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Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 RESUMO – PSIQUIATRIA: 1) EXAME DO ESTADO MENTAL: 12 de agosto de 2016 Prof. Ângelo Cunha Tópicos na anamnese psiquiátrica: Identificação Origem e motivo do encaminhamento Queixa e duração Hx pregressa da moléstia atual Interrogatório complementar Antecedentes familiares Hábitos e estilo de vida Hx de vida Aspectos psicossociais especiais Na entrevista, deve-se: Construir uma aliança terapêutica Obter a hx Elaborar uma hipótese dx Negociar um plano de tto Fases da entrevista: Abertura 5-10min Corpo da entrevista 30min Fechamento 10 min - Devolução da sua avaliação - Acordo sobre o plano de tto Abordando tópicos sensíveis: - Normalização: introduzir a pergunta com algum tipo de afirmação normalizadora “Às vezes, quando as pessoas se estressam ou se sentem sozinhas, comem muito para se sentir melhor. Já aconteceu com você?”. - Expectativa de sintomas – pressuposição - Exagero de sintomas - Redução de culpa - Use linguagem poética As 13 Principais funções do EEM: 1. Consciência 2. Aparência 3. Atenção 4. Orientação 5. Memória 6. Inteligência 7. Atitude 8. Conação 9. Pensamento 10. Linguagem 11. Humor/afeto 12. Sensopercepção 13. Juízo crítico 1) Consciência: alerta (lúcida), obnubilada, estupor, coma Obs: alts qualitativas – consciência em termos de qualidade de consciência Ex: estados dissociativos (transe, sonambulismo, etc). 2) Aparência: descrição da aparência geral, higiene, roupas, adornos, maquiagem, etc. Cuidados higiênicos e estéticos. Ex: cuidada, descuidada, adequada, extravagante. 3) Atenção: diminuída (hipoprosexia), hiperprosexia, tenacidade (foco especifico – capacidade de focar atenção em determinado objeto), mobilidade (vigilância – presta atenção em vários objetos), concentração (foco interno/atividade mental). Ex: calcular 100- 7 ou 20-3... 4) Orientação: tempo, local, pessoa. 5) Memória: imediata, recente cp 5-10 min lp > 30 min. Remota (aum se memória emocional). Outros conceitos: amnesia anterograda, retrograda, lacunar. Confabulação – deficiência de tiamina e alcoólatras – preenchimento de lacunas de memória com historias inventadas (?) Pseudologia fantástica (?) Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 6) Inteligência: Retardo mental: QI- 70-84 limítrofe, 50-69 leve, 35-49 moderado, 20-34 grave, ate 19 profundo. 7) Atitude: Exemplos: cooperativa, evasiva, sedutora, hostil, irônica, arrogante, dramática. 8) Conação: psicomotricidade/vontade: Catatonia, retardo motor, agitação motora. Vontade: hiperbulia, hipobulia, abulia. Maior causa de catatonia = DEPRESSÃO (causa patológica). OBS: EM TERMOS GERAIS, A PRINCIPAL CAUSA DE CATATONIA = IATROGENIA (sedação excessiva). 9) Pensamento: Quanto à forma: lentificação, aceleração, fuga de ideias (acentuada aceleração, chegando a perturbar as associações), afrouxamento de assoc (as assoc não são articuladas entre si), circunstancialidade, tangencialidade, bloqueio. Conteúdo do pensamento: - Pensamento abstrato X concreto - Obsessões - Ideias supervalorizadas (crença exagerada) - Delírios (ideias delirantes) excluindo cultura e religião: delírio é crença falsa e fixa e não cede a argumentação: Paranóides (persecutórios) De grandeza, místico De ciúmes, niilista, de ruína, de referência, de influência, Bizarros. 10) Linguagem: Quantidade Velocidade Qualidade Volume Disartria, taquilalia, mutismo, logorreia ou verborragia, soliloquio (fala sozinho), ecolalia (repete a ultima palavra que lhe foi dita). 11) Humor/afeto: Humor: estado mental basal 4 emoções básicas (alegria, tristeza, raiva, medo). Afeto: “colorido” afetivo do momento Expansivo-eufórico: maníaco Eutimia = estado de equilíbrio do humor Triste – desesperança – deprimido Distimia – depressão menor (depressão arrastada crônica que dura mais de dois anos). Outros conceitos: modulação do afeto (labilidade, incontinência – não consegue expressar o afeto, rigidez – não responde a nada); embotamento (caract de esquizofrenia – indiferença afetiva); anedonia; irritabilidade; ansiedade; disforia (irritação + ansiedade, comum no período pré-menstrual); labilidade. 12) Sensopercepção: Ilusão Alucinação: auditiva, visual, tátil, gustativa, olfativa, hipnagógica (pegando no sono), hipnopômpica (acordando durante a transição vigília-sono – normal haver alucinações). Se não houve som nenhum e a pessoa diz que ouviu um tiro = alucinação, se houve um barulho de porta batendo e a pessoa diz que ouviu um tiro = ilusão. Alucinação = mais grave. Despersonalização Desrealização (estranhamento em relação às coisas). 13) Juízo crítico: julgamento, capacidade de tomar decisões adequadas em situações sociais. Ex: ser inconveniente, não medir Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 conseq, não reconhecer limitações. EX: o que você faria numa sala de cinema que começasse a ter fumaça e cheiro de queimado? Insight: Negação completa da dça Ligeira conscientização Consciência de estar doente, mas culpando fatores externos Consciência de que a dça é devido a algo desconhecido do próprio pcte Insight intelectual (gordo, que sabe que é gordo, mas não faz nada para mudar, Ex: cardiologista fumante) Insight emocional (usar conhecimento para mudar comportamento) Credibilidade: O pcte merece crédito? Ou existe suspeita de simulação? Depende do caso, se pcte acredita mesmo no que esta falando. OBS: Funções do funcionamento mental: Consciência, atenção, sensopercepção, orientação, memória, inteligência, afetividade, pensamento, Juízo crítico, conduta e linguagem. CASOMI APeJuCoL Síndromes cerebrais orgânicas estado de delirium afeta CASOMI – consciência, atenção, sensopercepção, orientação, memória e Inteligência. Síndromes psicóticas e transtornos de humor afeta APeJuCoL – afetividade, pensamento, juízo crítico, conduta e linguagem. Aspecto do paciente na entrevista inicial: 1. Aparência 2. Atividade psicomotora e comportam. 3. Atitude frente ao examinador 4. Comunicação com o examinador (atividade verbal). 5. Sentimentos despertados Funções mentais: 1. Consciência – estado de lucidez ou de alerta em que a pessoa se encontra, variando da vigília ao coma. Observar as reações do pcte frente aos estímulos, se reação é rápida ou lenta, se se mostra sonolento ou não. Pode-se usar a escala de Glasgow. 2. Atenção – capacidade de manter o foco em uma atividade. 3. Sensopercepção – capacidade de perceber e interpretar os estímulos que se apresentam aos órgãos dos sentidos. 4. Orientação – tempo, espaço, situação, reconhecimento de sua própria pessoa e de outras. 5. Memória – sensorial, imediata, recente (curto prazo 5-10min ou longo prazo > 30 min) e remota. 6. Inteligência – capacidade de assimilar conceitos factuais, compreender as relações entre eles e integrá-los aos conhecimentos já adquiridos anteriormente, de raciocinar logicamente e de forma abstrata manipulando conceitos, números, palavras. 7. Afetividade e humor 8. Pensamento – avaliado em 3 aspectos produção ou forma,curso e conteúdo. 9. Juízo crítico – perceber e avaliar adequadamente a realidade externa e separá-la de aspectos do mundo interno ou subjetivo. Auto-avaliar-se adequadamente, ter visão realista de si mesmo, suas dificuldades e qualidades. Insight – forma mais complexa de juízo – compreensão sobre si mesmo. Insight emocional leva o pcte a uma mudança em sua personalidade ou padrão de comportamento, de modo que este conhecimento altura suas ações e experiências no futuro. Insight intelectual Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 – consciência sem mudança de atitude, pcte continua igual. 