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CCJ0021-WL-A-PP-Ponto 17 – Intervenção Federal e Intervenção Estadual - Sabrina Rocha

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Curso completo de Direito Constitucional
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
Atualizada até a EC n° 71 de 29/11/12
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos pessoais.
PONTO 17 – INTERVENÇÃO FEDERAL NOS ESTADOS E INTERVENÇÃO DOS ESTADOS NOS MUNICÍPIOS
A intervenção é a antítese da autonomia. Autonomia é competência para agir dentro da repartição de competências traçada pela Constituição. Todos os componentes da Federação União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são autônomos (art. 18, caput). No entanto, a intervenção Federal nos Estados é da essência do sistema federativo, porque proporciona a integridade, o equilíbrio e a manutenção do Estado Federal. A regra é a de não intervir. A exceção é a intervenção. Assim tem se posicionado o STF. Vejamos: 
JURISPRUDÊNCIA DO STF:
“O tratamento restritivo, constitucionalmente dispensado ao mecanismo da intervenção federal impõe que não se ampliem as hipóteses de sua incidência, cabendo ao intérprete identificar, no rol exaustivo do art. 34 da Carta Política, os casos únicos que legitimam, em nosso sistema jurídico, a decretação da intervenção federal nos Estados-Membros” (STF - Intervenção Federal nº 591-9/BA-Rel. Ministro-Presidente Celso de Melo, Diário da Justiça, Seção I, 16 set. 1998, p. 428). 
	
17.1 - INTERVENÇÃO FEDERAL NOS ESTADOS E NO DISTRITO FEDERAL
Compete privativamente ao Presidente da República(art. 84, X) decretar e executar a intervenção federal para isto ouvirá o Conselho da República (art. 90, I) e Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, II), que são órgãos de assessoramento do Presidente da República. O ato de intervenção é o decreto presidencial. O decreto de intervenção dirá quais unidades da federação serão atingidas pela medida, especificará a amplitude (poderes que serão cerceados em virtude da intervenção), o prazo (tempo de duração da medida) e as condições de execução e, se couber, nomeará o interventor. Aqui percebemos que poderá haver intervenção sem que haja nomeação do interventor. Prescinde-se do interventor no caso de não haver necessidade de serem executadas funções administrativas. O ato de intervenção, será ainda submetido à apreciação do Congresso Nacional no prazo de 24 horas, e se este não estiver funcionando, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de 24 horas (art. 36, §§ 1º e 2º, c/c, 49, IV). Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal(art. 36, §4º). É exemplo de impedimento legal o afastamento por processo de impedimento, por decisão judicial e por duração do mandato.
17.1.1- HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL NOS ESTADOS E NO DISTRITO FEDERAL
CF, Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípiosreceitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
a) Nas hipóteses dos incisos I a III e do inciso V, o ato que decreta a intervenção é prerrogativa discricionária do Presidente da República. Uma vez decretada a intervenção o Presidente deverá submeter o decreto de intervenção ao Congresso Nacional.
b) Na hipótese deste inciso IV, há um detalhe a mais. A decretação da intervenção dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário (art. 36, § 1º). O Presidente também submeterá o decreto interventivo ao Congresso Nacional.
c) Nas hipóteses do inciso VI, somente se iniciará o processo interventivo caso haja deliberação dos órgãos judiciais, e o Presidente não terá outra alternativa a não ser decretar a intervenção. A principal novidade em relação aos incisos anteriores é que nesta 
hipótese dispensar-se-á a apreciação pelo Congresso Nacional, e o decreto limitar-se-á a 
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (art. 36, §3º). Os critérios são de natureza técnico-jurídica decorrentes do controle jurídico do processo interventivo. 
A deliberação pelo Poder Judiciário, no caso de recusa ao cumprimento de ordem ou decisão judiciária, dependerá de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral (art. 36, II);
Se for o caso de recusa à execução de lei federaldependerá de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República (art. 36, III).
d) Os princípios constantes nas alíneas do inciso VII, são os charmosos princípios constitucionais sensíveis. O Estado-membro que praticar o ato atentatório aos mesmos estará sujeito a ver este seu ato declarado inconstitucional mediante representação do Procurador-Geral da República perante o STF (art. 36, III). 
Mais uma vez os critérios são de natureza técnico-jurídica. Na hipótese ora em estudo nos termos da Constituição fica dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional, e o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (art. 36, §3º). Assim o Presidente da República, só poderá expedir o decreto de intervenção se o STF der provimentode representação do Procurador-Geral da República (art. 36,III). No entanto, é facultado ao chefe do Poder Executivo, se assim o entender, expedir decreto para apenas suspender a execução do ato impugnado. O STF terá que constatar que o ato foi editado ao arrepio dos princípios constitucionais sensíveis. 
Esta hipótese é conhecida pela doutrina como ação de inconstitucionalidade interventiva. Iremos estudar esta forma de controle de constitucionalidade ao examinarmos o capítulo 15.
17.2 - INTERVENÇÃO DOS ESTADOS NOS MUNICÍPIOS
Tudo o que se disse a respeito da intervenção federal nos Estados e Distrito Federal se aplica mutatis mutandis. à decretação da intervenção dos Estados nos Municípios, e da União nos Municípios localizado nos Territórios Federais. O ato de intervenção é também o decreto Governamental ou Presidencial, conforme o caso, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e, se couber, nomeará o interventor, que será submetido à apreciação da Assembléia Legislativa ou Congresso Nacional que, se não estiver funcionando, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. (art. 36, §§ 1º e 2, c/c, 49, IV)Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão,salvo impedimento legal (art. 36, §4º). 
JURISPRUDÊNCIA DO STF : 
“A intervenção estadual nos municípios, tem a mesma característica de excepcionalidade da intervenção federal, pois a regra é a autonomia do município e a exceção a intervenção em sua autonomia política, somente nos casostaxativamente previstos na Constituição Federal(CF, art. 35)sem qualquer possibilidade de ampliação pelo legislador constituinte estadual”( STF - Pleno - Adin nº 558/RJ - Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Diário da Justiça , Seção I, 26 mar. 1993, p. 05001).
17.2.1- HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO DO ESTADOS EM SEUS MUNICÍPIOS
CF Art. 35 - O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
a) Nas hipóteses dos incisos I a III, a decisão de intervir ou não é discricionária do Governador. Caso decida pela intervenção terá que submeter o decreto interventivo à Assembléia Legislativa Estadual. Se for o caso de intervenção da União em município localizado em Território Federal o decreto do Presidente da República será submetido ao Congresso Nacional. 
b) Na hipótese deste inciso IV, a intervenção dependerá de provimento pelo Tribunal de Justiça à representação do Procurador Geral de Justiça, dispensa-se a apreciação pela Assembléia Legislativa, bem como o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (art. 36, §3º).
17.3 – PROCEDIMENTOS CONSTITUCIONAIS PARA QUE OCORRA INTERVENÇÃO
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII e no caso de recusa à execução de lei federal (trecho grifado acrescido pela EC nº 45/2004);
IV – revogado. (pela EC nº 45/2004).
§ 1.º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2.º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3.º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4.º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
17.4 - SIGNIFICADO DE ALGUNS DOS TERMOS UTILIZADOS NESTE CAPÍTULO: 
Dívida fundada é a resultante de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a 12 meses(art. 29, I, da LRF).
Decisão judicial – Vincula as partes envolvidas no processo. Significa que os efeitos das decisões judiciais atingem tão somente aqueles que integram a lide, não obriga as partes que são alheias ao processo.
Ordem judicial – qualquer determinação judicial que obrigue as partes fora do processo. Ex. necessidade de força policial (a força policial não é parte no processo) numa ação de reintegração de posse
Receitas Tributárias que devem ser entregues pelos Estados aos Municípios: 50% da arrecadação do imposto estadual IPVA de veículos localizados em território do município; 25% da arrecadação do ICMS; 25% do IPI- que os Estados receberem da União (CF/88, art. 158, III, IV, art. 159, 3º).
Recursos a serem destinados a manutenção e desenvolvimento do ensino e as ações e serviços públicos de saúde
	A importância atribuída a esta destinação constitucional de recursos foi tão grande que a sua não observância pelos Estados poderá resultar em intervenção federal, bem como a sua não observância pelos Municípios dará ensejo a intervenção dos Estados nos Municípios. Desde a promulgação da Constituição de 1988 que o art. 212 exige que recursos sejam destinados a manutenção e desenvolvimento do ensino. A Emenda Constitucional nº 29/2000, passou a exigir que recursos fossem também vinculados a ações e serviços públicos de saúde.
RECURSOS CONSTITUCIONALMENTE DESTINADOS AO ENSINO
A Constituição determina que a União nunca aplique menos de 18% (dezoito por cento) os Estados, Distrito Federal e os Municípios 25% (vinte e cinco por cento) da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino (CF, art. 212). 
RECURSOS A SEREM DESTINADOS A AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
a) A Constituição, na seção destinada a saúde art. 198, §3º, dispõe que Lei complementar, que será reavaliada a cada 5 anos, estabelecerá os percentuais mínimos de recursos a serem aplicados em ações e serviços públicos de saúde, bem como as normas de fiscalização, avaliação e controle destas despesas (CF, art. 198, §2º, I a III e § 3º, acrescentado pela Emenda Constitucional nº 29, de 13-9-2000, c/c art. 77 do ADCT). Esta lei complementar ainda não foi promulgada pelo Congresso Nacional.
b) O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, determina que na ausência da lei complementar a que se refere o art. 198, §3º, a partir de 2005 a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios deverão aplicar: 
a) A União,no ano de 2.000, o que aplicou em 1999, acrescido de 5%; e nos anos de 2.001 a 2.004, o valor apurado no ano anterior corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB.
b) Os Estados e Distrito Federal, 12%, da sua receita de impostos acrescida das transferências de que tratam os arts. 157 e 159, I, a, e inciso II, deduzidas as parcelas constitucionais transferidas aos Municípios; 
c) Os Municípios e do Distrito Federal15%, da sua receita de impostos acrescida das transferências constitucionais oriundas dos arts. 158 e 159 I, b e § 3º;
QUADRO 1 - INTERVENÇÃO FEDERAL NOS ESTADOS E NO DISTRITO FEDERAL(CF art 34)
	Hipótese
	Decreto
	Apreciação do Congresso Nacional
	I– Manter a integridade Nacional;
II– Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III– pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
V– Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
Suspender o pagamento da dívidafundada por mais de dois anos consecutivos, salvo por motivos de força maior;
Deixar de entregar aos municípios receitas tributárias fixadas nesta constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
	
