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Wa1 PED Lic Literatura Infanto juvenil

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Visão geral
	
	Apresentação da disciplina:
	
	Nesta temática estaremos discutindo sobre o universo da Literatura Infantojuvenil e todas as especificidades que este novo conhecimento contém. Acreditamos que apropriar-se deste conhecimento, proporciona ao futuro professor o exercício do seu real papel de mediador, pois ao desvelar o universo teórico e prático da Literatura Infantojuvenil, poderá propor para seus alunos atividades significativas que contribuem para a formação de futuros leitores literários.
	
 
	Objetivos:
	
	Para tanto, nesta unidade temática você será levado a:
Compreender o que são paratextos.
Conhecer quais são os elementos que compõem o paratexto de um livro.
Organizar a sala de aula como um espaço de leitura.
Compreender como levar o aluno a ter contato físico com o livro em diferentes espaços.
Compreender quais são as estratégias utilizadas pelo professor de Educação Infantil para ler histórias.
Conhecer o valor dos livros de imagem para o desenvolvimento do pensamento interpretativo e criativo na criança.
	
	Conteúdo Programático:
	
	Unidade 1
Paratextos.
Organização de espaços que promovam o encontro da criança com o livro.
 
Unidade 2
Ler histórias para as crianças da educação infantil.
Livros de imagem.
	
	Metodologia:
	
	
	Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos por meio das teleaulas de forma expositiva e interativa (chat – tira-dúvidas em tempo real), aula atividade por Chat para aprofundamento e reflexão e webaulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (autoestudo) além do material didático da disciplina.
	
	
 
	Avaliação Prevista:
	
	
	O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir à teleaula, participação no fórum, produções textuais interdisciplinares (Portfólio), realização de avaliações virtuais e avaliação presencial embasada no material didático, teleaulas, webaula e material complementar.
	
	 
	Critérios para Participação dos Alunos no Fórum:
	
	
	Quando houver fórum de discussão o aluno será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, onde deverá comentar o tópico apresentando respostas completas e com nível crítico de avaliação pertinente ao nível de pós-graduação. Textos apenas concordando ou discordando de comentários de outros participantes do fórum sem a devida justificativa ou complementação não acrescentam em nada ao debate da disciplina, sendo assim, devem ser evitados. Os textos devem sempre vir acompanhados das justificativas para a opinião do discente sobre o conteúdo discutido, para que assim, possamos dar continuidade ao debate em nível adequado. Além disso, podem ser utilizados citações de artigos, livros e outros recursos que fundamentem a opinião ou deem sustentação a sua posição crítica sobre o assunto. Deve ser respeitado o tópico principal do fórum, evitando debates que não tem relação com o tema selecionado pelo professor.
	
	
	Habilidades e competências
	
	
	Espera-se que no final da unidade o aluno possa...
Conhecer os paratextos que compõem um livro, bem como, a função de cada um.
Organizar os espaços da educação infantil, também em espaços de leitura.
Saber como contar história para as crianças da educação infantil.
Saber como ensinar a criança a interpretar as imagens contidas nos livros imagéticos.
	
Unidade 1 – Literatura Infantojuvenil
WEBAULA 1
 
1.0  INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)!
Nesta unidade temática estaremos discutindo sobre o universo da Literatura Infantojuvenil e todas as especificidades que este novo conhecimento contém. Acreditamos que apropriar-se deste conhecimento, proporciona ao futuro professor o exercício do seu real papel de mediador, pois ao desvelar o universo teórico e prático da Literatura Infantojuvenil poderá propor para seus alunos atividades significativas que contribuem para a formação de futuros leitores literários.
 