10. Conduta – comportamentos observáveis – motor, atitudes, atos, gestos, tiques, impulsos, verbalizações, etc. 11. Linguagem – verbal e não-verbal (gestos, olhar, expressão facial ou por escrito). Funções psicofisiológicas: 1. Sono 2. Apetite 3. Sexualidade 2) TRANSTORNO GENERALIZADO DE ANSIEDADE: 18 de agosto de 2016 Prof. Gabriela Diferente de fobia social – que tem foco apenas em ansiedade quando pensa em ser julgado pelos outros (palestras, aulas). Na TAG a preocupação é multifocal, difusa – paciente se preocupa com tudo, coisas do dia-a-dia e trivialidades. Dx diferencial de TAG: transtorno do pânico, fobia social, agorafobia. TAG – pervasivo – preocupações com situações pessoais, profissionais – de forma crônica, não é uma situação isolada. *Obrigatório = preocupação crônica e persistente. Sintomas associados – no mínimo 3, na maior parte do tempo durante 6 meses – inquietação, fatigabilidade, tensão muscular, dificuldade de concentração, perturbação do sono e irritabilidade. Mais habitual no TAG – insônia (frequentemente insônia inicial, pcte que tem dificuldade para iniciar o sono, pode ter inicial e intermediária). Aumento do risco de suicídio, tendência de pensamento negativista. Queixas cognitivas associadas à ruminação de problemas (orientar o paciente a se concentrar para estudar, por exemplo, com uma folha de papel ao lado, cada vez que vier um pensamento de preocupação de novo compromisso, anotar no papel e aprender a postergar outros problemas, permanecendo concentrado). Exercícios físicos ajudam o paciente com TAG a atenuar sintomas somáticos e distúrbios do sono. Meia vida media da cafeína é 4h abster- se de cafeína pelo menos 6h antes da hora de dormir. **Diferencial de depressão e TAG = paciente com depressão tem anedonia. Prevalência de TAG = 5,5% 1/3 herança genética Cuidador/ pais muito assustados aumento da chance da criança desenvolver TAG. Intolerância à incerteza é uma característica frequente em TAG. Neuroticismo – traço de personalidade negativista grande fator de risco para depressão pacientes com dor crônica são muito propensos ao neurotiscismo. **Irritabilidade é um sintoma de humor muito comum em TAG – dx diferencial com bipolaridade. Dx em crianças: criança tensa muito preocupada com pelo menos 1 dos 6 outros critérios. Comum ter flushing – rubor. Observam-se sintomas hiperadrenérgicos – dor de barriga, sudorese. Sintomas de baixa autoestima. Crianças com alteração de comportamento – suspeitar de abuso. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Hiperatividade amigdaliana e hipoatividade frontal. Disfunção serotoninérgica Hipofuncionamento gabaérgico Hiperatividade adrenérgica – ISRSs e noradrenalina (usados para provocar feedback negativo na noradrenalina) cuidar PA (fluexatina, venlafaxina). Benzodiazepínicos devem ser usados transitoriamente – em 6 a 8 semanas o pcte já desenvolve tolerância, e há crise de abstinência na retirada. Trocar para medicamento com meia vida longa no momento do desmame. Buspirona é uma alternativa ao benzo – mas não funciona e não pode ser usado em monoterapia – é melhor por não causar sintomas dependência. Associar com gabapentina ou pregabalina. Dá sono, tontura e pode dar aumento da apetite. Antipsicótico para tto de insônia – não deve ser usado como primeira escolha risco benefício, ajuda a dormir, mas é assoc a dist metabólico. Pacientes com hx de abuso de substs, evitar benzo. **Benzo é muito associado a quedas e déficit cognitivo em idosos. Tricíclicos – atuam nos canais de sódio e aum risco de arritmia. Fluoxetina – tomar sempre na primeira hora da manhã, ao acordar tomar a dose completa. Primeira escolha segurança a longo prazo: ISRSs ou dual (Adrenérgico junto) – mínimo 1 ano de tto. Percentagem de efetividade de fármacos em TAG = 30-50% Esperar em media 3-4 semanas para avaliar efeito do fármaco. Tratamento psicoterapia: primeira escolha na infância, se não funcionar em torno de 6 meses – iniciar ISRSs. 3) TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL: 25 de agosto de 2016 Prof. Gabriela **A principal diferença em relação aos outros transtornos de ansiedade é que o paciente com fobia social precisa da presença de outra pessoa para ter sintomas, sozinho apresenta melhora dos sintomas. Características clínicas: 1) medo exagerado em passar pelo escrutínio ou avaliação de terceiros 2) ansiedade exagerada em situações nas quais poderá ser avaliado por outrem 3) preocupação de ser avaliado negativamente devido a certos comportamentos sociais e sintomas físicos 4) sofrimento e fracasso ou desconforto intenso na frente de estranho devido ao medo de ser rejeitado Sempre tem necessidade da presença de outras pessoas. Quando pcte está sozinho os sintomas melhoram. Diferenciar com ataque de pânico, por exemplo, que tem mais medo de ficar sozinho e não ter ninguém para ajudar. Prevalência: um dos transtornos psiq mais prevalentes na pop geral. Estudos norte-americanos: na vida – 5-12% No último ano 3-7% da pop. Tende a ser um pouco maior em países desenvolvidos. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Maioria dos casos tem início na infância ou na adolescência, com tendência a aumentar sintomas durante a idade adulta – por aumento das demandas. Fobia social é mais frequente em crianças do que TAG e outros transtornos de ansiedade. Sintomas têm inicio principalmente na infância e persistem até a vida adulta. Associado a elevada taxa de comorbidades (TDM, TUS). Dx de TAS – não bem manejado, confundido com timidez, secundariamente deprime ou diminui seus sintomas com abuso de drogas. **Ex: autista – festa da turma nem sente necessidade de ir, indiferente, diferente do pcte com TAS – que gostaria de ir, mas tem angustia de ir. Prejuízos socio-funcionais: maior tendência em não ter vida íntima, menos casamento, aum desemprego, aum isolamento social, aum suicídio. Maior tendência a não ter vida íntima, medo de ser rejeitado, acaba tendo menos relacionamentos estáveis. Inibição comportamental: Temperamento Criança que se esconde atrás das pernas da mãe – inibição excessiva, não interage bem em situações novas – fator de risco. Manifesto por medo e esquiva quando apresentada a novas situações ou indivíduos não familiares Vai além da timidez (8-12 meses: estranhamento normal – apego seguro ao cuidador principal) Exibido por aprox 15% das crianças É fator de risco para o desenv de transtornos de infância (como ansiedade de separação) Etiologia e fatores de risco: Multifatorial – biopsicossocial Genética: genes, hx familiar Plasticidade fenotípica Timidez, inibição comportamental Ansiedade de desempenho fator de risco, mas não é critério dx – funciona uso de Beta-bloqueador Disfunção neurotransmissora (aum serotonina, dim glutamato) – sinalização de perigo – sinaliza situações neutras como perigosas/nocivas, hipercortisolismo agudo – reação de luta ou fuga Disfunção neuro-endócrina (eixo HHA, dim ocitocina, hiperatividade límbica e paralímbica/amígdala – circuito do medo) Plasticidade fenotípica – vulnerabilidade, má adaptação prolongada Ambiente Suporte e aprendizado social – pais muito assustadores ou assustados são fatores de risco para que a criança tenha esse tipo de transtorno Intenação psiquiátrica Substs psicoativas Trauma infância Sexo feminino Neurobiologia da ansiedade: CRH – hormônio liberador de corticotrofina produzido no nucleo paraventricular Hipotalamo hipófise anterior adrenal cortisol HIPERATIVIDADE nesse sistema. Situação de perigo CRH suprimido e cortisol elevado, no pcte com TAS – isso ocorre cronicamente. Critérios dx DSM-5: 1) medo ou ansiedade acentuadas acerca de uma (não urinar em banheiro público, não assina em público – se dura pelo Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 menos 6 meses, causa bastante sofrimento, pode ser TAS) ou mais situações sociais em que o ind é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos – incluem interações sociais (manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (proferir palestras). 2) O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente, provocara rejeição ou ofenderá os outros) 3) medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural (pode ter insight ou não – as vezes o pcte que busca tto tem insight, os que não são levados pelos familiares) 4) medo ou ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durante > 6 meses 5) medo ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma subst ou de outra condição médica – ex: sintomas de cafeinismo (taquicardia tremor, efeito fisiológico da susbstância). 