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Avaliação e manejo do bem estar em grupo

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Módulo 8 
 
Avaliação e manejo do bem-estar em grupo 
 
Objetivos de aprendizagem 
• Entender os princípios da avaliação do bem-estar em nível de grupo 
• Identificar métodos diferentes de avaliação 
• Reconhecer as aplicações da avaliação em nível de grupo 
• Entender o gerenciamento da saúde e do bem-estar em sistemas de grupo 
 
Sumário do conteúdo 
• Princípios da avaliação do bem-estar 
• Métodos 
• Aplicações 
– Pesquisa 
– Esquemas de certificação voluntária 
– Legislação 
– Ferramenta para assessoria – medicina preventiva 
• Gerenciamento da saúde e do bem-estar 
– Programas de saúde para rebanhos 
 
Introdução 
Avaliação do animal individual 
Por exemplo, em aves, avaliação da cor da crista, do escore das penas e do bico. 
Como avaliar milhares? 
 
O bem-estar animal foi estudado com profundidade para melhorar a situação atual dos 
animais. No entanto, em um grande número de casos, estes estudos não são diretamente 
aplicáveis a grandes grupos ou a situação a campo. Estes estudos focalizam tipicamente 
o efeito de fatores isolados – por exemplo, o tipo do chão, densidade populacional, 
tamanho do grupo etc. 
 
Como você soma todos estes efeitos? Foram feitas diversas tentativas de desenvolver 
medidas que tentam registrar o efeito combinado de fatores individuais do bem-estar. 
Estes são, por exemplo (também descritos nos módulos 2, 3, 4, 5, 6, e 7): 
· Indicadores comportamentais 
· Parâmetros fisiológicos e imunológicos 
· Parâmetros patológicos 
 
No entanto, há amplo consenso no sentido de que qualquer parâmetro válido do bem-
estar em nível de fazenda ou grupo terá de usar mais de um tipo de observação. 
Além disso, é essencial realizar estudos epidemiológicos a campo além dos 
experimentos feitos em instituições de pesquisa. 
 
Princípios da avaliação do bem-estar em nível de grupo 
• Que grupos de animais? 
– Ex.: animais em fazendas, laboratórios, instituições de proteção ou 
centros de controle de zoonoses, animais silvestres 
• Requisitos para indicadores de bem-estar 
– Praticabilidade: restrições de tempo, custos, manuseio dos animais 
– Confiabilidade: quantidade de erros ao acaso, incluindo: 
• Repetibilidade: concordância entre observadores e entre 
observações diferentes do mesmo observador 
• Validade: significado do parâmetro 
 
Existem muitas situações diferentes que exigem avaliação em nível de grupo por razões 
práticas ou estatísticas. Todos os animais – ex.: poedeiras em uma fazenda – são 
influenciados pela mesma comida, pelo mesmo tratador ou pelas mesmas instalações, e 
portanto têm de ser tratados (também estatisticamente) como não independentes uns dos 
outros. O mesmo pode se aplicar a animais em um laboratório, em instituições de 
proteção, em centros de controle de zoonoses ou em liberdade em alguma região – ex.: 
zebras em um parque nacional. 
Na escolha de indicadores apropriados, temos de satisfazer os seguintes requisitos: 
PRATICABILIDADE: limitações de tempo e dinheiro disponíveis, manuseio dos 
animais, etc. precisam ser consideradas. A praticabilidade depende muitas vezes da 
natureza do estudo. Pode não ser possível, por exemplo, tirar amostras de sangue de 
cem animais ou observá-los durante 24 horas (possível na pesquisa, impossível como 
ferramenta de consultoria). 
CONFIABILIDADE: quantidade de erros ao acaso na realização de uma avaliação. 
Refere-se à estabilidade da medição, mas também pode se referir ao consenso das 
diferentes pessoas que realizam uma avaliação. Na estatística isso é chamado de 
“repetibilidade intra e inter-observador”. 
Como você pode garantir confiabilidade? Os parâmetros têm de ser definidos com 
exatidão (ex.: usando fotos) e os avaliadores precisam ser treinados. 
VALIDADE: refere-se às conclusões que podemos tirar dos resultados de uma 
avaliação – como podemos interpretar estes resultados? Significam aquilo que 
supostamente devem significar? (ex.: bem-estar) 
Como você pode garantir validade? Um teste tem de ser validado utilizando uma outra 
avaliação cientificamente aceita (ex.: avaliação da prevalência de claudicação 
correlacionada com lesões das patas, comparação de comportamentos observados com 
níveis de cortisol etc.). 
 
