Histórico do Movimento Consumerista

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HISTÓRICO DO MOVIMENTO CONSUMERISTA
Há quem veja, já no “Código de Hammurabi”, escrito há mais de quatro mil anos, uma preocupação, ainda que latente, com a proteção daqueles que procuravam os serviços de terceiros, profissionais e experimentavam graves danos.
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Lei n. 233 – Código de Hamurabi
Assim, por exemplo, a “Lei nº 233” do referido Código dizia que o arquiteto que viesse a construir uma casa cujas paredes se revelassem deficientes teria a obrigação de reconstruí-las, ou consolidá-las, às suas próprias custas. 
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Lei n. 233 – Código de Hamurabi
No caso, porém, de desabamento da construção, com vítimas fatais, as penas eram terríveis: 
- o empreiteiro da obra, além da obrigação de reparar totalmente os danos causados ao seu dono, era condenado à morte, no caso de o desabamento ter vitimado o próprio empreitador da mesma obra; 
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Lei n. 233 – Código de Hamurabi
- caso morresse o filho do dono da obra, haveria pena de morte para o respectivo parente do empreiteiro, e assim sucessivamente.
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Lei n. 235 – Código de Hamurabi
Também o cirurgião “que operasse alguém com bisturi de bronze” e lhe causasse a morte por imperícia não apenas era condenado a indenizar a família da vítima, como também lhe era imposta a pena capital, conforme a “Lei n.º 235”.
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Código de Manu – Índia – Séc. VIII A.C
Na Índia, no século VIII a.C., o sagrado “Código de Manu” previa multa e punição corporal, além de ressarcimento dos danos causados aos consumidores, àqueles que adulterassem gêneros alimentícios (“Lei n.º 697”), ou então entregasse coisa de espécie diferente ou qualidade inferior àquela acertada, ou ainda vendessem bens de natureza semelhante por preços diferenciados (“Lei n.º 698”).
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Europa da Idade Média
Também na Europa da Idade Média, designadamente na França e na Espanha, previam-se penas rigorosas e vexatórias para os adulteradores de substancias alimentícias, principalmente a manteiga e o vinho. Assim, por exemplo, “na França, em 1481, o rei Luis XV baixou um édito que punia com banho escaldante quem vendesse manteiga com pedra no seu interior para aumentar o peso, ou leite com água para inchar o volume”.
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Arquivo histórico Salvador - Ba
Século XVII – Bahia
Assim, por exemplo, entre as principais normas que regiam a cidade de Salvador, elaboradas pelo Senado da Câmara, por meio de posturas municipais, uma delas, editada em 27-8-1625, obrigava todos os vendeiros a fixarem os “escritos da almoçataria na portaria para que o povo os lesse”. Tratava-se de uma tabela de preços organizada pelo governo local.
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Impunha-se os infratores a multa, nada desprezível para a época, de seis mil réis, já que, em comparação, o “físico e cirurgião-mor” da Bahia, Francisco Vaz Cabral, recebia trinta mil réis por ano. E um advogado, que exercia a função de síndico da Câmara, ganhava vinte mil réis, anualmente, também.
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Movimento dos frigoríficos de Chicago EUA – final do Séc. XIX
Esse movimento, inicialmente, nasceu em conjunto com a luta dos trabalhadores nos referidos estabelecimentos frigoríficos, por melhores salários e, sobretudo, melhores condições de trabalho, sendo comum o trabalho em condições absolutamente insalubres, por longas horas, e, além do mais, sem o adequado pagamento de horas extras trabalhadas.
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EUA - nascimento da Consumer’s League - Consumer’s Union
Conquistados esses objetivos, entretanto, destacou-se do chamado “Labor’s Union” (ou seja, Sindicato dos Trabalhadores) a chamada “Consumer’s League”(Liga dos Consumidores), em 1891, tendo evoluído, posteriormente, para o que hoje é a poderosa “Consumers’ Union”(Associação dos Consumidores dos Estados Unidos). 
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Revista Consumer’s Report
Referida entidade, dentre outras atividades, como de conscientização dos consumidores, patrocínio de ações judiciais individuais e coletivas etc., chega a adquirir quase todos os produtos que são lançados no mercado norte-americano para análise e, em seguida, por intermédio de sua revista Consumer’s Report, aponta vantagens e desvantagens relativas ao produtos analisados.
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IDEC E INMETRO
Anote-se, nesse aspecto, que tanto o Instituto Brasileiro e Defesa do Consumidor (IDEC) – www.idec.org.br, como o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e qualidade Industrial (INMETRO) têm direcionado parte de suas atividades precisamente nesse sentido.
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Qualidade e segurança dos produtos
Pesquisas realizadas em matérias de garrafas térmicas, chuveiros e tomadas elétricas, botijões de gás, fusíveis, chupetas, leites, águas minerais, temperos, contraceptivos de látex etc., com especial ênfase para a questão da qualidade e segurança dos produtos, em face tanto das expectativas, como da incolumidade do consumidor. 
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Ações efetivas para a defesa dos consumidores
1929 – Alguns grupos de defesa do consumidor se organizaram na Inglaterra, na Itália e na França;
Entre 1927 e 1933 – grupos, associações e estudiosos passaram a se preocupar com a necessidade dos consumidores valorizarem corretamente o seu dinheiro, lançamento de publicações;
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1945 e 1947 - Os movimentos de defesa do consumidor espalharam-se pelo Canadá e pela Europa; Organizações ativistas foram criadas na Dinamarca, Inglaterra, França, Bélgica e na Áustria. No final da década de 50 foram criadas organizações na Austrália e no Japão.
1960 – Movimento consumerista ganha força nos Estados Unidos com o advogado Ralph Nader.
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1970 – Final da década é criada a IOCU – Internacional Organization of Consumer Union;
1970 – Associação de Defesa do Consumidor – RS;
1980 – IDEC – SP;
1991 – Realizado o Congresso do Fato do Produto, em Figueira da Foz – Portugal;
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1992 – Criado a cadeira de Direito do Consumidor na Universidade Gama Filho – RJ, pelo Professor Hélio Zaghetto Gama;
1996 – Criada a cadeira de Direito do Consumidor na Universidade de Brasília – DF, pelo Professor Guilherme Fernandes Neto;
Após 2000, a maioria das faculdades particulares colocou o direito do consumidor na sua grade curricular.
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