6) não é mais bem explicada por sintomas de outro transtorno mental – ex: esquizofrenia 7) se outra condição médica esta presente o medo ou ansiedade é claramente não relacionado ou é excessivo (pode ter TAS + dça clínica – sofre e deixa de fazer coisas em nível social). Condição médicas gerais mais comumente assoc a TAS: doença de parkinson, obesidade, etc Ex: filme discurso do rei tartamudez, precisa fazer discursos – tto com psicoterapia. Transtorno de ansiedade social em crianças: A ansiedade deve ocorrer em contextos sociais que envolvam seus pares e não apenas interações com adultos. O medo ansiedade ou esquiva pode ser expresso chorando com ataques de raiva, imobilidade, agarrando-se, encolhendo-se, ou fracassando em falar. **Dx diferencial difícil com mutismo seletivo fala normalmente com os pais, chega ao colégio e fica muda. TAS pervasivo – para várias situações ou pode ser muito específico, uma situação – só não como em público, só não uso banheiro público. Especificador: somente desempenho Não temem, nem evitam situações sociais que não envolvam o desempenho Menor influência genética Inicio mais tardio Menos relacionado à inibição comportamental Mais assoc a sintomas autonômicos, como taquicardia Medo de ser mal visto pelos outros Características clínicas: Grau e tipo de medo podem variar de acordo com as situações, em diferentes ocasiões – dependendo da demanda, ser avaliada por um vizinho X pelo orientador. Não pode ficar desconfortável em situações sociais apenas ocasionalmente, é um problema crônico. Problemas culturais – Taijin kyofusho = Japão e Coreia não tem medo de se Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 sentir ofendido, mas de ofender outras pessoas. Medo central: TP: medo central é de ter um ataque de pânico e se manifesta mesmo em situações não sociais. Agorafobia: evita situações sociais, por medo de se sentir mal e não ser ajudado, ser difícil escapar, sintomas ocorrem ou pioram se pcte sozinho – situação de desamparo. TAG: pcte preocupa-se excessivamente e sem controle com estressores e atividades cotidianas variadas, incluindo as que não incluem desempenho social – distúrbios do sono, dificuldade de relaxar. CID-10 fobia social: não considera medo de falar em frente a grandes audiências como fobia social, somente o medo de falar para pequenos grupos. DSM-V não traz isso. Dx diferencial: timidez, mutismo seletivo na criança, TOC, transtorno do espectro autista Transtorno de personalidade esquiva/ evitativa – baixa autoestima, inaptidão social, inadequação ou inferioridade pessoal, acha que é desprovido de aptidão social, mais crônico e mais difícil de tratar que TAS, se sente como uma pessoa desprovida de qualidades. Cognição no TAS: terapia cognitivo- comportamental, os pctes subestimam suas habilidades sociais, superestimam a gravidade das consequências e o teor de negativismo da opinião e reações alheias. Exposição ao que gera desconforto é o princípio do TCC. Sempre questionar a respeito de sintomas depressivos – ideação suicida ou sofrimento excessivo – comorbidade com TDM. Questionar a respeito do uso de substancias psicoativas. Tratamento farmacológico: Bromazepam e clonazepam – mais usados, maior nível de evidência Sertralina ISRSs ISRSs e noradrenalina Mínimo um ano Geralmente não requer doses altas Escitalopram, paroxetina, pre-gabalina, sertralina, venlafaxina, gabapentina Benzodiazepínicos 1ª linha: Tto combinado foi melhor (psicoterapia e farmacoterapia – ISRSs) TCC foi melhor psicodinâmica A escolha do antidepressivo deve ser feita pelo perfil de tolerabilidade e comorbidade do pcte Benzodiazepínico não deve ser primeira linha – risco benefício – chance de vício – não compensa. Usado para tratamento agudo apenas! Beta-bloqueadores (propranolol) não são recomendados – usado para casos de sintomas físicos muito intensos em casos de TAS específico – benefício apenas momentâneo – antes de dar uma palestra. 4) TRANSTORNO DO ESTRESSE POS- TRAUMÁTICO: 26 de agosto de 2016 Prof. Gabriela Antigamente = síndrome do coração irritável Avaliação de soldados da Guerra de Sesseção nos EUA – reações de sobressalto Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Síndrome do choque da granada - primeira guerra mundial (apatia, esvaziamento afetivo, taquicardia sustentada, traumatismo crânio-encefálico – aumentam risco de TEPT). 1941 - Kardiner: The traumatic neurosis 1970 - Shatan e Lifton: veternos do Vietnã, sobreviventes do holocausto, sobreviventes de acidentes graves e graves incêndios. Permanente hipervigilância e sensibilidade. Conceito de trauma e o TEPT: DSM III – estressores catastróficos, risco de morte (1980) DSM III-R – fora da amplitude da experiência humana comum (1987) DSM IV - A1: experimentou, testemunhouou tomou conhecimento de morte ou ferimentos graves A2: respondeu com intenso medo, impotência ou horror (1994) DSM IV – leva em consideração o que a vitima sentiu em relação ao trauma. TEPT de início tardio – socorristas, podem desenvolver TEPT tardiamente. Imobilidade, fuga ou luta? Ameaças à integridade física. Is there tonic immobility in humans? Biological evidence from victims of traumatic stress "Reagir sem reação!" – freezing – sensação de não estar no próprio corpo. Sintomas dissociativos. Fato agudo common signs and symptoms following exposure to trauma. Qualquer tipo de reação nas primeiras 48h desde motora até psicológica pode acontecer e não pode ser considerada patológica. Prevalência de TEPT: Pop geral = 8-8,5% (EUA, 2011) Um dos traumas mais relacionados ao aparecimento de TEPT = abuso sexual (quando homens sofrem abuso acredita-se que eles tenham mais risco de desenvolver o transtorno que as mulheres, mas a prevalência é maior em mulheres devido ao maior número de mulheres abusadas). Catástofres naturais X provocados pelo homem (tiroteios, sequestros): provocados pelo homem possuem mais chance de causar TEPT. 5-7 meses após furacão Katrina – Baixo nível sócio-econômico e socioeducacional aumentam risco de TEPT (mas dados variam) = aumento da prevalência de TEPT nessa situação perda da própria casa é fator estressor muito grande e lidar com cadáveres. Most people exposed to trauma do not develop post-traumatic stress disorder = resiliência! Na pop geral exposta a grandes traumas 20% desenvolve TEPT e 80% não. Resposta neuroendócrina ao estresse: The hypothalamic-pituitary-adrenal axis pctes com TEPT possuem hiperatividade do eixo H-H-A! Fisiologicamente ao ser exposta a ameaça – libera adrenalina (psicopata não libera) – ativa eixo HHA – elevação do cortisol e supressão do CRH. Não é esperado que estímulos neutros provoquem mesmo processo. Pcte com TEPT – eixo HHA disfuncional – agudamente ao invés de ter resp de cortisol elevado e supressão de CRH ele possui o contrario cortisol diminuído e Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 CRH elevado. TEPT padrões distintos de atividade fronto-límbica: Ansiosos, TAG, TAS – hiperreatividade amigdaliana. Acreditava-se que pacientes com TEPT também, porém foram encontrados dados conflitantes. Padrão encontrado no TEPT = revivência dos sintomas – hiperreatividade amigdaliana e hipoatividade do córtex pre- frontal, padrão contrário ao de momentos de remissão de sintomas. 1 mês após trauma = transtorno de estresse agudo – fator de risco para TEPT > 1 mês até 3 meses = PTSD agudo > 3 meses = TEPT crônico É preciso desenvolver TEA para desenvolver TEPT? acute stress disorder as a predictor of post-traumatic stress disorder. Maioria dos pacientes com TEPT não desenvolve TEA. Fatores de risco para TEPT: Fatores pré-traumáticos: sexo feminino, baixo QI, trauma prévio, dça pisq prévia, fatores de personalidade, genética. Fatores traumáticos: medo da morte, severidade de traumas, injúria física. Fatores pós-trauma: alta FC, baixo suporte social, estresse financeiro, severidade de dor, permanência em UTI, trauma encefálico, dissociação peritraumática, TAG, sequelas físicas. Etiologia de TEPT: Genética: traços de personalidade, propensão genética, neuropeptídeo Y, disfunção neuroendócrina. Ambiente: suporte e aprendizado social, intervenção psiq, substs psicoativas, exposição à mídia, natureza do trauma Plasticidade fenotípica – vulnerabilidade – má adaptação prolongada. Vítimas de violência doméstica – é papel do médico preencher ficha do SINAM. Polimorfismo do gene transportador de serotonina – maior risco de desenvolver TEPT. Menores níveis de ocitocina tb pode estar mais relacionado a TEPT. Critérios DSM-5: Trauma: Foi diretamente exposto ao evento traumático. Testemunhou o evento. Tomou conhecimento de morte ou ferimentos graves inesperados em familiares ou pessoas próximas. Foi extremamente exposta a detalhes do evento (policiais, bombeiros...) = exposição vicariante ou profissional. Não inclui exposição somente através de mídia eletrônica ou televisão. Sintomas intrusivos: (1) Recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas, incluindo imagens, pensamentos ou percepções. Sonhos aflitivos e recorrentes. Agir ou sentir como se o evento estivesse ocorrendo novamente. Evitação/esquiva: (1) Esforços no sentido de evitar pensamentos, sentimentos ou conversas assoc ao trauma. Esforços no sentido de evitar atividades, locais ou pessoas que ativem recordações do trauma. Alts negativas persistentes em cognição e humor (2): Incapacidade de recordar algum Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 aspecto importante do trauma. Redução acentuada do interesse ou participação em atividades significativas – anedonia. Sensação de distanciamento ou afastamento em relação aos outros Faixa de afeto restrita (incapacidade persistente de sentir emoções positivas) Sentimento de um futuro abreviado Excitabilidade aumentada (2): Dificuldade em conciliar ou manter o sono Irritabilidade ou surtos de raiva Dificuldade em concentrar-se Hipervigilância Resposta de sobressalto exagerada