Discricionário do Presidente da República
	
O Presidente da República deve submeter o decreto ao Congresso Nacional.
	
IV– Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
	Depende de solicitação do poder Legislativo ou do Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal (STF) se for coacto o Judiciário.
	
O Presidente da República deve submeter o decreto ao Congresso Nacional.
	VI – Prover a execução de lei Federal
Prover a execução de ordem ou decisãojudicial
	Depende de provimento (deliberação) do Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador Geral da República;
Somente se houver requisição do:
STF, 
STJ ou do
TSE
	
Dispensa a apreciação do Congresso Nacional
	VII– Assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: (PrincípiosSensíveis)
forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
direitos da pessoa humana;
autonomia municipal;
prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
	
Somente se o Supremo Tribunal Federal (STF) der provimento de representaçãodo Procurador-Geral da República
	
Dispensa a apreciação do Congresso Nacional.
QUADRO 2 - INTERVENÇÃO DOS ESTADOS NOS MUNICÍPIOS E DA UNIÃO NOS MUNICÍPIOS LICALIZADOS EM TERRITÓRIO FEDERAL (CF art 35)
	Hipótese
	Decreto
	Apreciação da Assembleia Legislativa
	I - deixar de ser paga, sem motivos de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
	
Discricionário do Governador do Estado ou do Presidente da República (nos casos dos municípios em território Federal)
	
O Governador deve submeter o decreto a Assembleia Legislativa e o Presidente deve submeter o decreto ao Congresso Nacional.
	
IV – O Tribunal de Justiça der provimento à representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
	
Dependerá de provimento pelo Tribunal de Justiça (TJ) à representação do Procurador-Geral de Justiça do Estado
	
Dispensa a apreciação da
Assembleia Legislativa.
PONTO 18 - CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE – 1ª parte
PRESSUPOSTOS BÁSICOS. O controle da constitucionalidade é o exame da adequação das normas à Constituição. Dá-se em razão da supremacia e da rigidez constitucional, que são os seus pressupostos básicos.Só serão válidas as normas que não estiverem em conflito com o que determina a Constituição.
18.1 - CLASSIFICAÇÃO
	
CRITÉRIOS 
	
CONCEITO BÁSICOS
	
	
Quanto ao momento do seu exercício
	
PREVENTIVO – ocorre antes da promulgação da lei. É exercido sobre o projeto de lei. É realizado pelo Poder Executivo, através do veto, e pelo Poder Legislativo através dos pareceres das Comissões de Constituição e Justiça.
REPRESSIVO – objetiva afastar uma lei já vigente. Só o Poder Judiciário, no Brasil, realiza este controle repressivo.
	
	
Quanto ao órgão que realiza o controle (supondo se tratar de controle repressivo) 
	
JURISDICIONAL – é aquele que é realizado pelo Poder Judiciário, a exemplo do Brasil.
POLÍTICO – é o controle da constitucionalidade 
realizado por órgão não integrante do Poder Judiciário, 
a exemplo do controle de constitucionalidade quando 
realizado pelo Poder Legislativo.Não é o caso do Brasil.
MISTO – neste controle ocorre ao mesmo tempo o controle político e o Jurisdicional. Como acontece em alguns países nos quais o controle da constitucionalidade das leis federais é exercido pelo Poder Legislativo e o das leis estaduais pelo Poder Judiciário.
	
	
Quanto aos tipos de inconstitucionalidade
	FORMAL – ocorre quando a lei não obedece ao processo legislativo previsto para sua elaboração tais como: iniciativa legislativa, de que é exemplo uma lei que amplia o efetivo das forças armadas, cujo projeto foi de iniciativa de um deputado federal. Sabemos que só o Presidente da República tem iniciativa para tal projeto de lei. Ou uma medida provisória que trate de tema que a Constituição exija Lei Complementar.
MATERIAL – se dá quando o conteúdo da norma elaborada conflita com a Constituição. A exemplo (só a exemplo) de uma lei que cria o cargo de Auditor-Fiscal do Estado do Ceará e exija a naturalidade cearense para concorrer a uma das vagas a serem preenchidas por concurso público. 
POR AÇÂO – é a infringe a Carta Magna pela prática de um comportamento positivo (facere ou praestare). Ex: Presidente da República que se ausenta do país por mais de quinze dias sem autorização do Congresso Nacional.
POR OMISSÂO – é a que viola a Constituição pela prática de um comportamento negativo (non facere ou non praestare). Ex: ausência de produção legislativa para fazer valer um direito constitucional. Ou Presidente do Tribunal de Justiça não encaminha a proposta orçamentária conforme o art. 99, § 2º, II) que é uma exigência. Ou seja, o Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário deixam de tomar as providências, previstas na Lei maior, para o fiel cumprimento de suas atribuições
	
	
Quanto ao número de órgãos do Poder Judiciário que o realiza
	
DIFUSO - é aquele que é realizado por qualquer Juiz ou por qualquer Tribunal do Poder Judiciário. Conhecido por outros nomes: controle do caso concreto, controle incidental, controle por via indireta e controle por via de exceção.
	
CONCENTRADO – ocorre quando a competência para o seu exercício é da cúpula do Poder Judiciário (STF). Conhecido por outros nomes: controle abstrato, controle em tese, controle objetivo e controle por via principal. No Brasil apenas o STF é competente para exercer o controle abstrato das lei federais e estaduais face à Constituição Federal. Os Tribunais de Justiça dos Estados também exercem o controle de constitucionalidade das leis estaduais e municipais face às Constituições Estaduais.
	
