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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CADERNO DO SEMESTRE - MARCUS SEIXAS (FBDG)

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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira
HISTÓRIA GERAL E INÍCIO DO DIREITO OCIDENTAL – Em 400 A.C, Roma se expandiu, conquistando partes da Europa Ocidental, norte da África e Ásia. Já naquele período, a República romana tinha um código de leis escrito conhecido como Lei das 12 Tábuas, que esteve em vigência durante toda a República.
 600 anos depois, em 200 D.C, Roma já era o maior império até então conhecido, porém, devido a dificuldade de administrar tão vasto território, houve a divisão do Império Romano (O Ocidental com capital em Roma e o Oriental tendo como sede Constantinopla). Com a divisão, o Império Romano se enfraqueceu e em 476 o mesmo caiu após um ataque dos Germânicos, onde os romanos não estavam preparados militar ou politicamente.
OBS: A civilização romana era bastante sofisticada para a época, pois haviam carruagens, jornais, grandes eventos públicos e estavam bem à frente dos Germânicos intelectualmente.
DIREITO ROMANO – Tendo como pontapé inicial a Lei das 12 Tábuas em 450 A.C, o Direito Romano era avançado, com um código de leis escritas que perdurou por quase 1000 anos no Império Oriental. 
 Já os germânicos, que possuíam um Direito ágrafo passado de geração em geração, ao invadirem Roma acabaram “vulgarizando” o Direito Romano, que continuou sendo escrito. Porém diferente do original. Durante as invasões germânicas os registros das leis se perderam (consequência da destruição e saques de inúmeras bibliotecas), as doutrinas foram esquecidas pois não haviam mais faculdades de direito ou praças de ensino da lei para os professores, onde apenas alguns papiros foram preservados, resultando na diminuição da prática do Direito.
 A queda do Império Romano Ocidental marcou o início da Idade Média, onde os Reinos Germânicos ficaram conhecidos como Reinos Medievais e, posteriormente, na Alta Idade Média, veio o regresso econômico e da sociedade romana. Mais tarde, no Renascimento, houve a volta do mercado e a criação de grandes cidades e ligas de comércio. Tais mudanças, econômicas, políticas e sociais fizeram com que fosse necessária a reinvenção e modificação do Direito, se adequando ao “novo mundo”.
OBS: A história do Direito seria modificada para sempre com a descoberta do Corpus Juris Civilis.
DIREITO ROMANO VULGARIZADO – É a fusão cultural entre o Direito dos povos germânicos e dos romanos eruditos.
CORPUS JURIS CIVILIS – O Imperador Justiniano I, de Constantinopla tinha como objetivo compilar o agora milenar Direito Romano clássico. Assim, ele reuniu os melhores juristas do Império, recolhendo informações e pesquisas (Justiniano sonhava em reconquistar Roma, portanto além das campanhas militares, mandava excursões para que fosse recolhido o máximo de “arquivos” possíveis sobre Direito), compilando todo o direito romano em uma compilação chamada de Corpo Direito Civil/Corpus Juris Civilis.
 Justiniano, ao reconquistar Roma, levou cópias do CJC para o ocidente, porém, quando os germânicos o fizeram recuar novamente, o código foi deixado para trás. O CJC vigorou em Constantinopla até 1453 (ano de sua queda).
REDESCOBERTA DO CJC – Após 500 anos esquecido no ocidente, um monge em 110 redescobtiu o CJC, durante o renascimento comercial na Itália. Com essa redescoberta, o Corpus Juris Civilis se “repopularizou”, sendo adotado como fonte do direito em vários locais da Europa. Isso causou um processo de homogeneização do direito do CJC devido a sua adoção, mas causou também resultou num processo de diferenciação do direito , já que com a modernização dos Estados, o meio jurídico também sofreu alteração, gerando uma parte do Direito específico para cada país.
OBS: Durante esse período houve a criação do Estado Moderno, a centralização do poder soberano e a legitimação do poder.
DIREITO EM PORTUGAL – O Direito em Portugal era dividido em duas partes: o Direito Próprio, que era composto pelas leis dos reis portugueses e costumes do povo português, onde atuava de forma principal, e o Direito Comum, que é nada mais do que o Direito Romano (Corpus Juris Civilis) e o Direito Canônico (Igreja), atuando de forma subsidiária.
