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Garantias e Análise de Risco

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Análise de Crédito
Prof. Augusto Seabra
Seção 3
1
Metodologia para cálculo do Risco
 Os tipos de risco acima descritos devem ser analisados com as informações constantes na Ficha Cadastral, que servirão para mensurar o fator de risco. 
 Dentre as variáveis mais utilizadas, devemos considerar a capacidade financeira como a fundamental.
 Para cada variável utilizada na análise de concessão de crédito, uma nota deve ser dada, cabendo ao analista de crédito elaborar o sistema de análise de crédito, fixar uma nota, de zero a dez, ou até cinco, estipulando para o mais baixo nível de risco a menor nota e a maior nota para o maior nível de risco.
 Utilizando-se toda carteira de clientes, deve-se agrupar por tipo de cliente, pessoas físicas separadas das pessoas jurídicas, volume de crédito, montante e características específicas.
 Deve-se, também, tabular os dados, verificando-se as características de cada grupo, principalmente identificando as causas da inadimplência. 
 Aplicam-se todos os conceitos de estatísticas para a determinação do fator de risco desejado, principalmente o conceito de desvio padrão.
PARA EVITAR OS RISCOS É PRECISO:
 Ter uma carteira de cliente diversificada;
 Analisar a ficha cadastral do cliente com critério e objetividade;
 Analisar a performance temporal do cliente nos últimos anos;
 Pedir garantias reais;
 Ser racional e impessoal ao analisar as informações e dados;
 Na dúvida, não conceder o crédito.
CADASTRO DE PESSOA FÍSICA
 Um dos alicerces do crédito é o cadastro, pois, sem ele, não podemos obter importantes informações que nortearão os processos de análise e concessão do crédito, além das estratégias para cobrança.
 O Cadastro deve ser organizado de forma bastante flexível, pois ele será um Banco de Dados para toda a organização, não só para a Área de Finanças, mas também para as demais áreas, entre elas as de Marketing e de Comercial.
A manutenção permanente do cadastro é a chave do seu sucesso.
São funções principais do cadastro:
• Obter informação sobre todos os agentes que se relacionam com a empresa.
• Manter-se sempre atualizado, revisando-o periodicamente.
• Prestar informações, com a urgência com que forem solicitadas.
• Investigar a veracidade das informações obtidas.
• Informar aos clientes internos todos os fatos que possam ser desabonadores.
• Registrar o relacionamento com o cliente.
O Cadastro é a área responsável pela coleta, registro e arquivamento de todos os dados, transformando-os em informações para que os usuários possam tomar decisões.
Ficha Cadastral
 Um dos instrumentos mais vigorosos para o Cadastro é a Ficha Cadastral.
 Ela deve ser adequada a cada situação, por exemplo o ramo de atividade, a complexidade da organização, respeitando sua cultura e, principalmente, seus objetivos.
 Toda ficha cadastral deve ser composta de três itens básicos. O cadastro divide-se em Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas, sendo as jurídicas subdivididas nos mais variados ramos de atividades, por constituírem-se de empresas.
Dados Cadastrais ou de Identificação
 Os dados cadastrais para pessoas físicas e jurídicas são os mesmos. A complexidade de uma ficha cadastral depende do mercado em que a empresa atua e das preferências pessoais dos seus usuários. 
 São informações que procuram identificar: dados pessoais, residenciais, profissionais e de referências (comerciais e bancárias).
Nome: deve ser conferido com os documentos originais, fornecidos por órgão oficial. Deve-se verificar em mais de um documento, como: RG, Carteira de Motoristas, documentos com foto, observando a plastificaão, rasuras, tipo de papel, ou seja, é importante tomar cuidado para que seja observada a autenticidade do documento.
CPF – Cadastro de Pessoas Físicas: Verificar a autenticidade do CPF na Receita Federal, pois o documento em questão é fundamental para verificar pendências tributárias federais.
3) Estado civil, cônjuge e dependentes: É importante verificar-se o estado civil do cliente e a existência de dependentes, pois, em necessidade de cobrança judicial, essas informações serão muito importantes.
4) Endereço: deverá ser comprovado por meio de contas de luz, telefone fixo, gás encanado ou televisão a cabo, sempre exigindo o documento original, anotando, na ficha cadastral, o tipo de documento.