18.2- DETALHES DOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
18.2.1 - CONTROLE DIFUSO
18.2.1.1 - CONCEITO
(ou controle do caso concreto) já estudamos que este controle é exercido por qualquer juiz ou por qualquer tribunal do Poder Judiciário durante um processo judicial qualquer, no qual a apreciação da constitucionalidade da norma jurídica não é o pedido, mas a causa de pedir. :
18.2.1.2 - EXEMPLO
	Um exemplo ajudará a esclarecer. Suponha que “A” (José) ingressa com uma ação judicial qualquer (suponha que solicite pensão com base em lei vigente) contra “B” (INSS). Em sua defesa, “B” alega que as pretensões de “A”, são embasadas em lei, no entanto, tal lei fere a Constituição. O juiz da vara competente irá apreciar se procede a alegação (exceção) de inconstitucionalidade. Repare que a alegação de inconstitucionalidade, é questão preliminar que há que ser decidida antes de entrar no julgamento do mérito (no mérito o juiz determinará ou não o pagamento da pensão). O importante é que a discussão sobre a inconstitucionalidade surgiu num caso concreto (José x INSS) em que cada um se acha prejudicado pelo outro e busca uma satisfação perante o Poder Judiciário. A isto se chama de modo incidental, por exceção. Isto porque o objetivo principal da ação não era o controle de constitucionalidade. Observe que o INSS deseja que o juiz declare a inexistência de sua obrigação de satisfazer uma pretensão de José, porque tal pretensão é baseada em uma lei que fere a Constituição.
18.2.1.3 - PARTICIPAÇÃO DO SENADO NO CONTROLE DIFUSO
	Trata-se de novidade introduzida pelo Constituinte de 1934. O STF, depois do trânsito em julgado, comunicará sua decisão ao Senado Federal para os efeitos do art. 52, X, da CF/88, o qual atribui competência privativa ao Senado Federal para suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, exarada em controle concreto. O Senado Federal, recebendo a comunicação do STF, não estará obrigado a proceder à edição da Resolução, suspendendo a execução da lei ou ato normativo cuja inconstitucionalidade foi declarada in concreto pelo STF. O Senado tomará umadecisão política sobre a conveniência ou não de retirar do ordenamento jurídico a norma declarada inconstitucional pelo STF. Entretanto, se o fizer, deverá ser na mesma extensão da decisão proferida pelo STF. Isso significa que o Senado não poderá suspender alguns artigos e manter outros, dentre os considerados inconstitucionais pelo STF. Tal restrição é justificada, uma vez que o juízo jurídico sobre a inconstitucionalidade já foi exercido pelo STF. 
18.2.2 - CONTROLE ABSTRATO
18.2.2.1 - CONCEITO
	O controle abstrato é conhecido por outros nomes como: controle em tese; por via direta, por via de ação ou concentrado. Assim se denomina porque o controle é da lei, em tese, in abstracto, e não em um processo in concreto. Não busca a proteção de um direito que está sendo desrespeitado, como no controle concreto. Visa tão-somente à eliminação de uma norma jurídica contrária a preceito constitucional. A iniciativa não pertence a qualquer do povo. Face à Constituição Federal apenas uma das pessoas indicadas no art. 103, inciso I a IX da CF/88, podem acionar o Poder Judiciário (STF) para afastar do ordenamento jurídico uma lei federal ou estadual. As constituições estaduais trazem o rol de pessoas legitimadas a acionar o PoderJudiciário (Tribunais de Justiça) com o objetivo de afastar uma lei estadual ou municipal contrária à Constituição Estadual. É importante deixar registrado que no controle abstrato não há a participação do Senado.
	
