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Slides recreação

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LAZER E RECREAÇÃO – DIFERENÇA ENTRE OS CONCEITOS
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É fácil ouvir as pessoas falarem de recreação e lazer como sinônimos, ou seja como não sabem diferenciar os termos, empregam mal os seus usos. Para iniciar falando sobre isso, podemos nos referir ao tempo em que as pessoas destinam na vida para as mais diversas ocupações. 
Conforme Cavallari e Zacharias (1994), o TEMPO TOTAL de uma pessoa é caracterizado por todo o seu tempo e pode ser subdividido em três partes, que não têm necessariamente a mesma duração, dependem da prioridade de cada um. 
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TEMPO DE TRABALHO: tempo utilizado em compromisso, com responsabilidade, obrigação e envolve retorno financeiro, como exemplo podemos citar o tempo em que um professor leva para preparar a sua aula, e não somente o tempo em que está envolvido diretamente na atividade, que é segundo os autores citados, o horário de trabalho, e é importante ressaltar também que o tempo de estudo, na escola e for a dela, é considerado um tempo de trabalho.
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TEMPO DE NECESSIDADES BÁSICAS VITAIS: é o tempo destinado para a realização das necessidades sem as quais o ser humano não vive, como: sono, alimentação, necessidades fisiológicas e higiene.
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TEMPO LIVRE: é o que sobra em termos de tempo em relação às outras subdivisões, ou seja é o tempo total de uma pessoa diminuído daí o tempo de trabalho e o tempo de necessidades básicas vitais. E é exatamente neste tempo livre que as pessoas têm seu tempo de lazer, onde o fato de alguém apresentar predisposição para realizar alguma atividade lúdica (se divertir, entreter-se) demonstra que essa pessoa está em uma situação de lazer e a partir do momento em que concretiza essa vontade, ela está tendo sua recreação. 
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A recreação não é necessariamente uma atividade, mas uma circunstância, uma atitude. A atividade que um indivíduo pratica e assim atinge sua recreação, chama-se de atividade recreativa ou atividade lúdica. Mas é importante observar que nem toda a atitude realizada fora do tempo de trabalho ou do tempo de necessidade básicas vitais, é lazer, pois para ser considerada como tal, tem que apresentar o componente lúdico. Um exemplo é ir a uma festa a qual não se tem vontade de ir, porém se decide por ir apenas por obrigação, o que se chama de obrigações sociais. Exemplos similares podem ser: ida a um velório, compras do dia a dia, dentre outros.
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Cavallari e Zacharias (1994), definem lazer e recreação da seguinte forma:
LAZER é o estado de espírito em que uma pessoa se encontra, instintivamente, dentro do seu tempo livre, em busca do lúdico, que é a diversão, alegria, entretenimento.
RECREAÇÃO é o momento ou a circunstância que o indivíduo escolhe espontaneamente e através da qual se satisfaz suas vontades e anseios relacionados ao seu lazer.
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CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA RECREAÇÃO:
A recreação, segundo Cavallari e Zacharias (1994), apresenta cinco características básicas, que são:
1 - A recreação tem que ser encarada por quem pratica como um fim nela mesma. O único objetivo é recrear-se.
2 – A recreação tem que ser escolhida livremente e praticada espontaneamente. Cada pessoa pode optar pelo que gosta de fazer, de acordo com seus interesses.
3 – A prática da recreação busca levar o praticante à estados psicológicos positivos. Ela deve estar sempre ligada ao prazer e nunca à sensações desagradáveis e negativas.
4 – A recreação deve propiciar o exercício da criatividade.
5 – A recreação deve ser escolhida de acordo com os interesses comuns dos participantes. As pessoas com as mesmas características tem uma tendência de se aproximarem e se agruparem na busca da recreação que mais se adapta ao seu comportamento.
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É IMPORTANTE DIZER:
Ninguém recreia ninguém. O profissional de recreação apenas cria situações propícias para que a própria pessoa se recreie. 
A recreação tem um sentido de divertimento e nunca deve estar ligada à situações de stress, o que pode nos levar a refletir sobre como introduzir e administrar situações de competição, onde o rendimento individual, quando solicitado, pode trazer sentimentos de constrangimento e baixa auto-estima, indo de encontro ao real sentido de recrear-se. 
Atividades recreativas que solicitem o desenvolvimento da criatividade são de grande valia, porque propiciam melhores condições de vida, capacidade de reflexão e visão crítica da realidade. 
