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resumo penal III primeira prova thaís bandeira

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Direito Penal III
Resumo
1. Pena de Multa
Introdução: A multa (classificada pelo Código Penal como uma das três modalidades de pena cominada) consiste no pagamento de um valor, fixado na sentença e calculado em dias-multa, ao fundo penitenciário. O valor deverá obedecer aos limites mínimo e máximo ditados pelo Código Penal. 
Com a revogação do §2º do art. 60, poderá a multa servir de substituição da pena, caso a condenação seja igual ou inferior a um ano (antes era de seis meses para baixo).
Sistema de dias-multa: surge a partir de uma necessidade de vencer a desmoralização dessa espécie de pena, visto que no Brasil há uma constante deterioração da moeda e consequente aviltamento da quantia da pena. Através desse sistema, fica estabelecido que a pena de multa será, no mínimo, de 10 e, no máximo, de 360 dias-multa. O valor ficará a critério do juiz, não podendo ser inferior a um trigésimo do valor do maior salário-mínimo mensal vigente à época do fato, nem superior a cinco vezes esse salário. Importará, na hora de aplicação dos dias-multa, a situação econômica do réu, podendo esta influenciar para aumentar o valor até o triplo, caso o juiz considere que é ineficaz.
 
Aplicação da pena de multa: em primeiro lugar, a fim de encontrar a pena-base, que variará entre um mínimo de 10 até no máximo 360 dias-multa, analisam-se as chamadas circunstâncias judiciais (culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos, circunstâncias e consequências do crime e o comportamento da vítima). Em seguida, serão consideradas as consequências atenuantes e agravantes, para por último se avaliarem as causas de diminuição e de aumento da pena. Esse seria o critério trifásico, previsto no artigo 68 do CP e seria o critério inicial para se definir o número de dias-multa a ser aplicados. O segundo momento diz respeito a fixar o valor da multa, explicado acima.
Pagamento da multa: uma vez transitada em julgado a sentença penal condenatória, a multa deverá ser paga em até dez dias. O juiz pode permitir que se parcele mensalmente o pagamento, podendo, antes de decidir, averiguar a real situação econômica do réu, para que depois fixe o número de prestações. A cobrança da multa poderá ser feita descontando-se do salário do condenado, quando a multa for aplicada isoladamente, cumulativamente com pena restritiva de direitos ou se for concedida a suspensão condicional da pena. Não é permitido que se desconte a multa sobre recursos indispensáveis para o sustento do condenado e de sua família. 
Execução da pena de multa: não é mais permitida a conversão de pena de multa em pena privativa de liberdade, visto que isso só contribuía para a superlotação dos presídios e submetia condenados que cometeram infrações penais mais "leves" a conviverem com condenados a infrações penais mais graves. Além disso, só os condenados mais pobres, que não tinham condições de arcar com as penas de multa, tinham sua pena revestida em pena privativa de liberdade, o que contribuía para o caráter seletivo do direito penal.
Competência para a execução da pena de multa: caberá a cobrança da multa ao Ministério Público, devendo esse atender às normas da Lei de Execução Fiscal. 
2. Penas Privativas de Liberdade
Reclusão e detenção: a pena de reclusão deverá ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto, enquanto para a detenção não há a opção do regime fechado, salve necessidade de transferência para este.
No caso de concurso material, caso as penas de reclusão e detenção sejam aplicadas cumulativamente, a primeira a ser aplicada será a de reclusão. 
Em aplicação de medida de segurança, se o fato praticado pelo doente mental for punível com detenção, o juiz poderá submetê-lo a tratamento ambulatorial, quando for punível com reclusão será submetido a internação.
Em suma, a reclusão é aplicada para crimes mais graves, enquanto a detenção é para os crimes mais brandos. 
Regimes de cumprimento de pena: são três - fechado, aberto e semiaberto. O fechado consiste na execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; já o semiaberto é a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; por último, o regime aberto configura-se na execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
3. Aplicação da pena
Individualização legislativa:
Cominação - plano abstrato, onde o legislador estabelece quando discrimina as sanções cabíveis, delimita as espécies delituosas e formula o preceito sancionador das normas incriminadoras.
 
