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RESUMO AULAS PARASITOLOGIA 1 a 10

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Aula 1 – Nesta aula foi abordado as relações entre os seres vivos, os conceitos ecológicos e bioquímicos de parasitismo. As adaptações realizadas pelos parasitos para sobreviverem à vida parasitária. Os diversos tipos de ciclos biológicos utilizados pelos parasitos em seus hospedeiros, como também definições importantes para se compreender melhor a disciplina.
Importância do Estudo de Parasitologia
O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores, entre eles, podemos destacar: o número de formas infectantes presentes, a virulência da cepa, a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos, a associação de um parasita com outra espécie e o grau da reposta imune ou inflamatória desencadeada. 
A parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem no interior ou exterior de outro hospedeiro, obtendo alimento às expensas de seu hospedeiro, consumindo-lhe os tecidos e humores ou o conteúdo intestinal. 
A parasitologia na prática abrange o estudo de: 
PROTOZOÁRIOS, HELMINTOS e ARTRÓPODES 
onde a maiorias dos parasitos de importância médica e veterinária estão situados. 
Formas de transmissão dos parasitas 
Eles podem ser transmitidos entre os seres humanos através do contato pessoal ou do uso de objetos pessoais. Podem também ser transmitidos através da água, alimentos, mãos sem a devida higienização, poeira, através do solo contaminado por larvas, por hospedeiros intermediários (moluscos) e por muitos outros meios. 
Os parasitas são classificados:
Quanto ao número de hospedeiros:
monoxenos/monogenéticos e heteroxenos/digenéticos 
Quanto à localização nos hospedeiros:
ectoparasitas ou endoparasitas
Quanto ao número de células:
unicelulares ou pluricelulares
PARASITISMO: é a interação entre indivíduos de espécies diferentes, em que se estabelecem relações intimas e duradouras com certo grau de dependência metabólica. 
Especificidade do hospedeiro: quando o parasito exige apenas uma espécie de hospedeiro para completar seu ciclo biológico, é dito MONOXENO e, se a espécie for sempre à mesma, será considerado ESTENOXENO.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO - é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual.
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO - é o que apresenta o parasito em fase larvária ou em fase assexuada.
Adaptações ao parasitismo: é a marca do parasitismo. Mostra a evolução do parasito para melhorar seu relacionamento com o hospedeiro. E esta evolução tornou o parasito (invasor) mais dependente de seu hospedeiro. 
As adaptações são principais são:
 Morfológicas
 Degenerativas 
 Hipertrofia
 Biológicas
 Capacidade reprodutiva 
 Tipos de reprodução 
 Tropismos 
A AÇÃO PATOGÊNICA DOS PARASITOS É MUITO VARIÁVEL, PODENDO SER: 
AÇÃO ESPOLIATIVA: absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro, podem deixar pontos hemorrágicos na mucosa quando abandonam o local de sucção. 
AÇÃO TÓXICA: quando produzem enzimas ou metabólicos que podem lesar o hospedeiro.
AÇÃO MECÂNICA: impedem o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar. 
AÇÃO TRAUMÁTICA: É provocada, geralmente, pela migração de formas larvais de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também possam fazê-lo. 
AÇÃO IRRIATIVA: propriedade de sensibilizar o organismo humano, causando fenômenos alérgicos.
ANÓXIA: consumo de oxigênio da hemoglobina, ou produza anemia, é capaz de provocar uma anóxia.
RELAÇÕES ENTRE SERES VIVOS
Podemos classificar as relações entre seres vivos inicialmente em dois grupos: 
 intraespecíficas 
 interespecíficas
 harmônicas ou positivas e 
 desarmônicas ou negativas 
RELAÇÕES HARMÔNICAS
 MUTUALISMO: É quando duas espécies se associam para viver, e ambas são beneficiadas. 
 COMENSALISMO: uma obtém vantagens sem prejuízos para o outro. Essas vantagens podem ser: proteção, transporte e nutrição;
 SIMBIOSE: há unia troca de vantagens a nível tal que esses seres são incapazes de viver isoladamente. As espécies realizam funções complementares, indispensáveis a vida de cada uma. 
RELAÇÕES DESARMÔNICAS 
 COMPETIÇÃO: intraespecífica) ou interespecífica, lutam pelo mesmo abrigo ou alimento, e, em geral, as menos preparadas perdem. 
 CANIBALISMO: um animal se alimenta de outro da mesma espécie ou da mesma família. Esse relacionamento quase sempre ocorre devido à superpopulação e deficiência alimentar, e as formas mais ativas ou mais fortes devoram as menores ou mais fracas.
PARASITISMO: existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este. De modo geral, essa associação tende para o equilíbrio, pois a morte do hospedeiro é prejudicial para o parasito. Há uma espoliação constante, mas insuficiente para lesar gravemente o hospedeiro. 
 PREDATISMO: É quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie. Isto é, a sobrevivência de uma espécie depende da morte de outra espécie (cadeia alimentar). 
Aula 2 - Foi apresentado a classificação dos protozoários, suas formas morfológicas, e destacamos os principais protozoários que podem causar doenças em humanos. Estudamos o Trypanosoma cruzi, agente causador da DOENÇA DE CHAGAS. 
PROTOZOÁRIOS 
Os protozoários englobam todos os organismos protistas, eucariotas, constituídos por uma única célula. Apresentam as mais variadas formas, processos de alimentação, locomoção e reprodução. É uma única célula que, para sobreviver, realiza todas as funções mantenedoras da vida: alimentação, respiração, reprodução, excreção e locomoção. Para cada função existe uma organela própria. 
O Trypanosoma cruzi é um protozoário agente etiológico da doença de Chagas (tripanossomiase americana, ou esquizotripanose) que constitui uma antroponose frequente nas Américas, principalmente na América Latina. Pertence a família Trypanosamatidae, caracterizado pela presença de um flagelo e uma única mitocôndria. 
O T. cruzi possui em seu ciclo biológico nos hospedeiros vertebrado e invertebrado várias formas evolutivas.
Nos vertebrados, o T. cruzi se apresenta: 
SANGUE -Forma Tripomastigota 
TECIDO- Forma Amastigota
Nos invertebrados (insetos vetores) ocorre um ciclo com a transformação dos tripomastigotas sanguíneos em epimastigotas, que depois se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos, que são as FORMAS INFECTANTES acumuladas nas FEZES DO INSETO. 
Reservatório
Além do homem, mamíferos domésticos e silvestres têm sido naturalmente encontrados infectados pelo Trypanosoma cruzi.
Vetor
Os vetores da Doença de Chagas pertencem a ordem Hemoptera (hemípteros), que compreende insetos grandes e providos de um aparelho bucal picador-sugador. A família é a Reduviidae, e a subfamília Triatominae, que inclui os “BARBEIROS” que são hematófagos. 
TRANSMISSÃO 
Pelo vetor invertebrado: TRIPOMASTIGOTAS METACÍCLICOS
Por transfusão sanguínea: Devido ao fenômeno de migração rural-urbana
Congênita Ocorre principalmente após o terceiro mês de gestação, sempre havendo envolvimento placentário. 
Outras formas de transmissão: transmissão acidental (em laboratório, com contaminação através de sangue infectado, de fezes de triatomíneos, caldo de cultura etc...) 
PATOGENIA
Entende-se por patogenia os mecanismos pelos quais o T. cruzi determina as lesões, levando com frequência à cardiopatia chagásica e em outros órgãos. A patogenia está ligada a muitos mecanismos, tais como: patogenia da cepa, a idade da pessoa e a alimentação.
Aula 3 - Abordamos duas doenças parasitárias de grande importância, a LEISHMANIOSE e a MALÁRIA. 
LESHIMANIOSE
A Leishmaniose é uma doença parasitária que pode ser encontrada sob três formas principais: Leishmaniose cutânea, Leishmaniose muco cutânea e Leishmaniose visceral (Calazar). É provocada pelos protozoários do gênero Leishmania, transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, também chamados de mosquito palha ou birigui. 
Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)
A leishmaniose tegumentar americana é também conhecida por Úlcera de Baurú, Nariz de tapir e Botão do oriente. No Brasilas espécies mais importantes responsáveis pela doença são: Leishmania Vianna braziliensis; Leishmania Vianna amazonensis e Leishmania Vianna guyanensis. É uma forma maligna porque os parasitos invadem as mucosas em mais que 80% dos casos, atingindo não só a mucosa nasal como a faringe e a laringe.
RESERVATÓRIO
Os animais reservatórios são os marsupiais, roedores, tamanduás, cães, equinos e o homens. 
VETOR
A doença é transmitida por insetos flebotomíneos, no Brasil o gênero Lutzomyia sp., conhecido como mosquito palha, cangalhinha ou birigui
MORFOLOGIA
Os Parasitas do gênero Leishmania são digenéticos (heteroxenos) e apresentam em seu ciclo de vida apenas duas formas evolutivas: a forma promastigota, que é flagelada e extracelular, e a forma amastigota, que é intracelular e sem movimentos. 
Formas observadas no inseto vetor:
Forma promastigota: observada no tubo digestivo do hospedeiro vetor e em cultura do parasito. 
Forma paramastigota: quando as formas promastigotas dirigem-se para o intestino onde iniciam a colonização, nas regiões do piloro e íleo ocorre a transformação das formas promastigotas em paramastigotas que permanecem aderidas pelo flagelo ao epitélio intestinal, onde ainda se dividem. 