OBS: Algumas leis do direito subsidiário passaram a integrar o direito principal.
OBS: Direito Canônico é o direito estabelecido pela igreja (não são dogmas). Naquele período não havia união civil, apenas casamento religioso.
HISTÓRIA PORTUGUESA GERAL – Os visigodos (povos germânicos) se estabeleceram na Península Ibérica a pedido dos Romanos, formando então os primeiros reinos cristãos. No século VIII, os mouros (muçulmanos do norte da África) conquistaram a península, expulsando ou oprimindo os visigodos e romanos que ali viviam. 
 A Igreja Católica resolve promover as cruzadas que tinha como um dos objetivos frear a expansão dos mouros, que foram expulsos de Portugal apenas no Século XIII, enquanto os espanhóis conseguiram se livrar dos mouros no Século XVIII. Terras foram entregues para os nobres que participaram das Cruzadas e Portugal se tornou o Condado Portugalense, onde mais tarde, ao fazer com que expandisse seus territórios através do recuo dos mouros, veio a se tornar um reino.
FEUDALISMO PORTUGUÊS – Portugal passou por um período de feudalismo um pouco diferente do restante da Europa, conhecido como Sistema Senhorial. Apesar de haver a relação de suserano (Rei de Portugal) e vassalos (Nobres), alguns nobres tinham o consentimento do rei de aplicar a jurisdição em seus feudos, porém, caso o suserano considerasse que estava ocorrendo algum abuso ou decisão que não o agradasse, o Contrato de Doação Régia permitia que o rei tirasse tanto a jurisdição quanto o feudo do Nobre.
OCUPAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL – 30 anos após a descoberta do Brasil, os portugueses resolveram iniciar a ocupação do território brasileiro e, para facilitar tal divisão, Portugal dividiu o Brasil em feudos chamados Capitanias Hereditárias e os entregou à membros de confiança da Coroa. Dentre os riscos corridos pelos donatários estavam o processo de povoamento, os povos indígenas, a administração de vastos territórios e conflitos com outros povos europeus.
PROCESSOS JURÍDIOS DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS – Todas as capitanias pertenciam à Coroa, cuja ocupação foi concedida pela bula papal (o Papa concedeu as Américas para Espanha e Portugal). A bula papal era válida para todos os países católicos da Europa, diferentemente do Tratado de Tordesilhas, que foi celebrado apenas entre Portugal e Espanha. O donatário recebia dois contratos da Coroa Portuguesa: a Carta de Foral e o Contrato de Doação.
CONTRATO/CARTA DE DOAÇÃO – Um substituto do Contrato de Doação Régia só que aplicado nas capitanias, onde o Rei doava as capitanias para os vassalos/donatários. Tal contrato estabelecia o sucessor do donatário, os limites da capitania e assim como a doação régia, a posse da capitania poderia ser revertida caso houvesse necessidade militar de ocupação ou ficasse abandonada/economicamente inviável.
OBS: O contrato de Enfeudação/Diffidatio era o contrato entre o vassalo e o suserano que existia em toda a Europa menos Portugal. Apenas o Papa poderia anular tal união. 
CARTA DE FORAL – Regulava os direitos e deveres da colônia com a capital. Ela estipulava os tributos a serem coletados pelo donatário, se haveria ou não jurisdição e a possiblidade de concessão de sesmarias (algumas sesmarias se fundiram devido a relações pessoais e se tornaram latifúndios, contrariando a ideia inicial da coroa.
 Através da Carta de Foral, vilas e cidades tinham a autonomia para possuírem câmaras municipais, por exemplo.
SISTEMA JUDICIAL NO BRASIL COLÔNIA – Nesse período haviam vários âmbitos de justiça (Municipais, Senhoriais e Reais), existindo uma superposição de jurisdições.
JURISDIÇÃO MUNICIPAL - Tratava de questões financeiras e criminais de baixa gravidade/valor que ocorriam dentro das vilas/cidades. Quem exercia a Jurisdição Municipal era um membro da câmara, o Juiz Ordinário, que não precisava ser bacharel em Direito e era escolhido pelos vereadores,tendo um mandato de um ano. 