Abordagem epidemiológica 
– Seleção de uma seção representativa de grupos de animais (ex.: todas as 
unidades leiteiras de uma região) 
– Seleção ao acaso de animais de um grupo 
– Avaliação da severidade e duração de um problema e número de animais 
afetados – isto é, prevalência e incidência 
 
EPIDEMIOLOGIA é definida como “o estudo da distribuição e dos determinantes de 
estados ou eventos relacionados com a saúde em populações específicas e a aplicação 
deste estudo ao controle de problemas de saúde”. 
A definição indica que os epidemiologistas não se preocupam somente com a doença, 
mas também com estados de saúde mais positivos e com os meios para melhorar a 
saúde. A unidade de estudo na epidemiologia é uma população. 
Para se conduzir um estudo epidemiológico tem de ser selecionada uma seção 
representativa da população, considerando diversos fatores como tamanho de uma 
fazenda, área, raça etc. Em uma avaliação em nível de grupo avalia-se a população 
inteira de animais ou se toma uma amostra aleatória (ex.: usando listas de brincos de 
orelha escolhidos ao acaso, selecionando animais com brincos de números pares etc.) 
Os termos a seguir descrevem o número de animais afetados: 
 
INCIDÊNCIA = número de casos novos em um determinado período de tempo dividido 
pelo número de animais sob risco. O período de tempo selecionado é normalmente um 
ano; neste caso, falamos de incidência anual. 
PREVALÊNCIA = número de animais afetados pela doença em um dado momento. 
Pode ser calculada dividindo o número de animais doentes pelo número de animais sob 
risco. 
 
Medidas nos animais, ex.:
Dados do Dados do sistemasistema e e efeitosefeitos
AMBIENTE 
ex.: instalações / dieta
TRATADOR
ex.: treinamento
ANIMAL
ex.: reprodução
Dados do 
sistema
(parâmetros
indiretos)
Manqueira Lesões dos 
jarretes
Lesões/condições
corporais
Efeitos
(parâmetros
diretos)
 
Na avaliação do bem-estar animal podem ser usados dois tipos diferentes de parâmetros: 
• Dados do sistema (parâmetros indiretos): estes são os recursos de produção 
disponibilizados aos animais. Eles incluem a qualidade do tratador (ex.: 
avaliação do treinamento recebido, interação com os animais etc.), o ambiente 
(avaliação de dimensões, qualidade do chão, limpeza, número de bebedouros) e 
a raça dos animais (adequação ao sistema). 
• Efeitos (parâmetros diretos): estes são indicadores relacionados com o animal 
que mostram os efeitos dos dados do sistema sobre o bem-estar dos animais. 
Eles incluem uma variedade de parâmetros relativos aos animais, como escores 
de claudicação, lesões corporais, sujeira no corpo, escores das penas, descarga 
ocular/nasal e comportamento. 
É também importante notar que todos os três dados do sistema são refletidos pelos 
efeitos – ex.: lesões dos jarretes são influenciadas pelo tipo de material do alojamento, 
pela qualidade do tratador (fornecendo palha fresca todo dia) e pela raça dos animais. 
 
Os escores podem estar em diferentes escalas: 
• Escala contínua: ex.: comprimento da baia em centímetros 
• Escala ordinal: ex.: 0=sem lesão no jarrete, 1=perda de pêlo, 2=jarrete 
inchado, ferida aberta 
• Escala nominal: ex.: nome das raças: vaca Friesian-holandesa, Zebu, 
Hereford. 
 
Métodos 
• Dados do sistema – avaliação 
– Medições das instalações 
– Disponibilização de água e alimentos 
– Qualificação do tratador 
– Registros de medicamentos 
• Efeitos – avaliação
– Avaliação do animal vivo 
– Avaliação do animal morto (abatedouro, necrópsia) 
Avaliação dos dados do sistema: 
• Medição das instalações; provisão de alimentos e água; número e qualificação de 
tratadores; registros de medicamentos. 
 
Avaliação dos efeitos: 
• Avaliação do animal vivo: parâmetros patológicos e fisiológicos – ex.: escore de 
condição corporal, claudicação, escore de lesões etc.; parâmetros comportamentais – 
ex.: distância de fuga a humanos, comportamento ao deitar, tempo passado deitado etc. 
• Avaliação do animal morto (abatedouro, necropsia): parâmetros patológicos – ex.: 
escores de pulmão, fraturas, taxas de mortalidade. 
 
Ambos os métodos têm vantagens e desvantagens: 
Avaliação dos dados do sistema (indireta, ambiental): é um método relativamente 
simples. Parâmetros como comprimento da baia, número de bebedouros etc. podem ser 
registrados rapidamente e com facilidade e as medições normalmente podem ser 
repetidas sem dificuldade. Eles também servem como base excelente para a solução de 
problemas – ex.: aumento do número de bebedouros. 
 
A desvantagem desta avaliação é que ela raramente leva em conta a qualificação do 
criador de animais, visto que, mesmo no melhor ambiente, o bem-estar dos animais 
pode estar comprometido (ex.: porcas mancas por falta de observação ou tratamento). 
Alguns parâmetros (ex.: quantidade de palha, limpeza) podem ser avaliados somente no 
momento da inspeção. 
Avaliação dos efeitos (direta, baseada no animal): os efeitos são uma medida mais direta 
do bem-estar de um animal. A desvantagem é que o registro de alguns desses 
parâmetros pode ser difícil e consumir tempo (ex.: observação do comportamento 
durante 24 horas, avaliação de 100 vacas). Por outro lado, sua avaliação é mais prática, 
e altos números podem ser facilmente avaliados, especialmente no abatedouro. 
 
