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1/9 OS PACOTES DE TRABALHO É uma boa prática seguir a recomendação na qual ocorre o desdobramento do trabalho a fim de que se chegue ao ponto onde ele é realizado e gerenciado. O último nível da EAP é chamado de pacote de trabalho ou Work Package. Nessa etapa, podemos: Definir o trabalho (o quê); Estimar o tempo para completar o pacote de trabalho; Identificar recursos necessários para completar o pacote de trabalho; Identificar o responsável pelo pacote de trabalho; As atividades individuais não serão apresentadas na EAP, neste momento, mas já se pode perceber que um pacote de trabalho é um conjunto de ações que produzirá alguma entrega. Você lembra o exemplo da janela, no planejamento da casa? De modo geral, a decomposição de 3 a 4 níveis atende à maioria dos projetos. Se as reuniões forem diárias, é maior a probabilidade de detecção de desvios, rapidamente, mas nada impede de ser feito em períodos maiores. Estas reuniões de revisão costumam causar certa pressão psicológica sobre a equipe do projeto, pois as pessoas são cobradas pelas entregas, pelos pacotes de trabalho, e quando os trabalhos não são concluídos as explicações devem ser dadas. Assim, é muito mais fácil cobrar e explicar o andamento das partes menores do que exigir a entrega de um pacote, por exemplo, de 200 horas. 2/9 Um pacote de no máximo 80 horas, por exemplo, permite fazer reuniões de revisão a cada 15 dias ao menos, daí é possível completar as 80 horas em duas semanas, isto considerando o pacote de trabalho executado por apenas 01 pessoa. Durante a decomposição, nada impede de se dividir o projeto em fases: Na primeira, faz-se um detalhamento maior; na segunda, um detalhamento macro. Lembra o planejamento em ondas sucessivas, no capítulo 1? Podemos detalhar tudo que precisa ser desenvolvido por etapas e por fases, o importante é iniciar com uma visão macro do projeto, se possível, pois alguns são muito complicados e podem não permitir isto. DECOMPOSIÇÃO DAS ENTREGAS Algumas opções de decomposição do segundo nível da EAP: Fases, etapas cronológicas do projeto (ciclo de vida do projeto, ordem lógica de construção); Estrutura, processos, componentes do produto/partes do produto; Localização geográfica (plantas, filiais, regiões); Áreas de responsabilidade separadas (departamentos ou áreas funcionais). Não há uma regra. Mas, se a empresa possui projetos repetitivos, pode ser criado um modelo padrão de EAP, “o quê” e “quando existir”. Isto é uma atribuição do escritório de projetos. Vamos exemplificar uma análise da figura: Neste exemplo, temos três níveis, o primeiro é o nome do projeto; o segundo é a decomposição por fases, chamados de grupos de trabalhos; e o terceiro são os pacotes de trabalho produzidos em cada uma das fases, é o nível mais baixo. Perceba, por exemplo, que “Testes” é um grupo de trabalho e abaixo existem dois pacotes que são “Teste de Sistema” e “Teste de Aceite”. Sempre que uma fase for aberta, obrigatoriamente, deve haver ao menos dois pacotes. Exemplo de EAP por fase: 3/9 Exemplo de EAP por itens do produto Esta figura apresenta o mesmo projeto anterior, mas agora foi feita a decomposição por itens do produto, que são as principais entregas quebrando-se em entregas menores. Lembre que na EAP não interessa a ordem dos pacotes de trabalho. A EAP está diretamente ligada à natureza do produto ou serviço, então, as entregas de um projeto de uma usina hidrelétrica serão muito diferentes de um projeto de implantação da norma ISO 9001. Nestes casos, nunca veremos os mesmos pacotes de trabalho. Ao usar a EAP, também podemos decidir que um determinado pacote de trabalho poderá ser terceirizado. 4/9 O USO DA EAP Agora, veremos os principais processos que usarão a EAP como entrada. Com a EAP conseguimos identificar o trabalho que deve ser feito, por isso, ficará mais fácil definir as atividades do projeto, quais serão os custos e os riscos envolvidos na execução de cada pacote. Ela permite decidir quanto à terceirização e definir a qualidade em cada entrega. Só olhando o cronograma talvez não fiquem muito claras as atividades de um projeto, no entanto, quando a EAP é apresentada para um cliente, ele entenderá melhor o que será feito. É uma visão mais simplificada e pode ser usada como uma das ferramentas de comunicação, pois muitas vezes o cliente não entende os custos envolvidos no projeto. A EAP mostra quanto será o gasto em cada pacote de