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TURMA XXVI DE MEDICINA
UEA
Dermatozoonoses
 Dermatologia – 17/08/2016 – Fernanda Cessel 
Zoonoses são doenças infectas contagiosas transmitidas dos animais para os seres humanos. Mais de 60% dos agentes que causam doença podem ser classificados como zoonoses. Quando a zoonose acomete a pele temos, então, uma dermatozoonose.
ESCABIOSE
A escabiose, conhecida popularmente como sarna, é uma doença parasitária, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei ou Acarus scabiei, um ácaro que costuma estar presente em pelos de suíno e caprino. É uma doença contagiosa, que atinge todas as idades, sendo mais comum no adulto e é transmitida pelo contato direto interpessoal ou através do uso de roupas contaminadas. Se uma pessoa em casa estiver contaminada, os familiares precisam ser tratados também. Transmissão comum onde existem muitas pessoas aglomeradas e em hospitais (exame do pct sem lavar as mãos).
O parasita escava túneis (produz galerias escavadas no camada córneo da epiderme) sob a pele onde a fêmea deposita seus ovos que eclodirão em cerca de 7 a 10 dias dando origem a novos parasitas. Essas lesões juntamente com os produtos do metabolismo do parasita produz prurido intenso, sendo sua característica principal a coceira intensa que, geralmente, piora durante a noite. Grande parte das vezes o organismo produz uma reação imunológica gerando um processo inflamatório levando a formação de reações cutâneas que incluem lesões eriquematosas, papulares e bolhosas com infiltrado inflamatório com recrutamento de células de defesa em especial células gigantes tipo langerhans e deposição de imunoglobulinas principalmente IgE.
            Os nódulos não contém ácaros (são reações inflamatórias a distância deles). Eles transformam-se em crostas pela ação inflamatória. O ato de coçar provoca escoriações que aumentam as chances de ocorrência de infecções secundarias oportunistas. Além disso, o prurido cutâneo leva comumente a uma infecção secundária e é causado por uma reação alérgica a produtos metabólicos do ácaro. 
A lesão típica da sarna é um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da pele ou ligeiramente avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele. Esta lesão dificilmente é encontrada, pois a escoriação causada pelo ato de coçar a torna irreconhecível. Na maioria dos casos, encontram-se pequenos pontos escoriados ou recobertos por crostas em consequência do ato de coçar. É possível a infecção secundária destas lesões com surgimento de pústulas e crostas amareladas, que dificulta o diagnóstico.
As lesões atingem principalmente os seguintes locais: abdomem, flancos, baixo ventre (cintura/ cos da calça), umbigo, pregas das axilas, região cubital, punhos, espaços entres os dedos das mãos e sulco entre as nádegas (onde os vasos sanguíneos são mais calibrosos fica mais quente e atrai os ácaros). Nos homens, localização característica são os genitais, onde formam-se lesões endurecidas e elevadas no pênis e na bolsa escrotal, que coçam muito. Nas mulheres, é comum os mamilos serem afetados pela doença. Nos bebês, o acometimento das plantas dos pés e palmas das mãos é frequente. A escabiose raramente atinge a pele do pescoço e da face, exceto nas crianças, em quem estas regiões podem também ser afetadas. 
O ciclo de vida da escabiose tem inicio no acasalamento entre macho e fêmea. O macho more e a fêmea fecundada penetra na pele, principalmente à noite, por isso o sintoma de prurido é mais comum à noite. A fêmea caminha uns 3mm por dia e isso gera prurido. Este ciclo acontece de 15-30 dias (segundo site da uft mas a prof diz 7 a 10 dias – odeio qdo isso acontece) com a eliminação de 40-50 ovos liberados pela fêmea. Três a quatro dias após a ovoposição esses ovos eclodem liberando larvas hexápodes que em três ou quatro dias sofrem muda e transformam-se em ninfas octópodes (larva-ninfa-adulto.). As ninfas fêmeas sofrem duas mudas e os machos uma até que se tornem adultos. 