18.2.2.2 - EXEMPLO
		Um exemplo nos ajudará a entender melhor. Suponha que o Procurador-Geral da República ou qualquer dos arrolados nos incisos I a IX, art. 103, da CF/88, o qual relaciona os legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade, entendendo que determinada lei federal, instituidora da prisão perpétua, fere a Constituição em seu art. 5º, inciso XLVII, alínea “b", vem a propor perante o STF uma ação direta de inconstitucionalidade. Observe que, neste caso, o Procurador-Geral da República, ao que sabemos, não tem interesse pessoal no processo. Na verdade, sua legitimidade decorre do cargo por ele ocupado e não de um interesse pessoal. Ele entendeu que determinada lei vigente, in abstracto, é inconstitucional e propôs ao Supremo Tribunal Federal a declaração de sua inconstitucionalidade. 
		Vale ressaltar, ainda, que o STF é o guardião da Constituição (art. 102) e estaria dentro do seu interesse manter a integridade da ordem jurídica com base na Norma maior. Porém, os orgãos do Poder Judiciário são inertes, não podem por si só dar início a ações jurisdicionais, daí surgir a figura dos legitimados ativos para proporem as ações diretas (art. 103 e seus incisos).
18.2.2.3 - PRINCIPAIS ESPÉCIES DE CONTROLE ABSTRATO
18.2.2.3.1 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADIN
	Surgiu no ordenamento constitucional através de uma emenda de 1965 à Constituição de1946. Em resumo, são os seguintes os passos de uma ADIN:
a) Competência para julgar - conformeo artigo 102, I,”a”, primeira parte, da Constituição Federal, é da competência do Supremo Tribunal Federal a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual face à Constituição Federal.
b) Quorum – a decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros (art. 22, da lei 9.868/99),pelo voto da maioria absoluta (seis) dos membros do STF, nos termos do art. 97, CF/88. Excepcionalmente, em razão de segurança jurídica e interesse social poderá a decisão ser tomada por dois terços (8 ministros) como veremos adiante.
c) Legitimidade ativa – ou seja, quem são aqueles que podem propor uma ADIN face à Carta Federal? É apenas os legitimados expressamente enumerados no art. 103, I a IX, da CF/88, com redação dada pela EC nº 45, de 8/12/2004, a saber: 
I - Presidente da República; (universal)
II - a Mesa do Senado Federal; (universal)
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; (universal)
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (pertinência temática)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (pertinência temática)
VI - o Procurador-Geral da República; (universal)
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;(universal)
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;(universal)
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.(pertinência temática)
Obs: a análise da pertinência temática conduz-nos a dois tipos de legitimados ativos para o ajuizamento da direta genérica: os universais e os especiais.
		Os legitimados universais não se sujeitam ao exame da pertinência temática, porque o seu próprio papel institucional já os autoriza a promover a direta genérica em qualquer hipótese.
		Busca-se com a pertinência temática impedir que determinadas entidades discutam, em sede de controle abstrato, toda e qualquer matéria, aumentando, ainda mais, a carga de trabalho do STF. Assuntos despiciendos ou tertúlias políticas, amparados em dispositivos regimentais de orgãos ou entidades de classe, não autorizam o uso da direta genérica, porque a pertinência temática pressupõe os três requisitos que amparam a propositura de qualquer ação: legitimidade para agir, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. Assim, sem a demonstração lógica de cabal, por parte de certas agremiações, de que suposta ofensa ao Texto Constitucional repercutiu em seus objetos sociais e econômicos não há falar em direta genérica para estes legitimados.
d) Objeto do controle – lei ou ato normativo federal ou estadual. É o que dispõe o art. 102, I, “a” da CF/88. Cabe ressaltar que no conceito de lei ou ato normativo estadual incluem-se aqueles editados pelo Distrito Federal no exercício de sua competência estadual (art. 32 , § 1º, da CF/88). Além destes, segundo jurisprudência do STF, os decretos autônomos e atos regulamentares autônomos. Contra lei ou ato normativo contrário ao princípio da razoabilidade, enquanto projeção da cláusula do devido processo legal material (ADIn 1.775-5/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ, 1, de 4-2-1998, capa).Decisões normativas dos tribunais podem revestir-se sob a forma de resolução administrativa, portaria, deliberações interna corpori, etc e seja qual for a nomenclatura adotada, as decisões normativas dos tribunais são atos abstratos, que devem obediência à Constituição Federal. As espécies normativas constantes do art. 59 e os tratados internacionais, pois incorporados à ordem jurídica pátria, se contrariarem o Texto de 1988, comportam ação direta genérica, e, uma vez declarados inconstitucionais, reputam-se nulos de pleno direito. Os tratados internacionais não figuram entre as espécies normativas do art. 59 da carta Magna, mas isso não é motivo para ficarem isentos de controle abstrato, porque a subordinação hierárquica deles à Constituição da República afigura-se inequívoca.
e) Matérias que não constituem objeto de ação genérica: lei ou ato normativomunicipal em face da Carta Federal; leis ou atos normativos revogados (anteriores à CF). Alguns autores chamam de direito pré-constitucional; atos normativosprivados como convenção de condomínio, estatuto de empresas; crise de legalidade, assim entendida como a desobediência das leis ou atos normativos pelas autoridades administrativas; leis ou atos de efeitos concretos, por ausência de densidade jurídico-material, ou seja sem os requisitos mínimos exigidos para um ato normativo imperatividade, generalidade e abstração da norma jurídica. Ex: atos estatais de feitos concretos que convertam a ação direta em sucedâneo de ação popular; dispositivo de leis de dotação orçamentária; atos legislativos que consagram doações de bens públicos a entidades privadas, decreto legislativo que susta a realização de licitação pública pelo Estado, dentre tantos outros exemplos. Ementas de leis diversas de seu conteúdo porqueem nada violam a Constituição e ementa não é dispositivo de lei, apenas um resumo do que se tratará através dela; respostas do Tribunal Superior Eleitoral às consultas que lhe foram endereçadas, pois esse ato, de natureza administrativa, não apresenta qualquer eficácia vinculante aos demais orgãos do Poder Judiciário; normas constitucionais originárias, pois o Poder Originário é pleno, ilimitado, incondicionado e absoluto; convenções coletivas de trabalho, embora sejam pautas jurídicas de comportamento, aplicáveis a terceiros, cogentes e heterônomas, não são atos federais ou estaduais; inconstitucionalidade reflexa oblíqua ou indireta, pois para o deslinde da questão, faz-se imperioso o exame do conteúdo de outras normas infraconstitucionais ou de matéria de fato (STF, RTJ, 164:897). Leis estrangeiras inconstitucionais, pois quando a aplicação do Direito estrangeiro não for conveniente ao Brasil, por ser contrário à ordem pública, ou até à Constituição, não há falar em controle concentrado, pois a matéria só pode ser resolvida pela via de exceção. Propostas legislativas ou projetos de leis, pois o mero trâmite da espécie normativa não autoriza o ajuizamento da direta genérica, porque, no Brasil, inexiste o controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade pela via concentrada, a opção dada a qualquer parlamentar é ingressar com um Mandado de Segurança perante o STF.
f) Participação do Advogado-Geral da União – quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará previamente o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado (CF/88, art. 103. §3º). O AGU não está obrigado a defender tese jurídica se sobre ela o STF já fixou entendimento pela inconstitucionalidade (STF, Rel. Min. Maurício Corrêa, ago.2001, ADIN 1616-PE).
g) Participação do Procurador-Geral da República – o Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal (art. 103, § 1º, CF/88).
h) Eficácia - erga omnes, ou seja, vale para todos os que estão submetidos ao âmbito espacial de validade da lei ou ato normativo. 
i) Efeitos – depende da decisão. Se proferida em medida cautelar ou liminar (ou seja em caráter urgente, sem análise detalhada), em regra terá efeitos ex-nunc, salvo expressa manifestação em contrário do próprio STF (§1º, art. 11, lei 9.868/99). Tratando-se dedecisão de mérito (definitiva), em regra terá efeitosex-tunc. 
Atenção: excepcionalmente, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros (8 ministros), decidir que a declaração só tenha efeitos a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento (futuro) que venha a ser fixado (art. 27 da lei nº 9.868/99), é o que a doutrina denomina de modulação dos efeitos da ADIn.
j) Desistência - não será admitida depois de proposta a ação (art. 5º, da lei 9.868/99), pois, como já frisado, não há interesse direto dos legitimados ativos, são apenas o impulso necessário para dar início à ação pela inércia do Poder Judiciário.
k) Perda de objeto – ocorre quando, se submete ao STF uma ADIN de uma lei já revogada, ou que tenha a sua revogação no transcurso do julgamento da ação. Em outras palavras o STF não declara a inconstitucionalidade quando a lei ou parte dela se encontrar revogada.
l) Efeito vinculante - as decisões definitivas de mérito nas ADINs produzirão efeito vinculante, relativamente aos demais orgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (§2º, art. 102, da CF/88), os quais não poderão contrariá-las ou aplicá-las indevidamente. O efeito vinculante não alcança o Poder Legislativo, esta informação é importantíssima para fins de concurso público.Obs: nunca é demais lembrar que apesar de não ter sido incluído o Distrito Federal no dispositivo constitucional em apreço, é obvio que este também está vinculado as decisões do STF.
m)Irrecorribilidade da decisão em ADIN - a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em ADIN é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória, sendo passível apenas de embargos de declaração.
n) Litisconsórcio - a regra é a não admissibilidade do litisconsórcio ativo ou passivo na direta genérica para defesa de interesses concretos e subjetivos, haja vista o caráter abstrato da fiscalização concentrada. Excepcionalmente há a possibilidade do litisconsórcio ativo entre os constitucionalmente legitimados para a propositura da direta genérica, vedado o ingresso como litisconsorte ativo do orgão que figura no polo passivo da relação processual.
o) Amicus curiae - amici curiae, amicus partis ou amicus causae, ao pé da letra, significa “amigo da Corte”.Este instituto confere legitimidade a terceiro interessado para expor, aos juízes do Tribunal, ponto de vista favorável a uma das partes. A sua finalidade é pluralizar o debate constitucional, permitindo que o Pretória Excelso venha a dispor de todos os elementos informativos, possíveis e necessários, à resolução da controvérsia. O relator tem discricionariedade para admitir, ou não, sob pena de tumulto processual, a presença do amicus curiae nas ações diretas. Se o relator admitir sua presença ele terá, segundo Regimento Interno da Corte Constitucional, quinze minutos no máximo para expor seu pensamento. (art. 131, § 3°, c/c art. 132, § 2°) Mas a aplicação desses dispositivos regimentais sujeita-se à discricionariedade do relator, que não está compelido a admitir a presença do amicus curiae, devendo analisar as circunstâncias do caso concreto. Sem dúvida, a sua presença enseja a participação das entidades, grupos, classes ou estratos sociais, que podem apresentar informações elucidativas da matéria sub judice.
OBS: isso não é intervenção de terceiros, pois a Lei veda expressamente.
p) Prescrição e decadência - o ajuizamento da ação direta não se sujeita à observância de qualquer prazo prescricional ou decadencial, pois os atos inconstitucionais não se convalidam pelo mero decurso do tempo.
18.2.2.3.2 - AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – ADECON ou ADC
	A ação declaratória de Constitucionalidade foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro por meio da Emenda Constitucional nº 3, de 17- 3 -1993.
	Faz-se necessária a comprovação da existência de controvérsia judicial, que coloque em risco a presunção de constitucionalidade do ato normativo sob exame a fim de permitir ao STF o conhecimento das alegações a favor e contra a constitucionalidade, bem como o modo pelo qual estão sendo decididas as causas que envolvem a matéria.
a) Competência para julgar - compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (art. 102,I,”a”, parte final, da CF/88).