Evitar conferir o endereço por meio de documento postado via correio e/ou assinaturas de revistas e jornais. O tempo de residência é uma informação a ser comprovada por meio do contrato de locação ou da escritura do imóvel, este também será comprovante do patrimônio. Se o endereço é recente, solicitar o endereço anterior e uma referência da vizinhança.
5) Referências: anotar dados referenciais, principalmente de parentes próximos e amigos, solicitando, além do endereço residencial, o endereço profissional, telefones fixos, celulares e os e-mails. 
Dados Financeiros
São dados que identificam a situação financeira do indivíduo ou da organização:
dados sobre sua renda (salário, aluguel, aposentadoria, rendimento de aplicações financeiras, pró-labore, RPA) e sobre suas despesas (aluguel, educação, financiamentos de curto e longo prazos etc).
1) Renda: as informações acerca da renda devem ser comprovadas pela documentação do cliente, Carteira de Trabalho, Contrato Social – se sócio, pelo registro da categoria; se autônomo, pelo registro da Previdência Social; se aposentado. No caso de o cliente ter renda de aluguel, solicitar o contrato de locação. Se a renda provier de aplicações financeiras, deve ser comprovada por meio dos extratos bancários. Anotar o valor da renda bruta e líquida.
2) Despesas: as despesas corriqueiras, como total de supermercado, feiras, finais de semanas, devem ser anotados como parte das despesas do cliente. Havendo veículo, verificar se participa do dia-a-dia do cliente como condução, calcular o gasto com gasolina pelo percurso e ano do veículo (litro/km) e estimar a manutenção – óleo, freios, pneus e demais despesas. Utilizar os dados das contas de luz e água como referência residencial.
Dados Econômicos
São dados que procuram identificar a “riqueza” do indivíduo ou da organização:
são os bens móveis e imóveis que o indivíduo possui, outros tipos de ativos (ações, quotas) e outros modos de aplicações ou investimentos permanentes).
1) Declaração do Imposto de Renda: para confirmação dos dados econômicos e procedência dos rendimentos, deve-se solicitar uma cópia das declarações de rendimentos dos últimos anos. Na declaração, consta todo patrimônio do cliente e informações acerca do seu rendimento. 
 Todas as informações acima solicitadas devem ser utilizadas de forma cuidadosa, pois o uso indiscriminado e indevido é passível de punição penal. A solicitação de informações e comprovações visa resguardar a transação entre a empresa e seu cliente, cabendo às empresas solicitar ou não as informações, além das comprovações de imediato.
 Atualmente, as informações de caráter verbal têm sido utilizadas como verdadeiras, pois, dentre a maioria dos clientes das empresas, somente uma minoria tem omitido ou mentido acerca das informações cadastrais.
O Poder da Informação
 O meio adotado para verificação dos dados apresentados nas fichas cadastrais pode ser de forma:
a) Direta: colhidos diretamente nas instituições financeiras, fornecedores, cartórios, Banco Central, mídia impressa, entrevista pessoal etc.
b) Indireta: colhidos por meio de empresas especializadas, como: Associação Comercial - SPC, Serasa, Telecheque, SCI ou Equifax.
 Os usuários de informações cadastrais, principalmente as instituições financeiras, têm, em seus cadastros, uma “poderosa informação”, porém esta não pode ter seu uso indiscriminado, uma vez que sua característica é a confidencialidade, conforme determina a legislação vigente: As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
 A quebra de sigilo constitui-se em crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e o Código de Processo Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
 Portanto, todo cuidado deve ser tomado na manipulação das informações pessoais.
Cadastro de Pessoa JURídica
 A elaboração de uma Ficha Cadastral de pessoa jurídica é bem mais fácil do que a de pessoa física, pois se pressupõe que a pessoa jurídica esteja devidamente constituída e com a documentação em ordem. 
 Devemos compreender, inicialmente, a formação da pessoa jurídica, ou 
seja, como ela foi constituída juridicamente.
