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Princípios gerais do Direito Ambiental Apresentação sobre os princípios que alicerçam o Direito Ambiental, a partir de considerações do texto “Proteção internacional do meio ambiente” Estrutura da apresentação 1 – Princípios gerais do Direito Ambiental (considerações iniciais); 2 - Princípios em espécie. 1 – Princípios gerais do Direito Ambietal Considerações iniciais: De acordo com Machado (2000), os princípios do direito ambiental devem ser tidos como alicerce desse ramo do direito, porque estes formam e orientam a geração e a implementação do Direito Ambiental; Tais princípios formam um todo concatenado que tem como fim uma adequada preservação do meio ambiente; Finalmente, ressalta-se que a doutrina e a jurisprudência nacional e internacional não abordam os princípios de maneira uniforme, tanto que essa diferenciação aparece na nomenclatura, na classificação pelo grau de importância e mesmo pelo alcance conferido a cada um. 2 – Princípios em espécie Os princípios são definidos em 10 (dez) tipos principiológicos, a saber: Princípio da equidade; Princípio da ubiquidade; Princípio da cooperação; Princípio da participação; Princípio do desenvolvimento sustentável; Princípio da proporcionalidade; Princípio da prevenção; Princípio da precaução; Princípio da responsabilidade; Princípio do poluidor-pagador. I – Princípio da equidade Determina que o acesso aos recursos naturais devem ser partilhados a toda a humanidade; A sua previsão decorre de 2 (dois) dispositivos: do Princípio 5 da Declaração de Estocolmo de 1972: “os recursos naturais não renováveis do Globo devem ser explorados de tal modo que não haja risco de serem exauridos e que as vantagens extraídas de sua utilização sejam partilhadas a toda a humanidade”; do art. 225 da CF, “todos têm o direito ao meio ambiente”, posto que compõem os direitos difusos, tendo como principal característica a “indeterminabilidade dos sujeitos”. II – Princípio da ubiquidade Determina que o meio ambiente, além de bem de uso comum do povo, deve ser condição prévia para a existência e exercício dos direitos humanos, devendo ser levado em consideração toda vez que uma política, atuação ou legislação tiver de ser criada; O meio ambiente equilibrado é um direito (art. 225, da CF) diretamente vinculado ao direito à vida com dignidade (arts. 1°, III, 5°, caput, e 6°); Por esse princípio, os bens ambientais tem caráter onipresente e se colocam em posição soberana a qualquer limitação espacial ou geográfica, podendo ser partilhados por toda a humanidade (Princípio 15 da Declaração de Estocolmo). III – Princípio da cooperação Determina que, em matéria de proteção ao meio ambiente, é imprescindível que exista estreita relação de cooperação entre os povos para que os limites espaciais e geográficos não se transformem em empecilhos à efetiva tutela do meio ambiente; Também determina ser necessário que se estabeleça uma política mundial para a proteção e preservação da natureza, fixando regras menos voltadas para a soberania e mais vinculadas à cooperação internacional; No entanto, a proteção não se dá somente no âmbito internacional, pois tal princípio é um princípio político procedimental, que pode ser deduzido do princípio constitucional do Estado de Direito e dos deveres de proteção do Estado (art. 4°, IX e art. 225). IV – Princípio da participação Por este princípio, é prescrito que, para a preservação do meio ambiente, há que se agir em conjunto, referindo-se mais especificamente à colaboração no âmbito interno; Trata-se de cooperação específica entre o Poder Público e a coletividade beneficiária do meio ambiente ecologicamente equilibrado; Existem dois elementos fundamentais para essa efetivação: 1 – Informação ambiental (arts. 6°, §3°, e 10 da Lei n.° 6.938/1981; art. 225, §1°, IV, da CF); 2 – Educação ambiental (art. 6° da Lei n.° 9.795/1999 – Política Nacional da Educação Ambiental). V – Princípio do desenvolvimento sustentával Tal princípio decorre do Princípio 5 do Protocolo de Estocolmo de 1972 e da Declaração do Rio de Janeiro de 1992, ao estabelecer que “o direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades de gerações presentes e futuras”; Determina também a modificação do conceito de desenvolvimento formado em um Estado de base liberal, passando a exigir que o Poder Público aja de forma positiva, no sentido da sustentabilidade da coletividade; É preconizado no art. 170, caput e VI , da CF e art. 1° da Lei n.° 6.803/1980; Com base nesse princípio, procura-se estabelecer um norte para a atividade econômica e a da sociedade de consumo, fixando 3 (três) pontos fundamentais, quais sejam: O afastamento da produção de bens supérfluos e agressivos ao meio ambiente; Orientação ao consumidor no sentido de que evite o consumo de bens prejudiciais ao meio ambiente; e Estimulo ao uso de “tecnologias limpas” no exercício da atividade econômica. VI – Princípio da proporcionalidade Configura como um importante princípio instrumental ou procedimental, não exclusivo do direito ambiental, mas diretamente ligado a situações concretas, exatamente aquelas em que há conflito ou colisão entre direitos e princípios fundamentais (aplicabilidade); Ou seja, tal princípio procura uma justa medida na aplicação dos princípios e regras, determinando uma adequação entre fim e meio, para que se torne possível o controle do excesso. VII – Princípio da prevenção Princípio aclamado pela Declaração do Rio de Janeiro, tornando-se o princípio norteador do direito ambiental, descrito no Princípio 15: “Para proteger o meio ambiente medidas de precaução devem ser largamente aplicadas pelos Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente”. Nesse sentido, o art. 225 determina a criação de instrumentos não jurisdicionais e jurisdicionais para a sua efetivação, além da aplicação da jurisdição coletiva e ajuizamento de ações que visem a uma atuação preventiva. VIII – Princípio da precaução Foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro posteriormente ao princípio da prevenção e prevê a eliminação ou redução da poluição já existente ou iminente , ou seja, na redução do perigo, mas no combate da poluição desde o início; O perigo é proibido e o risco sempre permanece a probabilidade de um dano menor, de modo que os riscos podem ser minimizados; Assim, a legislação proíbe ações perigosas, mas possibilita a mitigação dos riscos, aplicando-se o princípio da precaução, o qual requer a redução da extensão, da frequência ou da incerteza do dano (encontra base no Princípio 15 da Declaração do Rio de Janeiro, §3°, do art.54, da Lei n.° 9.605/1998 e art. 225,§1°, IV, da CF) IX – Princípio da responsabilidade Foi inserido na CF quando estabelece, no §3° do art. 225, a responsabilidade objetiva por danos ambientais; Inicialmente foi estabelecido na Recomendação C (72), 128 e na Declaração do Rio de Janeiro, em seu Princípio 16; Tal princípio busca o sentido de que a sociedade não tem que arcar com os custos da recuperação de um ato lesivo ao meio ambiente causado por poluidor identificável; Em geral, o poluidor deve responder por suas ações ou omissões em prejuízo do meio ambiente de maneira o mais ampla possível, de forma que se possa repristinar a situação ambiental degradada e que a penalização aplicada tenha efeitos pedagógicos. X – Princípio do poluidor-pagador Esse princípio é de origem econômica e se fundamenta na constatação de que os recursos naturais são escassos; Através do princípio se busca afastar o ônus do custo econômico das costas da coletividade e se dirige diretamente àquele que utiliza os recursos ambientais (carga pelos custos ambientais); Tal princípio está ligado à idéia de prevenção e repressão, não traduzindo a idéia de “pagar para poluir”, mas a um custo a ser imputado ao poluidor no sentido de atuação preventiva; Fundamentado nos arts. 170, VI, 225, §1°, V e §3° da CF.
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