-Juiz de Fora: Era um juiz que era encaminhado para um município escolhido pelo Rei e lá cumpria duas funções: a Jurisdicional e a Política. A função jurisdicional era de substituir o Juiz Ordinário que estivesse recebendo reclamações relacionadas às suas decisões.
 A função política era assumir o cargo de Presidente da Câmara Municipal (Ex: Minas de ouro em MG, o juiz de fora era responsável por fiscalizar de forma mais rígida o comércio e a mineração perante a elite local). O Juiz de Fora não podia se casar com uma local e seu mandato era de tempo indeterminado, já que muitos buscavam serem promovidos para o Tribunal de Relações.
JURISDIÇÃO SENHORIAL – Caso o processo não ocorresse em um município ou se houvessem crimes mais graves ou de maior valor, a primeira instância seria a Jurisdição Senhorial, onde um Ouvidor que era nomeado pelo donatário ( ou o próprio donatário), julgaria os casos. O Ouvidor tinha que ser bacharel em Direito e cumpria 3 anos de mandato.
JURISDIÇÃO REAL – A Jurisdição Real era exercida apenas pelo Ouvidor-Geral, que comandava e julgava todos os recursos não resolvidos pela jurisdição senhorial além de fiscalizar a atuação de todos os ouvidores do Brasil. Devido ao intenso número de viagens e recursos, a Coroa resolveu extinguir tal cargo e criou o Tribunal de Relações da Bahia, formado por desembargadores nomeados pelo Rei e bacharéis em Direito, cuja função dos desembargadores era a mesma do ouvidor-geral.
CASA DE SUPLICAÇÃO – Última instância na ordem judiciária da Coroa Portuguesa. Apenas o Rei tinha autoridade para reverter uma decisão da Casa de Suplicação (Ex: Petição de graça). Os membros da Casa de Suplicação geralmente tinham uma extensa carreira nos órgãos públicos e judiciários, e, devido aos altos custos de levar um caso para a Casa, eram julgados apenas casos de extrema relevância social e/ou econômica.
OBS: A Coroa Portuguesa estabeleceu outros Tribunais de Relações nas suas colônias como em Goa, por exemplo.
ORDENAÇÕES PORTUGUESAS (ORIGENS) – Nos dois primeiros séculos de Portugal, o Rei criava leis diante da corte (nobres vassalos do Rei) e os meirinhos eram encarregados de transmitir as leis para as vilas e municípios, sendo um sistema ineficiente, resultando na criação das ordenações, que são livros que compilaram diversas leis esparsas de forma categorizada. 
OBS: As leis criadas após as ordenações eram chamadas de leis extravagantes e eram avulsas das ordenações.
ORDENAÇÕES AFONSINAS (1446-1521) – Primeiros livros responsáveis por categorizar e dividir as leis. Entraram em vigor tanto no Brasil como em Portugal.
ORDENAÇÕES MANUELINAS – Durante o período das Ordenações Afonsinas, foram criadas inúmeras leis extravagantes, sendo necessário uma nova ordenação.
ORDENAÇÕES FILIPINAS (1603-1916) – Foi a ordenação mais importante pois vigorou por 313 anos, onde foi formulada após agregar as leis das ordenações manuelinas e as leis extravagantes, compilando-as em 5 livros:
1ºLivro: Relacionado à questões dos sistemas administrativo e judiciário
2ºLivro: Privilégios da Nobreza/Clero e a relação entre Igreja e Coroa
3ºLivro: Regras Processuais (Procedimentos em audiências, petições e recursos)
4ºLivro: Direito Civil
5ºLivro: Direito Criminal
OBS: O Livro IV era curto, já que ainda era bastante utilizado o Corpus Juris Civilis, sendo posteriormente anexado ao livro III em um único volume.
 Comparando com a CF/88 é possível perceber a teatralidade exacerbada e certa falta de formalidade nas ordenações filipinas (principalmente no Livro V). Até 1916, as leis extravagantes posteriores a 1603 não foram inclusas nas Ordenações Filipinas.