b)Quorum – maioria absoluta dos membros do Supremo Tribunal Federal, conforme o artigo 97 da CF/88. Em caráter excepcional, por razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público, poderá dar-se por maioria de dois terços como veremos adiante.
c) Objeto - lei ou ato normativo federal.Neste aspecto reside a grande diferença, exigida pelos concursos públicos, entre a ADIN E ADECON. Enquanto aADINtem por objeto a lei ou o ato normativo federal ou estadual, a ADECON se aplica a lei ou ato normativo federal apenas.
d) Legitimidade ativa - podem propor a ADECON face á Constituição Federal os mesmos legitimados enumerados no art. 103, I a IX, da CF/88, com redação dada pela EC nº 45/2004, já explicitados acima e com os mesmos argumentos em relação à legitimidade Universal ou com pertinência temática.
e) Participação do Advogado-Geral da União – nãohá razão para a atuação do Advogado Geral da União, uma vez que a ação visa preservar a presunção de constitucionalidadeda lei ou do ato normativo.
f) Participação do Procurador-Geral da República – o Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações declaratórias de constitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal (art. 103, § 1º, CF/88).
g) Eficácia - erga omnes, ou seja, alcança todos os que estão submetidos ao âmbito espacial de validade da lei ou ato normativo declarado constitucional. 
h) Efeitos – depende da decisão. Se proferida em medida cautelar ou liminar, em regra terá efeitos ex-nunc, salvo expressa manifestação em contrário do próprio STF (§1º, art. 11, lei 9.868/99). Tratando-se de decisão de mérito (definitiva), em regra terá efeitos ex-tunc, e, excepcionalmente, ex-nunc.
	Atenção: tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros(8 ministros), decidir que a declaração só tenha efeitos a partir de seu trânsito em julgado (ex nunc) ou de outro momento(futuro) que venha a ser fixado (art. 27 da lei nº 9.868/99).Modulação dos seus efeitos.
i) Desistência - não será admitida depois de proposta a ação (art. 16, da lei 9.868/99), pelos mesmos argumentos já apresentados na ADIn.
j) Perda de objeto – ocorre quando, se submete ao STF uma ADECON de lei revogada. 
k) Efeito vinculante - as decisões definitivas de mérito nas ADECONs produzirão efeito vinculante relativamente aos demais orgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (§2º, art. 102, da CF/88), os quais não poderão contrariá-las ou aplicá-las indevidamente. Atenção: o efeito vinculante não alcança o Poder Legislativo, no que diz respeito à sua função típica. Não esqueçam do Distrito Federal que também se vincula.
l) Medida cautelar (liminar) – é aquela tomada em caráter de urgência e é admitida, conformeart. 21, caput, da Lei nº 9.868, de 10.11.1999.
m)Irrecorribilidade da decisão em ADECON - a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em ADECON é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória, sendo passível apenas de embargos de declaração.
18.2.2.3.3 - AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO - ADIO
		Novidade apresentada pela Constituição de 1988 a qual dispõe: “declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de orgão administrativo, para fazê-lo em 30 dias” (art. 103,§ 2º, da CF/88).
		É destinada a obter medida para tornar efetiva norma constitucional, mediante a elaboração de lei ou ato normativo necessários para efetivar direitos previstos na Constituição Federal e que dependam de regulamentação posterior (normas de eficácia limitada).
		Por exemplo, a norma constante do art. 195, §7º, segundo a qual “são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.” Trata-se, como vimos, de norma constitucional de eficácia limitada. Não tem aplicabilidade imediata, portanto, depende de edição da lei para que possa produzir os efeitos que lhe são próprios. 
		O STF já enfatizou que constitui omissão legislativa não apenas quando o orgão legislativo não cumpre o seu dever, não elaborando a lei, mas, também quando o satisfaz de forma incompleta. 
a) Competência para julgar – STF.
b)Objeto - omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional.
c) Legitimidade ativa – Tratando de inconstitucionalidade por omissão e não havendo dispositivo expresso aplica-se o art. 103, I a IX, CF/88, da ADIN e da ADECON.
d) Participação do Procurador-Geral da República – o Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade por omissão e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal (art. 103, § 1º, CF/88).
e) Medida cautelar (liminar) – O STF tinha o entendimento da não admissibilidade da sua concessão, porém com a promulgação da Lei nº 12.063/09 inovou-se a matéria, passando a admitir medida cautelar em ADO. CUIDADO, pois este ponto será cobrado nos próximos concursos.
Amedida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. A lei remete ao mesmo procedimento posto na Lei 9.868/99.
f) Efeitos – depende do orgão responsável pela edição da norma. Se aomissãofor da competênciadeorgão administrativo, o STF determinará que a medida seja produzida em 30 dias. Seda cúpula dos Poderes Legislativo ou Executivo, como uma lei ou regulamento, o STF se limitará, face a harmonia e independência dos Poderes (art. 2º, CF/88), a dar notícia da falta da norma, para que o Poder faltanteperceba que descumpre o seu dever. O STF não poderá suprir a falta da norma, nem mesmo obrigar a que a cúpula dos Poderes Executivo e Legislativo elaborem a norma faltante. No entanto, uma vez declarada a omissão pelo STF, permite-se a responsabilização por perdas e danos, se da omissão decorrer prejuízo. 
OBS: apesar de não haver fixação de prazo pela Constituição para a atuação da omissão Legislativa, em decisão recente (ADIn 3.682/07 – rel. Min. Gilmar Mendes) o STF estabeleceu como parâmetro o prazo de 18 meses para que o Congresso Nacional elaborasse a norma reclamada e eliminasse o estado de inconstitucionalidade. Vale ressaltar que em 18/12/08 foi promulgada a EC nº 57 que convalidou os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006. (ADCT, art. 96)
g) Perda de objeto – ocorre quando, no curso da ação, for suprida da a omissão pela edição da norma infraconstitucional, ou, como já decidiu o STF, quando o dispositivo constitucional que determinava a produção da norma tenha sido revogado (ADI 1836/SP, Rel. Min. Moreira Alves).
		Vale ressaltar que as concepções de inconstitucionalidade e ilegalidade estão imbricadas. Ambas ensejam transgressões normativas, diferindo, apenas, em função do nível hierárquico dos preceitos vulnerados. Na inconstitucionalidade ferem-se preceitos constitucionais – a norma de hierarquia máxima do ordenamento jurídico. Já na ilegalidade vulneram-se preceitos legais – normas de hierarquia inferior do ordenamento jurídico, submetidas à supremacia da Lex mater.
		A inconstitucionalidade pode ser formal (subjetiva ou objetiva) ou material. Os requisitos formais, procedimentais ou instrumentais são aqueles que estabelecem o procedimento de elaboração das espécies normativas do nosso ordenamento jurídico. São parâmetros de observação obrigatória no processo legislativo, sob pena de padecerem de vício da inconstitucionalidade formal. Ou seja, é o iter necessário a ser observado para a criação das leis no nosso estado Constitucional. 
		O requisito formal subjetivo diz respeito a quem pode oferecer as proposta de emenda à Constituição ou os projetos de lei que serão apreciados no Congresso nacional. Por isso, quando a iniciativa elaboração das leis não parte de autoridade constitucionalmente competente, temos a hipótese de inconstitucionalidade por vício formal subjetivo. Fica claro que aqui estamos diante da primeira fase do processo legislativo, ou seja, a fase introdutória.
		Já o requisito formal objetivo concerne as duas outras fases do processo legislativo, a fase constitutiva e complementar. Delimitam o caminho pelo qual cada espécie normativa deve trilhar, de acordo com o procedimento que a Constituição lhes reservou. Podemos dar como exemplo determinado projeto de lei de iniciativo do Presidente da República que teve sua apreciação iniciada pelo Senado Federal. Eis um contundente caso de inconstitucionalidade por vício formal objetivo. A objetividade diz respeitoao como fazer para apreciar as espécies normativas apresentadas ao parlamento.
		O requisito material, substancial, intrínseca ou de conteúdo são aqueles que nos permitem comparar o conteúdo da lei ou do ato normativo com a Constituição, para sabermos se ela foi violada na sua essência. Tais requisitos estão presentes em todas as fases do processo legislativo. Não vêm prescritos na Constituição. São pressupostos de fundo, sendo extraídos da lógica geral do sistema. Se uma lei determina que é possível a prisão perpétua de um condenado, estaremos diante de uma inconstitucionalidade por vício material.
18.2.2.3.4 - AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA
	Surgiu no ordenamento constitucional em 1934. É proposta perante o STF. Destina-se a promover o controle de constitucionalidade de ato praticado por estado-membro que atente contra princípio sensível da ordem federativa. 
E quais são os princípios sensíveis? São aqueles encontrados no art. 34, VII: 
a) forma republicana, sistema representativo, e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
	Desta forma, qualquer Estado-membro que praticar ato atentatório aos princípios sensíveis estará sujeito a ver este seu ato declarado inconstitucional mediante representação do Procurador-Geral da República perante o STF. (eis o teor do art. 36, III).
	Fique claro que a declaração de inconstitucionalidade do ato praticado pelo Estado-membro não corresponde à decretação de intervenção federal, ou seja, a ação direta interventiva não é instrumento pelo qual se decreta a intervenção federal. O que ocorre é que a decretação da intervenção depende de que, previamente, o STF dê provimento à representação. 
	A competência para decretar e executar a intervenção federal é privativa do Presidente da República, conforme dispõe o artigo 84, inciso X, da CF/88. O Presidente, no entanto, só poderá decretar a intervenção, se o STF der provimento à representação do Procurador-Geral da República (art. 36, III). 
	Em resumo: 
a competência para julgar é do STF (art. 36, III);
o quorum é de maioria absoluta (art. 97, CF/88);
a legitimidade para agir é exclusiva do Procurador Geral da República(art. 129, IV, c/c art. 36, III). 
18.2.2.3.5 - ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL DA CONSTITUIÇÃO - ADPF
	Surgiu no ordenamento jurídico com a promulgação da lei ordinária nº 9.882, de 3-12-1999, que regulamentou o §1º, do artigo 102 da CF/88, o qual dispõe que a argüição de descumprimento de preceito fundamental será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. Trata-se de exemplo de norma constitucional de eficácia contida. 
a) Competência para julgar - Supremo Tribunal Federal(CF art. 102, § 1º, da CF/88).
b) Quorum – a decisão sobre ADPF somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros, pelo voto da maioria absoluta dos membros do STF (Lei nº 9.882, art. 8º).
c)Legitimidade ativa - podem propor a ADPF os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade (Lei nº 9.882, art. 2º, I). 
d) Objeto – evitar (preventiva) ou reparar (repressiva) lesão a preceito fundamental da Constituição resultante de ato do Poder Público (arguição autônoma). Caberá também quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição (arguição incidental).(Lei 9882, caput do art. 1º e parágrafo único).
e) Caráter Subsidiário – não será admitida ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade (lei 9.882, art. 4º, § 1º).
f) Medida liminar – admite. O STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na ADPF (lei 9.882, art. 5º). A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais que apresente relação com a matéria objeto da ADPF, salvo se decorrentes de coisa julgada (lei 9882, art. 5º, § 3º). Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relatorconceder a liminar, ad referendum, do Tribunal Pleno (lei 9882, art. 5º, § 1º).
g) Eficácia e efeito – julgada a ação, a decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público (lei 9.882, art. 10, § 3º.
h) Declaração de inconstitucionalidade em ADPF – ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de ADPF, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir do trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado(modulação dos efeitos). 
i) Irrecorribilidade da decisão em ADPF - a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em ADPF é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória, sendo passível apenas de embargos de declaração.
j) Cabe reclamação – caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida pelo STF, na forma do seu Regimento Interno. 
RESUMO 1ª parte - ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
	Espécie
	Competência para Julgar
	Quorum
	Legitimidade Ativa
(quem pode propor)
	Objeto
	Eficácia e Efeitos
	