trabalho, então, será possível e mais fácil entender o custo totalizado do projeto, portanto, esta é uma ferramenta da qual não se deve abrir mão no uso do gerenciamento de um projeto. PASSO A PASSO PARA A CRIAÇÃO DO EAP Segue agora a “receita de bolo” para se criar a EAP: 5/9 1- Nomeie o projeto; 2- Crie um grupo chamado gerenciamento do projeto. Neste pacote de trabalho, constarão as entregas que serão produzidas no planejamento. São os documentos a serem produzidos em cada área de conhecimento. Aqui, será criada a EAP. Isto é importante, pois devemos estimar no projeto o tempo de seu gerenciamento e não somente na construção do produto. Estima-se, de uma maneira geral, que em torno de 5 % a 10 % do tempo total são usados somente no gerenciamento, ou seja, no planejamento e no controle. Ainda podemos identificar os pacotes de trabalho que são as entregas maiores, onde temos a preparação e a entrega do treinamento em si. 3- Acrescente um nível para o fechamento do projeto, ou seja, o encerramento. Nunca utilize verbos na EAP, aqui são entregas, não se tratam das atividades do projeto. 4- É preciso definir qual será a estratégia para decompor o projeto por fases, pela estrutura do produto, pelas áreas da organização onde algo será trabalhado etc. Aqui, o que não vale como entrega é a iniciação, o planejamento, a execução, o controle e o encerramento, pois estas não são fases do projeto, e sim, grupos dos processos. 5- Identifique os pacotes de trabalho até um nível que permita ser feito um planejamento do tempo, do custo, da qualidade, identificar riscos, atribuir responsabilidades pela execução e, se for o caso, fazer contratação de recursos para cada pacote de trabalho. Não existe uma decomposição padrão para todos os projetos, na figura abaixo, temos apenas sugestões servindo como orientação. 6/9 MAIS RECOMENDAÇÕES PARA A CRIAÇÃO DA EAP - As entregas do gerenciamento, assim como todo o trabalho do projeto, devem ser incluídas na EAP, - O que não está na EAP não faz parte do escopo do projeto; - A EAP deve ser desenvolvida em conjunto com a equipe do projeto; - A EAP deve ser revisada com as partes interessadas; - Os modelos de EAPs criados em outros projetos, devem ser utilizados como referência; - Como a EAP só vai até o nível de pacote de trabalho, não se recomenda colocar atividades na EAP; - Para não prejudicar o planejamento nem o controle do projeto, recomenda-se não decompor em demasia. De um modo geral, são usados de 3 a 4 níveis, nos projetos; - Em caso de apenas uma entrega, deve-se evitar decompor; - Em grupos diferentes recomenda-se não decompor o mesmo pacote de trabalho; - A sequência na qual o trabalho deve ser executado não deve preocupar neste momento. A seguir, você pode observar alguns momentos do uso da ferramenta WBS Chart Pro: 7/9 8/9 CÓDIGO DE CONTAS PARASISTEMAS DE INFORMAÇÃO Cada componente de EAP deve ter um código identificador único que depois será utilizado no dicionário da EAP para descrição do componente. Este código será utilizado na alocação de custos (Contabilidade) e para reportar os níveis que foram utilizados. Percebemos que cada componente tem ao lado um número. Depois que a EAP estiver pronta, estes componentes serão listados em uma estrutura analítica e isto é feito porque, depois, cada pacote deverá ser descrito e será necessário criar um dicionário, informando qual o significado e o que deverá ser produzido em cada pacote, por isso, o relacionamento com números. Algumas ferramentas, como o Microsoft Project criam estes códigos automaticamente. 9/9 DICIONÁRIO DA EAP Depois que a EAP foi montada, o próximo passo é elaborar o dicionário que serve para descrever o conteúdo de cada pacote de trabalho da EAP. Isto é feito porque nem sempre está claro o significado de cada pacote, aquilo que cada um fará, então, para que o conhecimento da equipe fique equalizado, criamos um documento à parte, o dicionário. Este dicionário deve conter no mínimo duas colunas, com a identificação do número do pacote, descrição e critérios de aceitação, isto é o mínimo, mas podem haver outras informações exibidas na tabela. Este tipo de tabela pode ser feita no Word ou no Excel, mas no Microsoft Project há um recurso possibilitando a alocação de descrições e observações no pacote de trabalho. “Durante a execução de um projeto existindo dúvidas sobre o trabalho que deve ser feito, o dicionário da EAP pode fornecer informações detalhadas sobre os pacotes de trabalho.”