HIERARQUIA DAS FONTES DO DIREITO NO PERÍODO DAS ORDENAÇÕES
	DIREITO PRÓPRIO
	DIREITO COMUM
	DIREITO PRÓPRIO
	Leis
	Cânones (Se houver pecado)
	
	Jurisprudência/Estilo dos Tribunais
	Direito Romano/Imperial
	Decisão do Rei (Precedente Vinculante)
	Costumes
	Opiniões de Bártolo e Acúrsio
	
MARQUÊS DE POMBAL – Na segunda metade do século XVIII, o Rei de Portugal, Dom José, não se interessava na administração do reino, designando a função administrativa ao Marquês de Pombal, que promoveu diversas mudanças na metrópoles e colônias, como a modificação de certos aspectos econômicos das colônias, interferiu nos direitos e privilégios da nobreza e reconstruiu Lisboa após o terremoto que assolou a cidade.
 No Direito, Pombal fez duas importantes mudanças: transformação do sistema de fontes do direito estabelecidos pelas Ordenações Filipinas através da lei de 17 de agosto de 1769 e a Reforma do ensino jurídico da Universidade de Coimbra.
LEI DE 17 DE AGOSTO DE 1769 – Pombal se preocupava com a segurança jurídica de Portugal, pois acreditava que as leis emanavam de várias fontes (reis, tribunais, povo, professores, igreja, antiguidade). Querendo centralizar o poder jurídico, com a Lei de 17/08 de 1769, Pombal limitou algumas fontes do direito, priorizando as leis (oriundas do Rei) e unificou o Direito Português nos tribunais, abolindo os estilos, já que haviam jurisprudências diferentes em cada Tribunal de Relações (Goa, Salvador, RJ e Porto).
 Pelo fato dos costumes serem diversos na metrópole e nas colônias e por alguns juízes ordinários usarem apenas os costumes (inventando alguns), Pombal restringiu o uso dos costumes, permitindo apenas o uso de costumes provados, com mais de 100 anos de existência e que tivessem boa razão (compatibilidade com o Jusnaturalismo e o Direito Natural).
 Na parte do Direito Comum, Pombal reformulou o uso do Direito Romano, pois além do Corpus Juris Civilis, haviam as opiniões de Bártolo e Acúrsio, que eram interpretadas de diversas formas pelos professores. Justamente por isso, Pombal baniu Bártolo e Acúrsio e restringiu o Direito Romano apenas em situações de boa razão (não foi muito efetivo, pois haviam diferentes opiniões sobre casos de boa razão).
REFORMA DO ENSINO JURÍDICO – Antes de Pombal, os custos para estudar em Coimbra eram muito altos (moradia, livros, taxas, vestes), os exames de admissão eram feitos em salões chamados vestíbulos e tratavam de matemática, retórica, prosa, latim e grego.
 As matérias utilizavam apenas o Direito Romano e as aulas eram baseadas em problematizações, havendo grande interação e “disputas” entre os alunos que desenvolviam muito a retórica. Todos os livros eram em latim, permitindo o intercambio de ideias jurídicas entre as universidades europeias. Haviam exames semanais, mensais e anuais. Os exames semanais(sabatinas) eram realizados todo sábado, e quem fosse reprovado pagaria uma multa ao professor. Os exames mensais eram dissertações escritas sobre um problema e os exames anuais envolviam todo o conteúdo do ano e quem falhasse seria expulso da faculdade.
 Durante o período de Pombal, a Universidade de Coimbra passou a focar no Direito Português, relegando o Direito Romano a apenas uma matéria, onde apenas Direito Romano, Direito Natural e História do Direito (inventado por Pombal) não tratavam do Direito Português. Pombal também proibiu as postilas (caderno dos alunos), fazendo com que os professores criassem livros para auxiliar seus alunos.
 A principal mudança de Pombal foi no método de ensino, pois em vez de problematizar, o conhecimento foi sistematizado, seguindo o racionalismo e dividido em tópicos.
LIMITAÇÕES DAS COLÔNIAS - Diferentemente da Espanha, Portugal extendeu suas leis para as colônias, porém haviam certas limitações para as colônias que duraram por toda a colonização.
LIMITES INTELECTUAIS – Houve a proibição da publicação e circulação de diversas obras escritas e do estabelecimento de instituições de nível superior.
LIMITES COMERCIAIS – Haviam regras que limitavam as colônias a apenas negociar com Portugal, fato que mudou após o período Joanino.
LIMITES INDUSTRIAIS – Proibição de qualquer indústria manufatureira, limitando os colonos a agricultura, mineração e pecuária.