Podemos descrever “bem-estar” com um escore? 
É avaliada uma variedade de parâmetros: 
• Eles podem ser somados em um escore? 
• Alguns são mais importantes que outros? 
• O que é um nível “normal”? 
Na maioria das situações deve ser usada uma variedade de métodos (avaliação de dados 
do sistema e efeitos), devendo-se escolher uma combinação dos métodos mais úteis para 
o propósito da avaliação. 
Para algumas finalidades pode ser desejável estabelecer um “escore final”, somando-se 
todos os parâmetros. Este é o caso do ANI (Animal Needs Index - Índice de 
Necessidades dos Animais, Bartussek et al., 2000), no qual, por exemplo, no mínimo 21 
pontos são exigidos pelas associações de certificação orgânica e como requisito legal 
em algumas regiões. 
A vantagem do sistema é permitir fácil comparação de fazendas e o estabelecimento de 
metas. A desvantagem é que, mesmo diante da obrigação de satisfazer padrões mínimos 
(requisitos legais), alguns resultados ruins podem estar disfarçados por um resultado 
excelente. Quando o objetivo é melhorar condições, um parâmetro só não é suficiente 
para identificar as áreas problemáticas. 
Além disso, no momento existe pouca evidência científica para sustentar uma alocação 
de peso (grau de importância) para cada fator, pois isso, na maioria das vezes, é feito de 
modo subjetivo ou baseado na opinião de um especialista. A importância destes fatores 
para o animal tem de ser avaliada objetivamente, e muito mais pesquisas serão 
necessárias para se definir níveis “normais” ou níveis-alvo para fatores como tempo 
passado deitado, número de calos, cortisol nas fezes etc. 
Na maioria dos casos pode ser útil evitar o termo bem-estar e, em vez disso, descrever o 
parâmetro específico – ex.: claudicação, prevalência do comportamento de morder o 
rabo etc. 
 
Aplicações 
• Pesquisa 
– Monitoramento da saúde e do bem-estar 
– Avaliação do impacto de intervenções 
• Esquemas de certificação voluntária 
• Legislação 
• Assessoria – medicina preventiva 
As aplicações da avaliação do bem-estar em nível de grupo são numerosas e de 
crescente importância do ponto de vista global. 
 
Exemplos de pesquisas 
Monitoramento 
• Avalie a variação em grupos “normais” 
• Avalie sistemas de criação 
• Avalie recursos individuais (fatores de risco) 
• Avalie esquemas de certificação 
• Avalie a influência de uma nova legislação 
• Avalie o impacto de projetos 
Na maioria dos casos, o primeiro passo em direção a uma melhora é a avaliação da 
situação, a identificação das áreas de preocupação mais séria, sua prevalência e 
severidade. 
Isto pode ser feito observando-se (monitorando) uma situação em uma determinada 
área, comparando diferentes grupos ou avaliando o impacto de mudanças no decorrer do 
tempo (ex.: nova legislação e novos projetos). 
 
Avalie a variação em fazendas
normais
 
Esta tabela resume os resultados de um projeto de pesquisa realizado na Universidade 
de Bristol (Whay et al., 2003). Uma variedade de parâmetros de saúde e de bem-estar (à 
esquerda) foi avaliada em vacas individuais, em 53 fazendas de leite. Os resultados das 
fazendas foram divididos em cinco categorias de avaliação iguais, cada uma 
representando 20% do total das fazendas, sendo os resultados na cor verde os melhores 
e os na cor vermelha os piores. Os dois valores em cada faixa representam os números 
mais altos e mais baixos nesta categoria. 
Foi interessante observar que nenhuma fazenda obteve resultados totalmente bons ou 
ruins. Por exemplo: uma fazenda com prevalência de 30% de vacas mancas podia estar 
na faixa vermelha (a pior), mas na faixa verde (melhor) para o parâmetro de vacas 
gordas e magras. 
É importante dar-se conta de que os problemas de bem-estar neste estudo refletem a 
variação nas fazendas avaliadas e são influenciados pela seleção das fazendas. Estes 
estudos representam uma ferramenta importante de comparação, mas a sua interpretação 
requer cuidado. 
 
WHAY, H. R., MAIN, D. C. J., GREEN, L. E., WEBSTER, A. J. F., 2003: 
“Assessment of Dairy Cattle Welfare Using Animal–Based Measurements”. Veterinary 
Record (In Press) 
 
 
Avalie sistemas de criação
Alojamento em grupo para porcas
gestantes
• 5,3% mancas
• 8,3% cascos muito longos
• 18,2% calosidade
Sistemas de alojamento individual para
porcas gestantes (Leeb et al., 2002)
• 2,4% mancas
• 21,4% cascos muito longos
• 41,u7% calosidade
 
A avaliação do bem-estar em nível de grupo pode ser usada para avaliar sistemas de 
manutenção como neste exemplo, que compara alojamento individual com alojamento 
em grupo de porcas gestantes. 
É preciso ter cuidado na interpretação dos resultados, visto a existência de muitos 
fatores influenciando os mesmos. Neste caso, além do parâmetro alojamento individual 
versus alojamento em grupo, a quantidade de material para a cama e o estágio da 
gestação influenciaram os resultados de forma significativa (Leeb et al., 2002). 
Observou-se menos calosidade nas porcas que dispunham de palha na área de descanso 
e que estavam em um estágio de gestação mais avançado. 
Estes fatores de risco podem ser analisados usando métodos estatísticos multifatoriais. 
Os resultados podem ser usados para aconselhar fazendeiros na construção de um novo 
sistema ou para melhorar sistemas existentes. 
 