 Controle Difuso 
	
Qualquer
 Juiz ou Tribunal 
	nos Tribunais: maioria absoluta 
do Pleno ou do respectivo órgão especial
 (CF, art. 97)
	
Qualquer das partes (autora ou ré) durante qualquer processo judicial.
	
Lei ou ato normativo Federal, Estadual, ou Municipal
	Eficácia -interpartes” atinge apenas as pessoas que integraram o processo.
Efeitos - ex-tuncretroativos no tempo.
	Uma das formas de exercício do controle Difuso dá-se pelo STF através do recurso Extraordinário (CF art. 102, III).
 Única espécie de controle da qual participa o Senado Federal (CF, art. 52, X) 
	
 ADIN – Ação direta de inconstituciona-
lidade
	
STF
	
Maioria Absoluta dos membros do STF
(CF, art. 97)
	
(CF, art. 103: I a IX):
I – Presidente da República;
II – Mesa do Senado Federal;
III – Mesa da Câmara;
IV – Mesa das Assembléias ou da Câmara Legislativa do DF;
V – Governador de Estado ou do DF;
VI – Procurador Geral da República;
VII – Conselho Federal da OAB;
VIII – Partido Político com representação no CN;
IX – Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito Nacional. 
	
Lei ou ato normativo Federal ou Estadual
(ou do DF no uso de sua competência Estadual)
	Eficáciaerga omnes geral para todos que estão submetidos ao âmbito de validade da lei ou ato normativo.
Efeito da medida cautelar: em regra ex nunc
Efeito da decisão de mérito: em regra ex tunc
Efeito vinculante - em relação aos órgãos do poder Judiciário (que não poderão decidir de maneira distinta do STF), e à Administração Pública federal, estadual e municipal.
	
ADC – Ação declaratória de constituciona-
lidade
	
STF
	
Maioria absoluta dos membros do STF
(CF, art. 97)
	
CF, art. 103, I a IX, redação da EC nº 45/2004 :
Os mesmos legitimados para a ADIN.
	
Lei ou ato normativo Federal.
	Eficáciaerga omnes geral para todos que estão submetidos ao âmbito de validade da lei ou ato normativo.
Efeito da medida cautelar em regra ex nunc.
Efeito por decisão de mérito em regra ex tunc. 
Efeito vinculante– em relação aos órgãos do poder Judiciário (que não poderão decidir de maneira distinta do STF), à Administração pública federal, estadual e municipal.
	
Ação de inconstituciona-
lidade por omissão.
	
STF
	
Maioria Absoluta dos membrosdo STF
(CF, art. 97)
	
Segundo a Jurisprudência os legitimados para interposição sãos os mesmos da ADIn. 
	
Omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional
(CF, art. 102, § 2º)
	Admite medida cautelar;
Se a omissão for da cúpula do Executivo ou do Legislativo, o STF se limitará a certificar a falta da norma dando-lhes conhecimento.
Se a omissão for de órgão administrativo, o STF determinará que a medida seja produzida em 30 dias.
	
Ação de inconstituciona-
lidade 
interventiva 
	
STF
	
Maioria Absoluta dos membros do STF
(CF, art. 97)
	
Exclusiva do Procurador Geral da República
	
Ato de Estado-Membro que feriu Princípio sensível (CF,art. 34, VII)
	
Eficácia - erga omnes.
	
ADPF – Argüição de 
descumprimento 
de preceito fundamental da constituição
	
STF
	
Maioria Absoluta dos Membros 
do STF
(CF, art. 97)
	Lei 9.882/99, art. 2º, I:
I – Presidente da República;
II – Mesa do Senado Federal;
III – Mesa da Câmara;
IV – Mesa das Assembléias;
V – Governador do Estado;
VI – Procurador Geral da República;
VII – Conselho Federal da OAB;
VIII – Partido Político com representação no CN;
IX – Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito Nacional.
	Lei 9.882/99, art. 1º:
Evitar/reparar lesão resultante de ato do Poder Público.
Controvérsia constitucional sobre Lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.
	
Eficácia - contra todos (erga omnes)
Efeito vinculante – em relação aos órgãos do poder Judiciário (que não poderão decidir de maneira distinta do STF), e à Administração Pública federal, estadual e municipal.
	
Caráter Subsidiário - não será admitida a ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
PONTO 18 - CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE – 2ª parte 
TÓPICOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
18.1 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELOS ESTADOS
	A CF/88 prevê expressamente a instituição do controle abstrato de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual ao dispor:
CF/88 , art.125, 
§2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
	O Constituinte originário deixou a critério da Constituição Estadual definir quem poderá entrar com representação de inconstitucionalidade no entanto, vedou expressamente a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. Com isto abriu-se o leque de legitimação, tal como se fez no âmbito federal, onde se quebrou o monopólio em relação ao Procurador-Geral da República, com existente na Constituição passada segundo a qual só o Procurador-Geral da República poderia propor ação de inconstitucionalidade. A CF/88 ampliou a legitimidade ativa e ordenou que os Estados fizessem o mesmo. A competência para julgar cabe originariamente ao Tribunal de Justiça de cada Estado.
	A Constituição do Estado de Alagoas prevê:
“Art. 133 - Compete ao Tribunal de Justiça, precipuamente, a guarda da Constituição do Estado de Alagoas, cabendo-Ihe, privativamente
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o) a ação direta da inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo estadual ou municipal, lesivos a esta Constituição;
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r) a argüição de descumprimento de preceito fundamental decorrente desta Constituição”.
Art.134 - Podem propor ação de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo estadual ou municipal, em face desta Constituição, bem assim de ato que descumpra preceito fundamental dela decorrente:
I - o Governador do Estado;
II - a Mesa da Assembléia Legislativa;
III - o Prefeito Municipal;
IV - a Mesa da Câmara Municipal;
V - o Procurador-Geral de Justiça;
VI - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, em Alagoas;
VII - partido político com representação na Assembléia Legislativa;
VIll - sindicato ou entidade de classe, de âmbito estadual.
§ 1º - O Procurador-Geral de Justiça deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade.
§ 3º - Quando o Tribunal de Justiça apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, a Procuradoria Geral do Estado, que defenderá o ato ou texto imputado.
Art. 135 - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do Poder Público.
 