Comportamento auto-destrutivo Avaliar também risco de suicídio e dificuldade de concentração. Dx diferencial = TEPT e depressão maior. Para ter depressão não precisa de trauma. Impacto do TEPT na saúde: Aum mortalidade CV Aum de doenças auto-imunes Dists metabólicos (obesidade/dislipidemia) Grande impacto na qualidade de vida: Afetiva e profissional Pcte fatigado sem animo para realizar suas atividades Abordagem no trauma e tto do TEPT: Prevenção primária = estímulo de resiliência. Após o trauma = prevenção secundária – consolidação – Golden hours – janela de oportunidade na fase aguda que se pode intervir prevenindo – primum non nocere. Psicoterapia preventiva não deve ser feita para pacientes assintomáticos. Farmacoterapia na prevenção secundária do TEPT: Pharmacological prevention of PTSD and acute stress disorder – efeito igual ao placebo. Único medicamento que teve efeito = hidrocortisona (relação com eixo HHA) – mas estudo não autoriza ainda o uso de hidrocortisona para pctes que sofreram trauma. BZDs e prevenção secundária do TEPT: Escassos estudos – estudos muito heterogêneos, em animais, poucos em humanos mas até o presente acredita- se que a recomendação seja não usar BZDs, não foi provado nexo causal – mas o uso de BZDs na fase aguda gerou maior prevalência de desenvolvimento de TEPT. Facilitação retrógrada – Pcte tende a consolidar melhor memórias imediatamente anteriores ao trauma. Tratamentos psicoterapia: Sugeridos em TEPT leve, contra indicação ao uso de fármacos. Terapia comportamental, TCC. Não se indica terapia em paciente assintomático. Dois fármacos liberados pelo FDA para tto de TEPT: paroxetina e sertralina (primeira escolha – mas nem todo pcte responde, então pode-se usar outro ISRSs. Venlafaxina tb pode ser usado). Tricíclicos tb podem ser usados (risco CV e efeitos anticolinérgicos). Mirtazapina (ajuda a combater desenvolvimentode insônia, sono não restaurador). Prazozina (tto de pesadelos) Dependendo da bibliografia existe contraindicação formal de BZDs. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Concluindo: Primum non nocere Não patologizar sintomas das primeiras 48h Não usar BZDs, nem medicações para dormir nas primeiras horas. Não facilitar reações emocionais via terapias de grupo ou debriefing para pctes assintomáticos. Tto fármaco em TEPT agudo – antidepressivos. 5) TRANSTORNO BIPOLAR: 02 de setembro de 2016 Prof. Ângelo Prevalência: 0,6% (TAB I) e 0,4% (Tipo II) Média de início dos sintomas = 20 anos Erro/demora dx – cerca de 10 anos Causa comum de incapacitação Importância genética – 40-70% de concordância entre gêmeos monozigóticos **TAB I: pelo menos 1 episódio maníaco, não precisa ter episódios depressivos – curso da dça será igual se ela tivesse episódios depressivos ou não. TAB II: episódio depressivo + hipomania Ciclotimia: depressão menor +hipomania Bipolar “spectrum” Episódio misto – tto diferento, meio eufórico meio depressivo no mesmo episódio. Ciclagem rápida – 4 ou mais episódios no ano. Expressões e significados da mania: Mania: inspiração divina (Platão), êxtase religioso. Mania: loucura. Manicômio: hospital de doidos. Mania de limpeza: sintoma obsessivo. Mania: síndrome clínica euforia, hiperatividade. DSM V: Episódio maníaco: A – humor anormal (animado, expansivo ou irritável – mais em crianças, pessoas tem muita irritação, não tanta euforia e agitação) – 1 semana. Aum da atividade e energia, mente acelerada. B – 3 ou + dos seguintes: Auto-estima inflada Dim da necessidade de sono Taquilalia Fuga de ideias Distratibilidade – não consegue focar em nada, rapidamente distraído. Aum nas atividades ou agitação Envolvimento em atividades com potencial danoso – fica sem juízo crítico, hipersexualidade. C – Causa prejuízos significativos D – Foram excluídos uso de substancias e dças clínicas como etiologia (hipertireoidismo, uso de drogas, cocaína). Episódios não ttdos: Euforia e grandiosidade sintomas disfóricos Disforia: Irritabilidade Ansiedade Impulsividade Hostilidade Bases biológicas do THB (Transtorno do Humor Bipolar): Genética Vias neuro-hormonais Neurotransmissão Vias de transdução de sinal Regulação da expressão genética Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Extresse oxidativo Neuroplasticidade Alterações no sist imunológico Estudo neurológico pré-mórbido: Comparação desenvolvimento neurológico de pctes esquizofrênicos X bipolares esquizofrênicos mostraram déficit motor, linguagem e QI, diferente dos pctes maníacos, que não apresentaram déficits de desenvolvimento. Prejuízos Cognitivos no THB: Durante a remissão Aum com sintomas psicóticos Assoc a longa duração da dça Aum com o número de crises maníacas Ocasiona disfunção psicossocial Quanto mais precoce for o tto maior a prevenção de danos Volume ventricular no THB: Primeiro episódio: tamanho dos ventrículos igual aos dos controles A cada episódio de mania aum ventrículos – provoca lesões cerebrais. Estresse crônico e alts cerebrais: < hipocampo < córtex pré-frontal e aum da amígdala As mesmas mudanças foram observadas neuroanatomicamente nos pctes bipolares. Mortalidade no THB: Não ttdo e ttdo – índice de suicídio maior entre não ttdos. Morrem mais por dças CV e câncer que a média populacional. Aum do stress oxidativo no THB. What we lose with age? Telômeros – encurtamento com o envelhecimento. Quase todas as dças psiq aceleram o encurtamento dos telômeros (stress crônico, TAG, TDM, THB). Encurtamento de telômeros e transtornos do humor TDM, THB + ansiedade ou THB sem ansiedade. Carga Alostática: Homeostase – equilíbrio fisiológico corporal. Alostase (grego allos = diferente; stasis = estabilidade): designa a condição de constante modif do meio interno dos organismos vivos. Stress promove adaptação – alostase Ao longo do tempo: desgaste neural e corporal: carga alostática Adaptação atual versus dano futuro CV Sist metabólico Sist imune (atrofia de cels no cérebro) Mediadores da alostáse: Aum dopamina – mania, psicose, cocaína, estimulantes Excitotoxicidade glutamatérgica – mania, depressão. HPA Sist imune-inflamatório Neurotrofinas BDNF: fator neurotrófico derivado do cérebro Neurotrofina mais importante do cerebro Neurogênese Sobrevivência neuronal Maturação neuronal Maturação das vias de desenvolvimento neuronal No adulto: Plasticidade sináptica, crescimento de dendritos, essencial para potenciação da memória. BDNF e meio ambiente: Privação materna < BDNF em ratos Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Stress crônico < BDNF no córtex pré-frontal Trauma (abuso sexual) < BDNF no sangue Diminuição do BDNF nos episódios agudos: Eutimicos ou controlados – subst igual Pessoa em depressão ou mania = BDNF diminuído (poderia ser marcador biológico de lesão provocada pela doença) BDNF: BDNF dim em episódios agudos relação com estado de humor Correlação neg entre níveis de BDNF e a gravidade dos sintomas Poderia ser um marcador biológico de lesão da doença Diminuição do BDNF sérico em pctes maníacos não-medicados. Aum do PCR no episódio maníaco: Níveis de PCR aum em mania – comparando com pctes depressivos, eutimicos e controles. THB X risco aum de dças metabólicas e CV citocinas como mediadores Inflamação X neurotrofinas: Inflamação = liberação de neurotrofinas THB em episódios agudos dim BDNF, aum NT-3, aum GDNF (Glial cell line- derived neurotrophic factor). Inflamação x neurotrofinas – declínio cognitivo e disfunção executiva. Conceito de Carga Alostática: Déficit funcional nos circuitos cerebrais responsáveis pela modulação do humor e cognição, resultando em alterações estruturais, o que acarretaria menor resposta ao tto e maior vulnerabilidade a episódios futuros. Abordagem do pcte: Promover aliança terapêutica Aum a adesão ao tto Psicoeducação Dim/evitar a ocorrência de episódios Restabelecer o funcionamento social MODELO TEÓRICO: EPISÓDIO DE MANIA E/OU DEPRESSÃO inflamação estresse oxidativo redução do BDNF perda de dendritos ou apoptose altera cérebro dim hipocampo, dim PFC (pré-frontal cortex), aum amigdala dim coping estresse, trauma inflamação estresse oxidativo redução do BDNF EPISÓDIO DE MANIA E/OU DEPRESSÃO. Depois de múltiplos episódios, um simples susto já deixa o pcte em mania – amígdala esta hiperativada. No pcte com THB um estímulo neutro pode gerar hiperestímulo – superestímulo – diminui a capacidade de lidar com os problemas. Nos controles – situação mais dramática – ativação maior da amígdala. Nos bipolares isso não ocorre, ativa tanto em situações neutras quanto em situações dramáticas. TAB REFRATÁRIO X NEUROPROGRESSÃO: Carga alostática vai aumentando e pcte vai tendo mais episódios. Curso bastante heterogêneo, pred depressivo. Recorrência parece ser mais prejudicial do que a gravidade de cada episódio. O que fazer? Evitar ou dimocorrência de episódios. 