PERÍODO JOANINO (1808-1822) – Devido a invasão napoleônica, Dom João VI e a CoroaPortuguesa se estabeleceram no Brasil, tornando a então colônia em sede do governo de Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves. Nesse período houveram diversas mudanças positivas no Brasil nos âmbitos comerciais, industriais e intelectuais que foram:
ÂMBITO INTELECTUAL – Liberação da circulação de inúmeras obras , criação de jornais e meios de comunicação além do estabelecimento da Universidade de Medicina (BA) e da Faculdade de Estratégia da Marinha no RJ.
ÂMBITO COMERCIAL – Abriu os portos para que o Brasil pudesse também negociar com os países aliados de Portugal (na época, praticamente era apenas a Inglaterra).
ÂMBITO INDUSTRIAL – Abertura das primeiras indústrias manufatureiras no Brasil, lojas de grife e quantidade enorme de obras públicas.
MUDANÇA NO DIREITO DO PERÍODO IMPERIAL (CONSULTAR A CONSTITUIÇÃO IMPERIAL DE 1824)
SURGIMENTO DO DIREITO COMERCIAL – Após a abertura dos portos para outros países, o Brasil passou a adquirir capital estrangeiro e surgiu uma nova classe, que tinha como objetivo investir no comércio e na infraestrutura do país. Devido ao fato das Ordenações serem carentes em relação ao Direito Comercial (a diferenciação entre contratos civis e comerciais, questões sobre a regularização dos bancos e das sociedades anônimas/ações), houve a criação do Código Comercial de 1850, que resultou numa melhoria do quadro econômico brasileiro, dando solidez e maior segurança aos investimentos e aos contratos comerciais, já que antes de 1850, o Direito estrangeiro (Países Baixos e Inglaterra) era usado para julgar, analisar e firmar os contratos.
 Tal Código Comercial continha o regulamento Nº 737, que tinha regras relacionadas tanto ao Direito Processual quanto o Material do comércio, envolvendo questões exclusivamente comerciais que passaram a ser julgadas nos Tribunais de Comércio.
MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS DO DIREITO PENAL
-Ato Adicional de 1834: Foi uma emenda à Constituição de 1824. Pôde disciplinar regras da Constituição, sendo uma Lei infraconstitucional, chamada de “Acordão Político”, pois conciliava interesses dos liberais e dos conservadores. Possibilitou a criação das Assembleias Legislativas Provinciais, que substituíram os conselhos provinciais (não tinham poder de legislar), passaram assim a ter Câmaras Legislativas Provinciais, aprovadas pelos liberais.
-Dissolução do Conselho de Estado: Nomearam assim um novo conselho, onde os liberais tentaram de forma fracassada acabar com a vitaliciedade dos cargos. A função do Conselho de Estado (Lei 234): “Opinar em todas as questões referentes ao Poder Moderador, sempre que houvesse conflito de jurisdição entre dois órgãos públicos e na interpretação de leis, promovida pelo poder executivo (auxiliado pelo Conselho de Estado). Houve também a criação da Regência Uma, acabando com a Regência Trina.
-Código Criminal do Império e o Código de Processo Criminal do Império: Revogaram o Livro V das Ordenações Filipinas (inadequado para promover a percepção criminal no século XIX).
 O Código Criminal passou a seguir a Constituição e possuía uma estrutura organizacional inovadora do Código Criminal, com uma Parte Geral, que não trazia crimes, mas tratava de assuntos que interferem na aplicação das penas dos crimes (afetam os crimes específicos, como crimes tentados; desistência/arrependimento eficaz) e uma Parte Especial, que tratava de todas as condutas consideradas criminosas (homicídio, furto, roubo, insurreição, lesão corporal, etc).
 Foi mantida a pena de morte tanto para cidadãos quanto escravos, mas penas cruéis só eram aplicadas aos escravos. A linguagem do código deixou de ser narrativa, tendo grande influência iluminista.
DIREITO REPUBLICANO: AS INOVAÇÕES REPUBLICANAS – Com a Proclamação da República em 1889, as novas instituições republicanas foram inspiradas no modelo francês, onde, logo depois, os EUA passariam a ser referência, havendo um transplante jurídico entre o direito americano e o direito brasileiro.