Formas de encontradas no ciclo biológico da Leishmania:
a) Amastigota no interior do macrófago;
b) Promastigotas encontrados no tubo digestivo dos flebotomíneo e 
c) Paramastigotas aderidos ao epitélio
CICLO EVOLUTIVO DA LEISHMANIA
1. Repasto, introduz formas PROMASTIGOTAS METACÍCLICAS; 2. Promastigotas fagocitadas por macrófagos teciduais; 3. Promastigotas se transformam em amastigotas; 4. Reprodução no interior do vacúolo parasitóforo; 5. Rompimento do macrófago; 6. Parasitas são fagocitados por novo macrófago; 7. Macrófagos parasitados ingeridos durante o repasto; 8. No estômago do inseto, o macrófago se rompe liberando amastigotas, transformam em promastigotas; 9. Promastigotas migram para o intestino; 10. Paramastigotas se transformam em promastigota e migração para o estômago, e em seguida para a faringe do inseto (PROMASTIGOTAS METACÍCLICAS).
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Forma cutânea: Inicialmente nota-se hiperemia, com nódulo ou vesícula central, geralmente pruriginosa ou indolor. Pode permanecer estável ou então aumentar de tamanho, formando uma úlcera pequena dentro de 1-2 meses, contém grande número de parasitos, se torna necrosada originando uma ulcera típica ou não se necrosa e, o nódulo inicial evolui para lesões verrugosas e papilosas. A lesão inicial ou primaria geralmente ocorre na parte do corpo em que o vetor inoculou as formas promastigotas. Daí pode ocorrer lesões secundárias. 
Forma mucosa: A lesão da região nasobucofaringeana é quando se torna mais grave a doença, devido às mutilações faciais que provoca. À princípio há hiperemia e edema na parte anterior da cartilagem nasal. Em poucos dias ou meses, aparecerá a úlcera atingindo a cartilagem do septo nasal e depois a mucosa. Posteriormente pode haver comprometimento de todo o nariz, lábio superior, palato e faringe, provocando mutilações graves, impedindo a alimentação e dificultando a respiração e a fonação. Parece que o período de incubação é de 2 semanas a 2 meses. 
TRANSMISSÃO
Vetor: picada do flebótomo do gênero Lutzomyia e inocula as formas promastigotas metacíclicas.
Acidentes de Laboratório: material perfuro cortante; 
Transfusão sanguínea; 
Uso de drogas injetáveis: compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas;
Congênita: rara, e ocorre no momento do parto. 
O período de incubação é de 2 a 4 meses aproximadamente. 
MALÁRIA 
Apesar de muito antiga, a malária continua sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Estima-se que a doença afeta cerca de 300 milhões de pessoas nas área subtropicais e tropicais do planeta, resultando em mais de um milhão de mortes a cada ano, na grande maioria, crianças. Também conhecida como paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão, a malária foi primeiramente citada na era pré-Cristã, por Hipócrates.
AGENTE ETIOLÓGICO
Os parasitos causadores de malária pertencem ao filo Apicomplexa, família Plasmodiidae e ao gênero Plasmodium.
Atualmente são conhecidas cerca de 150 espécies causadoras de malária em diferentes hospedeiros vertebrados. Destas, apenas quatro espécies parasitam o homem: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale. Diferentes nomes foram dados às infecções causadas por esses parasitos, de acordo com o tipo de febres intermitentes que causavam. 
No Brasil encontramos três espécies importantes
P. vivax, P. falciparum e P. malarie 
O Ciclo Biológico do plasmódio, é dividido em três fases: (A) Primeira - sexual (ciclo esporogonia), ocorre no mosquito. Duas fases, assexuada, pode ocorrer em humanos – (B) o ciclo eritrocitário e (C) o ciclo exoeritrocítica (em células do fígado).
Aula 4 - Nesta aula abordamos: a TOXOPLASMOSE a GIARDÍASE e TRICHOMONÍASE, todas com importância médica. 
TOXOPLASMOSE
A toxoplasmose é uma zoonose e a infecção é muito frequente 
em várias espécies de animais: mamíferos (principalmente carneiro, cabra e porco) e aves. O gato e alguns outros felídeos são os hospedeiros definitivos ou completos e o homem e os outros animais são os hospedeiros intermediários ou incompletos.
Toxoplasma gondii é um protozoário de distribuição geográfica mundial, com alta prevalência sorológica, podendo atingir mais de 60% da população em determinados países. No entanto, os casos de doença clínica são menos frequentes. Nestes, a forma mais grave é encontrada em crianças recém-nascidas, sendo caracterizada por encefalite, icterícia, urticária e hepatomegalia, geralmente associada a coriorretinite, hidrocefalia e microcefalia, com altas taxas de morbidade e mortalidade.
MORFOLOGIA E HABITAT
O T. gondii apresenta em seu ciclo biológico várias formas, dependendo da fase e do hospedeiro. Podem ser encontrados em vários tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal, entre outros). Nos felídeos podem ser encontradas as formas do ciclo sexuado no epitélio intestinal e também no meio exterior junto com as fezes desses animais após completar a fase intestinal. 
As principais formas que o parasito apresenta durante o ciclo evolutivo são: taquizoítos, bradizoítos e oocistos (contendo os esporozoítos). Essas três formas infectantes apresentam organelas citoplasmáticas características do filo Apicomplexa, que só podem ser observadas em microscopia de eletrônica de transmissão. 
Os Taquizoítas são encontrados nas células do sistema fagocítico mononuclear de hospedeiros definitivos e intermediários. 
Oocistos
São encontrados nos tecidos, sendo esféricos no cérebro e na retina (medindo 20 – 200 micra de diâmetro), mas são alongados no músculo estriado onde medem até 200 micra de comprimento. Contêm vários bradizoítas originados da multiplicação dos taquizoitas que penetram nos tecidos. Recebem esse nome porque a multiplicação é lenta, ao contrário do que acontece com os taquizoítas, que é rápida. 
CICLO BIOLÓGICO do T. gondii 
1. Fase assexuada: nos tecidos de vários hospedeiros (inclusive gatos e outros felídeos); 
2. Fase sexuada: nas células do epitélio intestinal de gatos jovens (e outros felídeos) não imunes. 
O ser humano adquire a infecção por três vias principais:
 Ingestão de oocistos presentes em alimento ou água contaminadas, jardins, caixas de areia, latas de lixo ou disseminados mecanicamente por moscas, baratas, minhocas etc.
 Ingestão de cistos encontrados em carne crua ou mal cozida, especialmente do' porco e do carneiro. Os cistos resistem por semanas ao frio, mas o congelamento a 12°C ou o aquecimento acima de 67°C os mata.
3) Congênita ou transplacentária: o risco da transmissão uterina cresce de 14% no primeiro trimestre da gestação após a infecção materna primária, até 59% no último trimestre da gestação. É interessante esclarecer que as mulheres que apresentam sorologia positiva antes da gravidez têm menoschance de infectar seus fetos do que aquelas que apresentarem a primoinfecção durante a gestação.
Toxoplasmose congênita
(manifestações mais graves da doença) 
Se a infecção ocorre nos primeiros meses de gravidez, o feto pode morrer e ser expulso, prematuramente ou a termo. 
Se ocorre mais tarde, a criança pode nascer com vida, com todos os estigmas da toxoplasmose congênita 
Tétrade de Sabin: modificação do volume do crânio; calcificações cerebrais; coriorretinite e retardamento mental. 
GIARDÍASE 
Infecção intestinal causada por um protozoário (ser unicelular) flagelado limitada ao intestino delgado e ao trato biliar. As denominações Giardia lamblia, G. duodenalis e G. intestinalis têm sido empregadas como sinonímia, particularmente para isolados de origem humana. 
Este parasita apresenta-se sob as formas de trofozoítos que são as formas ativas vivendo e se reproduzindo no hospedeiro e as formas de cistos que são as formas infectantes e de resistência do parasita.
CICLO BIOLÓGICO 
 Giardia lamblia 
A transmissão se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados, contato direto pessoa a pessoa; artrópodes; sexo anal-oral; riachos e reservatórios contaminados. Os cistos ingeridos, em sua passagem pelo meio ácido do estômago, são ativados e se transformam em trofozoitos.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Geralmente a sintomatologia ocorre em crianças e raramente em adultos, provavelmente porque o parasito estimula certo grau de resistência. Multiplicando-se intensamente, é capaz de em cerca de 30 dias. Após essa multiplicação intensa, o parasito coloniza (como um tapete) a mucosa duodenal e jejunal (presos à mesma com auxílio de sua ventosa). 
Desta forma irá provocar irritação da mucosa, levando em consequência a enterite. Devido a esta ação mecânica e irritativa, as gorduras, as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e o ácido fólico, não são bem absorvidos. A presença destes nutrientes em grande quantidade na luz intestinal, juntamente com a enterite, provoca o aumento do peristaltismo e diarreia gordurosa. Em consequência, o paciente entra em emagrecimento e avitaminose. 
TRICOMONÍASE
A Tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo parasita protozoário unicelular Trichomonas vaginalis. Doença infectocontagiosa do sistema geniturinário do homem e da mulher. No homem causa uma uretrite de manifestações em geral discretas (ardor e/ou prurido uretral e secreção brancacenta, amarelada ou amarelo esverdeada), podendo, eventualmente ser ausentes em alguns e muito intensas em outros. 
Com ralação a forma, os tricomonanídeos só apresentam a forma de trofozoíto, não existindo, portanto, a forma cística.
HABITAT
T. vaginalis não são organismos de vida livre. Eles precisam de um hospedeiro humano ou animal. T. vaginalis tem uma distribuição mundial. Nos homens, o organismo vive no trato urinário, mais comumente na uretra ou próstata, onde, como em mulheres, é encontrada no trato reprodutivo, normalmente na vagina, e pode sobreviver cerca de 24 horas na urina, sêmen ou água.
