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MODULO – A FASE 1 – G.P.I.- 2017 (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) (110693). (ciclo 2 uta gerência da produção UTA-A 2017-FASE1) Resumo aula teórica 1. Tema 1 – Visão geral do sistema de produção. O sucesso de um sistema de produção depende da forma como estas três funções se relacionam. Convencionalmente, as funções desempenhadas dentro de um sistema produtivo se limitam à esfera imediata de sua autoridade. Esse sistema produtivo tende a ser bilateral e fechado, com as funções exercendo suas atividades até o limite de sua delegação. Atualmente, as empresas sabem que estas barreiras funcionais devem ser quebradas. O compartilhamento de informações nas tomadas de decisões é fundamental para o eficiente desempenho do sistema como um todo. A estrutura funcional deve ceder espaço a uma estrutura operacional multilateral e aberta, na qual a responsabilidade pelas ações vá até o ponto em que o efeito dessa ação se fizer sentir. A função de produção A função de produção consiste em todas as atividades que, diretamente, estão relacionadas com a produção de bens ou serviços. É o centro dos sistemas produtivos, sendo responsável por gerar os bens ou serviços comercializados pelas empresas. A função de produção transforma insumos em bens ou serviços por meio de um ou mais processos organizados de conversão. A essência da função de produção consiste em adicionar valor aos bens ou serviços durante o processo de transformação. Dentro desse conceito, todas as atividades produtivas que não adicionarem valor aos bens ou serviços devem ser consideradas como perdas e eliminadas. A função de marketing A função de marketing serve para vender e promover os bens materiais e serviços produzidos, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativas de preços para os mesmos. Essa função está encarregada de contatar com os clientes e cuidar do mercado visando por um lado (médio e curto prazo) abastecer a produção com informações sobre a demanda pelos produtos atuais, permitindo o planejamento e programação da produção, e por outro (longo prazo) buscando informações sobre potenciais necessidades dos clientes, visando a concepção de novos bens ou serviços a serem desenvolvidos. A função de Finanças A função de finanças está encarregada de administrar os recursos financeiros da empresa e alocá-los onde forem necessários. Com relação ao seu envolvimento com o sistema de produção e o planejamento e controle do mesmo, a função de finanças deve providenciar a orçamentação e acompanhamento de receitas e despesas, a provisão de fundos para atender este orçamento e a análise econômica dos investimentos produtivos. Periodicamente, a função de finanças deve, em conjunto com as funções de produção e de marketing, preparar um orçamento de longo prazo, prevendo as receitas e despesas que ocorrerão para o patamar de produção projetado dentro do planejamento estratégico da produção. Visão geral do sistema de produção. Tema 2 – Natureza do planejamento e controle. Segundo Tubino (2000) após definidas as metas e estratégias de uma empresa, faz-se necessário planejar para atingi-las, bem como administrar os recursos humanos e físicos, direcionar as ações dos recursos humanos sobre os físicos e acompanhar tal ação, sendo possível a correção de prováveis desvios. No âmbito da administração da produção essas atividades são desenvolvidas pelo Planejamento e Controle da Produção (PCP). “Planejar é entender como a consideração conjunta da situação presente e da visão de futuro influencia as decisões tomadas no presente para que se atinjam determinados objetivos no futuro”, Corrêa, Gianesi & Caon (2007). Qualquer operação produtiva requer planos e controle. Algumas são mais difíceis de planejar (as que têm um alto nível de imprevisibilidade), outras são mais difíceis de controlar (as que têm um alto grau de contato com os consumidores, de acordo com a natureza de suas operações e com a variabilidade que os consumidores possam impor às mesmas). O planejamento estratégico da produção busca maximizar os resultados das operações e minimizar os riscos nas tomadas de decisões das empresas. O impacto de suas decisões são de longo prazo e afetam a natureza e as características das empresas no sentido de garantir o cumprimento de sua missão. Classificação dos Sistemas de Produção: Na teoria de administração da produção há diferentes formas