A escabiose é um caso evolutivo e progressivo, onde o prurido vai aumentando de intensidade, devido à proliferação dos parasitas. Quanto mais ácaro andando, mais coceira. Eles se espalham pela pele. Quadro arrastado. Não começa do dia para a noite.
No paciente idoso o quadro é um pouco diferente pois a pele senil é normalmente mais seca e assim as lesões costumam ter muita escoriação e equimose pela coceira na pele ressecada. Em baixo das escoriações podemos achar pápulas (*palavra da prof que se contradiz sobre a questão de nódulos e pápula*).
Há quadros também iatrogênicos, principalmente em pacientes que “passam corticoide” de forma errônea e formam, assim, placas eritematosas. 
Há também a escabiose crostosa, conhecida como sana norueguesa, uma forma atípica de de escabiose, que acomete pacientes com a imunidade muito baixa. Estes fazem hipercrostação e tem inúmeros parasitas. Esse paciente tem que ser isolado pois é uma doença altamente infestante. Forma pápulas farináceas e aderidas, que geralmente, começam em áreas quentes e podem se distribuir para o corpo.
 Existe também a escabiose do paciente limpo, aquele que toma muito banho.
Período de incubação de 3-4 semanas
Principal sintoma: prurido, resultado de uma reação alérgica à presença do parasita e da progressão do parasita na pele. Além disso há presença de lesões papulo-bolhosas.
 O diagnóstico da escabiose é mais clinico, baseado nos sintomas característicos tais como prurido noturno, localização e também pela epidemiologia, que consiste em vários casos nas proximidades e principalmente dentro de um núcleo familiar.
Diagnóstico diferencial: prurigo estrófulo (se dá mais em membros inferiores, na dúvida olhar nádega) e dermatite atrófica (pelo prurido e escoriação pode confundir na criança).
O pct apresenta lesões em nódulos (mais palpável do que visível, maior que 1 cm), não são pápulas (elevação circunscrita palpável, menor que 0,5 cm). O exame diteto de escarificação com uma lamínula no túnel escabionte e leva ao microscópio. Importante: o exame negativo não exclui o diagnóstico, pois pode ser que naquele túnel não tenha mais ácaro. Usa-se dermatoscopia (aumenta cerca de 10x), onde vamos procura um “ponto de exclamação” que fecha o diagnóstico. Existem testes sorológicos também, com destaque para a reação em cadeia da polimerase (PCR). 
No tratamento recomenda-se no caso da escabiose, que o paciente tome um banho morno demorado e que troque a roupa íntima e de cama. Mesmo tratado, as lesões ainda duram 1 ou dois meses e normalmente fazem corticoide tópico para trata-las.
Em seguida aplicar em todas as partes do corpo abaixo (adulto do pescoço a ponta do pé) do queixo uma das medicações recomendadas:
PERMETRINA loção a 5%
Tratamento eletivo.
Adultos, crianças, gestantes e mulheres amamentando.
Modo de usar: aplicar no corpo todo e deixar por 10 a 12h -> por 2 noites seguidas -> repetir aplicação em 7-10 dias.
Trocar roupa íntima e de cama.
Importante: evitar o supertratamento -> o uso repetido pode levar a uma dermatite por irritante primário.
IVERMECTINA (comp 6mg)
Tratamento eletivo para terapêutica sistêmica.
Dose: 200 ug/kg para adultos e crianças maiores que 5 anos ou a cada 30kg 1 comprimido.
Administração VO -> repetir após 7-10 dias.
Imunocomprometidos pode ser necessário 2 ciclos de repetição.
Trocar roupa íntima e de cama.
Tratamentos alternativos:
LINDANO loção a 1%
Segunda escolha para tto tópico.
Efetivo
Contra-indicado em cças< 1 ano; gestantes, mulheres amamentando e doentes com numerosas escoriações -> reações tóxicas.
Modo de uso: similar à aplicação da Permetrina.
ENXOFRE PRECIPITADO a 5% em vaselina ou pasta d’água
Efetivo, pouco irritante e de baixo custo.
Segunda escolha para o tto de cças e mulheres amamentando.