Só o tratamento medicamentoso adequado não garante a eliminação da doença, visto que mesmo após ter obtido a cura o paciente deve tomar os mesmos cuidados de quem nunca foi infectado, porque os medicamentos não impedem a reinfecção.
Aula 5 - Nesta aula estudamos: Amebíase (Entamoeba sp.), Criptosporodiose (Cryptosporidium parvum) e Isosporose (Isospora belli.)
AMEBÍASE
A E. histolytica é o agente etiológico da amebíase, importante problema de saúde pública que leva ao óbito anualmente cerca de 100.000 pessoas, constituindo a segunda causa de mortes por parasitoses. Apesar da alta mortalidade, muitos casos de infecções assintomáticas são registrados. 
A amebíase é uma infecção parasitária que acomete o homem, podendo ficar restrita ao intestino, tendo como principal sintoma a diarreia, ou não, causando febre e sintomas diferentes dependendo do órgão “invadido”. Mais frequentemente o órgão preferencial a ser comprometido é o fígado. A amebíase é mais comum em regiões onde as condições de saneamento básico são precárias, uma vez que a forma de contaminação se dá via ingestão de seus cistos. 
Estes, liberados nas fezes da pessoa adoecida, podem se espalhar na água e vegetais que, sem a devida higienização antes de ser ingeridos, podem causar a doença. Vale pontuar que a resistência dos cistos é muito grande: podem viver cerca de 30 dias na água, e 12 em fezes frescas.
Os humanos são os principais hospedeiros, embora os cães, gatos e roedores possam ser infectados.
MORFOLOGIA
Forma Trofozoíto: Tem uma aparência ameboide e tem geralmente 15-30 micrômetros de diâmetro, embora cepas mais invasivas tendem a ser maiores. 
Formas pré-císticas: Antes de se encistar, a forma trofozoíto perde sua mobilidade, expulsa material fagocitado e toma a forma oval ou esférica. No citoplasma notam-se frequentemente, corpúsculos retrateis em forma de bastonete.
Forma metacisto: É uma forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde sofre divisões, dando origem aos trofozoítos.
Formas císticas: As formas pré-císticas transformam-se em císticas pelo desaparecimento dos vacúolos digestivos e produção do vacúolo de glicogênio seguido dos corpos cromatóides e finalmente forma-se a parede cística delicada de duplo contorno. 
CICLO BIOLÓGICO
O ciclo biológico é moxênico e muito simples. No ciclo encontramos uma série de estágios: trofozoíto, precisto, cisto e metacisto. 
O ciclo se inicia pela ingestão de cistos maduros, junto de alimentos e água contaminados. No intestino delgado desencista, liberando o metacisto, que se divide em quatro e depois oito trofozoítos, chamados trofozoítos metacísticos. 
Estes trofozoítos invadem o intestino grosso, se alimentando de detritos e bactérias ali presentes, causando sintomas brandos ou mais intensos, como diarreia sanguinolenta ou com muco e calafrios. Estas formas vegetativas ou trofozoíticas, por meio de sucessivas divisões, podem dar origem as formas pré-císticas; em seguida secretam uma membrana cística e se transformam em cisto, que amadurecem e transformam em cistos tetranucleados, que são eliminados juntamente com fezes normais ou formadas; dando continuidade ao ciclo de infecções. 
PREVENÇÃO
Medidas relacionadas a saneamento básico, como implantação de sistemas de tratamento de água e esgoto, e controle de indivíduos que manipulam alimentos, devem ser levadas em consideração para se reduzir ou, em longo prazo, erradicar a amebíase. 
CRIPTOSPORODIOSE
A criptosporodiose é uma doença intestinal, caracterizada por um quadro severo de diarreia liquida acompanhada de cólicas abdominais, anorexia, vômito, desidratação, náusea e febre. A infecção por Cryptosporidium parvum, pode acometer o trato respiratório, apresentando como sinais clínicos: tosse e febre, acompanhada de severa diarreia líquida. Os principais reservatórios são o homem, o gado e animais domésticos.
MODO DE TRANSMISSÃO
O modo de transmissão é fecal-oral, importante mecanismo de transmissão de uma pessoa a outra, de um animal a uma pessoa e de contaminação através da água. O Cryptosporidium parvum, é encontrado no solo, alimentos, água e superfícies. Pode ser transmitido também através de objetos contaminados levados à boca; pela água de piscinas, lagos, rios, fontes, banheiras, e outros reservatórios de água. 
MORFOLOGIA 
Oocisto: medem + 6 micra de diâmetro. 
Esporozoita: 4 no interior de cada esporo 
Gametócitos: masculino e feminino.
ISOSPOROSE
O ser humano é a única fonte reconhecida de I. belli e, a infecção é denominada de isosporose ou isosporíase. O homem pode adquirir a doença por meio da ingestão dos oocistos esporulados (maduros), procedentes da contaminação fecal da água e alimentos. A contaminação da água com oocistos esporulados é um importante fator na prevalência da isosporose em áreas com precárias condições sanitárias e de higiene. 
MORFOLOGIA 
Oocistos: Medem 20 a 30 micra de comprimento por 10 a 20 de largura. Uma de suas extremidades é mais delgada, comaparência de pescoço. 
Esporozoítas: São longos e delgados e dispõem-se um ao lado do outro.
oocistos de Isospora belli
a) esporoblasto;
b) dois esporoblastos;
c) dois esporocistos com quatro esporozoítos 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
A infecção por I. belli tem sido associada a inúmeras alterações na função e estrutura intestinal. As principais alterações observadas através da microscopia são caracterizadas pela atrofia das vilosidades intestinais, hipertrofias das criptas e infiltração celular da lâmina própria, podendo existir número elevado de eosinófilos juntamente com células plasmáticas, linfócitos e leucócitos polimorfonucleares.
Aula 06: Helmintos que parasitam o Homem: Esquistossomose
Platyhelminthes 
Os platelmintos têm simetria bilateral, corpo achatado dorsoventralmente e um tegumento formado por um sincício anucleado, limitado externamente por dupla membrana.
Classe Trematoda 
São ecto ou endoparasitas. Apresentam o corpo não segmentado e recoberto por uma cutícula; com uma ou mais ventosas; presença de tubo digestivo, ânus geralmente ausente; hermafroditas ou não; evolução simples ou com hospedeiro intermediário. Normalmente são achatados dorsoventralmente, as vezes recurvados, com face ventral côncava, de contorno oval ou alongado; podendo também parecerem volumosos, com extremidade posterior alongada e a anterior afilada. 
Classe Cestoda 
São endoparasitas desprovidos de epiderme, de cavidade geral e de sistema digestivo, os órgãos de fixação estão localizados na extremidade anterior. O corpo é, em geral, alongado e construído por segmentos; algumas vezes lembram trematódeos.
Um cestódeo típico apresenta-se com três regiões distintas: a maior anterior constituída pelo escólice, no qual se encontram os órgãos de fixação; a segunda porção, o colo ou pescoço, suporta o escólice e é o elemento de ligação com a terceira região, que é o estróbilo, nitidamente segmentado nas formas polizóicas. 
Aschelminthes 
Os asquelmintos são animais de simetria bilateral (bilatérios), triploblásticos porém pseudocelomados, isto é, a cavidade do corpo não é "totalmente" revestida por folhetos mesodérmicos. Essa cavidade é limitada, por um lado, por músculos (de origem mesodérmica), mas, por outro lado, ela é limitada pela parede do tubo digestivo (de origem endodérmica). Logo, nestes animais, não existe um celoma verdadeiro, e sim um "falso celoma" ou pseudoceloma. Os asquelmintos são os únicos pseudocelomados na escala animal. 
Classe Nematoda 
Os nematódeos são todos cilíndricos e alongados. Corpo não segmentado e revestido de cutícula resistente e quitinosa. Sistema digestivo completo, possuindo boca e ânus. O sistema nervoso é formado de um anel anterior, que circunda a faringe, e cordões nervosos longitudinais relacionados com aquele anel. O sistema locomotor é estruturado em camadas musculares longitudinais situadas logo abaixo da epiderme. 
Não há estruturas flageladas nem ciliadas nesses animais. Nem mesmo os espermatozoides possuem flagelos. Eles se locomovem por meio de pseudópodos, com movimentos ameboides. Os nematódeos não possuem sangue, sistema circulatório nem sistema respiratório. A respiração é anaeróbia. 
ESQUISTOSSOMOSE 
Schistosoma mansoni 
Schistosoma é um platelminto da classe Trematoda, esses parasitos são responsáveis pela esquistossomose, uma parasitose grave que causa milhares de mortes por ano. 
Como todos os platelmintos, o tubo digestivo do Schistosoma é incompleto e tem sistemas de órgãos muito rudimentares. É um parasita intravascular e permanece sempre no lúmen dos vasos quando infecta o Homem, causando a doença conhecida como esquistossomose. 
A esquistossomose é conhecida popularmente por “xistose”, “barriga-d’água” entre outras. Foi introduzida no país com a vinda dos escravos da África, e aqui se desenvolveu devido à existência de grande quantidade de moluscos de água doce do gênero Biomphalaria, hospedeiros intermediários do parasito e condições ambientais semelhantes à região de origem. 
MORFOLOGIA
Ao longo do seu ciclo de vida, assume as seguintes formas adulto (macho e fêmea), ovo, miracídio, esporocisto e cercaria.