Avaliação do impacto de intervenções 
Por exemplo: 
– Campanhas de vacinação 
– Educação e treinamento dos proprietários 
– Antes e depois da intervenção 
– Localizações com e sem intervenção 
 
Avaliação da saúde e do bem-estar em nível de grupo é uma ferramenta importante para 
a avaliação do impacto de todo tipo de intervenções. 
Para monitorar o sucesso de um projeto, com conseqüente alocação apropriada de 
recursos, estes métodos estão sendo cada vez mais reconhecidos e usados em avaliações 
baseadas
no animal. É uma forma objetiva de demonstrar o impacto real de 
intervenções. 
O sucesso de um projeto não pode apenas ser medido pelo número de intervenções – 
ex.: número de vacinações realizadas, número de animais tratados, quilômetros rodados 
por uma clínica móvel. Os níveis de aplicação de vacinas, por exemplo, não 
contabilizam as vacinas perdidas em algum lugar durante o caminho ao animal, a 
técnica usada, ou se a vacina está inadequada ou desnecessária. 
Por isso, os métodos anteriormente descritos (avaliação de efeitos, como escore de 
condição corporal, escore de lesões, claudicação etc.) podem ser usados para avaliar 
uma população antes e depois ou com e sem intervenção. 
 
Exemplo: monitoramento da saúde 
• Política atual 
– Tratamento normal e protocolo de prevenção 
• Registros 
– Incidência de doenças 
• Revisão 
– Níveis das metas 
– Níveis de intervenção 
• Plano de ação 
– Protocolos de aperfeiçoamento 
Para monitorar parâmetros de saúde em fazendas ou em outros grupos de animais pode-
se seguir o protocolo abaixo: 
A política atual (protocolo de prevenção e tratamento) é estabelecida e os registros de 
incidência de doenças são comparados com a avaliação da sua prevalência. Isto é 
discutido em colaboração com o fazendeiro/proprietário do animal. A comparação de 
incidência e prevalência pode ser realizada usando metas e níveis de intervenção 
(nacionais ou individuais) para motivar melhoras. 
Para melhorar a situação ainda mais é delineado um novo plano de ação. 
 
Monitoramento da saúde e do bem-estar 
 
Também aplicável a animais silvestres 
• Avaliação de dados do sistema 
– Por exemplo, disponibilidade de pasto apropriado, acesso à água 
• Avaliação de efeitos 
– Por exemplo, escore de condição corporal, número de animais 
novos, distância de fuga 
– Parâmetros fisiológicos – ex.: cortisol nas fezes 
Para avaliar o bem-estar de uma população de animais silvestres podem ser usados e 
aplicados os mesmos métodos – ex.: em parques nacionais, projetos de reintrodução ou 
em zoológicos. 
Nestes casos, a viabilidade do método deve ser levada em especial consideração, visto 
que os animais não podem ser manejados (ex.: avaliação visual do escore de condição 
corporal em vez de exame físico). 
 
Exemplos de certificação/voluntária 
• Esquemas de certificação de fazendas 
– Geralmente ditados pelo mercado e a preocupação principal é muitas 
vezes a segurança alimentar 
– Holanda – IBK em todas as fazendas, sistemas ao ar livre 
– Reino Unido – esquema Red Tractor Mark, Freedom Foods (Alimentos 
Liberdade – alusão às Cinco Liberdades) 
– EUA – Programa de certificação Free Farmed (Produção Livre) 
– Áustria – “Tierschutzgeprueft” utiliza ANI para poedeiras 
– EUREPGAP – International 
• Sistemas de certificação orgânica 
– Participação voluntária, mas algumas exigências legais na União 
Européia (EU reg. 1804/1999) 
• Requerimento para subsídios 
– Sistema voluntário, pode escolher participar ou não 
Conforme abordado em detalhe no módulo 18, de acordo com os varejistas, fornecer 
produtos animais de fazendas que estejam dentro dos padrões de segurança alimentar e 
de bem-estar animal significa vantagem no mercado. 
Os produtores que tencionem comercializar seus produtos através destes varejistas têm 
de cumprir os requisitos estabelecidos pelos sistemas de certificação de fazendas 
(exemplos na projeção). 
Para se poder cumprir com os requisitos do mercado mundial, precisam ser 
estabelecidos sistemas de monitoramento no mundo inteiro. 
Nota: EUREPGAP é um conjunto de documentos normativos para aprovação perante as 
leis internacionais de certificação. Esses documentos, em forma de protocolo, foram 
desenvolvidos por um grupo de representantes do mundo inteiro de toda cadeia de 
produção de alimentos e dirigem o produtor para as questões-chave a serem 
consideradas antes do produto deixar a fazenda. 
 