para classificar os sistemas produtivos. Por exemplo: segundo o grau de padronização dos produtos (produtos padronizados ou produtos sob medida), segundo a natureza do produto (bens ou serviços) etc. De acordo com o tipo de operações que o produto sofre, pode-se classificar os sistemas produtivos em dois grandes grupos: processos contínuos e processos discretos (Tubino, 1999, p. 30). Essa classificação está associada ao grau de padronização dos produtos e ao volume de produção demandada. Esses dois importantes fatores, são fundamentais para definir a estrutura básica de um sistema de produção. Os processos discretos, em função da demanda para a qual se destinam, podem ser subdivididos em processos repetitivos em massa para grandes demandas, processos repetitivos em lotes para demandas médias, e processos por projeto ou sob encomenda para demandas unitárias ou muito pequenas. A qualificação da mão de obra nos processos contínuos e repetitivos em massa, que convencionalmente é baixa, com a introdução da gestão participativa e da polivalência das funções produtivas passou a ser alta em todas as situações produtivas! Como exemplos padrões dessa classificação, temos que uma refinaria de petróleo ou uma geradora de energia elétrica possuem processos contínuos de fabricação, uma montadora de automóveis ou um fabricante de pisos cerâmicos possuem processos de produção em massa, uma fábrica de sapatos ou de componentes metalmecânicos possuem processos repetitivos em lotes, e um estaleiro ou uma ferramentaria possuem processos por projeto ou sob encomenda. Tema 3 – Conciliação suprimento versus demanda. Tanto o suprimento como a demanda podem conter certa dose de incerteza, gerada por características próprias de cada processo. O planejamento e o controle buscam conciliar suprimento e demanda, ou seja, dizem respeito ao gerenciamento das atividades da produção para satisfazer de forma contínua a demanda dos consumidores. Para que um suprimento esteja no nível adequado e seja confiável, é essencial que todos os recursos transformados e em transformação estejam disponíveis. Portanto, para que o suprimento esteja disponível, é necessário minimizar a incerteza quanto à disponibilidade dos recursos envolvidos (transformados e a transformar). Para cada tipo de sistema produtivo, há um foco diferente na conciliação do suprimento com a demanda de produção. Veremos: Para sistemas de produção contínuo, como uma indústria química, por exemplo, o PMP (Planejamento Mestre da Produção) define a velocidade do fluxo de produção, ou seja, ele dita quanto será produzido, focando na logística de abastecimento de matérias-primas (MP) e na distribuição de produtos acabados (PA). Para sistemas de produção em massa, como automóveis, o Planejamento Mestre da Produção também define a velocidade do fluxo de produção, ou seja, ele dita quanto será produzido, e focando na logística de abastecimento de matérias-primas (MP) e dos supermercados (SM) internos de peças em produção e na entrega de produtos acabados (PA). Para sistemas de produções repetitivas em lotes, como a indústria de confecção, o PMP define as necessidades de Matérias Primas (MP) e o cálculo das necessidades de matérias (MRP), define a emissão de Ordens de Compra (OC), Ordens de Fabricação (OF) e Ordens de Montagens (OM), para o perfeitosequenciamento dessas ordens. O sistema produtivo de massa, assim como os sistemas contínuos, tem melhor desempenho para grandes demandas, nas quais temos a produção de apenas um (ou poucos produtos). Com este sistema obtemos uma alta produção, aliada a um baixo custo do produto. Por outro lado, perde-se em flexibilidade, pois os ajustes necessários no sistema para a produção de produtos diferentes demandam muito tempo. O sistema produtivo por lotes mostra melhor desempenho quando a demanda e a quantidade de produtos são intermediárias. Esse sistema consegue atingir um custo razoável e uma produção que atendesse à demanda. Este sistema também mostra certa flexibilidade, já que os tempos (e custos) envolvidos na produção de diferentes produtos são menores que no sistema de massa e contínuos. O sistema produtivo sob encomenda consegue melhor desempenho quando a demanda é pequena, mas há a necessidade da produção de uma maior variedade de produtos. O custo de produção é o mais alto de todos os sistemas, mas, por outro lado, a flexibilidade é a melhor. Desta forma, um sistema produtivo moderno deve