Ovos: são bem característicos, medem cerca de 150 μ de comprimento por 60 μ de largura, possuem um formato oval com presença de 1 espículo voltado para trás, na sua parte mais longa. Dentro do ovo encontra-se o miracídeo que possui tegumento ciliado, glândulas (adesiva e de penetração) e 4 solenócitos ( células excretoras). 
Miracídios: são formas unicelulares ciliadas que nascem dos ovos expelidos nas fezes ou urina humana, que vivem nos lagos ou rios em forma livre e são infecciosas para o caramujo (vetor). Tem um formato oval e o tegumento recoberto por cílios. Possui numerosas células germinativas que darão origem aos esporocistos. 
Esporocistos: são as formas unicelulares no caramujo, que se dividem assexualmente. Os esporocistos contêm + 200 células germinativas que originarão os esporocistos secundários que por sua vez originarão as cercarias. 
Cercarias: são as formas larvares multicelulares com caudas bífidas, com meio milímetro de comprimento, que abandonam o caramujo e penetram a pele dos seres humanos. Elas produzem várias enzimas e têm movimentos bruscos que lhes permitem furar a pele intacta em apenas alguns minutos. A cercaria transforma-se após a penetração numa forma sem cauda que se denomina schistosolum. 
CICLO BIOLOGICO
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A penetração da cercaria provoca reação alérgica conhecida como "dermatite cercariana". Enquanto que a passagem dos esquistossômulos pelos pulmões podem causar bronquite e pneumonia. Já os vermes adultos podem causar a obstrução dos vasos levando a flebite. O ovo é, no entanto o agente nocivo mais importantes, dando origem a granulomas que ocorrem principalmente no intestino e fígado. 
Quando se localizam no intestino podem causar dor abdominal com fases de diarreia muco sanguinolenta, e outras de constipação intercaladas por períodos normais. E, a localização hepática leva à fibrose do órgão, resultando em alteração da circulação, com estase sanguíneo no sistema porta, ascite e hepatomegalia. Em consequência da congestão passiva do ramo esplênico (veia esplênica do sistema porta) e hiperplasia dos elementos do SFM (sistema fagocítico mononuclear), pode ocorrer também esplenomegalia (aumento do baço). 
Porém pode ocorrer em outros locais e que pode: como consequência do embaraço circulatório, o organismo vai lançar mão de circulações colaterais e anastomoses de compensação, dando origem às varizes esofagianas.
Devido às anastomoses, alguns ovos podem passar à circulação venosa,indo prender-se nos pulmões (granuloma pulmonar). 
Em consequência poderá haver aumento do esforço cardíaco, devido à dificuldade encontrada pela pequena circulação e viabilização de ligações arteriovenosas, permitindo a passagem de ovos para a circulação geral. Dessa forma, os ovos podem encistar-se em outros órgãos, como no Sistema Nervoso Central.
PREVENÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE 
Para evitar que lagos e represas se contaminem é importante não haver despejo de esgoto não tratado. É preciso também conscientizar a população que não se deve evacuar em áreas próximas a águas onde as pessoas se banham ou bebem. Locais de água doce parada apresentam maior risco. Lagos e represas onde vivem caramujos são os locais mais perigosos. 
Se o contato com água contaminada for inevitável, use calças, botas e luvas de borracha. Dê preferência a horários com menos luminosidade e calor. 
Aula 07: Cestoides parasitos do homem: Taenia solium, Taenia saginata e cisticercose
A Classe Cestoidea compreende animais que têm tipicamente o corpo achatado e em forma de fita, segmentado e provido anteriormente de um órgão de fixação (escolex) dotado de estruturas adesivas. São todos parasitos obrigatórios e exibem os traços marcantes de uma adaptação à vida parasitária, como ausência de tubo digestivo e o desenvolvimento extraordinário do aparelho reprodutor(um por segmento). São hermafroditas e suas larvas possuem seis acúleos.
ORGANIZAÇÃO DOS CESTOIDES ADULTOS
Os cestoides vaiam muito de tamanho, variando desde de milímetros até metros de comprimento. Contudo a morfologia é menos diversificada. Nos cestoides adultos podem ser distinguidas três regiões. 
TENIASE E CISTICERCOSE
As várias espécies de tênias causam problemas à saúde humana e são responsáveis por perdas econômicas na atividade agropecuária. Na família Taeniidae, dois cestoideos importantes que têm o homem como hospedeiro definitivo e obrigatório são: a Taenia saginata e a Taenia solium. 
O verme adulto pode chegar a medir até 10 metros (mais de mil proglotes) e viver até 10 anos. Apresenta o escolex (cabeça), o colo (pescoço) e o estróbilo (corpo), constituído por segmentos (proglotes). O escolex apresenta 4 ventosas e a T. solium tem ainda uma outra estrutura de fixação, o rostro, contendo 2 fileiras de acúleos (pequenas estruturas em forma de foice, constituídas por escleroproteínas). 
As proglotes maduras possuem esses órgãos desenvolvidos e prontos para a fecundação que se dá entre a mesma ou entre proglotes diferentes. As proglotes gravídicas possuem características peculiares para cada espécie, permitindo o diagnóstico diferencial. Nelas o sistema reprodutor masculino sofreu regressão e o feminino permaneceu como útero repleto de ovos. 
Na Taenia saginata suas ramificações uterinas são numerosas e tem terminações dicotômicas, enquanto na Taenia solium são poucas as ramificações e tem aspecto dendrítico. A absorção dos alimentos é feita por difusão através do tegumento em estruturas denominadas microtríquias.
FORMAS EVOLUTIVAS
O verme adulto é grande, achatado, tem forma de fita e coloração branca. Taenia solium possui habitualmente de um a quatro metros de comprimento (podendo alcançar nove metros), enquanto T. saginata pode medir de quatro a dez metros (já foram descritos espécimes com até 25 metros). 
Ambas apresentam um escolex que mede cerca de um milímetro, com quatro ventosas salientes, possuindo T. solium rostro pouco desenvolvido, armado com dupla hélice de acúleos ou ganchos (de 30 a 70).
As formas larvárias de T. solium e T. saginata são representadas pelo Cysticercus cellulosae e Cysticercus bovis (termos sem valor taxonômico). Apresentam-se como estruturas vesiculares, transparentes, de tamanho variável, com líquido em seu interior, compostas por uma membrana vesicular e pelo escolex, que é similar ao do verme adulto, colo e estróbilo (corpo rudimentar). 
HABITAT
O habitat tanto da T. solium quanto da T. saginata é o intestino delgado dos humanos infectados. O cisticerco é encontrado geralmente no tecido muscular de porcos, mas pode ser encontrado no tecido subcutâneo, nos olhos e cérebro do animal e ocasionalmente nos humanos. O cisticerco da T. saginata localiza-se nos mesmos tecidos, porém ocorre nos bovinos.
O homem adquire a teníase ao ingerir a carne bovina ou suína crua ou mal cozida contendo esses cistos (C. bovis – T. saginata e C. cellulosae – T. solium). O cisto ao chegar ao duodeno, estimulado pela bile, liberta o escolex, que adere à mucosa e começa a desenvolver-se, originando a Taenia adulta. Cerca de três meses após a ingestão da larva,o parasito adulto começa a eliminar as proglotes. 
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO
Teníase
A teníase ocorre devido a ingestão de carne suína ou bovina, que não teve os devidos cuidados de preparo, como congelamento e cozimento, contaminada com o cisticerco (canjiquinha), dependendo da espécie.
Cisticercose
Os portadores de teníase eliminam ovos através das fezes no ambiente, assim, por acidente, os humanos podem ingerir estes ovos e adquirir a parasitose. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A patogenia e a sintomatologia das teníases são pouco significativas. Como vivem muito tempo parasitando o homem, competem com ele pelos suplementos nutricionais e devido às substâncias excretadas, podem causar fenômenos tóxicos alérgicos. No entanto, podem ser assintomáticas. As manifestações mais comuns: são cefaleia, dor abdominal, inapetência ou fome intensa, além de diarreia ou constipação. Além de fadiga, sensação de mal estar, irritação e insônia.
CISTICERCOSE HUMANA 
A Cisticercose já era conhecida antes da Era Crista. A zoonose é, atualmente, endêmica em locais subdesenvolvidos e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, podendo causar significativa perda econômica devido à condenação de porcos infectados. No México, Peru e Brasil representa importante problema de Saúde Pública, pela elevada incidência e gravidade dos quadros clínicos causados pela neurocisticercose humana. 
A NEUROCISTICERCOSE é a forma mais grave da doença, que apresenta letalidade ainda elevada e acredita-se que o número de casos assintomáticos, não submetidos a critérios diagnósticos específicos, também seja elevado. Acredita-se que a doença seja endêmica em várias regiões do Brasil, mas a verdadeira incidência em humanos e suínos é desconhecida. Muitos porcos infectados são criados soltos, abatidos e sua carne comercializada sem que a inspeção tenha conhecimento.
Após 24 a 72h da ingestão dos ovos, as oncosferas abandonariam o embrióforo e ativadas pela ação dos sucos digestivos, penetrariam através da mucosa intestinal, fazendo uso de seus acúleos e de secreção das glândulas de penetração. Alcançando os vasos intestinais, são arrastados pela corrente circulatória e levados a diversos pontos do organismo, parando onde a corrente é mais lenta e os vasos tem menor calibre (os da retina, cérebro e músculos). Aí evoluem para a fase de larva, onde são encontrados com maior frequência.