Exemplos da legislação 
• Legislação da União Européia 98/58/EC 
– Padrões principalmente baseados nos recursos 
– Alguns no entanto podem ser avaliados através da observação do animal 
• ANI em determinadas províncias (Salzburgo e Tirol, Áustria) 
– Escore mínimo de ANI 
• Avaliação de saúde individual de vacas (Irlândia) 
– Inspeção de vacas como parte do teste de tuberculose 
• Avaliação do sistema por um centro de pesquisas (Suíça) 
– Avaliação e autorização para novos sistemas de criação 
Avaliação do bem-estar em nível de grupo é uma ferramenta importante para a 
legislação relativa ao bem-estar animal. 
 
A maior parte da legislação relativa ao bem-estar (por exemplo, na União Européia e na 
Nova Zelândia) está baseada em padrões descrevendo recursos (dados do sistema) – ex.: 
descrevendo níveis de densidade populacional, proibindo tipos de alojamento (ex.: 
banindo as gaiolas industriais tradicionais para poedeiras) e exigindo acesso a alimento 
suficiente. Estes últimos podem ser avaliados observando os animais (escore de 
condições). 
Em países europeus individuais são usados sistemas muito específicos – ex.: o Índice de 
Necessidades dos Animais (ANI) na Áustria para fazendas orgânicas, avaliação de 
saúde das vacas individualmente na Irlanda etc. 
Na Suíça, por exigência legal, novos sistemas de produção têm de ser aprovados por 
uma instituição governamental antes de serem postos no mercado/vendidos a 
fazendeiros. Um centro de pesquisas suíço (FAT Taenikon) usa parâmetros diretos e 
indiretos para avaliar o sistema (por exemplo, alimentadores eletrônicos para porcas) 
sob condições experimentais e práticas na fazenda. 
 
BARTUSSEK, H., 1999b: “A review of the animal needs index (ANI) for the 
assessment of animals’ well-being in the housing systems for Austrian proprietary 
products and legislation”. Livestock Production Science, 61, 1999, 179-192. 
 
Como funcionam os esquemas legislativos ou de certificação? 
Padrões definem os recursos que devem ser disponibilizados 
 
Para poder estabelecer um esquema ou legislação de sucesso, os seguintes itens são 
necessários: 
• Padrões definindo os recursos a serem disponibilizados 
• Assessores treinados, independentes tanto do fazendeiro (ex.: não deveria ser seu 
médico veterinário) quanto do esquema. 
• Listas de checagem para avaliação a campo 
• Planos de intervenção para o caso de padrões não satisfeitos, definindo o tipo de 
melhoras exigidas, prazos e penalidades. 
 
Para ter credibilidade pública, um esquema de certificação deveria incluir mais do que o 
mínimo legal de padrões de bem-estar animal e também deveria implementar um 
sistema eficaz de fiscalização. 
 
No Brasil, o SISBOV, Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem 
Bovina e Bubalina, está em franca implementação. Pelo SISBOV, é possível obter 
informações como a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da 
pecuária brasileira, o chamado rastreamento, feito por empresas operadoras do sistema 
de certificação credenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA). O Brasil é líder em exportação de carne bovina. Segundo projeções da 
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), até o fim de 2003 as 
exportações poderão chegar a 1,4 milhão de toneladas, o que renderá ao país cerca de 
1,5 bilhão de dólares. 
 
O principal mercado brasileiro é a União Européia (UE), que compra 40% da carne 
bovina brasileira. Atualmente, a UE não obriga diretamente o Brasil a fazer a 
rastreabilidade do rebanho de bovinos, mas observa que os países fornecedores devem 
atender às mesmas exigências feitas aos países que são membros da UE. Com o tempo, 
provavelmente serão também impostas barreiras relativas ao bem-estar animal,
uma vez 
que exigências nessa área são feitas aos países da UE. O próprio processo de 
implantação do SISBOV firma as bases para se incluir requisitos de bem-estar animal. 
 
A partir de 2005, a União Européia não importará mais carne de países que não tenham 
um sistema de rastreamento completo de seu rebanho. 
 
Padrões: dirigidos aos métodos 
• Recursos exigidos independentemente do seu efeito real a campo 
• Baseado nas boas práticas/na pesquisa do bem-estar 
• Avaliado através de observação dos recursos 
• Exemplo: animais mantidos ao ar livre têm de dispor sempre de uma área de 
descanso bem drenada 
Existem diferentes tipos de padrões – os padrões dirigidos aos métodos descrevem os 
recursos indispensáveis para qualquer situação, independentemente do seu efeito real a 
campo. 
Um exemplo disso está ilustrado na foto acima: 
“Animais mantidos ao ar livre têm de dispor sempre de uma área de descanso bem 
drenada.” Isto não é o caso nesta foto. Mesmo que as vacas estejam abrigadas durante a 
noite, o termo sempre não é cumprido. 
Os padrões muitas vezes permitem interpretação subjetiva usando o termo “adequado” – 
ex.: higiene adequada. 
Isto pode ajudar para lidar com situações individuais mas, por outro lado, dá margem ao 
abuso e dificulta a repetibilidade da avaliação. 
 