Tipos de Pessoas Jurídicas
As pessoas jurídicas são constituídas sob várias formas de sociedades, tais 
como:
a) Firma Individual: a firma Individual se confunde com a pessoa física, pois é a própria pessoa física que se constitui em pessoa jurídica, inclusive o patrimônio se constitui em patrimônio empresarial. Normalmente, o nome da pessoa jurídica é o próprio nome da pessoa física.
b) Sociedade em nome coletivo: neste tipo de sociedade, há sócios que respondem de forma ilimitada ou de forma limitada, conforme estipulado no contrato social.
c) Sociedade por quotas de responsabilidade limitadas: Os sócios responderão pela sociedade de forma limitada às cotas que correspondem a cada um, constantes do contrato social.
d) Sociedade por Ações: também conhecida por Sociedade Anônima, deve ser registrada na Comissão de Valores Mobiliário – CVM, e, desde que seja de capital aberto, suas ações serão comercializadas em bolsa de valores. Caso seja de capital fechado, as ações somente serão transacionadas no mercado de balcão.
e) Entidades sem Fins Lucrativos: as entidades sem fins lucrativos, constituídas por associações, fundações, sociedades civis e cooperativas, todas com registro em cartório de notas e títulos, devidamente enquadrados no Código Civil e fiscalizadas pelo Ministério Público.
Registro
Todas as pessoas jurídicas devem estar devidamente registradas nos seguintes órgãos, conforme o caso:
 Junta Comercial do Estado
 Secretaria da Fazenda do Estado
 Secretaria de Finanças dos Municípios
 Secretaria da Receita Federal
 Agencia da Vigilância Sanitária
 Secretária da Saúde do Estado
 Secretária da Saúde do Município
 Conselhos Regionais de Atividades Profissionais
Dados Cadastrais ou de Identificação
Os dados cadastrais que devem ser anotados de uma pessoa jurídica são:
a) Dados de identificação (Contrato Social – Ltda., Estatutos Sociais – S.A. com 
todas alterações);
b) Dados da atividade: principais fornecedores e clientes ;
c) Regime tributário – IRPJ
d) Referências comerciais e bancárias
e) Dados da administração: dos sócios, à participação em outras empresas.
Dados Financeiros
Os dados financeiros a serem analisados têm, como objetivo, analisar o resultado financeiro. São dados que procuram identificar o resultado entre receitas e despesas (Faturamento, Demonstrativos Financeiros, Investimentos em outros negócios, Receitas não operacionais etc.).
Todos constituem os demonstrativos contábeis, incluindo-se as notas explicativas e o parecer da auditoria.
Dados Econômicos
São dados que procuram identificar a “riqueza” da organização estão dispostos:
a) Declaração do Imposto de Renda e dos Demonstrativos Contábeis;
b) Balanço Patrimonial;
c) Demonstração de Resultado do Exercício;
d) Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido;
e) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos;
f) Notas Explicativas e o correspondente Parecer da Auditoria.
 De acordo com o Código Comercial, todas as empresas, quaisquer tipos de sociedades, devem manter uma contabilidade devidamente atualizada e um diário contabilizado.
 O enquadramento da empresa no Lucro Presumido é uma prerrogativa para o recolhimento do Imposto de Renda. Não há, na legislação, nada que isente a empresa de escriturar a Contabilidade. 
Confirmação das Informações
Os principais dados das empresas podem e devem ser confirmados, tais como:
a) Razão Social ou nome da instituição: no contrato social ou instrumento particular devidamente registrado em cartório de notas. O contrato social deve estar devidamente registrado na Junta Comercial
b) Nomes dos Sócios ou responsáveis: de acordo com o contrato social ou instrumento particular, acima mencionado.
c) Registros nos órgãos oficiais: todos os documentos relativos ao registro nos órgãos oficiais, como a Secretaria da Receita Federal – CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, Inscrição Estadual – da Secretaria da Fazenda do Estado, o CCM – Cadastro de Contribuinte Municipal, expedido pela Secretaria de Finanças do Município e os demais registros devem ser devidamente conferidos.
 Todos os órgãos oficiais expedem documentos relativos ao registro das entidades jurídicas, portanto não há como não ser comprovado.
Cabe à empresa manter atualizado qualquer registro nos órgãos oficiais.
d) Endereço: o endereço da pessoa jurídica pode ser comprovado de acordo com os registros apresentados, desde que estes estejam atualizados. 
Inclusive os endereços dos sócios ou proprietários devem estar devidamente atualizados nos registros oficiais. Cabe, também, a comprovação, por meio de documentos específicos, como contas de gás, telefone fixo ou conta de água. 
e) Recolhimento de Tributos: havendo dúvidas quanto à idoneidade da empresa, solicitar as guias de recolhimento dos tributos: INSS, FGTS e impostos IR, IPI e ICMS ou ISS, ou a guia do SIMPLES, onde se pode verificar o nível de faturamento e outras informações necessárias à análise do crédito, tais como valor da folha de pagamento, faturamento e/ou despesas.