Modo de uso: aplicar no corpo por 3 dias consecutivos e repetir após 7-10 dias.
Ele vem em pacotinhos e tem cuidar na dosagem dosar.
BENZOATO DE BENZILA loção a 25%
Modo de uso: aplicar no corpo (deixar por 24h) por 3 dias consecutivos.
Repetir após 7-10 dias.
Efetivo, porém frequentementecausa dermatite de contato.
Atualmente em desuso.
MONOSSULFIRAM
Empregado diluído em água -> 2x p/ adulto e 3x p/ cças.
Modo de uso: similar à aplicação do B. de Benzila.
Evitar o uso concomitante de bebida alcoolica -> efeito antabuse.
Pouco efetivo.
Atualmente em desuso.
TIABENZOL
1ª droga que demonstrou ação sistêmica no tto da escabiose.
Dose de 50 mg/kg/dia (máx de 3g/d) – 10 dias.
Pouco utilizado.
PEDICULOSE
A pediculose é causada pela infestação pelo Pediculus humanus corporis (piolho do corpo) ou pelo Pediculus humanus capitis (piolho do couro cabeludo). O tifo epidêmico (causado por Rickettsia prowazekii), a febre das trincheiras (causada por Bartonella quintana) e a febre recorrente (causada por Borrelia recurrentis) podem ser transmitidos pelo piolho do corpo. O piolho do couro cabeludo nunca foi descrito como vetor para essas doenças, entretanto, a transmissão da Rickettsia prowazekii por esse ectoparasita foi demonstrada em laboratório. É possível que o P.humanus capitis seja agente transmissor da rickettsiose em epidemias que foram principalmente causadas pelo P. humanus corporis.
   Na pediculose o diagnóstico é feito principalmente pela queixa de prurido na cabeça e pela identificação dos parasitas vivos e ou de seus ovos eclodidos, lêndeas, que com o crescimento do cabelo emergem do couro cabeludo e podem ser visto a olho nu e facilitado com o auxílio de uma lupa. Às vezes o paciente mostra só lesão próxima ao ouvido. Deve-se examinar o pescoço.
Existe pediculose no corpo também, Ftiríase. Localizado nos pelos pubianos e perianais, porém também podemos encontrar em axila, sobrancelha e até cílios. Geralmente são pacientes indigentes. O “Pediculo” também pode ser encontrado preso na roupa.
O piolho do couro cabeludo comumente causa infecções secundárias e foi considerado uma das causas principais de impetigo nas populações de países em desenvolvimento. As crianças infestadas podem apresentar baixo desempenho escolar por dificuldade de concentração, conseqüência do prurido contínuo e distúrbios do sono. Crianças com infestação severa também podem desenvolver anemia devido à hematofagia do piolho.
A pediculose da cabeça é uma doença parasitária que atinge principalmente crianças em idade escolar e mulheres e é transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso de utensílios como bonés, escovas ou pentes de pessoas contaminadas. Essa parasitose tem como característica principal prurido intenso no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça e que pode atingir também o pescoço e a região superior do tronco, onde se observam pontos avermelhados. Com o prurido e o ato instintivo de coçar as lesões, podem ocorrer infecções secundárias por bactérias, levando inclusive ao surgimento de gânglios no pescoço. Veremos na pele lesões semelhante a urticárias.
Geralmente a doença é causada por poucos parasitas, o que torna difícil encontrá-los, mas em alguns casos, principalmente em pessoas com maus hábitos higiênicos, a infestação ocorre em grande quantidade. Achado comum que fecha o diagnóstico de pediculose são as lêndeas, ovos de cor esbranquiçada depositados pelas fêmeas nos fios de cabelo.
Na pediculose o piolho ao picar a pessoa para se alimentar produzem lesões papulosas elevadas que juntamente com a saliva anticoagulante produz prurido e podem desenvolver reações de sensibilidade. A lesão pode apresentar derrame hemorrágico podendo conter infiltrado inflamatório. 