Padrões: dirigidos aos objetivos 
• O nível de recursos exigidos é definido com base no seu efeito sobre os animais 
em cada fazenda 
• Avaliado através da observação dos animais 
Exemplo: “Animais devem ser alimentados com uma dieta completa, em quantidade 
suficiente para mantê-los em boa saúde, satisfazer suas necessidades nutricionais e 
promover um estado positivo de bem-estar.” 
Também existem parâmetros baseados nos animais, permitindo a avaliação objetiva dos 
resultados dos padrões. 
Usando o exemplo acima, seria difícil estabelecer padrões globais para a nutrição de 
vacas leiteiras usando os dados do sistema (ex.: descrevendo a quantidade e qualidade 
dos alimentos). 
Seria impossível comparar as necessidades de uma vaca leiteira da raça Friesian-
holandesa sem acesso a pasto nos Estados Unidos com um rebanho Zebu pastando no 
Rift Valley no Leste da África. 
Porém, a avaliação dos resultados (ex.: escore de condição corporal, fertilidade, 
condição da pelagem) permite uma mensuração objetiva de “boa saúde, satisfação de 
necessidades nutricionais e promoção de um estado positivo de bem-estar”. 
 
Exemplos de assessoria/gerenciamento 
• Análise de problemas 
– Perceber, avaliar, agir e reavaliar 
 
• Sistema de referências 
- Dando pontos de referência para 
• Parâmetros baseados no animal 
• Desempenho de produção 
 
• Sistema de gerenciamento 
– Plano de saúde - ex.: exigência para certificação da fazenda 
– Sistemas ARPCC 
Existem diversas aplicações da avaliação em grupo que podem ser úteis na assessoria a 
tratadores de animais e para melhorar o bem-estar dos seus animais: 
• A análise de um problema consiste na percepção do problema, na avaliação de 
sua extensão, na tomada da atitude adequada e na reavaliação. 
• Um sistema de referências ajudará a perceber, avaliar e reavaliar um problema, 
usando parâmetros baseados no animal ou dados do desempenho de produção. 
Este sistema será explicado mais detalhadamente. 
• Sistemas de gerenciamento, como planos de saúde, representam uma ferramenta 
útil na administração da saúde e do bem-estar em nível de grupo e podem 
funcionar como parte de um sistema ARPCC (Análise de Riscos e Ponto Crítico 
de Controle), cujos princípios podem ser usados para monitorar o bem-estar 
animal. 
 
Análise de problemas
• Exemplo: fazenda de cabras
– Perceber o problema
– Avaliar
• Escore de condição corporal (ECC)
• Exame dos dentes
• Linfonodos superficiais
• Membranas mucosas
• Descarga ocular e nasal
• Claudicação
– Ação
– Reavaliação
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
ECC
1,5
ECC
2
ECC
2,5
ECC
3
ECC
3,5
Prevalência (%)
 
Grupos de animais são avaliados regularmente para monitorar o estado de doenças, 
assim prevenindo problemas. Para investigar a causa de problemas podem ser usados os 
mesmos princípios esboçados antes: 
 
Avaliação dos dados do sistema – ex.: quantidade e qualidade dos alimentos, 
comprimento do cocho, vacinações etc. 
Avaliação dos efeitos – exame clínico do rebanho. 
A projeção mostra um exemplo a partir de uma cabanha de 40 cabras, com três casos de 
morte de reprodutoras adultas. Após avaliação do ambiente e especialmente dos 
alimentos, todos os animais foram examinados. 
Foi calculada a prevalência de diferentes parâmetros para investigar várias razões para 
problemas clínicos (ex.: descarga nasal ou ocular). Foi encontrado um número 
excepcionalmente alto de animais em baixa condição corporal. O gráfico na projeção 
mostra a prevalência de cabras em cada escore de condição corporal (ECC), sendo que 1 
significa magra e 5 gorda. 
As flechas vermelhas indicam as duas regiões do corpo usadas para avaliação do escore 
de condição corporal em cabras. 
Neste caso foi diagnosticada paratuberculose (doença de Johne) e foram estabelecidas 
medidas de controle, incluindo o descarte dos animais infectados e de suas crias. 
Como os testes de diagnóstico não são inteiramente confiáveis e casos falso-negativos 
podem ocorrer, é importante reavaliar a situação regularmente. 
Para escores de condição corporal para diferentes espécies, acesse 
http://www.defra.gov.uk/animalh/welfare/farmed/ 
 
O que é um sistema de referências 
• Avaliação do bem-estar de uma fazenda 
• Relatório para o fazendeiro com comparação de um par 
• Produção de prioridades de ação específicas para a fazenda 
• Identificação dos pontos fortes e fracos da fazenda 
Referência é definida como “um padrão ou ponto de referência”. Neste caso, a 
prevalência de vários indicadores do bem-estar em um grupo de animais é comparada 
com um par – ex.: outras fazendas da mesma área. 
Isto torna o fazendeiro e seu médico veterinário capazes de identificar não somente 
áreas preocupantes como também áreas positivas, ajudando a estabelecer prioridades de 
ação específicas para a fazenda e a atestar as observações. 
 
