da degradação ruminal, permitindo que ela seja completamente digerida no intestino delgado, para impedir que essa degradação ocorra e melhorar e eficiência na dieta usa-se proteínas não degradáveis, que pode ser encontradas na farinha de peixe, de carne e de sangue, por exemplo. Consequentemente, melhorando o aproveitamento dos aminoácidos  essencial o que resulta diretamente na produção de leite, por exemplo. A gordura também apresenta função estrutural, e apresenta de reserva e sendo que os de reserva podem ser mobilizados e transformados em outras substâncias ou catabolizados para a produção de energia. Esses são moléculas orgânicas formadas a partir da associação entre ácidos graxos e álcool. A gordura protegida basicamente consiste em uma fonte de ácidos graxos insaturados, os ácidos graxos da gordura protegida passam intactos pelo rúmen e são metabolizados no intestino, onde há melhor aproveitamento de suas características particulares, portanto, com a mesma quantidade de gordura, mas ela sendo protegida, apresenta um maior resultado. Além disso, interfere muito menos na fermentação ruminal que a gordura na forma livre e tem menor emissão de gases do efeito estufa. 
Por esse motivo é que produtores têm recorrido a esses suplementos para garantir que o ruminante terá acesso a níveis adequados de proteína e gordura, melhorando assim na produção. 
BIBLIOGRAFIA 
Infoescola, Proteinas. Disponível em: < http://www.infoescola.com/bioquimica/proteinas/ > Acessado dia 11/08;
Mundo Educação, Lipídios. Disponível em: < http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/lipidios.htm>
Milkpointe, Proteína solúvel e proteína degradável no rúmen. Disponível em: 
 < http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/nutricao/proteina-soluvel-e-proteina-degradavel-no-rumen-15940n.aspx>Acessado dia 11/08;
Universidade regional, Utilização de gordura protegida na dieta de vacas de leite. Disponível em: < http://www.unicruz.edu.br/16_seminario/artigos/saude/ utilização de gordura protegida na dieta de vacas de leite >Acessado dia 13/08;
Atividade rural, alimentação da vaca leiteira. Disponível em: < http://atividaderural.com.br/artigos/4e9c1745169a8.pdf > Acessado dia 13/08.

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