Verificar os valores e as respectivas alíquotas para formação dos valores bases na análise.
f) Patrimônio (bens imobilizados): solicitar ao cliente uma relação dos bens imobilizados componentes do Ativo Permanente e fazer constar a procedência e o valor do mercado do bem. Essa relação será útil para formação de garantia real, desde que não esteja alienado fiduciariamente.
g) Referências comerciais: os principais fornecedores e os tipos de produtos adquiridos, valores e prazos de negociação.
h) Referências BANCÁRIAS: as principais instituições bancárias e os tipos de transações com cada uma delas.
 Todas informações devem ser anotadas para serem devidamente utilizadas na análise de concessão de crédito.
 Elaborar a Ficha Cadastral das empresas é mais simples, pois envolve a 
obtenção das informações e dados e as pessoas jurídicas devem estar devidamente registradas nos órgãos oficiais, porém o passo seguinte, a análise é mais complexa. 
Garantias na Concessão de Crédito
Após a análise para a concessão do crédito, é formalizada a operação de crédito. Deverá ser formalizada com todas as normas jurídicas existentes, constando as garantias a serem dadas pelo cliente no caso de inadimplência. Conhecer os aspectos formais e jurídicos é um aspecto que deve ser totalmente formalizado, pois, havendo dúvidas ou disputas, o poder judiciário é o fiel da balança. Tanto a falta de clareza quanto regras mal definidas criarão uma disputa e a solução demandará tempo e, logicamente, dinheiro que a empresa perderá. 
Garantias reais contratação de créditos
Nas operações comerciais, poderá ser emitido um contrato no qual as especificações da transação e a forma de pagamento serão devidamente contempladas. 
Dentre os títulos ou documentos utilizados nas transações comerciais dadas com garantias, podemos citar:
1) Nota fiscal – fatura;
2) Duplicatas;
3) Cheque;
4) Nota Promissória;
5) Letra de Câmbio;
6) Contrato;
7) Carnê de Pagamentos.
A partir desses documentos, existe a formalização da transação comercial que permitirá o crédito.
Conforme Leoni (1998, p. 135): “Para qualquer cobrança que se realize, é necessário saber qual o tipo de contrato ou transação efetuada e da existência de garantias vinculando a transação; portanto, trata-se de um bom ferramental de cobrançanas mãos habilidosas de um operador. Antes de ser acionada juridicamente a garantia, deverá ser aferido o custo do benefício da ação, pois nem sempre é salutar a recuperação do bem ou demandar contra os garantidores da operação, principalmente se o bem se encontra deteriorado, desaparecido, desvalorizado mercadologicamente etc. Portanto, este exame é fundamental para qualquer tomada de decisão.”
Dentre as garantias à operação de crédito, destacam-se:
 Penhor; 				f) Aval;
 Caução;				g) Fiança;
 Anticrese;				h) Outras Garantias.
 Hipoteca;
 Alienação Fiduciária;	
Penhor
É destinado a garantir transação oriunda de negócio comercial e, muitas vezes, há certos riscos. Convencionalmente, define-se o contrato de penhor como um limitador de posse e propriedade, o qual submete o bem, suscetível a penhor, a constituir-se garantia de pagamento de uma dívida, tais como colheitas pendentes em formação, instrumentos de maneira geral, máquinas e equipamentos, jóias e outros bens.
Para que terceiros não sejam prejudicados pelo desconhecimento de que o bem esteja penhorado e para que o credor se assegure de que todos os eventuais interessados possam vir a ter conhecimento do fato, é necessário o registro público do contrato de penhor, que é um acessório à obrigação principal. 
Alguns tipos de penhor:
Penhor de animais;	b) Penhor agrícola;	c) Penhor rural;
d) Penhor Industrial;	e) Penhor Comercial.
Caução
A caução, como garantia de negócio, poderá ser real ou fidejussória. Na real, existirá a vinculação de um bem, do devedor ou de terceiros, responsável pelo cumprimento do pagamento. Na fidejussória, a garantia é solidária – pessoal e ocorre em razão de situação de confiança.
