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Resumo Roteiro 4 DPP

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Resumo Roteiro 4 – PENSAMENTO POLÍTICO DE MAQUIAVEL – Texto do Chevalier : O ESTADO E A MORAL : MAQUIAVEL
1. Nicolau Maquiavel (1469 – 1527)
- Contexto Histórico:
Antecedente: Prisão ao Pacto de Submissão
Movimentos que impulsionaram a formação do Estado Moderno (forma de Estado a qual será legitimada pelas obras de Maquiavel) :
Humanismo filosófico e cívico Racionalismo : “A dúvida é a única certeza” – “Se duvido é porque penso” – “Se penso, logo existo”(Descartes = Racionalismo) 
O homem moderno se identifica com o homem racional (ideologia cientificista), assim a razão passa a ser fundamento da existência. O homem moderno tem a ciência como um novo Deus.
Entretanto, não basta só pensar, tem que fazer, pois o homem vive pela vida ativa. A razão continua sendo, na modernidade, o meio para alcançar a verdade, porém agora ela é também a origem de tudo, o fundamento. Assim, tudo tem que ser explicado pela razão, a qual dá origem a verdade. Diferentemente da Antiguidade, em que o fundamento era o Cosmos, e da Idade Média, em que o fundamento era Deus. O homem moderno não aceita mais a submissão.
Cosmos Deus Razão
 razão razão razão 
No humanismo cívico, há a pressupõe-se um homem que participa da sociedade mais ativamente, fazendo parte da elaboração das leis e das discussões. A imagem que o homem tem de si perante o mundo começa a mudar a partir do humanismo.
Renascimento (artes) : busca pela ciência e tecnologia. Retorno à Antiguidade, desconhecendo e desprezando a Idade Media.
Jusnaturalismo 3ª fase (direito) : Não é mais o Cosmos nem a Lei eterna, agora Deus deu a razão e o livre arbítrio ao homem e, a partir disso, ele vai construir o direito (cria a política e diz o que é melhor para todos, através do que é justo de acordo com a razão humana). Não há a negação da existência de Deus.
Mercantilismo (economia) : A partir do excedente de produção surge a economia de mercado através das grandes navegações, dando origem às cidades.
Reforma Protestante e Contrarreforma Católica : contribuição para a formação do Estado Laico (sem religião oficial) – prevalece o Rei na matéria política/temporal e a Igreja na matéria espiritual.
- Discorsi X De Principatibus (O Príncipe) : duas obras de Maquiavel que são fruto de sua meditação sobre a política, particularmente da Itália, e do confronto entre as ideias da Antiguidade e de sua época.
O pensamento político moderno começa com Maquiavel através da polêmica causada pela briga com os Médicis na Itália.
Com o “Discorsi”, Maquiavel pretendia através da Historia de Roma (Roma republicana anterior ao Império) , livrar os homens da ignorância do real espírito da história. Nessa obra ele exalta a necessidade de um líder/ditador nas sociedades que não se encontram preparadas para ser República. Os Discursos respiram o amor à liberdade republicana antiga e ódio à tirania. Não acreditava na concepção usual de progresso, ele se inspirava em Polibio/Platão acreditando na teoria pessimista do eterno retorno ou círculo eterno, segundo a qual diversas formas de governo se sucediam e se repetiam fatalmente. Assim, o segredo da grandeza e da duração da Republica romana devia ser buscado na elaboração de um Constituição mista, combinando as formas de governo.
Em “O Príncipe”, Maquiavel analisa a política com frieza, percebendo-a criticamente. Buscava saber a essência dos principados; quantas são suas formas; como adquiri-los; como mantê-los (como deve agir a autoridade?) e por que os perdemos. Ele faz abstração de suas preferências pessoais pelas repúblicas. Identifica nessa obra duas coisas: o mal (que o príncipe faz de uma vez só) e o bem (que é feito devagar para que o príncipe seja lembrado). Em “O Príncipe”, Maquiavel vai romper com os pensamentos idealistas, como o de Platão (crença em uma República Perfeita), trazendo o realismo político, ou seja ele vai estudar os problemas da política a partir das realidades existentes, vai estudar a política exatamente como ela é, e não idealizando-a. Ex: Por que alguns principados que tiveram Príncipes mais cruéis foram mais felizes? 
Crítica de Maquiavel a política não é algo bom ou ruim/má.
