Buscar

Sopros Cardíacos: Definição, Classificação e Características

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

sopros cardíacos
 → Definição: São ruídos causados por turbilhonamento de sangue. Imaginem um rio calmo e um rápido. Você para do lado do calmo e não ouve nenhum tipo de ruído. Agora se você para do lado do rio rápido, você ouve uma barulheira. Quando a agua está turbilhonada, você ouve um barulho. Esse barulho é o sopro. O liquido passa, perde seu fluxo laminar e produz esse sopro. Ele se chama sopro pois um médico chamado Laennec achou que aquele ruído era semelhante a um ruído fole, quando você atiçava fogo na lareira. Quando você tem um sopro de muito grande intensidade você pode sentir ele, que é o frêmito. Pode ser audível no precordio ou nas adjacências. Por exemplo, os ruídos de insuficiência mitral, quando o problema é só na parte septal, você pode ter um ruído que se irradie pro pescoço. Ele pode acontecer por refluxo valvar ou estenose da válvula. Pode ser verificado em áreas de estreitamento ou irregularidade de uma artéria.
 → Classificação: Quando a gente pensa em sopro, por que existe essa classificação? Pois quem pensou nessa classificação, pensou no sentido de que: o sopro é uma alteração de uma válvula cardíaca. Se você tiver sopro que não for por causa da válvula, ele é chamado de sopro funcional ou anorgânico. Orgânico: lesão valvular anatômica. Pode ter causa infecciosa, degenerativa, anomalia congênita, isquemia ou vegetação. Esse mal funcionamento da válvula pode ser porque ela é incapaz de se fechar (insuficiência) ou pode ser incapaz de se abrir (estenose) de forma adequada. Os sopros causados por estenose são chamados de sopros de ejeção, e os causados por insuficiência nós chamamos de sopros de regurgitação. O que pode fazer a válvula se danificar? A maioria das vezes é degeneração. Quando for por alguma doença, pode ser por anomalia infecciosa, anomalia congênita (válvula aórtica bicúspide), infecciosa quando tem endocardite, alteração isquêmica acontece principalmente nas atrioventriculares. Você tem um infarto, e nesse infarto os músculos papilares foram acometidos e não conseguem mais segurar a válvula direito, ou rompeu a cordoalha tendinea. Vegetação é quando você tem um grumo de bactérias e de fungos preso na válvula. Funcional pode ser uma dilatação do anel valvar ou hipotrofia muscular. Isso significa que a válvula está boa. Ou o musculo papilar ficou “bobo” e ai não consegue conter, e acaba revertendo a válvula. Ou, como parte de uma dilatação cardíaca, a válvula passa a não fechar mais. Pois essa válvula estava acostumada a fechar um determinado tamanho de orifício, se o orifício aumenta, a válvula não aumenta junto, passando a não fechar mais. Os anorgânicos não tem nem lesão orgânica e nem funcional, mas sim uma hipercinesia. Uma paciente com hipertireoidismo, por exemplo, tem sopros, pacientes com anemia, etc. 
 → Mecanismos da produção dos sopros: Perda do fluxo laminar. Aumento da velocidade da corrente sanguínea (os hipercinéticos podem perder o fluxo laminar- hipertireoidismo). Diminuição da viscosidade sanguínea (anemias). Passagem de sangue por zona estreitada (estenose ou comunicação interatrial/interventricular). Passagem de sangue em uma zona dilatada (insuficiência ou aneurisma). Todas essas causas fazem perder o fluxo laminar e induzem o aparecimento de sopros. Em pacientes com aneurismas se você coloca o estetoscópio na barriga, você ouve o sopro, que na maioria das vezes são sistólicos. 