A caução é um penhor específico de títulos de crédito, como duplicatas, CDB, ações etc. A caução só se efetua com a entrega de títulos ao credor e, para valer contra terceiros, precisa ter registro público. Se os títulos caucionados forem da dívida pública há, ainda, necessidade de registro na repartição fiscal competente.
A caução de títulos nominativos da dívida da União, dos Estados ou dos Municípios, equipara-se ao penhor e vale contra terceiros, desde que for transcrita, ainda que esses títulos não sejam entregues ao credor.
Há caução, também, de ações ou debêntures, letras de câmbio, notas promissórias, duplicatas e outros títulos.
Anticrese
A característica da anticrese, quando pactuado, é o fato de que confere ao credor o recebimento de bem imóvel do devedor, podendo auferir lucros durante a vigência contratual.
É permitido estipular que o resultado e rendimento do imóvel, na sua totalidade, sejam recebidos pelo credor (somente a conta de juros).
O imóvel hipotecado pode ser dado em anticrese pelo devedor ao credor, como garantia total da dívida, ou o resultado da anticrese pode ser parte do pagamento da dívida principal e acessórios.
Hipoteca
Refere-se à garantia de bem imóvel, colocado à disposição do credor pelo devedor até a liquidação do débito existente. Por tratar-se de imóvel, a hipoteca deve ser registrada em cartório, alienando o bem hipotecado. Na inadimplência, a execução da hipoteca transfere o direito da propriedade e posse ao credor.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Normalmente, são garantias utilizadas por instituições financeiras, devidamente autorizadas pela autoridade constituída, nas operações de financiamentos de bens móveis e imóveis. A alienação fiduciária impede a transferência da propriedade do bem de imediato ao devedor, somente ocorrendo essa transferência após a quitação do financiamento.
A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel ou imóvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbe a legislação.
Aval
Aval é uma garantia fidejussória oferecida por terceiros que, por esse ato, torna-se devedor solidário do devedor principal.
É a garantia de pagamento de um título de crédito (nota promissória, letra de câmbio, cheque etc.) e, para sua validade, é necessária e suficiente a assinatura no corpo do título. Praticamente qualquer assinatura que não seja a dos aceitantes, sacadores ou emitentes e endossantes, é aval, devidamente identificada.
O avalista é responsável da mesma maneira que o avalizado, não havendo, portanto, o benefício da ordem.
O aval garante apenas o valor que está expresso no título de crédito avalizado.
Fiança
A fiança, também, é uma garantia de caráter pessoal e fidejussória, que torna o fiador solidário ao devedor, para o total cumprimento das obrigações assumidas por aquele.
A fiança pode ser acompanhada de outras garantias, não perdendo seu caráter pessoal, sendo cada garantia disciplinada pelas normas que lhe são próprias.
A fiança normalmente compreende, além do principal e juros, todas as despesas acessórias, como juros de mora, comissão de permanência, multa, despesas judiciais e outras.
A obrigação do fiador passa aos seus herdeiros, mas a responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar os limites da herança. 
Tipos de fianças: fiança mercantil, fiança bancária, fiança imobiliária.
Outras formas de garantias podem ser solicitadas pelo credor ao devedor, as mais comuns são as citadas.
As garantias solicitadas pelo credor ao devedor são formas legais de diminuir os riscos de inadimplência e das perdas pela falta de pagamento.
Os aspectos legais relativos a essas garantias, tais como registro do contrato, registro do bem imóvel ou móveis nos órgãos legais, tal como cartório de título e de registro de imóveis, devem ser observados pelo credor, pois é sua garantia do risco.
Portanto, ao efetuar uma transação envolvendo crédito, além do cuidado da análise das informações e dados, deve haver precaução quanto a constituir uma garantia real. 
Títulos e Documentos de Cobrança
 As necessidades humanas são incomensuráveis e sua satisfação inesgotável. Diante disso, há a economia, ciência que estuda os recursos escassos para satisfação do ser humano. Dentre esses recursos, encontramos o dinheiro, para a satisfação das necessidades, o mercado – empresas – que, constatando essa escassez, criou o crédito para suprir as necessidades do ser humano. A partir do crédito, ficou mais fácil satisfazer as vontades. Mecanismos foram inventados e colocados em prática para essas transações: contratos, cheque especial, notas fiscais, cupom fiscal e muitos outros documentos que as registram. Vamos conhecê-los.