Aplicação - plano concreto, onde cabe ao juiz do processo penal aplicar a sanção penal cabível para a reprovação e prevenção do crime.
A pena encontrada pelo julgador deve ser proporcional ao mal produzido pelo condenado, sendo portanto aquela necessária e suficiente para a reprovação e prevenção do crime. 
Cálculo da pena: a pena é aplicada observando-se três fases distintas. A primeira delas é a chamada pena-base, que deverá ser estabelecida pelo julgador, observando as circunstâncias judiciais previstas pelo art. 59 do CP. O juiz deverá analisar e valorar cada uma dessas circunstâncias, não podendo se referir apenas de forma genérica a elas, visto que o réu e o MP devem entender os motivos pelos quais ele fixou a pena-base naquela determinada quantidade.
Depois da pena-base, levam-se em conta as circunstâncias atenuantes e agravantes, previstas nos arts. 61 e 65 da Parte Geral do CP. Não é possível que se reduza a pena-base, mesmo havendo circunstância atenuante, caso esta já esteja fixada no mínimo legal. 
O terceiro momento consiste nas causas de diminuição e de aumento da pena. É importante distinguir os dois últimos momentos: enquanto as circunstâncias agravantes e atenuantes aparecem somente na parte geral do cp, e seu quantum de redução e aumento NÃO vem determinado pela lei (deve o juiz aplicá-lo no caso concreto), as causas de diminuição e de aumento podem aparecer tanto na parte geral quanto na especial do cp, e têm seu quantum já definido em frações pela lei (por exemplo, a pena de homicídio culposo pode ser aumentada de um terço se o crime resultar de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício). 
Circunstâncias judiciais: 
a) Culpabilidade – é um dos elementos integrantes do conceito tripartido do crime. O juiz passará a aplicar a pena após se confirmar que o réu cometeu um fato típico, ilícito e culpável. Deve-se analisar portanto se o agente, ao praticar tal fato, era imputável (ou seja, se tinha conhecimento sobre a ilicitude do fato que cometia) e se lhe era exigível um comportamento diverso. A culpabilidade, portanto, será usada para influenciar na fixação da pena-base.
 
b) Antecedentes – dizem respeito ao histórico criminal do agente que não se preste para efeitos de reincidência. São as condenações anteriores com trânsito em julgado que servirão como maus antecedentes ao réu. 
c) Conduta social - é o comportamento do agente perante a sociedade. Não se confunde com antecedentes penais, visto que o réu pode vir a ter péssimos antecedentes, contudo, ser uma pessoa voltada à caridade, com comportamentos filantrópicos invejáveis.
 
d) Personalidade do agente - é entendida como um complexo de características individuais próprias, adquiridas, que determinam ou influenciam o comportamento do sujeito. Este seria um conceito do âmbito de outras ciências (psicologia e afins). Alguns autores entendem que essa circunstância não deve ser levada em conta na aplicação da pena-base, visto que o julgador não possui capacidade técnica necessária para aferir acerca da personalidade do agente.
 
e) Motivos - são as razões que antecederam o crime e levaram o agente a cometer a infração penal. 
f) Circunstâncias - elementos acidentais que não participam da estrutura própria de cada tipo mas influem sobre a quantidade punitiva. Levam em conta o lugar do crime, o tempo de sua duração, o relacionamento existente entre autor e vítima, a atitude assumida pelo delinquente no decorrer darealização do fato criminoso, etc. 
g) Consequências do crime – são dados que merecem a consideração do julgador no momento da fixação da pena-base, pois mostram como o crime influenciou na vida dos envolvidos. 
h) Comportamento da vítima - pode a vítima ter contribuído para o cometimento da infração penal pelo agente.
Circunstâncias atenuantes e agravantes: são circunstâncias que influenciarão na diminuição ou no aumento da pena. 
a) Agravantes: art. 61 do CP -> Reincidência, motivo fútil ou torpe, para facilitar ou assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de um outro crime, traição ou emboscada que tornou impossível a defesa do ofendido, emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio cruel, contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge, com abuso de autoridade, abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, contra criança, maiores de 60 anos, enfermo ou mulher grávida, quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade, em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou calamidades em geral ou em estado de embriaguez preordenada. 
Importante lembrar que essas circunstâncias só agravarão a pena desde que não constituam ou qualifiquem o crime. 
Reincidência: verifica-se quando o agente comete novo crime, depois de transitarem julgado a sentença que o tenha condenado por crime anterior. Portanto, só haverá reincidência caso o agente pratique dois crimes, não se podendo cogitar dessa circunstância agravante se a infração penal anterior ou posterior consistir em uma contravenção penal. Importante lembrar que o marco para que se inicie o raciocínio da reincidência é o trânsito em julgado da sentença condenatória. Portanto, se o novo crime vier a ser cometido pelo agente enquanto estava em curso o prazo para recurso da decisão que o havia condenado, como não tinha ocorrido, ainda, o seu trânsito em julgado, essa sentença não servirá para efeitos de reincidência, se encaixando, porém, no critério de maus antecedentes. 
Após um prazo de 5 anos contados 1. após o cumprimento integral da pena, 2. do dia em que se apura a extinção da punibilidade ou 3. do dia em que foi concedida liberdade condicional, o critério de reincidência será apagado, e o crime só poderá ser utilizado como mau antecedente. 
Para fins de reincidência, não se consideram os crimes militares próprios nem os crimes políticos.

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