ter capacidade para atender a demanda dos produtos e suas variações, deve atender seus clientes num tempo igual ou inferior aos seus concorrentes, deve praticar um preço igual ou inferior aos seus concorrentes do mercado, deve ter flexibilidade suficiente para suportar a inclusão de um novo produto (ou modificação em algum produto já existente) e, é claro, mantendo um alto nível de qualidade nos seus produtos. Em sistemas de produção em lotes é comum repor equipamentos na medida que a demanda cresce. Schonberger (1988, p.84) chama a isso de o “ciclo da supermáquina”. A demanda aumenta e decide-se, então, adicionar capacidade produtiva; A engenharia pesquisa os equipamentos disponíveis no mercado de máquinas operatrizes e seleciona uma com capacidade para atender à demanda projetada para os próximos três a cinco anos; A máquina escolhida é instalada, após algumas semanas ou meses de ajuste, e opera de forma subtilizada nos dois ou três anos seguintes; Finalmente, após alguns anos a demanda atinge a capacidade da máquina e ela é operada plenamente, o que permite pouco tempo para sua manutenção; Com a capacidade produtiva estourada e a baixa confiabilidade operacional, a empresa decide por substituir a máquina por outra nova e repete o ciclo da supermáquina. Desde o planejamento estratégico, de longo prazo, passando pelo planejamento mestre da produção, de médio prazo e chegando na programação da produção – curto prazo, precisamos estar atentos ao volume de suprimento que se precisa ter para atender a uma determinada demanda de produção (que está baseada no seu mercado de atuação)! Para efetuar um planejamento estratégico, a empresa deve entender os limites de suas possibilidades e habilidades no relacionamento com o meio ambiente, de maneira a criar vantagens competitivas em relação à concorrência, aproveitando-se de todas as situações que lhe trouxerem ganhos, para melhor encaixar a necessidade (demanda) no seu volume de produção (suprimento). O ponto de partida para isto consiste em estabelecer quais critérios ou parâmetros de desempenho são relevantes para a empresa e que prioridades devem ser dadas aos mesmos, a partir da estratégia corporativa. Esses critérios deverão refletir as necessidades dos clientes que se buscam atingir para um determinado produto de maneira a mantê-los fiéis à empresa. A escolha por uma determinada estratégia competitiva define a alocação de recursos e as habilidades organizacionais necessárias para a produção dos bens e/ou serviços oferecidos ao mercado. A estratégia de produção consiste na definição de um conjunto de políticas, no âmbito da função de produção, que dá sustento à posição competitiva da unidade de negócios da empresa. Os fatores que podem tornar mais complexos os sistemas de planejamento e controle da produção são as diversas formas de classificação dos sistemas produtivos, o grau de padronização dos produtos, o tipo de operações necessárias e a natureza dos produtos. Planejar e controlar as atividades de uma empresa que produz bens padronizados para estoque é bastante diferente de planejar e controlar produtos sob encomenda. No primeiro caso, pode-se iniciar a produção em cima de uma previsão de vendas e ir equilibrando-se as vendas realizadas com o nível de estoque, enquanto que no processo sob encomenda o PCP espera a manifestação dos clientes para agir. Além disso, os produtos padronizados, por se repetirem, são mais passíveis de controle e acompanhamento, podendo o PCP prever e acompanhar seus desempenhos de forma mais eficiente do que para aqueles produtos que serão produzidos apenas uma vez. O tipo de processo também define a complexidade dos sistemas de planejamento e controle da produção: os processos contínuos e os processos intermitentes em massa são mais fáceis de serem administrados do que os processos repetitivos em lote e sob encomenda, pois a variedade de produtos é pequena e o fluxo produtivo, uniforme. O fato de um produto ser um bem ou um serviço também influi na complexidade do sistema de planejamento e controle da produção. Bens são tangíveis, em grande parte fabricados por máquinas que recebem matérias-primas e as transformam em produtos dentro de padrões previsíveis. Em consequência, o seu planejamento e controle é mais consistente e a operação de serviços envolve a participação das pessoas, por natureza mais difíceis de serem padronizadas.
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