Propósitos de uma solicitação de crédito
O crédito pode ser concedido às pessoas físicas e às pessoas jurídicas; em relação ao tempo, podem ser de curto prazo e de longo prazo.
PESSOA FÍSICA
O crédito, para as pessoas físicas, normalmente, ocorre entre uma empresa 
comercial e o consumidor final. Os produtos e serviços são colocados por meio de vendas realizadas a prazo.
As modalidades de crédito nas vendas a prazo para as pessoas físicas são:
 Faturado;
 Contrato de adesão – carnê de pagamentos;
 Notas promissórias;
 Cheques prédatados;
 Consignação.
FATURADO
Esta forma de crédito ocorre quando a empresa oferece um tempo – por exemplo,
30 dias, para o cliente efetuar o pagamento de sua compra, mediante a apresentação da duplicata em seu vencimento. Hoje, também, há o encaminhamento de boleto de pagamento.
CONTRATO DE ADESÃO – CARNÊ DE PAGAMENTO
Nas compras comerciais, a empresa expede um carnê de pagamento, boleto de pagamento, de acordo com os prazos e valores negociados. Cada parcela inclui os encargos – juros – correspondentes.
NOTAS PROMISSÓRIAS
Estes títulos de crédito são emitidos pela empresa credora. Para cada parcela negociada, o devedor dá seu aceite para os valores e prazos estipulados, vinculando o negócio aos títulos emitidos.
CHEQUES PRÉ DATADOS
Não existe cheque pré datado, porém, de acordo com os usos e costumes atuais, comércio e consumidores, eles ocorrem. Acordam que os pagamentosocorrerão em datas e valores pré-fixados com cheques.
CONSIGNAÇÃO
O fornecedor, comercial ou industrial, fornece as mercadorias ou produtos ao revendedor e somente recebe à medida que ocorrer a venda por parte do revendedor. Muitas vezes, não há formalização do negócio, outras vezes, o revendedor deposita uma caução em título ou em cheque, como garantia da transação.
Pessoa Jurídica
Os créditos para pessoas jurídicas são concedidos em curto prazo e em longo prazo. Em curto prazo: para aquisição de bens necessários à atividade operacional para cobertura de caixa, para capital de giro, manutenção e outras. Em longo prazo: aquisição de máquinas e equipamentos e outros imobilizados, desenvolvimento de novos produtos, expansão produtiva e outras.
As modalidades de créditos para operações a prazo para as pessoas jurídicas são:
No comércio, indústria e prestação de serviços:
a) Faturada;		b) Consignada;		c) Contratada.
Nas instituições financeiras:
a) Crédito rural:
1) Custeio – créditos para o custeio operacional, sementes e insumos agrícolas;
2) Crédito – aquisição de equipamentos e ampliação.
3) Financiamento para aquisição de ativos imobilizados:
Finame: linha de crédito do BNDES, para aquisição de máquinas e equipamentos.
Agroindustrial: crédito para instalação industrial com material agrícola – fábrica de óleos, frigoríficos etc.
Financiamento de capital de giro: Linha de crédito para financiamento de capital de giro; financiamento para importação de bens; linha de crédito para aquisição de máquinas e equipamentos sem similar nacional; financiamentos em geral: linhas de crédito para aquisições de bens e serviços, incluindo-se os descontos de títulos, cheque especial e outros créditos previamente contratados; financiamento para exportações
ACC – Adiantamento dos contratos de câmbio: antecipação dos contratos de câmbio, proporcionando recursos aos exportadores.
Financiamento para produção e exportação: alavancar giro para pequenas e médias empresas produtoras que se dediquem às exportações.
Títulos utilizados na concessão de créditos
Para todas as transações comerciais, pressupõe-se que haja um documento formal com as condições da transação. No caso de venda de um produto ou uma prestação de serviços, no mínimo deverá existir uma nota fiscal da venda ou da prestação de serviços. As condições da operação deverão constar nesse documento fiscal. No caso de pagamento a prazo, além de constar no documento fiscal, outro documento poderá ser emitido, tal como uma duplicata, nota promissória, ou outro específico. Também, nas operações comerciais, poderá ser emitido um contrato no qual as especificações da transação e a forma de pagamento serão devidamente contempladas. 
Dentre os títulos ou documentos utilizados nas transações comerciais dadas com garantias, podemos citar:
Nota fiscal – fatura; 	b) Duplicatas; 	c) Cheque; d) Nota Promissória;
e) Letra de Câmbio; 	f) Contrato; 	g) Carnê de Pagamentos.