AÇÃO PATOGÊNICA 
A patologia e a clínica dependem tanto da localização, número, tamanho e fase de desenvolvimento dos cisticercos, como da reação dos tecidos parasitados. No tecido celular subcutâneo e nos músculos, provocam reação local e tumoração com calcificação do parasita após sua morte. No globo ocular podem causar deslocamento da retina e dependendo da localização e resposta inflamatória, cegueira total. A forma mais grave é a neurológica. Podem ser encontrados no encéfalo e, com menor frequência, na medula espinhal. 
Aula 08: Nematelmintos: Ascaris lumbricoides; Enterobius vermicularis e Strongyloides stercoralis 
Ascaris lumbricoides 
Os Ascaris lumbricoides são também popularmente conhecidos como lombrigas ou bichas. Esses parasitos são um dos mais cosmopolitas de todos os helmintos. Estima-se que A. lumbricoides acomete, sozinho, cerca de 25% da população mundial. A prevalência é observada em pessoas desnutridas nos países em desenvolvimento. Causa no homem a doença conhecida como ascaridíase ou ascaridiose, sendo responsável por inúmeros óbitos no mundo. 
MORFOLOGIA
Para facilitar os estudos, estudaremos a morfologia do macho, da fêmea e do ovo separadamente. Os ascaris são vermes longos, cilíndricos e com extremidades afiladas, sobretudo na região anterior. Possuem cor leitosa e a boca é contornada por 3 lábios fortes. O tamanho dos vermes está diretamente relacionado ao número de parasitos por hospedeiro e ao estado nutricional deste.
MACHO: o tamanho varia entre 20 a 30 cm de comprimento; cm aspecto leitoso e boca ou vestíbulo bucal colocada na extremidade anterior apresentando três fortes lábios. Logo em seguida, vem o esôfago musculoso e, depois, o intestino retilíneo e o reto que está localizado próximo à extremidade posterior. O macho é facilmente reconhecido pelo enrolamento ventral, espiralado, e sua extremidade caudal. O aparelho genital masculino é formado por um único testículo, como anexos dos genitais masculinos, encontram-se dois espículos grossos, curvos e iguais.
FÊMEA: são maiores e mais grossas que os machos. Contudo, a cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos machos. Grande parte da cavidade pseudocelômica é ocupada pelos órgãos genitais, que são duplos e de tipo tubular. O aparelho genital feminino chega a medir mais de um metro de comprimento, podendo conter cerca de 25milhões de óvulos, e cada fêmea pode por 200.00 ovos por dia, durante um ano. Quanto a extremidade posterior da fêmea é retilínea.
OVOS: têm cor castanha, são grandes, ovais. Os ovos fertilizados medem ente 45 e 60mm e os não fertilizados medem em média 90 X 40mm. Devido a membrana mamilosa que possuem, são um aspecto típico aos ovos dos A. lumbricóides, essa membrana é apoiada sobre duas outras que conferem ao ovo grande resistência.
HABITAT
O habitat do ascaris é o intestino do homem, cerca de 90% localizam-se ao longo das alças jejunais, encontram-se os restantes no íleo. Podem ficar presos à mucosa, com auxílio de seus fortes lábios, ou migrarem pela luz intestinal. Poucos são vistos no duodeno ou estômago. Mas, nas infecções intensas, todo o intestino delgado encontra-se povoado.
CICLO EVOLUTIVO 
O ciclo evolutivo da ascaridiose é do tipo monoxênico; onde a fêmea dever ser fecundada repetidas vezes pelo macho. Onde a fêmea após ser fecundada, produz cerca de 200.000 ovos por dia. São então expulsos para o meio externo com as fezes, geralmente ainda não larvados, etapa que se dá no solo. O ovo fecundado eliminado pelas fezes exige certas condições do meio externo para seu completo desenvolvimento: temperatura em torno de 25 a 35o C, certo grau de umidade e de oxigênio. 
Nessas condições, torna-se embrionado em 15 dias. A larva apresenta vários estágios, como veremos a seguir. A larva de primeiro estágio L1, chamada de rabditóide, sofre uma muda e se transforma em L2, após nova muda transforma-se na L3 infectante, com esôfago tipicamente filarióide ainda dentro do ovo. Este permanece no solo por vários meses até ser ingerido pelo hospedeiro. 
Após ser ingerido pelo homem, a larva (L3) passa pelo intestino delgado onde sofre eclosão e dirige-se para o ceco onde atravessa a mucosa e cai na circulação. É levada ao fígado, ao coração direito e depois ao pulmão, onde sofre uma nova muda para L4. Sobe pelas vias respiratórias, é eliminada junto com a saliva ou é deglutida, indo ao intestino delgado onde completa seu desenvolvimento para adulto. Em geral, aos dois meses e meio as fêmeas começam a por ovos. A longividade dos ascaris adultos é estimada em um a dois anos.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
As infecções podem ser assintomáticas, entre 3-4 vermes (infecções baixas) que ocorre na maioria dos casos. Ou podem apresentar sintomas que variam desde leve desconforto abdominal até ao óbito por obstrução intestinal ou das vias respiratórias. Nas infecções mais graves as alterações devem-se à ação espoliadora, principalmente em organismos subnutridos, ação tóxica e mecânica.
Na infecção maciça, as lesões traumáticas produzidas pela migração larvária através do parênquima hepático, irão causar pequenos focos hemorrágicos e de necrose, bem como inflamação em torno das larvas. Nos pulmões, principalmente nas crianças, ocorre a “Síndrome de Löefler”, caracterizada por eosinofilia, bronco-espasmo, pneumonite e hemoptise (expectoração sanguinolenta através da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória). 
As manifestações intestinais mais frequentes nos casos sintomáticos são: dor abdominal, diarreia, náuseas, anorexia, irritabilidade, sono intranquilo e ranger de dentes à noite. 
Além disso, podem ocorrer localizações ectópicas em indivíduos com grande carga parasitária. A capacidade de migração do verme adulto e sua tendência a explorar o interior de cavidades levam-no eventualmente a penetrar no apêndice cecal, onde sua ação obstrutiva e irritante determina um quadro de apendicite aguda. 
Enterobius vermicularis 
Enterobius vermicularis 
Conhecido como oxiúros, possui distribuição geográfica mundial, observando-se, no entanto, maior incidência em regiões de clima temperado. Determina a enterobiose ou oxiuríose, parasitose muito frequente em nossa população infantil. As infecções por oxiúros são conhecidos desde a antiguidade e, possivelmente, representam a mais de todas as infecções causadas por nematódeos.
MORFOLOGIA
O ‘oxiúros’ apresenta nítido dimorfismo sexual, porém algumas características são comuns aos dois sexos: os filiformes de cor branca, possuindo na extremidade anterior lateral à boca, duas expansões vesiculosas, muito típicas, chamadas “asas cefálica”. Apresentam boca pequena, seguida de um esôfago típico. 
FÊMEA: As fêmeas medem cerca de 10 mm de comprimento, apresentam cauda pontiaguda e longa. Os órgãos reprodutores apresentam dois úteros, onde cada ramo uterino se continua com o oviduto e ovário.
MACHO: Os machos medem cerca de 5 mm de comprimento, com cauda fortemente recurvada em sentido ventral, com espículo presente, apresentando um único testículo.
OVOS: Os ovos apresentam um aspecto peculiar, que é a forma de um D, com um lado achatado e outro convexo. Já estão larvados no momento em que saem da fêmea.
HABITAT
Tanto os machos quanto as fêmeas vivem no ceco e apêndice. As fêmeas, após serem fecundadas, repletas de ovos (entre 5 a 16 mil), são encontradas na região perianal, principalmente a noite. Contudo, em mulheres, o parasito, ocasionalmente, pode ser encontrado na vagina, no útero e na bexiga.
CICLO EVOLUTIVO 
O ciclo evolutivo do E. vermicularis é como o da ascaridiose, ou seja, monoxênico. Após a cópula, os machos são eliminados junto com as fezes e morrem. As fêmeas repletas de ovos podem acumular-se no orifício vulvar ou serem eliminados com as fezes. Os ovos eliminados já embrionados e tornam-se infectantes em poucas horas. Ao serem ingeridos pelo homem, chegam ao intestino delgado onde eclodem pondo em liberdade a larva.
Esta é do tipo rabiditóide e sofre duas mudas no trajeto intestinal até o ceco, onde evoluem para vermes adultos. Um a dois meses após ingestão dos ovos, as fêmeas já podem ser encontradas na região perianal.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Em infecções baixas pode ser assintomática. Ou os vermes fixados à mucosa intestinal podem determinar irritação local, com inflamação catarral, podendo o doente apresentar sintomatologia gastrointestinal. O sintoma mais importante é o prurido anal, que pode tornar-se intolerável. A mucosa da região fica congesta, com vários pontos hemorrágicos e coberta por muco sanguinolento contendo ovos e adultos. 
Pode ainda ocasionar perda de sono, nervosismo e convulsões. Existem casos em mulheres em que os parasitas, subindo pela vagina, determinam inflamações sérias no útero e até nos ovários (vulvovaginite e salpingite). 
TRANSMISSÃO
A transmissão pode ocorrer por diversos mecanismos, entre eles:
 heteroinfecção
 indireta
 autoinfecção externa ou direta
 autoinfecção interna 
 Retroinfecção
Strongyloides stercoralis 
A doença denominada estrongiloidíase ou estrongiloidose é causada pelo parasito Strongyloides stercoralis. O homem é infectado por S. stercoralis, que possui em seu ciclo evolutivo machos e fêmeas capazes de viver no solo. Essa espécie possui uma peculiaridade: apenas um de seus estágios de desenvolvimento, a fêmea partenogenética, parasita o homem. É de distribuição geográfica mundial. Condições ambientais, temperatura entre 25-30oC e solo do tipo arenoso são essenciais para o desenvolvimento das fases de vida livre e larvas infectantes.