1970 – lítio e clorpromazina (primeiro anti- psicótico que existiu 1950). Atual: Lítio: estab do humor, dim neurotransmissão noradrenérgica. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Dim níveis de norepinefrina Aum níveis de serotonina (em especial no hipocampo) Alts em glutamato (up-regulation do transporte de glutamato) Carbonato de lítio: cp 300-450 mg Dosar para ver se está dentro da janela terapêutica (ou é efetivo ou é tóxico). Medicamentos anticonvulsivantes: Ac valproico e carbamazepina. Uso baseado na teoria do kindling Mecanismo de ação mal caracterizado Ac valproico = fase aguda e profilaxia Possível ação por múltiplos mecanismos: - ação sobre canais iônicos - aum da neurotransmissão inib do GABA - dim da neurotransmissão excitatória do glutamato - ação em segundos mensageiros Lítio demora ate 15 dias para funcionar Haldol funciona na crise aguda (antipsicotico melhor na crise aguda) Ác. Valpróico: Aprovado para a fase aguda e profilaxia da dça Indicado principalmente para episódio misto e ciclagem rápida Boa resposta em pctes com condições médicas gerais Nível sérico efetivo = 50-100microg/ml. Cp 250 ou 500mg. Tratamento farmacológico: Tto mania aguda – FDA 1970: lítio ou clorpromazina Carbonato de lítio (estabilizador do humor mais utilizado no BR – melhor tto), ác valproico, carbamazepina, lamotrigina, olanzapina, quetiapina, risperidona, aripiprazol, ziprasidona, asenapina. Tto episódio maníaco: Monoterapia: lítio, avp, olanzapina, risperidona, quetiapina, aripiprazol, ziprasidona, asenapina, paliperidona. Combinado: lítio ou AVP + risperidona ou quetiapina ou olanzapina ou aripiprazol ou asenapina. Usa 6 meses de risperidona + olanzapina após tto da fase aguda. Curso e prognóstico: Curso bastante heterogêneo, pred depressivo. A recorrência parece ser mais prejudicial do que a gravidade de um dado episódio. Episódios progressivamente mais autônomos. Considerações finais: Única maneira de evitar neuroprogressão do TAB e a consequente perda na qualidade de vida do pcte é através de: dx precoce tto eficaz prevenção de novos episódios 6) TRANSTORNO DO PÂNICO E AGORAFOBIA: 08 de setembro de 2016 Prof. Gabriela Diferenciar ataque de pânico de transtorno de pânico: Ataque de pânico = inespecífico, pode estar associado a outros transtornos psiq, ou situações como ir a parque de diversões e ter ataque de pânico no alto de brinquedo. Transtorno de pânico = não ataque isolados. Pelo menos 30 dias de comportamento evitativo ou ansiedade antecipatória, pessoa muda comportamento após o primeiro ataque. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Pelo menos 2 ataques e modificação persistente do comportamento associado ao medo de ter outro ataque. Ataque no ônibus – não anda mais de ônibus. Ataque no elevador – não anda mais de elevador, etc. Pode ter ataques incompletos, mas para dizer que tem TP, tem que ter tido ataques espontâneos, a despeito de ataques com desencadeantes. Protótipo do ataque espontâneo = ataque noturno – sintomas físicos somáticos ou mais psíquicos (despersonalização, medo de morrer e medo de enlouquecer). Sintomas cognitivos não são mandatórios, mas o TP é mais caracterizado pelos sintomas físicos somáticos. Sintomas físicos = relação com eixo HHA. Frequente paciente ter outras comorbidades asma (já teve crise asmática e fica muito alarmado), IAM prévio (achar que vai morrer, dor no peito – às vezes pode não ser um novo IAM, mas não deve ser descartado). Muitos pctes com TP vão parar em pronto socorro excluir outras comorbidades. Excluir uso de drogas – cocaína, síndrome de abstinência. Muita relação com uso de drogas. Vários pctes que tem os primeiros ataques de pânico dentro de uma ocasião de abuso de drogas ou abstinência, podem evoluir para o transtorno de pânico. Prevalência: Mais comum em mulheres. Transtornos de ansiedade são os mais comuns na pop, maioria dos casos não são tão incapacitantes. Transtornos de ansiedade no mundo = 7% Transtorno de ansiedade social = dos mais prevalentes. Fobia específica = cerca de 10% da pop (comportamentos aprendidos – medo de animais ferozes, medo de altura – componente genético). Medo de animais não nocivos = barata comportamento aprendido, por isso é mais fácil ter fobias semelhantes, várias pessoas tem. TAG e transtorno do pânico = cerca de 2- 5%. Agorafobia = prevalência um pouco menor – em média 2%. Conceito: Ataque de pânico e TP não são sinônimos! Ter um ataque de pânico não justifica o dx de TP. Agorafobia – agora (grego) = local, medo de no mínimo 2 locais (transporte publico, fila, elevador), locais em que não terá quem lhe ajude. 2 locais para diferenciar de fobia específica. Critérios dx: A – ataques de pânico recorrentes e inesperados; surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança pico em min e durante o qual ocorrem 4 ou + dos seguintes sintomas: Sintomas somáticos e cognitivos – no mínimo 4 dos 13 (hiperativação adrenérgica). 1. palpitações, taquicardia. 2. sudorese. 3. tremores. 4. dispneia ou sufocamento. 5. sensação de asfixia. 6. dor ou desconforto torácico. 7. náuseas ou desconforto abd, vários pctes vomitam. 8. sensação de tontura, instabilidade, vertigem, desmaio (pensar em outros dx antes, causas CV, neuro, e dx diferencial com síndrome conversiva – após desmaio o dx de TP fica como dx de exclusão). Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 9. calafrios ou ondas de calor dx diferencial com menopausa – fogacho melhora com antidepressivo, assim como TP. 10. parestesias. 11. desrealização ou despersonalização. 12. medo de perder o controle, enlouquecer. 13. medo de morrer. B – pelo menos um dos ataques foi seguido de 1 mês ou mais de 1 ou ambas das seguintes caracts: 1. apreensão ou preocupação persistente a cerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas conseqs (perder controle, ataque cardíaco, enlouquecer). Ansiedade antecipatória – sofre antes que o ataque comece. 2. uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (comportamentos com finalidade de evitar ataques – esquiva de exercícios ou situações desconhecidas). Pctes que desenvolvem comportamento de esquiva tem maior chance de desenvolver agorafobia. C – a perturbação não é consq dos efeitos psiq de uma subst (droga ou med) ou outra condição medica (hipertireoidismo, dça CV ou pulmonares). D – perturbação não melhora explicada por outro transtorno mental (TAG, fobia social, fobia específica). OBS: Perda esfincteriana não está dentro dos critérios de transtorno de pânico avaliar melhor, pois se o paciente tem TP, deve ter alguma outra comorbidade que explique a perda esfincteriana. Pode ser crise epiléptica. Sintomas de abalos, despersonalização, desrealização – pensar em migrânea com aura. Ataque de pânico dura cerca de 5-10-15 min, dificilmente haverá um ataque de pânico durando uma hora pensar em outras causas. *OBS: não é obrigatório ter agorafobia para ter dx de TP, apesar de já ter sido critério dx, atualmente são dx separados no DSM-V. Maioria dos agorafobicos,têm transtorno do pânico. TP não tratado, comum desenvolver agorafobia. Agorafobia é um marcador de gravidade do Transtorno do Pânico. Agorafobia sem TP = medo de passar mal, medo de ter uma crise hipoglicêmica, medo de ir a determinado lugar por isso (pelo menos 2 locais), estar numa fila e passar mal, não ser ajudado. Até o DSM-IV – se o pcte tivesse TP, ele poderia ter agorafobia ou não, mas nunca teria agorafobia sem TP – no CID-10 é assim até hoje. Alguns pctes com agorafobia grave ficam restritos ao lar – algo ruim pode acontecer. TP responde melhor a farmacoterapia que agorafobia. TP + agorafobia ainda responde melhor ao tto que agorafobia isolado. Nas primeiras 12 semanas de TP tto combinado (TCC + fármaco). A partir da 13ª semana monoterapia – pcte tem mesma resposta, cronificação. Alguns pctes não seguem a terapia – terapia mais efetiva é a de exposição e pctes vão evitar de qualquer forma a exposição a um novo ataque. Variabilidade clínica intensa alguns pctes tem todos os dias, outros uma vez a Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 cada 4 dias. Duração, frequência, intensidade, muito variáveis. Avaliação de gravidade: impacto na qualidade de vida, mudanças nas atividades de vida diária, o que deixou de fazer desde que começaram os ataques, perda de emprego, geralmente os pacientes mais graves, são os mais evitativos (logo, serão os que terão menos ataques, evita tudo que levaria a um ataque). “Faz um mês que não tenho uma crise faz um mês que não sai de casa”. Não se baseia gravidade de pânico por frequência e nº de crises – verificar os sintomas