Calosidades em suínos
Número de calos por animal em 43 fazendas
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
calos
(Leeb et al; 2001)
 
Este é um possível formato para um relatório de retroalimentação, na qual a taxa média 
de calosidades nas patas de porcas gestantes em uma determinada fazenda (vermelho) 
pode ser comparada com os resultados de todas as outras fazendas onde porcas são 
mantidas em cubículos individuais. O eixo y mostra o número médio de calosidades por 
fazenda e o eixo x representa 43 fazendas individuais. 
 
Mr F. Armer, Honey Suckle Farm, Mongolia
Date of Visit : 5th May 2001
Measure Source of Unit of Actual Banding
Information Measure Result
Est. - Estimated by farmer, Obs.-Observed during visit, Rec.-Farm records
Health & Production
Nutrition
Annual Ave. milk yield Est. Litres 7800.00 B
Thin cows (BCS <2) Obs. % 3.45 A
Fat cows (BCS >3.5) Obs. % 27.59 E
Bloated rumen Obs. % 24.14 D
Hollow rumen Obs. % 13.79 B
Milk fever cases Est. /100 cows/year 0.00 A
Other disease Est. /100 cows/year 1.63 A
Reproduction
Conception rate to 1
st
 Service Est. % 61.00 B
Assisted calving cases Est. /100 cows/year *
Mastitis 
Mastitis cases Rec. /100 cows/year 45.65 D
Mastitis cases Est. /100 cows/year *
Lameness 
No. of lame cows Obs. % 13.60 A
Lameness cases Rec. /100 cows/year 6.52 D
Lameness cases Est. /100 cows/year *
Claw overgrowth Obs. % 44.83 D
Claw conformation Obs.
% 27.59 E
Non-specific Illness / Mortality
Obviously sick Obs. % 0.00 A
Sudden death / casualty Est. /100 cows/year 1.09 B
External Appearance
Cow Cleanliness & Coat Condition
Dirty hind limbs Obs. % 82.76 A
Dirty udder Obs. % 10.34 B
Dirty flanks Obs. % 0.00 A
Dull coat Obs. % 6.90 C
Thick hairy coat Obs. % 10.34 B
Hair loss Obs. % 10.34 C
Injuries from the Environment
Hock hair loss Obs. % 65.52 D
Swollen hock Obs. % 37.93 D
Ulcerated hock Obs. % 10.34 C
Non-hock injuries Obs. % 58.62 B
Behaviour
Approachability
Maximum flight distance Obs. meters 3.00 B
Average flight distance Obs. meters 1.65 C
Lying Behaviour
Cow idling Obs. % 10.50 E
Rising restriction Obs. % 40.00 D
RelatRelatóóriorio de de 
retroalimentaretroalimentaçção ão 
de de resultadosresultados de de 
fazendasfazendas
individuaisindividuais
 
Este é um outro exemplo de relatório de retroalimentação (Whay et al., 2003) usando 
cores para explicar a severidade dos parâmetros ao fazendeiro. 
A cor verde (A) significa que, para este parâmetro em particular, o fazendeiro está entre 
os 20% melhores fazendeiros avaliados, enquanto o vermelho (E) significa estar no 
grupo das piores fazendas em relação àquele parâmetro. 
 
Participação do fazendeiro: motivação para mudança 
• Incentivo 
– Competição entre fazendeiros em relação a resultados 
– Sistema de incentivos 
• Melhor preço para produtos animais quando os critérios são 
satisfeitos 
• Educação 
– Elevar a noção do próprio desempenho 
– Noção das soluções dos problemas nos sistemas de criação 
• Aplicação 
– Definição de desempenho mínimo em relação ao bem-estar 
– Pode ser usado para aprovar/reprovar – ex.: legislação dependente do 
animal 
– Alternativamente, o fazendeiro é obrigado a criar e implementar um 
plano de ação para obter certificação 
Estes relatórios de retroalimentação servem para alcançar vários objetivos ao mesmo 
tempo: 
Incentivo: Estimula-se uma certa competição entre fazendeiros (especialmente em 
relação às taxas de desempenho) ou pode ser criado um sistema de incentivos. 
Educação: A noção do próprio desempenho é aumentada e se possibilita uma 
comparação com outras fazendas. Isto pode ser muito importante porque alguns 
fazendeiros podem achar que, por exemplo, o número de animais mancos em sua 
fazendo esteja normal por falta de oportunidade de conhecer dados de outras fazendas. 
Além disso, pode ser demonstrado que determinadas soluções para um sistema de 
criação resultarão em menor prevalência de sinais de bem-estar comprometido (como 
doença etc.), o que pode resultar em maior produção. 
Aplicação: Definições de requisitos mínimos podem ser estabelecidas (ex.: menos de 
20% de animais mancos), que podem ser usadas para aprovar/reprovar uma fazenda ou 
para estabelecer um plano de ação e monitorar o seu sucesso. 
 