Conhecer o grupo que se irá realizar atividades recreativas é fundamental já que em grupos homogêneos é mais fácil de se propor uma recreação que seja atrativa e prazerosa para todos ou para uma grande maioria.
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LAZER : VISÃO TEMPO E VISÃO ATITUDE
Os autores que se dedicam ao estudo do lazer dizem que não existe um acordo sobre seu conceito, mas sim, dois aspectos que o enfatizam, que são: o da atitude, que considera o lazer como estilo de vida, portanto independente de um tempo determinado e o do tempo liberado do trabalho, das obrigações (familiares, sociais, religiosas), o "tempo livre".
O lazer como atitude é basicamente a satisfação provocada pela atividade vivida. Já o conceito que envolve o lazer com um tempo determinado explica que uma pessoa pode, num certo período de tempo, desenvolver mais de uma atividade; como por exemplo, ouvir música enquanto trabalha. 
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Mas seja qual for a área de atuação (sociologia, serviço social, arquitetura, educação física,..) o lazer tem, segundo estudiosos da área, relatado em algumas definições como o conceito defendido pelo sociólogo francês Joffre Dumazedier citado por Marcellino (1995), assim enunciado: "...conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária, ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais".
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Marcellino (1995) define lazer como "...ocupação não obrigatória, de livre escolha do indivíduo que a vive, e cujos valores propiciam condições de recuperação psicossomática e de desenvolvimento pessoal e social". 
Já para Ethel citado por Marcellino (1995), o lazer é o espaço de tempo não comprometido, do qual podemos dispor livremente, porque já cumprimos nossas obrigações de trabalho e de vida". 
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Esses conceitos apresentados evidenciam como os autores entendem o lazer, e podemos observar se a ênfase é na atitude ou no tempo. A atitude sempre envolve uma questão de valores, ou seja eu tenho o meu lazer porque eu busco um retorno positivo que vai vir através do que eu vou fazer neste tempo destinado ao meu lazer, e na visão tempo, eu visualizo apenas um tempo disponível, para eu fazer o que desejar, incluindo até mesmo o não fazer nada.
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CUIDADO!!!!!! Não confundam não fazer nada no tempo de lazer com ociosidade!!!!!!!!!! A ociosidade é a sombra do trabalho. Dessa forma, o tempo de um desempregado, por exemplo, não pode ser entendido como tempo disponível, mas sim desocupado, desperdiçado. Alguns autores consideram que se os homens sempre trabalharam, também paravam de trabalhar, existindo assim um tempo de não-trabalho, e que esse tempo seria ocupado por atividades de lazer, mesmo nas sociedades tradicionais, ou seja o tempo de ócio, mas não a ociosidade. Portanto, o lazer sempre existiu, mudando apenas os conceitos sobre o que o envolve e os seus significados.
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IMPORTANTE: ÓCIO É POSITIVO, É O TEMPO DISPONÍVEL PARA O LAZER, MAS OCIOSIDADE É NEGATIVO, É UM TEMPO DESOCUPADO, DESPERDIÇADO, ONDE NÃO HÁ TRABALHO E CONSEQUENTEMENTE NÃO HÁ TEMPO DE LAZER.
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O ideal é praticarmos uma atividade de livre escolha, num tempo disponível e que proporcione o descanso físico ou mental, o divertimento e o desenvolvimento da personalidade e da sociabilidade. Quem não busca satisfação ao fazer alguma atividade? É claro que devemos ter a nossa própria OPÇÃO, que é a característica básica do lazer segundo Marcellino
(1995).
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AS ABORDAGENS "FUNCIONALISTAS" DO LAZER
Devemos apresentar o lazer através de várias abordagens, pois além de ser campo de estudo desde muito tempo, vem progredindo sob o ponto de vista de seu conceito.
Existem várias abordagens funcionalistas que descrevem o lazer, conforme comenta Marcellino (1995), como: romântica(nostalgia do passado), moralista (devido a ambigüidade do lazer); compensatória (o lazer compensaria a insatisfação e a alienação do trabalho); utilitarista (lucro com a estabilidade dos seus funcionários). 
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Devemos ressaltar que, vários autores, como os citados em Marcellino (1995) destacam valores de desenvolvimento pessoal e social nas atividades de lazer, e o que é mais importante, na relação escola-processo educativo.
Como diz, Ernesto Daniel Stefani, citado por Marcellino (1995): "Como todo profissional, o animador do lazer tem uma missão específica, com o alvo certo no atendimento da pessoa". Por exemplo, o médico atende a saúde física, o padre a saúde espiritual e o técnico de lazer contribui para a manutenção da saúde social.

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