No “Príncipe” Maquiavel estabelece regras definidas para o sujeito alcançar a autoridade plena e saber conduzir o Estado/sociedade, formando homens capazes de participar da vida pública e formar uma República efetiva. O Príncipe, independente do meio pelo qual acesse o trono, plea virtu ou pela fortuna, ele é obrigado a seguir regras práticas e aplicá-las tanto às necessidades do poder quanto ao caráter defeituoso da natureza humana.
Chevalier não percebe a ligação entre as 2 obras (O Príncipe e O Discurso) que é a revelação da importância de um grande líder para guiar seu povo para a República.
MAQUIAVEL: 
a política não é boa nem má.
constrói uma nova estrutura, a partir da ação política, rompendo com os idealistas.
estuda a política nua e crua = realismo político.
entender os períodos das Republicas e seus fracassos.
tal como Aristóteles, faz um estudo empírico da Política, analisando as realidades.
exalta a época romana.
importância de mecanismos como divisão de classes sociais.
- Preocupação em legitimar as transformações impulsionadas pelo Renascimento e, em especial, as mudanças que levaram ao novo Estado moderno. No entanto, evita o discurso humanista das virtudes morais. Realismo político. Maquiavel separa a política e a moral, afirmando a autonomia e a prioridade da política (humanismo cívico X humanismo cristão). Para ele, o discurso moral não serve para a politica, esta seria uma leitura de uma ética de responsabilidade e a moral do homem comum não dá conta das responsabilidades. – Rompe com Aristóteles.
Maquiavel – Se o homem é corrupto, dissimulado e vaidoso por natureza, então o Rei tem que ser absoluto.
2. Elementos Doutrinários Básicos: 
1) Promove a ruptura decisiva contra a teoria da sociabilidade natural e a teoria da revelação (teológica) – etapa importante para a formação do Estado Laico. Para Maquiavel, o homem não é sociável nem justo por natureza, mas sim por ser racional é que ele pode agir politicamente. Dessa maneira, ele rompe com Aristóteles e com São Tomas, na questão da lei eterna. Não se baseia no pecado original nem no dogma da natureza decaída.
2) Dissociação entre Moral e Política. Prioridade da ação política: defende a originalidade absoluta e autonomia do político. Explicação técnica. Não há uma negação da moral para o homem comum e sim uma priorização da ética da responsabilidade política que prevalece sobre a moral individual. A separação, autonomia e prioridade, tratadas por Maquiavel tanto nos Discursos quanto em O Príncipe, fazem traduzir uma certa ideia do Estado (o Estado fim em si mesmo, valor absoluto), a qual acompanha a ideia pessimista da natureza do homem e sua condição.
3) Propõe uma análise empírica do fenômeno político realismo político. Aproximação com Aristóteles.
4) Sua teoria parte de um “pessimismo antropológico”. Para ele, os homens possuem traços imutáveis: são volúveis, ingratos, dissimulados, covardes ante o perigo, ávidos por lucro, etc O principe, para lidar com esses homens deve tomar todos os cuidados, por isso, muitas vezes, torna-se tirano. Somente o medo do castigo é capaz de calar tais características dos homens, por isso é mais fácil para o Príncipe fazer-se temer do que se fazer amar.
“A natureza humana não muda mais do que o céu e o sol. Os homens nascem, vivem e morrem seguindo sempre a mesma ordem e as mesmas leis eternas, obedecem sempre aos mesmos desejos e às mesmas paixões.” – Maquiavel 
5) Questões fundamentais:
i) Que conduta deve tomar aquele que tem o projeto de instaurar/restaurar um governo duradouro e feliz ? É melhor um governante ingênuo ou astuto ? Preocupação com a ideia de bem comum. O problema dos fins individuais, da salvação pessoal, não interessa a Maquiavel.
ii) Como fazer reinar a ordem política e social?
iii) Como instaurar um Estado estável?A manutenção da ordem estável trará benefícios a todos.
iv) O que é o Estado? O Estado é. O Estado é por si mesmo, então há uma justificativa para o príncipe agir. É necessário conserva-lo, reforçá-lo, eventualmente reformá-lo para conservá-lo. A única finalidade é a sua prosperidade e grandeza, indo além do bem e do mal.
6) Anarquia X Principado e República Como deve agir o Príncipe para chegar na República? Ele deve concentrar poderes (Principado), sendo o guia que levaria a República, doutrinando os homens e salvando-os do estado corrupto.