MORFOLOGIA
Esses helmintos apresentam várias fases evolutivas, que podem ser vistas durante seu ciclo: fêmea partenogenética parasita, larva rabditóide, larva filarióide, macho e fêmea de vida livre. 
FÊMEA PARTENOGENÉTICA: mede cerca de 2 mm de comprimento, boca com 3 pequenos lábios, esôfago longo e cilíndrico. São ovovivíparas, o que significa que o ovo quando expulso contém uma larva que abandona a membrana no intestino, de modo que nos casos de parasitismo pelo S. stercoralis, invariavelmente encontramos larvas rabditóides nas fezes recém emitidas. 
LARVA RABDITÓIDE: mede 0,2 a 0,3 mm de comprimento. Diferencia-se da larva rabditóide do ancilostomídeo por apresentar vestíbulo bucal curto e primórdio genital grande e nítido. 
LARVA FILARIÓIDE: mede 0,5 mm de comprimento, portanto mais longa que a rabditóide.Possui um vestíbulo bucal curto e esôfago cilíndrico longo, até quase a metade do corpo. A cauda termina em duas pontas minúsculas, formando-se nesse ponto um entalhe. 
CICLO EVOLUTIVO 
A fêmea parasita é preferencialmente encontrada no duodeno e na porção superior do jejuno. Há casos descritos de terem sido encontradas, no entanto, desde a porção pilórica do estômago até o intestino grosso. Vivem no interior das criptas das mucosas, onde depositam seus ovos, já embrionados, e as larvas (rabditóides) saem do ovo logo após a postura. 
Ciclo direto: as larvas rabditóides saem junto com as fezes e são lançadas no meio externo; evoluem para larvas filarióides infectantes que tem a capacidade de atravessar a pele e penetrar no organismo humano. 
Ciclo indireto: as larvas rabditóides que alcançam o meio externo evoluem para machos e fêmeas de vida livre. Os ovos eclodem pondo em liberdade as larvas rabditóides que evoluem para larva filarióide infectante. Penetram na pele ativamente, ganham a circulação sanguínea e vão ao coração direito. 
Daí chega aos pulmões onde sofrem outra muda e iniciam a migração pela árvore brônquica, indo até a faringe. Quando deglutidas chegam ao intestino, onde sofrem mais outra muda transformando-se em fêmea partenogenética. Cerca de 15 dias após infecção já iniciam a eliminação de ovos larvados. Larvas ingeridas com alimentos podem penetrar pela mucosa bucal ou esofageana, mas parece que não resistem ao suco gástrico. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
As alterações podem ser: Cutâneas, Pulmonares ou Intestinais. 
Aula 09: Ancilostomídeos: Ancylostoma sp.; Necator americanus; Toxocara canis e Ancylostoma caninum; Trichuris trichiura; Wuchereria bancrofit e Oncocerca volvulus 
Ancilostomideos 
A família Ancylostomatidae é uma das mais importantes entre os Nematoda cujos estágios parasitários ocorrem em mamíferos, inclusive em humanos, causando ancislostomíase ou ancilostomose. A ação dos parasitos dope desencadear um processo patológico crônico, mas que pode resultar em consequências fatais.
As espécies Ancylostoma duodenale e Necator americanus são de grande importância médica para o homem, causando a doença conhecida popularmente por "amarelão ou opilação", que pode causar anemia grave e até fatal. No Brasil encontramos incidência mais elevada do Necator americanus. São pequenos vermes de cor branco leitoso que medem cerca de 1 cm de comprimento e apresentam uma cápsula bucal em ambos os sexos, com corpo de aspecto cilíndrico, medindo cerca de 10 mm. 
O Ancylostoma duodenale possui cápsula bucal provida de dentes (de cada lado 2 dentes bem desenvolvidos e 1 rudimentar), enquanto que o Necator americanus possui placas cortantes. A extremidade posterior da fêmea é afilada enquanto que a do macho apresenta uma expansão (bolsa copuladora). Os ovos são claros, com membrana externa delgada. Quando expulsos apresentam-se geralmente em estágio de quatro células, com espaço claro e largo entre a membrana externa e o conteúdo do ovo.
Ciclo biológico dos ancilostomídeos 
1.Penetração da larva L3 (filarióides) pela pele; 
2.Larvas carreadas pelo sistema porta até os pulmões; 
3.Larvas rompem os capilares e caem nos alvéolos, sofrendo nova muda (L4). Migração das larvas para a faringe; 
4.Expulsão das larvas pela expectoração ou deglutição; 
5.Larvas deglutidas atingem o duodeno, onde sofrem uma nova muda (L5), sendo que posteriormente amadurecem sexualmente transformando-se em adultos. Fêmeas, após a cópula, iniciam a ovoposição.
6.Eliminação dos ovos embrionados pelas fezes e contaminação do ambiente; 
7.Evolução dos ovos férteis no solo até se tornarem larvados, com L1 (rabditóide) que após a liberação se desenvolvem, sofrendo muda para L2 rabditóide; 
8.Transformação para larva L3 filarióide infectante.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A ancilostomose é determinada por etiologia primária ou secundária. A causa primária está relacionada com a migração das larvas e a implantação dos parasitos adultos no intestino delgado hospedeiro. Quanto à etiologia secundária, em razão da permanência dos parasitos no intestino delgado, vários fenômenos fisiológicos, bioquímicos e hematológicos estão associados. As perturbações causadas podem ser: Cutâneas, Pulmonares, Intestinais 
LARVA MIGRANS VISCERAL HUMANA
Toxocara canis é a espécie responsável por causar no homem a “Síndrome da larva migrans visceral humana”. A síndrome é determinada pela migração das larvas que resultam da ingestão de ovos embrionados do Toxocara canis, parasito muito comum do cão. Após infectarem o homem, as larvas estão condenadas a morrer depois de longa permanência nas vísceras, sem chegarem ao estágio adulto.
MORFOLOGIA 
O Toxocara canis pertence à família Ascaridae e vive no intestino delgado do cão e também do gato, onde leva vida muito semelhante à dos Ascaris lumbricoides, porém são menores que estes, medindo o macho 4-10 cm e a fêmea 6-18 cm de comprimento. Além dos 3 lábios que precedem a boca, possui duas expansões (asas cefálicas). O ovo é muito semelhante ao do Ascaris lumbricoides, porém a casca é menos grosseiramente mamilonada.
CICLO EVOLUTIVO 
As fêmeas põem 2 milhões de ovos por dia, no período mais fértil de sua existência (7-28 semanas) decaindo a produção até o fim da vida (cerca de 8 meses). Apenas os ovos embrionados são infectantes. Cães adultos machos e fêmeas se infectam ingerindo ovos infectantes (larva L3 dentro do ovo) que eclodem no intestino delgado. O resto do ciclo é semelhante ao do Ascaris lumbricoides. O tempo mínimo para completar esse ciclo é de 1 mês, ao fim do qual começa a aparecer ovos nas fezes.
No cão adulto, como acontece no homem, após as larvas chegarem nos pulmões, elas podem ir ao coração esquerdo, sendo então disseminadas por todo o organismo, não mais se desenvolvendo e morrendo nos tecidos após algum tempo. Assim podemos encontrar essas larvas em vários órgãos humanos como fígado, pulmões, rins, coração, cérebro, medula espinhal, músculos, olhos etc. Se isto acontecer com uma cadela em gestação, as larvas L2 dos tecidos migram para o fígado do feto. Após o nascimento, seguem o ciclo idêntico ao do Ascaris lumbricoides.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A gravidade do caso é intimamente dependente do número de ovos ingeridos, viabilidade dos mesmos e órgãos atingidos. Os órgãos mais afetados são: fígado, pulmões, cérebro olho e gânglios. Os casos mais graves ocorrem quando as larvas localizam-se no tecido nervoso e nos olhos. Nos olhos, os tendem a produzir o deslocamento de retina e a opacificação do humor vítreo, acarretando a perda completa da visão. 
LARVA MIGRANS CUTÂNEA 
Também denominada dermatite serpiginosa ou dermatite pruriginosa. Causada por larvas infectantes (L3) de Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninun, parasitas do intestino delgado de cães e gatos. 
CICLO EVOLUTIVO 
Os ovos expulsos nas fezes dos animais contaminados produzem larvas rabditóides que, depois de duas mudas, dão larvas filarióides infectantes. Ao entrar em contato com a pele humana, perfuram o extrato epitelial e, não podendo atravessar as camadas subjacentes, vagueiam no tecido subcutâneo. Como permanecem vivas por muito tempo, sua atividade fica reduzida a caminhar ao acaso, abrindo um túnel no qual ocupam sempre a extremidade anterior.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
O momento de penetração das larvas infectantes pode passar despercebido. Em pessoas sensibilizadas, entretanto, surgem pontos eritematosos ou pápulas, acompanhados de prurido. Desses pontos partem os túneis que desenham um trajeto irregular e caprichoso, avançando 2 a 5 cm/dia. Acompanha uma reação inflamatória e muitas vezes, infecções microbianas secundárias. As partes mais frequentemente afetadas são pés, pernas, mãos e antebraços. 
Trichuris trichiura 
Trichuris trichiura 
Parasito do intestino grosso do homem, também conhecido por Trichocephalus trichiura, tem o corpo em forma de chicote, com a cabeça na extremidade afilada. Anteriormente denominado Trichuris trichiura, denominaçãoerrada baseada na morfologia, uma vez que Trichuris significa (cauda em forma de cabelo). A outra extremidade é robusta. Como nos outros nematodas, o macho (3 cm) é menor que a fêmea (4 cm) e apresenta a extremidade posterior do corpo enrolada ventralmente, na qual pode-se observar o espículo. 