evitativos do pcte. Obrigatório ter ataque espontâneo para o dx, mas a tendência é que comecem a ter desencadeantes Início dos ataques – sem gatilho, logo pode ter ataque com gatilho e começa a associar esse gatilho como fator causal de suas crises. É mais comum ter mulheres TP + agorafobia, gap entre os sexos ainda maior quando se fala em agorafobia, apesar de ambos os dx serem mais prevalentes em mulheres. Pico de incidência: na 3ª década de vida (+/- 24 anos). Neurobiologia do TP: Amígdalas – hiperfuncionantes (respostas inatas, sem planejamento) Substância cinzenta periaquedutal – resposta imatura – descontrolada a estímulos pouco nocivos hiperativação adrenérgica Redução da sinalização GABAérgica inibitória muito benefício com o uso de benzodiazepínico – uso sob demanda, evitar ao máximo – se vai fazer terapia, fique sem o benzo, para não atrasar na evolução da TCC. Pcte sem tempo para terapia, não quer fazer, usa-se benzo. Mas orientar o pcte a se concentrar na respiração, tentando se acalmar sem benzo, se isso não diminuir os sintomas, colocar benzo sublingual e seguir fazendo respiração abdominal até sintomas passarem. Mão na barriga deve subir e descer, e mão no peito deve ficar parada. Cuidar muito o uso desse medicamento – pcte pode usar mesmo sem pródromos, como precaução – deve ficar bem estabelecida a relação medico-pcte. Com o antidepressivo a melhora não é imediata, com o benzo a melhora é imediata, cuidar para que pcte não substitua ttos pelo benzo. Aum atividade excitatória glutamatérgica – farmacos NMDA, apesar de não serem primeira escolha. Disfunção serotoninérgica – ISRSs. Não se sabe muito bem como funciona, sabe-se que existe, pois pctes responderam aos medicamentos. Medo + TP – Neurobiologia do medo: Projeções neuronais para o hipotálamo lateral (responsável pelo aum de PA e taquicardia). Porções mais basais do cérebro Porção ventro-medial de córtex pré- frontal – arousal (resposta de sobressalto) – como no TEPT Sistema retículo-pontino – aum reação de sobressalto Subst cinzenta periaquedutal – freezing ou prejuízo nas atividades sociais Núcleo paraventricular – liberação de cortisol Sintomas respiratórios no TP: Muitos transtornos psiq desencadeiam Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 sintomas respiratórios, e pctes melhoram com respiração diafragmática (respirar num saquinho – evita hiperventilação). O que desencadeia o ataque de pânico? Hipercapnia ou hipocapnia divergências na literatura, artigos mais recentes dizem que ambos podem desencadear ataque de pânico. O que desencadeia de fato o ataque de pânico – é alterada a sensibilidade ao CO2, seja elevada ou reduzida. Porém, isso não ocorre com todos os pctes, mas nos que tem sintomas respiratórios associados, tipo de pcte que tem mais sintomas noturnos. Tipo de pcte que tem mais associação com TP familiar – pctes que tem sintomas respiratórios têm mais chance de ter fatores genéticos associados ao TP. Interpretação equivocada dos sintomas respiratórios agravam os sintomas – piora dos sintomas respiratórios. TCC no TP: ensinar pcte a se concentrar na respiração, ensinar técnicas de relaxamento (contração de grupos musculares e relaxamento), etc. Transtornos mentais e herdabilidade: Maior herdabilidade: esquizofrenia (aprox 80% herdab), transtorno bipolar e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Menor herdabilidade: transtorno depressivo maior (mais associado a fatores ambientais), TAG (aprox 30% herdab). Estudos mostram que a expressão genotípica pode ser alterada por fatores ambientais. Expressão genotípica menor em ambientes com fatores de risco reduzidos. Ambiente é mais proeminente na expressividade genotípica que a própria informação genética. Dx diferencial de TP: Outros transtornos de ansiedade especificados ou não Transtorno de ansiedade devido a outra condição médica Transtorno de ansiedade induzido por drogas Transtornos do sono sempre pedir polissonografia em caso de suspeita de Síndrome da apneia obstrutiva do sono. Terror noturno X ataque de pânico X sonambulismo: Terceira infância – sonambulismo, normal desenvolvimental (sono não-REM, não deve ser acordado e leva-lo de volta ao leito, criança fica confusa e agitada). Terror noturno – criança acorda gritando, sem despertar pleno e logo volta a dormir, se questionada no outro dia nem lembra. Duração variável. Ataque de pânico – acorda por completo e tem memória do evento no outro dia. OBS: é mais comum desenvolver TP depois de um trauma do que TEPT tem grande trauma e passa a ter ataques de pânico noturno – tto com TCC. TP – contribuem para o dx ataques de pânico espontâneos noturnos. Ataques de pânico diurnos e noturnos parecem se desenvolver de maneira diferente, ataques noturnos fatores biológicos como disfunção autonômica do SNC. Fatores mais cognitivos e psicológicos relacionados aos ataques com gatilhos específicos (diurnos). Agorafobia: Critérios dx do DSM-V: A – medo ou ansiedade marcantes acerca Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 de 2 (ou +) das 5 situações seguintes: 1. uso de transp publico 2. permanecer em espaços abertos 3. permanecer em em locais fechados 4. permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão 5. sair de casa sozinho B – o ind tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (medode cair nos idosos, etc) C – as situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade D – as situações agorafóbicas são ativamente evitadas (marcador de gravidade), requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade E – o medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural F – o medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de 6 meses G – o medo, ansiedade ou esquiva causa o sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H – se outra condição médica (ex: DII, dça de Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo I – o medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado por sintomas de outro transtorno mental (ex: sintomas não são restritos a fobia específica, tipo situacional, não envolvem apenas situações sociais, não relacionados apenas a obsessões – TOC, percepção de defeitos ou falhas na aparência física, medo de separação como no transtorno de ansiedade de separação). Frágil diferenciação de agorafobia fobia específica, como claustrofobia – locais fechados, diferente do agorafóbico, que tem medo de estar nesses locais por medo de passar mal, ficar desamparado. Há divergência inclusive entre especialistas. *Importante saber se é agorafobia para escolha de tto – prever resposta a farmacoterapia. Agorafobia e fobia específica não têm muita evidência para farmacoterapia tto mais efetivo = TCC. Fobia específica = tto mais efetivo é a terapia de exposição lenta e gradual. DSM-IV agorafobia – fobia em 1 só local que deixaram de ser agorafóbicos pelo DSM-V (necessidade de 2 locais) passaram a ser dx como transtorno de fobia específica. Fármacos TP: 1ª linha ISRSs 2ª benzos, mirtazapina *Não usar bupropiona no TP – chance de piorar os sintomas (geralmente não ajuda em transtornos de ansiedade). *Não prescrever propranolol (só é usado sob demanda em pctes com transtornos de fobia social, antes de dar uma palestra, etc). Fármaco serotoninérgico aum dose em 4 semanas pode não ter remissão dos sintomas. Ter um ataque pode acontecer Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 durante o tto, isso não quer dizer que o tto não está dando certo. O objetivo do tto é melhorar a esquiva fóbica e retornar a funcionalidade. Lembrar de pedir ECG para pctes em altas doses de escitalopram – probabilidade alta de prolongamento de QT. TP = remissão de 39%. TP + agorafobia = remissão de 17%. 