7) Importância da Ação humana: Virtu X Fortuna (rompe com a submissão do homem) Primado da ação política instituída pelo homem. O que o homem não controla são as condições objetivas que não dependem dele (Fortuna – Deusa). Do outro lado tem a Virtu (virtudes) que está ligada à ação política do Príncipe; ele tem que ter coragem, decisão, liderança,sabedoria, força, saber o momento de agir.
Não há mais a questão da submissão Medieval, nem a visão de que Deus irá ajudar (“o tempo só a Deus pertence”). Maquiavel vai confrontar isso : existe o destino(fortuna), mas o homem também tem suas qualidades(virtu). O homem que age com virtu atrai a fortuna, ou seja, há uma valorização da ação do homem: se você age para o bem, o mundo converge para te fazer o bem – é necessário cultivar as virtudes.
8) Instaura uma “ética da eficácia política”- cria um objeto próprio e uma moral adequada à teoria e à ação política).
3. Temas específicos – interpretação de Chevalier:
1) Teoria da Opinião Pública (p.269) Ideia de um duplo papel do Príncipe: ser bom, generoso, sincero, seriam características agradáveis para um rei, porém, é a crueldade bem praticada que o mantém no poder (clemência + astúcia). O Príncipe deve preferir ser temido do que ser amado, usando do poder do governo para agir quando for preciso (“há bem no mal” – Maquiavel). A teoria do governo da opinião pública, de Maquiavel, baseia-se no duplo meio da força e da dissimulação, cujo emprego respectivo é regulado pela razão de Estado. É sempre útil parecer possuir as qualidades enumeradas, mas tê-las de fato pode levar o príncipe à ruína, pois na realidade é a crueldade bem praticada que mantém o poder do Príncipe e com ele o Estado.
2) Igreja como mero fator social. Manutenção de poder. Críticas ao Cristianismo (p.270/271) A religião só interessa a Maquiavel do ponto de vista do Estado (sua conservação e grandeza), sendo ela uma insubstituível polícia do Estado (meio disciplinar), serva da política.
 Se menospreza-se o culto divino, tende-se à corrupção e ruína do Estado. Cabe aos governantes o dever de manter os fundamentos da religião nacional, ainda que não creiam nela, pois trata-se de sabedoria política e conhecimento da natureza humana. Maquiavel não aprecia e não compreende o cristianismo, sendo favorável às religiões pagãs, as quais ele acreditava que deram fruto à liberdade e força em sua educação. Apesar disso, Maquiavel acaba aceitando o cristianismo como religião oficial do mundo em que vive, vendo na religião um instrumento fundamental para a manutenção da coesão social; ou seja, ele viu a necessidade de se cultivar os ensinamentos religiosos para se ter um povo mais dócil e ordeiro (religião posta a serviço dos interesses temporais do Estado).
3) Política externa: Dupla Lei das forças políticas: Conservação e Concorrência Vital Para fundar e ampliar seu Império, os romanos aplicaram uma dupla lei. A primeira é a lei da conservação : lei egoísta que é valida tanto para o Estado quanto para tudo o que vive, mas no caso do Estado “se amplia e se reveste de um caráter quase sagrado”. A segunda é a lei da concorrência vital que decorre da primeira lei, tendo em vista que o mundo é dividido em Estados distintos.
4) Êxito em política externa: i)Força: boas armas, razão primeira do príncipe é usar sua força, provocar a guerra e ii) Astúcia: a fraude, manipulação, que em tempos de guerra sua aplicação torna-se louvável (diferença com vida privada) O Príncipe tem que agir com as suas armas e com a maior astúcia possível. A guerra e o uso da forca são necessários para o Príncipe se manter e com isso manter o Estado, assim se ele descumpre sua promessa com outra nação pode ser uma atitude louvável em certa situação, diferente do que ocorre na vida privada.
A fórmula para o êxito externo é a combinação adequada de força e astúcia.
Força = boas armas; uma boa milícia de cidadãos.
Astúcia = é detestável seu emprego na vida privada, porém, na condução da guerra, torna-se gloriosa.
5) Maquiavelismo e “morte da Idade Média”(p.275) Percebe-se em Maquiavel a preeminência da política em substituição à tradicional preeminência da moral. Essa vontade de isolar a política de tudo o que ela não é, torna-se algo novo no crepúsculo da Idade Media, favorecendo a fundação, a conservação e ampliação do Estado que são os objetos próprios da política. O maquiavelismo não era novo unicamente em relação à ética cristã, mas também à ética estoica (filosofia). Constrói-se a partir disso a Teoria do poder para o governo absolutista.

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