No ciclo de vida da pediculose as fêmeas põem seus ovos sete a dez por dia podendo colocar até 200 ovos durante a vida. Os ovos são depositados no interior do couro cabeludo junto ao cabelo. O período de incubação é em torno de nove dias e o período entre a primeira ninfa e piolho adulto gira em torno de quinze dias e o adulto vive por aproximadamente um mês.
Os ovos do Pediculus humanus sp. eclodem liberando ninfas mudas, mais precisamente três mudas, até que se tornem adultos. A transmissão se dá pelo contato interpessoal e pelo compartilhamento de utensílios como toalha, roupas, lençóis e fronhas, etc. a transmissão se dá apenas pelo parasita adulto.
Tratamento da pediculose do couro cabeludo
Xampu de PERMETRINA 1% - deixar por 5 – 10 minutos e enxaguar -> repetir após 7 – 10 dias.
Xampu de LINDANO 1%
Xampu de DELTAMETRINA 0,02%
IVERMECTINA
Remoção das lêndeas com pente fino após usar vinagre diluído em água morna.
Impressindível: examinar e tratar os contactantes.
Tratamento Ftiríase:
Xampu de PERMETRINA 1%
Xampu de LINDANO 1%
Xampu de DELTAMETRINA 0,02%
Retirar lêndeas
Cílios: remoção manual das lêndeas com vaselina 2x/dia – por 8 dias.
Examinar e tratar os contactantes.
BICHO GEOGRÁFICO
 
Erupção cutânea devido à presença de parasitas móveis na pele. As larvas de várias tênias podem ser responsáveis. Elas penetram na pele onde estava em contato com solo ou areia da praia contaminados, e escavam vagarosamente através da derme levando a trilha eritematosa elevada que pode tornar-se vesiculosa e intensamente pruriginosa. Geralmente começa com uma pápula e então vai formando um caminho. Esta linha tipo cordão forma padrões bizarros, serpiginosos. Migração ocorre em velocidade de vários milímetros a poucos centímetros por dia. A doença é auto-limitada.
Agente: Ancylostoma braziliensis e A. caninum (larvas de cão e gato).
Ciclo: cães e gatos depositam ovos no chão. Eles se desenvolvem em larvas e entram em contato com o ser humano e penetram em sua pele. É preciso haver o contato direto.
Quadro principal: prurido intenso.
Tratamento: o sistêmico é preconizado. Durante 3 dias
ALBENDAZOL 400mg – dose única
IVERMECTINA 1cp para 30kg
TIABENDAZOL 30-50 mg/kg
*pode ser usado Diabendazol tópico em casos isolados por 2x ao dia por 2 semanas, com uma só larva, por exemplo.
CONGELAR A LARVA COM NITROGÊNIO LÍQUITO
Quadro de larva migrans papular: várias larvas penetram ao mesmo tempo e formam pápulas em vez de caminho geográfico
TUNGÍASE
A tungíase é uma doença ectoparasitária causada pela penetração da fêmea de Tunga penetrans (hematófito) na epiderme do seu hospedeiro. Popularmente conhecido como “bicho de pé”. É uma pulga que hipertrofia subsequentemente até alcançar o tamanho de cerca de 1 centímetro em lesão em batata. Em contraste com as ectoparasitoses escabiose e pediculose, a tungíase é autolimitada com duração de quatro a seis semanas. Quando a pulga não é removida com assepsia adequada pode ocorrer a superinfecção com bactérias patogênicas, e a lesão causada pela penetração da pulga pode servir como porta de entrada para Clostridium tetani, agente causador do tétano. Sequelas de infestação grave documentadas incluem dificuldade de andar, deformação e perda de unhas de dedo do pé, como também deformação e auto-amputação de dígitos, além de sepse e óbito. 
Tratamento:
Enucleação da pulga com agulha
Eletrocoagulação
Infestação intensa: IVERMECTINA 200ug/kg de peso dose única ou TIABENDAZOL 25mg/kg de peso VO 2x/d – 3 a 5 dias
Infecção secundária: antibióticos
Profilaxia: uso de calçados em áreas suspeitas e eliminação das fontes de infecção com DDT ou fogo.

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