18.1.1 - AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO PELOS ESTADOS
	É juridicamente possível aos Estados-membros adotarem a ação de inconstitucionalidade por omissão, uma vez que o artigo 125, §2º, da Carta Federal estabelece que cabe aos Estados a representação de inconstitucionalidade das leis estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual. A competência é do respectivo Tribunal de Justiça.
 O parágrafo 2ª, do Art.134, da Constituição de Alagoas prevê que “declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tomar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias”.
18.1.2 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA PELOS ESTADOS
	É prevista a adoção pelo Estado-membro da ação direta interventiva. Tal conclusão advém da interpretação do preceito do art. 35, IV, da Constituição Federal: 
“Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios (...) exceto quando: 
IV – o Tribunal de justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual”.
	Para nunca esquecer: Os Estados podem instituir o controle abstrato de constitucionalidade de leis e atos normativos estaduais e municipais em face somente da Constituição Estadual.
18.1.3 - AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE FACE A CARTA ESTADUAL
	A CF/88 não permite e nem veda a ADECON face a Constituição Estadual. A questão comporta tormentosa divergência. 
	Alexandre de Moraes entende que “desde que seguissem o modelo federal, nada estaria a impedir que o legislador constituinte-reformador estadual criasse por emenda constitucional uma ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo estadual, em face da Constituição Estadual, a ser ajuizada no Tribunal de Justiça e tendo como co-legitimados o Governador do Estado, a Mesa da Assembléia Legislativa e o Procurador-Geral de Justiça.” (Direito Constitucional, 5ª edição, 1999, pág. 569).
18.2 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELO DISTRITO FEDERAL
	Sobre o Distrito Federal, como vimos, a CF/88, artigo 32, dispõe que é regido por lei orgânica, que é vedada sua divisão em municípios e que detém as competências legislativas atribuídas aos estados e municípios. Estudamos que as leis e atos normativos do Distrito Federal, no exercício da competência estadual, estão submetidos a controle de constitucionalidade face a Constituição Federal. 	
	Vamos nos ater ao controle abstrato de constitucionalidade realizado em face de sua Lei Orgânica. Lembrem-se de que, conforme o artigo 22, XVII, da CF/88, compete privativamente à União legislar sobre a organização judiciária do Distrito Federal. Desta forma o controle de constitucionalidade no Distrito Federal é regulamentado pela União.
18.2.1 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE NO DF
	A ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica, diz respeito ao controle das leis do Distrito Federal no uso de sua competência legislativa estadual, bem como no uso de competência legislativa municipal. Foi introduzido pela recentelei que alterou a organização judiciária do Distrito Federal e Territórios, Lei nº 9.868, de 10/11/99, que acresceu a alínea “n” ao artigo 8º, I, da Lei nº 8.185/91.
18.2.2 - AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO NO DF
	A lei de Organização Judiciária do Distrito Federal, dispõe que, uma vez declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma da Lei Orgânica do Distrito Federal, a decisão será comunicada ao Poder competente para adoção das providências necessárias, e, tratando-se de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias (Lei nº 9.868/99 também acresceu o § 4º, II, ao art. 8º).
18.3 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS E ATOS MUNICIPAIS
	Como sabemos, no Brasil os Municípios não possuem Poder Judiciário. Até 1999 não existia controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal face a Constituição Federal. As leis e atos normativos municipais face à Constituição Federal só eram passíveis de controle de constitucionalidade através do critério difuso. Conforme já visto, o artigo 1º, da Lei nº 9.882/99, que regula a ADPF, instituiu a possibilidade de controle abstrato de constitucionalidade das leis municipais face a Carta Federal.
	Não confundir esse tipo de controle, do qual falamos no parágrafo anterior, com o controle de constitucionalidade abstrato das leis e atos normativos municipais face a Carta estadual. A grande novidade trazida pela ADPF- Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental foi a possibilidade de aquele controle ser exercido tomando-se como parâmetro a Constituição Federal.
18.4 - INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO
	Ocorre quando o sentido do texto legal a ser interpretado for plurívoco, ou seja, comporte várias possibilidades de interpretação. Caberá ao STF firmar a única interpretação que considere compatível com a Carta Política. Segundo Luís Roberto Barroso, uma vez firmada umalinha de interpretação, ocorre “a exclusão expressa de outras possibilidades interpretativas, reputadas inconstitucionais. A conseqüência é, sem dúvida, a preservação do texto da norma interpretada” (Interpretação e Aplicação da Constituição, 3ª edição, 1999). E, por preservar o texto da norma interpretada, em vez de retirá-la do ordenamento jurídico, a interpretação conforme a Constituição realiza o princípio da CONSERVAÇÃO DAS NORMAS.
	Segundo a Jurisprudência do STF, a interpretação conforme a Constituição é princípio que se situa no âmbito do controle de constitucionalidade, e não apenas de simples interpretação. A aplicação desse princípio sofre, porém, restrições, uma vez que, ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei em tese, o STF - em sua função de corte constitucional – atua como legislador negativo, mas não tem o poder de agir como legislador positivo, para criar norma jurídica diversa da instituída pelo Poder Legislativo.
	Por isso, se a única interpretação possível para compatibilizar a norma com a Constituição contrariar o sentido inequívoco que o Poder Legislativo lhe pretendeu dar, não se pode aplicar o princípio da interpretação conforme a constituição, que implicaria, em verdade, criação de norma jurídica, o que é privativo do legislador positivo. (RP-1417/DF, 09.12.87, Relator: Min. Moreira Alves). 
ATENÇÃO! Com a promulgação da lei 9.868/99 a interpretação conforme a Constituição passou a ter efeito vinculante. 
18.5 - CONTROLE DE NORMAS ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO
	Estudamos no capítulo dedicado à teoria geral, que, de acordo com a teoria da recepção, o direito anterior deve ser recebido pela nova ordem constitucional, desde que se mostre compatível com a nova Constituição sob uma perspectiva estritamente material, ou seja, de conteúdo. A nova Constituição ao entrar em vigor, simplesmente revoga toda a legislação precedente com ela incompatível.
	Esta verificação da compatibilidade entre norma infraconstitucional anterior a 1988 e a Carta Política, segundo o Supremo Tribunal Federal, deverá ser pronunciada incidentalmente, na apreciação de um caso concreto, e não em tese, mediante controle abstrato 
	Assim concluímos que o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos anteriores à Constituição de 1988 (direito pré-constitucional) deverá ser feito apenas no controle difuso. Apenas com o surgimento da ADPF, regulamenta pela lei 9.882/1999, passou a existir a possibilidade do exame da constitucionalidade de normas anteriores à Constituição de 1988, no âmbito do controle abstrato, face a Constituição de 1988.
	Segundo Jurisprudência do STF, “o vício da inconstitucionalidade é congênito à lei e há de ser apurado em face da Constituição vigente ao tempo de sua elaboração. Lei anterior não pode ser inconstitucional em face da Constituição superveniente, nem o legislador poderia infringir a Constituição futura. A Constituição sobrevinda não torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes: revoga-as. Pelo fato de ser superior, a Constituição não deixa de produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico que a lei fundamental, por ser suprema, não revogasse, ao ser promulgada, leis ordinárias. A lei maior valeria menos que a lei ordinária. Ação direta de que não se conhece por impossibilidade jurídica do pedido”. (ADI-2/DF, Tribunal Pleno, Relator: Min. Paulo Brossard, 06/02/92).
18.6 - NORMA DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
	O sistema de controle da constitucionalidade adotado no Brasil não comporta o exame da constitucionalidade de normas constitucionais originárias.
18.7 - NORMA DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO: Emenda Constitucional
	O Supremo Tribunal Federal é competente para examinar a constitucionalidade ou não de emenda constitucional (14/4/93, Min. Moreira Alves). 
18.8 - SÚMULA DE TRIBUNAL SUPERIOR
	Segundo o STF não cabe ação de inconstitucionalidade contra Súmula de Tribunal Superior, porque esta não apresenta características de ato normativo (19/2/92, Min. Carlos Velloso). 
18.9 – DECRETO DO PODER EXECUTIVO
	Segundo o STF o decreto regulamentar não está sujeito ao controle de constitucionalidade, dado que se o decreto vai além do conteúdo da lei, pratica ilegalidade e não inconstitucionalidade. Somente na hipótese de não existir lei que preceda o ato regulamentar, é que poderia este ser acoimado de inconstitucionalidade, assim sujeito ao controle de constitucionalidade (STF, Pleno, rel. Min. Carlos Velloso, publicado em 25-8-95).
	É admissível, excepcionalmente, ação direta de inconstitucionalidade contra decreto que não regulamenta lei, ou seja, autônomo (22/5/92, Min. Moreira Alves). 
18.10 - TRATADO INTERNACIONAL
	O tratado internacional é passível do controle de constitucionalidade pelo método abstrato, bem como pelo difuso. 
18.11 - ATOS PRIMÁRIOS
	Denomina-se ato primário qualquer ato normativo que derive diretamente da Constituição, assim, essenciais para conferir plena eficácia a regra constitucional. Um ato primário se caracteriza, basicamente por não regulamentar qualquer outro ato jurídico, salvo a própria Carta Magna.
	São primários os atos legislativos mencionados no art. 59 da Constituição, bem como seusequivalentes estaduais, distritais e municipais, as constituições estaduais e Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e os regimentos internos dos tribunais, neste último caso, conforme competência atribuída pelo art.96, I, ”a”. 
	JURISPRUDÊNCIA DO STF - Texto constitucional não se regulamenta originariamente por ato administrativo normativo, mas, sim, por lei ou ato normativo a esta equivalente (17/6/93, Min. Moreira Alves).
18.12 - CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
	Assim é conhecida a norma da CF, art. 97, caput, ao dispor quesomente pelo voto da maioria absoluta de seus membrosou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. O órgão especial, previsto na CF, art. 93, XI, com redação da emenda nº 45, poderá ser constituído nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
	A cláusula de reserva de plenário não veda a possibilidade de o juiz monocrático declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, mas sim, determina uma regra específica aos tribunais para garantia de maior segurança jurídica.
	