7) ESQUIZOFRENIA: 09 de setembro de 2016 Prof. Ângelo Dça devastadora, existe em todos os povos e culturas, acontece cedo na vida, curso variado, “as esquizofrenias”, a principal “psicose”. Termo psicótico atualmente: perdas dos limites do ego – prejuízo no teste de realidade. Definição restrita: delírios ou alucinações proeminentes. Definição ampla: inclui discurso e ou comportamento desorganizado História: Morel 1809-1873 demense precoce. Kraepelin 1856-1926 demência precoce X psicose maníaco depressiva. Bleuler 1857-1939 esquizofrenia – sintomas fundamentais: associações, afeto, autismo, ambivalência. Schneider 1887-1967 ideias de influência, alucinações auditivas na terceira pessoa (2 vozes falando sobre a pessoa – já foi considerado patognomônico de esquizofrenia). Dx é feito por CID-10 ou DSM-V: DSM-IV não muda nada em relação ao DSM-V. Transtornos psicóticos não-afetivos – não começou a doença no humor: esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo. Afetivas: bipolar com aspectos piscóticos, depressão maior com aspectos psicóticos. Induzido por substs ou abstinência (cocaínas, alucionógenos) Condição médica geral (uremia) Delírios e alucinações: Afetivas mais agudo, melhor prognóstico, mania, depressão. Não-afetivas início mais insidioso, pior prognóstico, esquizofrenia, psicose, sintomas negativos, declínio cognitivo Dx de esquizofrenia: Fase “prodrômica”: Início precoce na vida, retraimento social gradual, interesses reduzidos, mudanças na aparência e higiene, mudanças cognitivas, comportamento excêntrico. Sem psicose, mas comportamento diferenciado. A partir dos 20 anos critérios DSM-V: A – sintomas caracts (2 ou +) por 1 mês: Fase ativa. *delírios *alucinações *discurso desorganizado Comportamento desorg ou catatônico Sintomas negativos (embotamento afetivo, alogia – pensamento empobrecido, avolição – sem iniciativa) *um dos 2 sintomas necessários deve ser uma dessas características com*. B – disfunção social ocupacional: trabalho relações pessoais, cuidados pessoais – abaixo do nível. C – duração 6 meses: 1 mês critérios A (fase ativa). Deve acompanhar durante 6 meses para fechar dx, antes disso é Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 transtorno esquizofreniforme, se ainda não preencheu tempo. D – excluir transtornos do humor ficar 2 semanas delirante sem alts de humor (humor eutímico). Bipolar fica delirante, mas tb tem alterações de humor. Na esquizofrenia o pcte pode estar completamente delirante e eutímico. E – excluir uso de subst/condição medica geral. Classificação dos sintomas: Positivos (produtivos): delírios, alucinações. Negativos (deficitários): embotamento afetivo, avolição, alogia, anedonia. Cognitivos: perda velocidade processamento informações, atenção, memória, funções executivas. Epidemiologia da esquizofrenia: Incidência de 15/100 mil hab/ano. Prevalência vida= 1% da pop. Aparecimento mais tardio em mulheres (5 anos mais tarde – pico em 25 anos e prognóstico melhor em mulheres, pico em homens 20 anos). Em POA 0,9%. Etiologia: Mãe esquizofrenogênica (déc 60) = “X errado” – teoria do duplo afetivo (reprimir a criança com uma voz em tom afetivo, dividiria a mente da criança). Atualmente: Hipótese dopaminergica Hipótese glutamatergica Hipótese neurodesenvolvimental Fatores genéticos MZ 48% Pessoa esquizofrênica já tem déficits cognitivos desde o nascimento. Dça do neurodesenvolvimento. Infecções maternas, hipóxia no nascimento, uso de drogas aum risco de esquizofrenia. Mistura genética + ambiente. Os estágios do progresso médico: Isola síndrome Identifica fisiopato Encontra tto Encontra forma de impedir que a fisiopato ocorra Modelo de Psicose delírios e alucinações desregulação de dopamina necessária (genética X fatores ambientais). Fatores ambientais que aumentam chance de esquizofrenia: maconha, urbanização, risco fetal, migração desregulação dopamina saliência aberrante alucinações e delírios. Déficits no neurodesenvolvimento e cognição. Desregulação afetiva. Fatores estressores fator ambiental + genética com predisposição. Teoria da saliência aberrante: cérebro é máquina de comparar coisas de acordo com nossas experiências de vida. Se dopamina desregulada – saliência desproporcional para pensamentos aberrantes. Curso e prognóstico: Curso com exacerbações e remissões relativas. Dx é feito aos 25 anos – sintomas psicóticos, mas o agravamento dos sintomas negativosé o principal problema, fazer o pcte voltar a ter iniciativa. Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Sintomas negativos acentuam-se com o tempo. 20-50% levam uma vida relativamente normal. Fatores de bom prognóstico: Inicio tardio Fatores desencadeantes Início agudo Bom funcionamento pré-mórbido Sintomas afetivos/positivos Fatores de mau prognostico: Inicio precoce e insidioso Mau ajustamento social Ausência de fatores precipitantes Hx familiar de esquizofrenia Curso se remissão por 3 anos Sintomas negativos Fraco sistema de apoio Vias dopaminérgicas: 4 vias – limbo estriatal, mesolímbica, meso- cortical e túbulo-infundibular. Hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos na via mesolímbica teoricamente medeia os sintomas positivos da psicose – alucinações. *Uso de cocaína, alucinógenos – mesmo efeito. Usa-se antagonista de dopamina = antipsicóticos, reverte excesso de dopamina em via mesolímbica problema: diminui dopamina do cérebro inteiro – todas as outras vias que não tem a ver com a esquizofrenia também são inibidas – letargia, galactorreia, aum prolactina, etc. Hipótese dopaminérgica integrada: Sintomas positivos – excesso de dopa em via mesolímbica. Via mesocortical – dopa diminuída – sintomas cognitivos e sintomas negativos (dlpfc – dorsolateral prefrontal cortex). Via mesocortical (vmpfc – ventromedial prefrontal cortex) – sintomas afetivos, sintomas negativos. Muita dopamina numa via, pouca em outra e normal em outras – alterada pelas medicações dopamina deve ser regulada, mas não é a causa da doença, é só a consequência. Vias do glutamato excitatório GABA inibitório Glutamato atua no GABA e GABA atua na dopamina. Hipofunção de glutamato, excita menos GABA, inibe menos dopa excesso de dopamina. Via mesocortical (menos dopamina) – glutamato atua diretamente na dopamina, menos glutamato, menos dopamina. Drogas não mimetizam a esquizofrenia – fazem a pessoa ficar psicótica. O que memitizaria a esquizofrenia = psicose + sintomas negativos + déficits cognitivos. Antipsicóticos convencionais – haldol, clorpromazina. Risperidona – age na dopamina e na serotonina, melhora sintomas negativos. Clozapina – causa convulsão, discrasia sanguínea, é a que melhor funciona, até 60% dos pctes respondem à clozapina, complicada de usar, estão tentando fazer droga igual sem efeito colateral olanzapina, dim efeitos colaterais, mas dim efetividade. Tto farmacológico: Antipsicoticos convencionais – D2 (clorpromazina, haloperdil, tioridazina) e atípicos – 5-HT2A e D2 (clozapina, olanzapina, quetiapina, risperidona, ziprasidona). Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Monoterapia com antipsicótico, troca de antipsicótico, clozapina e combinação de outros meds (Sequência). *Psicose é tóxica para o cérebro, iniciar tto precoce – fazer uso de clorpromazina e haloperidol, olanzapina ou risperidona. Clínico geral – fazer dx e usar antipsicótico. Internação: fase aguda; risco de suicídio/agressão ou exposição moral. O enigma da psiquiatria: Esquizofrenia é uma ou várias? Discussão ampla, variações entre pctes. Dx: categorias ou dimensões? Fatores de risco: verdadeiros ou viés? Neurodesenvolvimento/degenerativa? Ambos! Como alterar curso? Mecanismos inflamatórios e estresse oxidativo – proteger cognição. Como identificar pessoas de alto risco? Ttar pessoa antes de ter surto. Instrumentos que pudessem caracterizar os pctes antes do surto – identificar pessoas de alto risco e ttar (“estatina da psiquiatria”). O surto já começa muito tempo antes de um surto. Características gerais da dça: 1) Universal 2) Grave 3) Curso menos favorável em países industrializados – sociedade mais competitiva; maior pressão psiq – maior expectativa social faz pctes surtarem mais 4) Anormalidades cerebrais 5) Resposta terapêutica a antagonistas dopaminérgicos 8) TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR: 16 de setembro de 2016 Prof. Ângelo Prevalência 17%, mulheres 24-25% 2x mais comum em mulheres, 1 em cada 4 mulheres terá um episódio depressivo ao longo da vida Idade de início 20-30 anos Relação com eventos estressantes da vida Relação com patologias clínicas 70% dos pctes com Parkinson tem depressão. Subdiagnóstico = barreiras: Do médico: depressão “é normal”, falta de treinamento (50-60% não é detectado), presença freq de comorbidades, descrença na efetividade do tto. DEPRESSÃO MAIOR: DSM-V (2013) 1. Humor depressivo* 2. Perda de interesse /prazer* 3. Perda ou ganho de peso 4. Insônia; hipersonia 5. Retardo motor ou agitação 6. Fadiga ou perda de energia 7. Sentimento de inutilidade/culpa delirante 8. Indecisão/falta de concentração 9. Ideação suicida 5 ou mais *(mas um deles tem que ser humor depressivo ou perda de interesse ou prazer) de todos esses sintomas durante 2 semanas. Causam sofrimento/prejuízo e não podem ser causadas por substs psicoativas ou outras doenças. Farmacoterapia: Depressão leve – varia conforme o lugar do mundo, alguns lugares aceitam que deve- Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 se usar só psicoterapia, outros acham que tb deve-se usar fármacos. BR – terapia. Depressão moderada – sempre usar Depressão grave – sempre usar Moderada a grave – sempre usar medicação. Leve – varia em diferentes guidelines. Classificação de gravidade da depressão (PHQ-9 – patient health questionnaire): 0-4 no depression 5-9 mild 10-14 moderate 15-19 moderately severe 20-27 severe depression Conceitos: Resposta: 50% de dim dos sintomas – tto considerado eficaz. Remissão: sem sintomas, volta ao funcionamento normal – objetivo do tto. Recaída: retorno dos sintomas (episódio) antes de ter tido resposta efetiva. Recuperação: remissão mantida, Recorrência: aparecimento de novo episódio, já estava recuperado e volta a ter os sintomas. *Remissão acontece muito menos que resposta, indústria sempre trabalha com resposta nos estudos. *Recaída é o mesmo episódio e recorrência é novo episodio. Os antidepressivos são efetivos nas depressões moderadas a graves e a meta é a remissão. Se não tratar – a depressão é episódica com episódios nao-ttdos durando geralmente 6-24 meses seguidos por recuperação ou remissão. A depressão é cíclica, mesmo em pctes sem tto, o problema é que dura muito tempo sem tto até atingir a remissão. Depressão medicação remissão para remédio 50% mantém, 50% reincide. Se mantém tto 1 ano 90% mantém, 10% reincide (teoria – manter tto por pelo menos 1 ano, prática clínica, manter mais que isso). Etiologia: multifatorial. Heterogeneidade etiológica é provável, com múltiplos fatores envolvidos fatores genéticos, ambientais, hormonais, desregulação de neurotransmissores, alteração da expressão gênica. Neurotransmissores: Déficit trimonoaminérgico: 1 neurônio pré outro pós-sináptico falta da neurotransmissão – iMAO = medicação que inibe a enzima que destrói neurotransmissor – causa o retorno ao estado normal (aum de neurotransmissor na fenda). Antidepressivos tricíclicos. Inibidores da recaptação da serotonina – mais neurotransmissor fica na fenda sináptica. Antidepressivoinibe bomba aumenta a quantidade de neurotransmissor em poucas horas, mas demora 2 semanas para melhora de sintomas (deve haver mais explicações). Hipótese dos receptores transmissores. Bioquímica celular, alterações gênicas não bem explicados. Neurotransmissores que regulam humor, cognição e comportamento: Dopamina – atenção, motivação, prazer, recompensa, sexualidade Serotonina – obsessões, compulsões Noradrenalina (NA) – estado de alerta, energia Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Fase aguda: busca de resposta primeiros 2-3 meses resposta e remissão. Fase de continuação (6 meses) evitar recaída. Fase de manutenção (1-5 anos ou resto da vida) evitar recorrência. Fatores que suportam hipótese de uso 2 anos: o Idade avançada o Episódios recorrentes (3 ou mais) – chance de ter 1 episódio na vida = 17% ou mulheres 24%, a chance de ter o segundo = 50%, quem teve 2 episódios = 70%, se teve 3 = 90% (quanto mais tem, mais vulnerável – deixar mais tempo em tto) o Episódios crônicos o Episódios psicóticos o Episódios severos o Episódios difíceis de ttar o Comorbidades significativas (psiquiátricas ou clínicas) o Sintomas residuais (não-remissão) o Psicose o Hx de recorrência durante descontinuação de antidepressivos Escolha do antidepressivo: Apresentação clínica – empírico. Perfil efeitos colaterais – remédios variam muito no perfil de efeito colateral obesa que tem sono remédio que causa insônia e da perda de peso. Adaptar o perfil de efeito colateral ao pcte. Resposta anterior (se já funcionou anteriormente, tem maior chance de funcionar – já usou sertralina e fez efeito, prescrever sertralina)/preferência do pcte Custo Comorbidades Principais antidepressivos: IMAO (funciona muito bem, mas tem uma série de alimentos que não pode usar junto, impraticável o uso). TRICÍCLICOS: amitriptilina, clomipramina, imipramina ISRS: fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina, sertralina, citalopram, escitalopram IRSN: venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina, milnaciprano Outros – duais bupropiona, trazodona, mirtazapina. Cuidar prescrição de subdose, geralmente 100 – a dose de depressão deve ser mínimo 150. Efeitos colaterais tricíclicos: ganho de peso, sonolência, constipação, borramento visão, boca seca. Maior tolerabilidade em relação aos ADT, mas a eficácia foi a mesma ISRS: menos efeitos colaterais (porém, tem dim da libido e ejaculação precoce). Fluoxetina (prozac) – 20mg/d – 20-40 usual – 80 max Paroxetina Sertralina Citalopram Fluvoaxamina * Se não foram mais efetivos, é pq não envolve só serotonina duais. DUAIS – IRSN: Venlafaxina Desvenlafaxina Duloxetina *70% respondem e 30% não respondem. Fatores de não resposta: Adesão Longa duração Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 Transtorno de personalidade Episódio grave Distimia Estratégia para não-resposta: Aum dose Troca para outra classe Potencialização Combinação antidepressivos IMAO ECT (eletroconvulsoterapia) – respondem muito bem para casos graves. Não tem na rede privada. Só na rede pública. Efeito colateral mais importante – perda temporária da memória. Funciona muito bem para casos bem graves que não respondem a tto fármaco. Combinações: Venlafaxina + mirtazapina – duas drogas duais fortes OU só Fluoxetina. Uma ou duas drogas desfecho quase mesmo. Mas uso de comb tem mais efeitos colaterais e o custo é muito caro. **Melhor = dobrar a dose do remédio (em cerca de 8 semanas). Funciona melhor que as interações entre combinações de drogas. Independente da droga, dobra a dose que funciona melhor. Se começar a complicar mesmo após dobrar a dose, manda para psiquiatra, pode ter outros fatores envolvidos que diminuam a efetividade do tto, transtornos de personalidade, etc. E se o episódio depressivo for devido a um transtorno bipolar? Dx diferencial difícil em casos de pctes novos. Se for bipolar não pode usar antidepressivo. Fatores associados ao THB: Recorrência de episódio depressivo – ficar de olho se não tem episódio maníaco associado (questionar episódios de agitação excessiva) Idade de inicio precoce Sintomas psicóticos (afunda rápido, pcte bem – 2-3 dias se deprime – 5 dias psicótico). Hx familiar de mania Virada maníaca associação antidepressivos com estabilizadores – lítio e antidepressivos por pouco tempo (ISRS, bupropiona) – 4 a 6 semanas melhora da depressão, manter só lítio, quetiapina – aprovada para tto de THB + depressão. Se não desconfiar de bipolaridade e usar antidepressivo – vai ter episódio de mania (que é impulsionado por antidepressivos). Tto: novos alvos. Estudos ainda em andamento. Antidepressivos de “amplo espectro” CRH-HPA-HPT Glutamato CREB-BDNF Citocinas Sistema de recompensa 9) TRANSTORNO DE PERSONALIDADE: 23 de setembro de 2016 Prof. Ângelo Personalidade: origem etimológica – persona: a máscara dos personagens. Temperamento (herdado/ herança biológica) + caráter (aprendido ao longo da vida, definido no final da adolescência, início da vida adulta). Dimensões X categorias Fronteiras com a normalidade Estado X traço: traço é estável e caracteriza a pessoa sempre, estado caracteriza um Vanessa Braga Machado – ATM 2018/2 momento (ex: uso de cocaína – falante, brincalhão, mas é um estado momentâneo que não caracteriza o pcte sempre; ex: estado deprimido durante uma doença). - Traços de personalidade: aspectos emocionais e comportamentais estáveis e duradouros que caracterizam o indivíduo (jeito de ser). DSM-V: dimensão + categoria personalidade. Dois capítulos – antigo DSM-IV: por categorias. Novo capítulo (DSM-V) – dimensão + categoria bom teoricamente, mas ruim na prática, difícil aplicação. Lançado com 2 capítulos, 1 como já era no DSM-IV, por categorias, e outro alternativo – categorias e dimensões. Transtorno de personalidade: Comportamento que se desvia da cultura, generalizado, inflexível (início na adolescência e vai ate a idade adulta), provoca sofrimento ou prejuízo doença. Deve-se esperar o término da adolescência para dx de transtorno de personalidade. Personalidades psicopáticas: Hipertímicos Depressivos Inseguros Fanáticos Carentes de atenção Emocionalmente lábeis Explosivos Desalmados Abúlicos (sem iniciativa) Astênicos (cansado) Personalidade – teoria mais atual: Temperamento: Herança genética Busca de novidades Evitação da dor (perigo não atrai) Dependência da recompensa Persistência Caráter: Aprendido Direcionamento do self (objetivos da vida, longo e curto prazo) Cooperação Transcendência (espiritualidade) 40-70% da personalidade da pessoa é por herança genética, não dependente da criação. Funcionamento da personalidade: Individual: Identidade – limites em relação aos outros, autoavaliação precisa, sabe de seus pontos fracos e fortes e sabe lidar com emoções. Autodirecionamento – planos de vida, objetivo de curto prazo coerentes. Interpessoal: Empatia – percepção de como os outros estão e como teu comportamento
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