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO – Ideia de que a Constituição não é uma mera lei unificada, mas sim superior a lei. A Constituição passava a limitar o poder do congresso, dificultando a alteração da Constituição que foi escrita por Ruy Barbosa em 1891 e teve forte influência da Constituição Americana de 1787.
OBS: A alteração da Constituição só era possível através de emendas.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS – É o poder de um órgão do judiciário de declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo em razão do Princípio da Supremacia da Constituição, ou seja, uma lei considerada inconstitucional é inválida. Existem dois tipos de controle de constitucionalidade: o Difuso Incidental (Modelo Americano) e o Concentrado Principal (Hans Kelsen).
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO – A partir de então, os juízes passaram a poder interpretar o direito, fazendo o uso da zetética.
SEPARAÇÃO DA IGREJA/ESTADO LAICO – Na República, O Estado passou a não ter mais religião oficial e todas as restrições legais que envolviam religião foram abolidas.
FUNÇÕES CIVIS – Foi permitido o casamento civil, onde o Estado “absorveu” todas as funções civis da Igreja, como o registro, alistamento eleitoral e o casamento.
IMPLANTAÇÃO DO MODELO FEDERATIVO – Causou a descentralização política e econômica e o desenvolvimento/crescimento regional.
JUSTIÇA FEDERAL E O PROCESSO FEDERAL – Foram criadas justiças especiais (jurisdições) federais e estaduais e foi dada a competência para legislar sobre processos, onde cada Estado passa a ter seu próprio Código Processual.
DESAPARECIMENTO DO CONSELHO DE ESTADO – Além de sua dissolução, houve o desaparecimento de suas atribuições.
CRIAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – Substituiu o Supremo Tribunal de Justiça, passando a ser o órgão de mais alta hierarquia, dando a última palavra. Tinha como função julgar os casos extraordinários e contribuiu para a criação da jurisprudência.
PRESIDENCIALISMO E FREIOS E CONTRAPESOS – Houve a implantação do presidencialismo (inspirado nos EUA) e do Sistema de Freios e Contrapesos, onde os três poderes restringem-se mutuamente, cada poder interfere de certa forma no outro poder, gerando a extinção do Poder Moderador.
PERÍODOS DE EXCEÇÃO DO DIREITO REPUBLICANO – Foram momentos de repressão política e de manutenção do status quo.
ESTADO NOVO – Ditadura populista, culto ao líder, nacionalismo. Foi um período de necessidade de atualização do ordenamento jurídico brasileiro, sendo um período de intensa legislação, com regras que aumentaram o poder do Estado, e a criação de novos códigos.
 O Código Penal de 1940 substituiu o de 1890, a CLT foi responsável pela criação do salário mínimo, do 13º e da criação da Justiça do Trabalho, havendo também os Decretos de Intervenção do Estado na propriedade privada (servidão administrativa, ocupação temporária, desapropriação, etc).
 No Estado Novo houve o aumento do poder da polícia e a dissolução do Congresso Nacional, onde Vargas governava por decreto-lei, criando leis na época, em vez de apenas regulamentá-las, o poder legislativo estava acumulado na mão do presidente.
 Em 1937 foi outorgada e entrou em vigor a Constituição do Estado Novo, que vigorou até 1946, onde a criação de 1946 marcou o fim do Estado Novo , a reabertura do Congresso, fim da censura, volta de um Poder Legislativo atuante e presente e a redemocratização.
DITADURA MILITAR (1964-1985) – Marcada pela repressão física, no período da Guerra Fria, houve o Golpe de 1964 que tinha o intuito de garantir que o Brasil continuasse sendo uma “nação capitalista” e combatesse a “ameaça comunista”.
 Foi outorgada a Constituição de 1967, além dos Atos Institucionais (posteriores à Constituição de 67), que modificavam a Constituição mesmo não sendo emendas, medidas impostas à população, sem o processo legal de passar pelo congresso.
 Baseado na Doutrina de Segurança Nacional (EUA)/ Macarthismo/”Caça às Bruxas Comunistas, o Brasil criou o Sistema Nacional de Informações (SNI, atual ABIN, monitora assuntos do Estado e auxilia o presidente),que focava em espionar inimigos e “subversivos” (estudantes e professores comunistas) operando dentro das faculdades, escolas e sindicatos.

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