 → Características semiológicas a serem observadas no sopro: Situação no ciclo cardíaco. Saber se ele é sistólico ou diastólico. Localizar onde está o sopro. Dizer onde ele é melhor audível. Se ele for mitral, ele fica localizado na ponta do coração (ictus). Se ele for tricúspide, ele fica no bordo esternal do lado esquerdo ou no apêndice xifoide. Se for pulmonar fica na base esquerda, aórtico na base direita. Se for sistólico e aórtico diastólico ele vai pra área aórtica acessória. São os locais de irradiação desse sopro. Irradiação. Como ele irradia? Na direção do fluxo, normalmente. Se tem uma insuficiência mitral, ele deve ir em direção do átrio esquerdo (vem do VD e vai pro AD). O átrio normalmente está mais pra cima do que o ventrículo. O sopro de insuficiência mitral vai mais pra cima e pode ir pro pescoço. Mas pode irradiar pro dorso dependendo do mecanismo, quando a válvula que esta insuficiente é a da parede lateral, então o sangue vai de frente pra trás, irradiando pelo lado esquerdo, de baixo pra cima. Correspondência com a direção da corrente sanguínea. O sopro que irradia para as costas se chama sopro circular de Miguel Couto. Intensidade. Depende da lesão, do gradiente de pressão, da forca e da velocidade do fluxo, e da constituição individual. Em uma pessoa obesa você não consegue ouvir nada por causa da capa de gordura. Se tiver magro demais você não ouve direito pois as costelas ficam muito proeminentes, não consegue adaptar o estetoscópio. Som e timbre. Variações: exercício aumenta o som, movimentos respiratórios aumentam ou diminuem, e posição do paciente também. Exercício e movimento respiratório entenda-se handgrip e riveiro carvalho (fenômenos do lado direito e fenômenos do lado esquerdo). Então, fenômenos do lado esquerdo incluindo o sopro se alteram se você fizer handgrip, e do lado direito se alteram se você fizer riveiro carvalho. Ou diminuem ou aumentam! Por exemplo, se você tiver um sopro de ejeção na aorta, se você tiver uma resistência periférica baixa, você tem mais fluxo. Se a resistência vascular for alta, você tem menos fluxo. Então, se eu fizer handgrip, diminui o sopro de estenose aórtica. Agora se for insuficiência de refluxo aórtico, se você aumentar a resistência tem mais refluxo, então handgrip aumenta o sopro. Agora pensando no lado direito, se tiver insuficiência tricúspide, se você aumentar o retorno venoso, o refluxo de sangue diminui, e ela diminui com riveiro carvalho. Agora se o sopro for de estenose, ele aumenta com o retorno venoso, aumenta com riveiro carvalho. O handgrip aumenta a resistência vascular periférica, aumentando a pós-carga, a pressão e a FC, sendo por regurgitação aórtica e mitral. Sopros da base aumentam com o paciente sentado com a flexão do hemitorax, e sopro mitral aumenta com decúbito lateral. Timbre: musical, piante, aspiração (insuficiência aórtica), etc. Movimentos respiratórios solidários: solidariedade funcional entre os pulmões e o coração. Manobra de riveiro carvalho com inspiração profunda acentua os fenômenos do lado direito do coração. Manobra de valsalva (expiração forcada com a glote fechada) aumenta a pressão intratorácica e reduz a maioria dos fenômenos direito e esquerdo. É mais usada para avaliar hérnias. 
 → Comportamento da intensidade: Pode ser usado a expressão: desenho do sopro. Se o sopro é constante, ele é igual o tempo todo. Exemplo: um sopro holosistolico, um sopro em crescente, decrescente, crescente e decrescente (em diamante), etc. 
 → Situação no ciclo cardíaco: Auscultar e palpar simultaneamente o pulso carotídeo. Se vem antes do pulso é diastólico. Se vem depois ou junto é sistólico, pois o pulso coincide com o início da sístole. A gente tem que ver em que momento ele aparece (proto, meso, tele). Os sopros diastólicos normalmente são patológicos, os sistólicos nem sempre, pode ser hipercinecisa. Tem um tipo de sopro que é sistodiastolico, são tipos contínuos. Esses sopros contínuos podem ser do pericárdio, que toda vez que mexe aparece um ruído, ou pode ser um sopro de comunicação interventricular, que numa fase do ciclo vai de um lado pro outro e na outra vai ao contrário, é o chamado sopro em maquinaria. 
 → Critérios de Levine: Vai de 1 a 6 cruzes. 6 cruzes é um sopro audível a distância sem estetoscópio e com frêmito. 5 cruzes é o de grande intensidade e com frêmito. 4 cruzes grande intensidade porem sem frêmito. 3 cruzes moderada intensidade. 2 cruzes pequena intensidade. 
 → Avaliações complementares de um paciente com sopro: o ecocardiograma com doppler é ótimo pra avaliar todas as valvulopatias, quantificando-asquanto ao fluxo. O mais comum é o transtoracico. Angiorressonancia são exames de morfologia dos vasos.

Continue navegando