O ovo tem aspecto típico de barril, arrolhado nas duas extremidades por massa mucóide transparente. Duas membranas envolvem a massa de células germinativas.
CICLO EVOLUTIVO 
Vivem habitualmente no ceco do homem, fixados à mucosa pela porção anterior afilada, e sobrevivem de 6 a 8 anos. O T. trichiura é considerado por muitos autores um parasito tissular, pois toda a região esofagiana do parasito penetra na camada epitelial da mucosa intestinal do hospedeiro, onde se alimenta principalmente de restos de eritrócitos lisados pela ação de enzimas proteolíticas secretadas pelas glândulas esofagianas do parasito. 
A fêmea, após fecundada, produz grande quantidade de ovos que chegam ao meio externo com as fezes. Em condições propícias, a massa de células germinativas dá origem a uma larva infectante dentro do ovo. Uma vez ingerido, o ovo eclode no intestino delgado pondo em liberdade a larva que migra para o intestino grosso. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Baixo parasitismo normalmente é assintomático. As infecções maciças podem provocar diarréia, enterorragia, anemia, irritabilidade, e o helminto podem fixar-se até o reto, causando prolapso retal, principalmente em crianças.
FILÁRIAS 
FILÁRIAS 
Apenas 3 espécies de filária tem importância médica nas Américas: Wuchereria bancrofti, agente que causa a filaríase linfática, Onchocerca volvulus, que se localiza no tecido subcutâneo e a Mansonella ozzardi, que mesmo não sendo patogênica é importante o seu conhecimento, porque suas larvas (microfilárias), circulam no sangue, como as da Wuchereria bancrofti . 
FILARÍASE LINFÁTICA 
Machos e fêmeas podem ser encontrados nos vasos e gânglios linfáticos. São muito longos e delgados, revestidos de cutícula lisa. A fêmea mede de 8 a 10 cm enquanto que o macho mede apenas cerca de 4 cm, possuindo a extremidade posterior fortemente enrolada ventralmente. Acredita-se que possam viver até 17 anos. A fêmea faz a postura de ovos contendo dentro o embrião de forma alongada, conhecido como "microfilária embainhada". Medem cerca de 250-300 μm. 
Na região caudal apresentam vários núcleos (células germinativas) dispostos em fila simples que não atingem a extremidade posterior. 
CICLO EVOLUTIVO 
As larvas localizadas no interior dos vasos e troncos linfáticos, acumulam-se na rede vascular sanguínea dos pulmões, não aparecendo durante o dia na circulação periférica. Ao anoitecer dirigem-se para o sangue periférico, e um maior número das mesmas é encontrado nas primeiras horas da madrugada, decrescendo à partir daí (periodicidade). Essa microfilárias são ingeridas pelo mosquito Culex quinquefasciatus, mosquito doméstico conhecido como pernilongo, muriçoca ou carapanã, ao exercer o hematofagismo em pessoa parasitada. 
Vão ao estômago do inseto, perdem a bainha, caem na cavidade geral e migram para o tórax. Encistam-se nos músculos e sofrem várias mudas, passando por larvas rabditóides e evoluindo para filarióides infectantes, que acumulam-se na trompa (lábio) do mosquito. Quando o mesmo pica o homem, penetram ativamente na pele e chegam aos vasos linfáticos. Tornam-se adultos e 1 ano depois começam a aparecer microfilárias no sangue.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
As perturbações do sistema linfático são causadas pelos vermes adultos e adolescentes. Pode ser assintomática. Quando sintomática, as alterações têm um decurso longo e podem variar desde uma pequena estase linfática até à elefantíase bancroftiana. As lesões ocorrem devido a fatores mecânicos e irritativos. A elefantíase ocorre em casos crônicos (8 a 10 anos de parasitismo) devido às ações mecânicas e irritativas, levando à contínua perturbação do fluxo linfático. 
Mais frequentemente localiza-se em uma ou em ambas as pernas ou nos órgãos genitais externos. Mais raramente pode ocorrer nos braços ou nas mamas. A pele aumenta de espessura, perde a elasticidade, fica ressecada e hiperqueratósica, muito sujeita a rachaduras e infecções.
ONCOCERCOSE
A Onchocerca volvulus é um filarídeo originário da África. O primeiro caso descrito no Brasil foi em 1967, em Roraima. Atinge cerca de 85 milhões de pessoas no mundo, desses, 300 mil cegos, sendo considerada uma das mais graves endemias pela OMS. Os casais de adultos são encontrados formando nódulos fibrosos no tecido subcutâneo e as microfilárias podem invadir o globo ocular. A fêmea mede cerca de 40 cm e é muito maior que o macho (4 cm). Vivem em torno de 10 anos. As microfilárias não possuem bainha e vivem cerca de 2 anos.
CICLO EVOLUTIVO 
Muito semelhante à da Wuchereria bancrofti porém o mosquito hospedeiro intermediário pertence ao gênero Simulium. Após penetração das larvas pela pele, evoluem para a forma adulta e são encontrados no tecido celular subcutâneo, formando novelos bastante emaranhados. As fêmeas eliminam larvas muito ativas (microfilárias) que se dispersam, sendo capazes de fazer longas migrações. Têm sido encontrados no globo ocular, gânglios linfáticos, baço, mesentério, rins e em sedimento urinário.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Os helmintos são envolvidos por cápsula fibrosa formando os oncocercomas, que são tumores benignos, mas centros produtores de microfilárias. Pode ocorrer também dermatite oncocercosa, devido à presença das microfilárias nas camadas da pele. As alterações linfáticas como adenite dos gânglios regionais são devidas à presença das microfilárias nos linfonodos. As lesões oculares pela presença das microfilárias no olho podem evoluir para cegueira total.
Aula 10: - Artrópodes parasitos ou vetores de doenças 
Os hemípteros pertencem a ordem Hemíptera onde estão classificados os insetos normalmente grandes e providos de aparelho bucal do tipo picador-sugador. Todos os hemípteros apresentam um tórax bem desenvolvido, principalmente devido ao pronoto e do esculeto que se mostra como um triângulo dorsal situado entre as bases das asas. 
TRIATOMÍNEOS
Muitos Triatomíneos estão envolvidos no ciclo de transmissão do Trypanosoma cruzi, tanto nas regiões silvestres quanto nas áreas peridomiciliares. Dentre as espécies de triatomíneos, duas se destacam no Brasil: Triatoma infestans e Triatoma brasiliensis. 
Triatoma infestans 
É o principal vetor de T. cruzi, na América do Sul. A fêmea é um pouco maior que o macho, a cor gral é negra com manchas amarelas no conexivo, no cório e nas pernas, Enquanto que a cabeça é toda negra; seu comprimento corresponde ao comprimento do pronoto. O tubérculo antenífero fica no meio da região anteocular.
É a espécie predominantemente domiciliar, colonizando-se em grande quantidade nas frestas das moradias de barro e pau-a-pique. De noite, sai para picar o homem ou qualquer animal de sangue quente que se encontre no domicílio. 
Triatoma brasiliensis 
A espécie Triatoma brasiliensis apresenta seu habitat natural nas zonas semiáridas e de clima quente, domínio das caatingas. À principal espécie vetor do T. cruzi no Nordeste sendo encontrada no meio silvestre, peridomiciliar e domiciliar. É uma espécie ativa, deslocando-se com rapidez nos seus esconderijos naturais, onde é encontrada em locais, os mais diversos. 
PERCEVEJOS 
Até os anos 1940 esses pequenos animais eram muito comuns em diversas partes do mundo. Contudo, com o advento dos inseticidas de efeito residuais como por exemplo, o DDT, além de melhores condições de higiene domésticas, esses insetos tornaram-se raros. Mas, atualmente, com o aparecimento de favelas, baixas condições sociais, entre outros, está ocorrendo um novo surto de percevejos em várias cidades do Brasil.
Os percevejos são insetos pequenos, de corpo achatado dorsalmente e de forma oval, cujas asas se atrofiaram a ponto de estarem representadas por duas escamas curtas, dorsais, correspondentes ao primeiro par de outros hemípteros.São hematófagos obrigatórios, como os triatomíneos. Algumas pessoas suportam bem as picadas dos percevejos; entretanto, outras apresentam urticária. 
No que se refere a transmissão de doenças, esses animais não apresentam importância epidemiológica, apesar de existirem relatos de serem encontrados infectados com Rickettsia rickettsi e com T. cruzi.
O controle desses insetos é a higiene doméstica (trocar e lavar roupas de cama semanalmente, varrer a casa diariamente, etc.) são capazes de impedir a colonização desses insetos na cama. Podendo-se lanças mão dos inseticidas, caso haja necessidade.
Dípteros: mosquitos, flebotomíneos e moscas
Os insetos que, na forma adulta, possuem um par de asas funcionais e um par de asas vertigiais, pertencem a Ordem Díptera. Essa ordem compreende uma grande variedade de insetos podendo ser pequenos ou grandes, com cabeça, tórax e abdome bem diferenciados, providos de aparelho bucal sugador e de um único par de asas funcionais. 
Mosquitos
Os mosquitos são de grande interesse para a parasitologia, uma vez que são os encontrados em maior número e os mais importantes insetos hematófagos entre todos os Artrópode, contudo, apenas as fêmeas são hematófagas. São popularmente conhecidos como mosquitos, pernilongos, muriçocas, etc. 