	Segundo esse preceito constitucional, qualquer tribunal só pode declarar a inconstitucionalidade de um ato normativo se o fizer por maioria absoluta, salvo se possuir órgão especial, hipótese em que tal decisão deverá receber os votos da maioria absoluta deste. Em decorrência nenhum órgão fracionário, turma, câmara, ou sessão, de qualquer tribunal dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos emanados do Poder Público sob pena de absoluta nulidade.
18.13 - ATOS “INTENA CORPORIS”
	Os atos interna corporis, em regra, não estão sujeitos ao controle da constitucionalidade; porém se conflitarem com as formalidades, ritos ou processos prescritos pela Constituição passam a ser suscetíveis de controle judicial.
	
	Por exemplo, a briga de ACM e JÁDER pela presidência do Senado Federal. É o tipo do assunto que se relaciona direta e imediatamente com a economia interna da corporação legislativa e que, por sua natureza, é reservado à exclusiva apreciação e deliberação do Plenário ou da Mesa do Senado. O Judiciário não pode substituir a deliberação desses órgãos por um pronunciamento judicial sobre o que é da exclusiva competência discricionária do Plenário ou da Mesa. Mas o Judiciário poderá sempre confrontar o ato praticado com as prescrições constitucionais que estabeleçam condições, forma ou rito para sua consecução. Este controle será difuso, através de mandado de segurança.
18.14 - CONTROLE JURISDICIONAL PREVENTIVO – UMA EXCEÇÃO
	A jurisprudência do STF é enfática ao concluir que o direito constitucional positivo brasileiro não admite o sistema de controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade em abstrato. O controle abstrato exige, salvo na hipótese de inconstitucionalidade por omissão, que a ação direta só incidirá sobre leis e atos normativos federais e estaduais já promulgados, editados e publicados.
	Excepcionalmente o STF já admitiu o controle Jurisdicional preventivo de constitucionalidade, só que no critério difuso. Assim o fez por entender que compete ao Poder Judiciário analisar, em sede de mandado de segurança ajuizado por parlamentar, a regularidade na observância por parte do Congresso Nacional de normas constitucionais referentes ao processo legislativo, uma vez que os congressistas têm direito líquido e certo a não participarem de processo legislativo vedado pela Constituição Federal. Em julgado envolvendo Proposta de Emenda Constitucional, a nossa Suprema Corte decidiu ser possível o controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade no critério difuso, via mandado de segurança contra o processamento de Emenda Constitucional, quando há violação do preceito constitucional expresso que veda a apresentação de tal emenda. 
JURISPRUDÊNCIA DO STF: 
O processo de formação das leis ou de elaboração de emendas à Constituição revela-se suscetível de controle incidental ou difuso pelo Poder Judiciário, sempre que, havendo possibilidade de lesão à ordem jurídico-constitucional, a impugnação vier a ser suscitada por membro do próprio Congresso Nacional, pois, nesse domínio, somente ao parlamentar - que dispõe do direito público subjetivo à correta observância das cláusulas que compõem o devido processo legislativo - assiste legitimidade ativa ad causam para provocar a fiscalização jurisdicional. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de recusar, a terceiros que não ostentem a condição de parlamentar, qualquer legitimidade que lhes atribua a prerrogativa de questionar, incidenter tantum, em sede mandamental, a validade jurídico-constitucional de proposta de emenda à Constituição, ainda em tramitação no Congresso Nacional (MS 23565 / DF, Julgamento 10/11/1999, Relator Min. Celso de Mello.) 
18.15 - ACÃO DIRETA POR ENTIDADE DE CLASSE - PERTINÊNCIA
	A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal erigiu a pertinência, enquanto adequação entre finalidades estatutárias e o conteúdo material da norma, como critério objetivo para o conhecimento de ação direta de inconstitucionalidade promovida pelas entidades de classe de âmbito nacional - inciso IX, do art. 103 da CF (31/8/94, Min. Ilmar Galvão). 
	Também é exigida pertinência com relação as ações propostas pelas Mesas da Assembléias Legislativas e pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal (estes órgãos terão que a demonstrar a repercussão em seus Estados quando propuserem ADIN em relação a normas de outros Estados).
18.16 – LEGITIMIDADE DO PARTIDO POLÍTICO QUE PERDE REPRESENTAÇÃO
Neste aspecto da legitimidade do partido político houve mudança no posicionamento do STF. Apresento abaixo a Jurisprudência anterior e a atual.
O STF pensava, conforme informativo nº 235 (ADI – 1063) (Rel. Min. Celso de Mello, em 18-6-2001), da seguinte forma: “A perda superveniente de representação parlamentar no Congresso Nacional tem efeito desqualificador da legitimidade ativa do Partido Político para o processo de controle normativo abstrato, não obstante a agremiação partidária, quando do ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade, atendesse, plenamente, ao que determina o art. 103, VIII, da Constituição”. 
	O STF evoluiu e passou a entender assim: Informativo nº 356 (ADI – 2159) rel. originário Min. Carlos Velloso, rel. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, 12.8.2004). “Entendeu-se que a aferição da legitimidade deve ser feita no momento da propositura da ação e que a perda superveniente de representação do partido político no Congresso Nacional não o desqualifica como legitimado ativo para a ação direta de inconstitucionalidade.Vencidos o Min. Carlos Velloso, relator, e Celso de Mello, que consideravam que a perda da representação implicava a perda da capacidade postulatória”.
Perceba que não é vergonha nenhuma mudarmos de idéia, ou melhor, evoluirmos; foi assim que evoluiu o STF quanto ao tema da legitimidade do partido político para propor ADIN..
18.17 - AÇÃO CIVIL PÚBLICA
	O STF entende que em sede de ação civil pública pode se dar o controle difuso de constitucionalidade. O que se veda é a utilização da ação civil pública como sucedâneo da ação direta de inconstitucionalidade.
É importante destacar a Jurisprudência acima do STF tendo em vista que em se tratando de ação civil pública “a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator...” (art. 16, da lei 7.347/1985). 
18.18 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS
SÚMULA 347 DO STF – O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
De acordo com posicionamentos firmados pelo Supremo Tribunal Federal, os Tribunais de Contas poderão deixar de aplicar uma lei quando considerá-la inconstitucional, exercendo o chamado controle difuso e incidental.
18.19 - RECURSOS AO STF DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA EM CONTROLE ABSTRATO
	É possível a interposição de recurso extraordinário, previsto no art. 103, III, da CF/88, contra as decisões dos Tribunais de Justiça dos Estados-Membros, proferidas no controle abstrato de normas, quando se tratar de norma da Carta Estadual de reprodução obrigatória da Carta Federal. Como vimos, o recurso extraordinário é uma forma de exercício de controle difuso e concreto de constitucionalidade.
	Por falar em recurso extraordinário, esta forma de controle do caso concreto foi objeto de recente modificação pela Emenda Constitucional nº 45, publicada em 31/12/2004.
Art. 102. Compete

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