Plano de saúde 
Cada plantel deve ter um programa escrito de saúde e bem-estar, elaborado, onde 
necessário, com a assessoria de um consultor. Este programa deve definir as 
atividades de saúde e criação para o ciclo anual completo de produção. O programa 
deve ser revisto e atualizado anualmente pelo fazendeiro e deve estar disponível para 
fiscalização pelas autoridades. 
 
 Farm Animal Welfare Council Report on dairy cattle (1997) 
O que é exatamente um plano de saúde para um rebanho? 
A definição a seguir é derivada de padrões orgânicos, mas poderia ser aplicada em 
geral: “plano..... que tem por objetivo garantir o desenvolvimento de um padrão de 
medidas para promover saúde e controlar doenças, apropriado para as circunstâncias de 
uma determinada fazenda, e que permita a evolução de um sistema de criação 
progressivamente menos dependente de produtos alopáticos na medicina veterinária” 
(UKROFS, 2001). 
Um plano de saúde é desenhado por um fazendeiro e seu consultor (o médico 
veterinário), e deve abranger: 
• Um plano de alojamento, alimentação, reprodução, política de pasto e metas 
• Medidas de biossegurança 
• Registros e monitoramento da saúde 
• Planos de controle de doenças (políticas de vacinação, controle parasitário, 
medicação de rotina) 
http://www.defra.gov.uk/farm/organic/ukrofs/standard.pdf 
 
Quem é responsável? 
• Proprietário 
• Responsabilidade geral 
• Formular um plano de procedimentos 
• Manter registros 
• Consultor- ex.: Médico veterinário /Zootecnista 
• Consultoria nos planos e sistema de registros 
• Avaliação do desempenho 
• Consultoria para correções 
• Asssessor de certificação 
• Avaliar disponibilidade dos planos de saúde/registros 
• Avaliar a freqüência de revisões 
• Avaliar a implementação do plano de saúde 
• Avaliar a eficiência do plano 
As pessoas responsáveis pelo sucesso dos planos de saúde para animais são: 
· O proprietário, que tem a responsabilidade geral de garantir o bem-estar dos seus 
animais. Ele também formula os planos para vários procedimentos e mantém registros. 
· O consultor, que dá conselhos a respeito dos planos e do sistema de registro. É ele 
quem avalia o desempenho e aconselha medidas corretivas. 
· O assessor de certificação, que fiscaliza a disponibilidade de planos de saúde e os 
registros (ex.: através de um plano de saúde por escrito), freqüência de revisão, 
implementação e eficácia. Ele não aconselha nesta ocasião. 
 
Comentários gerais 
• Legislação e padrões de certificação estão, na maioria das vezes, baseados nos 
recursos e, portanto, dependem da pesquisa do bem-estar 
• A aplicação e a fiscalização da legislação variam muito entre países 
• Os esquemas de certificação desempenham um papel na imposição da legislação 
e no uso de padrões superiores aos da legislação 
• Sistemas de gerenciamento (ex.: planos de saúde) atualmente não são muito 
usados (apesar de importantes) 
A legislação e os padrões de certificação são, na sua maioria, baseados nos recursos. 
Estes recursos são definidos pelos resultados da pesquisa do bem-estar, mostrando, por 
exemplo, que palha é importante para suínos. 
A legislação é aplicada e fiscalizada de forma variável em muitos países. 
Os esquemas de certificação desempenham um papel importante na imposição da 
legislação e no uso de padrões superiores aos da legislação. 
Sistemas de gerenciamento (ex.: planos de saúde) são pouco usados atualmente (apesar 
de importantes), graças à falta de incentivo ao fazendeiro. É necessário que o fazendeiro 
mude sua filosofia ou que se criem incentivos para aumentar o uso de sistemas de 
gerenciamento. 
 
Conclusões/Resumo 
• Praticabilidade, confiabilidade e validade são requisitos importantes 
• Dependendo do objetivo, uma combinação de diferentes parâmetros (dados do 
sistema e efeitos) é favorável 
• Pesquisa, esquemas de certificação voluntária e ferramentas de assessoria são 
aplicações da avaliação do bem-estar em nível de grupo 
• O principal objetivo de todas as avaliações deve ser a melhora do bem-estar 
animal (planos de saúde) 
 
Referências bibliográficas 
• Assessment of Animal Welfare at Farm or Group level - Proceedings of an 
international workshop organised by the Danish Institute of Agricultural 
Sciences and the Royal Veterinary and Agricultural University, 27-28 Aug. 
1999, Denmark. Acta Agric. Scand. Sect. A Animal Sci., 2001 Suppl. 30, 3-4 
• Assessment of Animal Welfare at Farm or Group level- Abstracts of 
presentations and posters, University of Bristol, 4-6 Sept. 2002, UK 
• EKESBO, I., 1992: “Monitoring systems using clinical, subclinical and 
behavioural records for improving health and welfare”. In: MOSS, R. (ed) 
Livestock Health and Welfare, Bath press, Avon, UK pp 20-50 
• www.eurep.org 
• www.cost846.unina.it 
• http://www.defra.gov.uk/farm/organic/ukrofs/standard.pdf
• www.veeru.reading.ac.uk/organic 
• http://www.defra.gov.uk/animalh/welfare/farmed/

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