Durante o hematofagismo, o inseto perturba o repouso do hospedeiro, espolia o sangue do mesmo e, mais grave ainda, pode transmitir doenças 
Os principais gêneros transmissores de parasitoses são:
a) Anopheles: transmissor da malária no Brasil. Conhecido como mosquito prego. Tem como criadouro as águas limpas.
b) Culex: transmissor das filarioses. Faz a postura de ovos em águas sujas.
c) Aedes: transmissor da dengue e da febre amarela (são viroses e não parasitoses). O Aedes faz postura em águas limpas.
Flebotomíneos
Flebotomíneos são dípteros cujas fêmeas necessitam de sangue para o desenvolvimento de ovos e, por isso são importantes na transmissão de agentes causadores de doenças tais como bartoneloses, arboviroses e leishmanioses à espécie humana e a diversos outros vertebrados. 
São gêneros de interesse médico:
a) Lutzomyia, que compreende a maioria das espécies e quase todas aquelas cujas fêmeas picam o homem. Neste gênero encontram-se todos os vetores de leishmanioses das Américas.
b) Phlebotomus, ao qual pertencem todas as espécies transmissoras das leishmanioses da África, da Europa e da Ásia.
Com relação a morfologia, os flebotomíneos apresentam a cabeça pequena, de forma alongada e flexionadas fortemente para baixo. O aparelho bucal é do tipo picador sugador.
Moscas
As moscas são Dípteros de antenas curtas que formam a subordem Cyclorrapha (=Muscomorpha) têm papel importante na produção ou na transmissão de doenças. Esta importância pode ser avaliada pelo fato de incluírem espécies como mosca doméstica, a mosca tsé-tsé transmissora da doença do sono, assim como várias espécies cujas larvas produzem miíases, tais como a mosca do berne (Dermatobia hominis) e as produtoras de “bicheiras”.
Dermatobia hominis e o berne: A Dermatobia ocorre em vários animais, principalmente bovinos, cães e homem. Os adultos de Dermatobia são poucos vistos, pois possuem uma vida curta (entre 5-20 dias) e vivem em ambientes florestais; as larvas denominadas de “berne”, “ura” ou “tósalo”, é que são bem conhecidas.
Para fazer suas desovas as fêmeas ficam à espreita de outros insetos, mosquitos ou moscas hematófagas de várias espécies. Em voos rápidos, a mosca berneira captura um inseto hematófago e lhe deposita sobre o abdome de quinze a vinte ovos. Depois de uma semana, cada ovo tem uma larva no seu interior, a qual, toda vez que o inseto vetor pousar sobre o corpo de um grande mamífero, quando consegue agarrar-se ao animal, ao inseto abandona o ovo. 
A larva que consegue implantar-se com êxito na pele do novo hospedeiro, perfura o epitélio ou abrem passagem através da lesão deixada pelo inseto hematófago, e aprofundam-se até ficar com a extremidade posterior exposta para a superfície, de modo que possa continuar a respirar. Enquanto que, a extremidade anterior mergulhada na derme ele alimenta-se e cresce. O período larvário dura em média 60 dias. Aí abandona o hospedeiro e cai no chão. 
Enterra-se na terra fofa, transforma-se em pupa e permanece nesta fase entre 1 a 2 meses e meio e então abandonam o pupário. Poucas horas depois, já estão sexualmente ativos e a fêmea já estará em condições de ovipor. Três dias após a primeira cópula, inicia-se a oviposição.
Patologia: Ao penetrar na pele, as larvas de D. hominis despertam sensação de picada ou prurido, mas podem passar despercebidas. Inicia-se no local, uma reação inflamatória, ficando a pele avermelhada e elevada como um furúnculo. Cada lesão corresponde a uma larva, podendo o paciente estar infestado por uma única ou por muitas larvas.
Tratamento: extração da larva. Contudo, existem casos que exigem intervenção cirúrgica. 
Miíases
A miíase consiste em larvas de moscas domésticas. As larvas invadem os tecidos sadios ou necrosados ou as cavidades corporais, e produzem diferentes síndromes, dependendo da espécie de mosca. A miíase furuncular resulta de larvas da mosca Dermatobia hominis. Nas Américas Central e do Sul, a fêmea adulta captura um mosquito ou outro inseto hematófago e deposita ovos no abdome do mesmo. 
Quando o inseto portador faz hematofagia, os ovos são depositados na superfície da pele e eclodem, e as larvas penetram na pele. Podem ser uma ou mais lesões e atingir qualquer área da pele, inclusive o couro cabeludo.
Sifonápteros: pulgas
As pulga pertencem a ordem Siphonaptera, que se refere a duas características bastante proeminentes do grupo de insetos desta ordem: ausência de asas e aparelho bucal do tipo picador-sugador.
As pulgas apresentam também outros traços marcantes, que são: achatamento do corpo no sentido látero-lateral, escleritos bem quitinizados, segmentos (metâmeros) bem distintos e pernas adaptadas para o salto.
Quando adultos, são hematófagos, vivendo sobre o corpo de mamíferos ou aves. E, como outros insetos hematófagos, as pulgas estão envolvidas na transmissão de algumas doenças, particularmente na propagação da peste bubônica entre roedores e homens, causada pela bactéria Yersinia pestis.
As pulgas são hospedeiros intermediários de Dypilidium caninum (parasito de cães e gatos), de Hymenolepis diminuta (que infestam roedores), podendo infectar acidentalmente o homem.
Tunga penetrans (“bicho-do-pé”)
É a menor das pulgas conhecidas, 1 mm de comprimento na fase adulta. A T. penetrans é também conhecida como “pulga da areia” e a fêmea é o “bicho-do-pé” ou “bicho-do-porco”. Quando a fêmea fica grávida, penetra na pele do hospedeiro (porco ou homem), enterrando-se até deixar apenas a extremidade posterior em contato com a atmosfera, para respirar. Cerca de uma centena de ovos passam então a ser expelidos. Depois o corpo murcho da fêmea cai ou é expulso pela reação inflamatória da pele.
Pulex irritans (“pulga do homem”)
A “pulga do homem” é cosmopolita, vive no domicílio humano, alimentando-se do sangue de seus moradores. De modo geral, Pulex irritans vive fora do corpo de seus hospedeiros, procurando-os somente para os repastos sanguíneos. Por isso, pode ser encontrada em diversos hospedeiros (cães, gatos, porco, etc.). Apesar de incomodar com a picada, causando insônia, nos pacientes mais sensíveis, sua participação na transmissão de doenças é praticamente nula.
Xenopsylla cheopis 
É a pulga mais encontrada nos ratos domésticos, em quase todo Brasil. A importância da identificação da X. cheopis é devido desta ser a principal responsável pela transmissão da Yersina pestis, agente etiológico da peste entre os ratos e entre os humanos; uma doença muito perigosa.
Anopluros: piolhos
Anoplura é a ordem onde encontramos os insetos popularmente conhecidos como piolhos sugadores. Além do prurido intenso, esses insetos podem veicular a Rickettsia prowazeki (tifo exantemático), a Borrelia recurrentis (febre recorrente)e a Rochlimaea quintana (febre das trincheiras). A picada dos insetos provoca uma dermatite, causada pela reação de hipersensibilidade do hospedeiro à saliva injetada ao início da hematofagia. 
A grande coceira leva o paciente a arranhar a pele, abrindo porta de entrada para agentes patogênicos. A infestação por piolhos sugadores recebe o nome de pediculose:
 pediculose do couro cabeludo e 
 pediculose do corpo. 
Todas as etapas do ciclo biológico dos piolhos (ovo, ninfa e adulto) desenvolvem-se sob re o corpo do hospedeiro. Tanto as ninfas como os adultos alimentam-se de sangue.
As três espécies que parasitam exclusivamente o homem são:
a) Pediculus capitis: encontrado na cabeça das pessoas. Seus ovos ficam cimentados na base dos cabelos, são as lêndeas;
b) Pediculus humanus: habita as partes cobertas do corpo e cola seus ovos às fibras das roupas;
c) Pthirus pubis: ou piolho-do-púbis, que é a espécie menor, com morfologia característica e com localização preferencial na região pubiana e perineal.
Carrapatos
Como os carrapatos se fixam e fazem hematofagia de modo indolor, sua presença nem sempre é facilmente detectada pelo hospedeiro. As secreções dos carrapatos produzem reações locais, febre ou paralisia. As reações locais incluem lesões pequenas e pruriginosas, papulonodulares, e uma escara pode se desenvolver. Os carrapatos têm grande resistência ao jejum e podem transmitir vários patógenos.
Os carrapatos são, depois dos mosquitos, os mais importantes vetores de doenças humanas. Podem transmitir diversas formas de tifo, além de outras doenças. Nas zonas temperadas, são agentes transmissores da doença de Lyme. Um único carrapato pode abrigar três diferentes agentes patogênicos diferentes e transmitir todos eles em uma única picada. No Brasil, os mais comuns são: Carrapato-de-boi, Carrapato-Estrela (ou Carrapato-de-cavalo), transmissor do agente etiológico da febre maculosa, Carrapato-de-galinha e o Carrapato-vermelho-do-cão.
Ácaros (Escabiose)
A escabiose, causada pelo Sarcoptes scabiei, o ácaro da sarna humana, é prevalente mundialmente e infesta 300 a 500 milhões de pessoas todos os anos. Ela é uma das mais frequentes causas de dermatite de pruriginosa e de consultas ao dermatologista. O prurido e o exantema ocorrem como resultado da hipersensibilidade às excreções do ácaro, depositadas no túnel. A transmissão da escabiose resulta do contato íntimo interpessoal, e é facilitada por condições sanitárias deficientes, aglomerações e promiscuidade sexual.

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