Nota Fiscal – Fatura
É o documento utilizado nas transações comerciais de venda de produtos, mercadorias e na prestação de serviços. Tem uma especificação de formatação de acordo com a legislação tributária de cada estado e/ou município. Devem constar, de forma impressa, todas as informações cadastrais do emissor, e as informações do cliente ou comprador são escritas de forma manual ou mecânica em espaços previamente definidos. Deve constar o produto, mercadoria ou a prestação de serviço a executado, o valor correspondente, os impostos incidentes, ICMS, IPI ou ISS, conforme o caso. O prazo de vencimento da operação deve estar destacado, incluindo a praça de pagamento.
Por ser uma nota fiscal fatura, o título fatura é o título utilizado para cobrança, com todas as características legais de aceite por parte do cliente.
Duplicatas
Muitas operações comerciais que ocorrem com notas fiscais, após a emissão, é emitido um título denominado duplicata, que vem reforçar a transação comercial existente entre o emitente e o comprador. Para as Faturas e as Duplicatas, considerados títulos de créditos, não havendo pagamento, podem ser registrados em Cartórios de Protestos, visando resguardar o direito do emitente na cobrança do título, obedecidos os prazos estabelecidos em normas legais. Os procedimentos desse registro devem obedecer aos aspectos previstos em leis.
Cheque
O cheque é um documento correspondente a uma ordem de pagamento a vista. Portanto, o favorecido ou sacado poderá, a qualquer tempo, receber o valor correspondente. Devido à falta de crédito e à participação das instituições financeiras no segmento de créditos, informalmente essas instituições passaram a descontar os cheques para as empresas comerciais que aceitavam os pré-datados como forma de pagamento.
Legalmente, não existe cheque pré datado, uma forma de pagamento parcelado, em que as partes, comerciante e cliente, na confiança mútua, executam uma transação comercial, na qual o cliente paga por meio de vários cheques, os quais deverão ser descontados na data aprazada entre as partes. Uma vez que o comerciante necessita de capital de giro – caixa –, os bancos começaram a aceitar esses títulos para serem descontados.
Os cheques podem ser protestados consoante a legislação vigente e desde que estejam devidamente preenchidos.
Nota Promissória
A nota promissória é um título de crédito que se constitui em uma promessa de pagamento do devedor. Em uma transação comercial, havendo contrato, o crédito pode ser garantido por meio da nota promissória, garantia para o credor. De acordo com a legislação brasileira, todos os documentos creditícios devem ser nominais. Como qualquer título legal, na falta de pagamento, pode ser protestado.
Letra de Câmbio
É um título formal de crédito, que contém ordem de pagamento a vista ou a prazo, encaminhado por um emitente a determina pessoa para pagamento a terceiros. Na falta de pagamento, pode ser protestado. 
Contrato
Um contrato é um acordo de vontade entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, com a finalidade de adquirir, modificar ou extinguir direitos. Os efeitos de um contrato, uma vez perfeito e acabado, não pode ser desfeito, senão por outro acordo de vontades chamado distrato.
Além disso, o contrato só pode ser modificado pelo consenso de ambas as partes, ou por decisão judicial. A legislação brasileira determina, ainda, que constitui elemento essencial à validade dos contratos públicos e particulares a assinatura de duas testemunhas e suas rubricas, em todas as folhas dos contratos. 
Havendo necessidade de cobrança, são emitidos títulos, tais como Nota Promissória, Letras de Câmbio, Recibo e outros títulos. Há contratos que, celebrados por instrumento público ou particular, devem ser registrados em cartório para serem válidos.
Carnê de Pagamentos
Há transações comerciais, em que o pagamento do crédito é feito por meio de carnê, que se constitui anexo da transação comercial. Entende-se que haja inadimplência após a falta de pagamento de duas parcelas. Normalmente, há um título de crédito devidamente assinado pelo devedor que, no caso de inadimplência, será executado.
Outros Títulos de Créditos
Outros títulos de créditos são: CDB Certificado de Depósitos Bancários, RDB Recibos de Depósitos Bancários, Conhecimento de Frete, Ação, Debêntures entre outros. Para cada tipo de transação, é utilizado um título de crédito específico, dependendo da legislação ou norma existentes.

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