1.1  PARATEXTOS
Sabemos que, ainda hoje mesmo com todo incentivo dado para a formação de alunos leitores, pouca é a atenção dispensada pelos pesquisadores da literatura para os “paratextos” contidos nos livros ilustrados.
Para refletir:
Você sabe o que são paratextos?
Para que servem os paratextos?
Qual é a importância dos paratextos no processo de formação do aluno leitor?
Os paratextos são elementos que compõem as partes do livro, com funções específicas, sendo elas: títulos, capas ou guardas. A verdade é que se num passado bem próximo, as ilustrações presentes nos livros infantis serviam apenas para decorar suas capas, hoje, a realidade é outra, pois em muitos livros, a história já se inicia na própria capa, sendo esta ilustração, às vezes, já parte integrante da narrativa do livro. Da mesma forma ocorre com o título, pelo fato de ser reduzida a quantidade de texto verbal nos livros ilustrados, muitas vezes, o título faz parte da mensagem verbal do livro.
Assim, o grande desafio posto nesta webaula é conhecer os paratextos, reconhecer sua importância e minimizar as tensões existentes entre palavra e imagem.
Elementos que compõem os paratextos
Entendendo a estrutura do livro
Um livro não é somente um monte de folhas presas pela capa. Ele possui partes, mais ou menos constantes em todas as obras literárias.
Figura 2: Partes do livro
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2015.
Neste momento iremos fazer a apresentação de um a um dos elementos que compõem os pretextos dos livros, seguidos das suas características.
 
FORMATO
Figura 3: Formato
O formato do texto é considerado como sendo o peritexto da editora. Este se refere ao design dos livros, portanto, a sua escolha não é feita aleatoriamente, mas é pensado para garantir a totalidade estética do livro.
Existem diferentes tipos de formatos, um livro pode ser em pé, caracterizado pelo formato vertical, outros autores utilizam o formato deitado na horizontal e outros ainda o formato quadrado. Vale dizer que o formato deitado ou na horizontal é o mais utilizado pelos livros ilustrados, pois, é considerado o mais adequado para demonstrar espaço e movimento na história.
No entanto, o segredo para a escolha do formato de um livro está para o formato que se adapte ao objetivo do livro e que garanta a legibilidade das imagens selecionadas para compor a sua linguagem visual.
O importante do formato é garantir que não haja uma competitividade entre a linguagem visual e a linguagem escrita, mas, sim que ambas se complementem e sem perder a sua especificidade, além de contribuir com a compreensão da história.
Aprofundando Conhecimento
Literatura infantil e educação infantil: um grande encontro, de Gládis Elise Pereira da Silva Kaercher. Acesse: .
Caro(a) aluno(a)! Ao ler o referido artigo, você terá a oportunidade de conhecer como a Professora Gládis concebe a literatura para a educação infantil, quais sugestões ele traz para organizar as escolas e as ações pedagógicas, a fim de incluir a literatura infantil no universo da criança de modo prazeroso e eficaz, a ponto de torná-la futuramente uma leitora.
Figura 4: Títulos
Vale esclarecer que a importância de um título para uma obra literária é impor para a sua totalidade. Sabemos que no comportamento humano é muito comum ocorrer a seleção e a escolha de uma obra literária a partir da análise, seguido pelo encantamento ou rejeição do seu título. Quem de nós nunca escolheu um livro para ler por causa do seu título? Esta atitude é muito comum.
Sabendo deste comportamento, muitos autores de livros infantis utilizam alguns artifícios quando o assunto versa sobre o título de suas obras. Deste modo é comum vermos livros cujos títulos trazem o nome dos personagens principais. Este comportamento literário é denominado de “títulos nominais”, como por exemplo: Alice no país das maravilhas, Brancade neve e os sete anões, Cinderela etc.
Outro aspecto presente no título dos livros infantis é a junção do nome do protagonista com um epíteto (título), por exemplo: George, o curioso, Uma Lagarta muito comilona, etc.
Sobre estes aspectos referentes ao título de obras literárias Nikolajeva e Scott (2011, s/n) dizem que,
A prática de ter o nome do protagonista no título é pelo menos na literatura infantil, um dispositivo narrativo didático, dando ao leitor jovem algumas informações diretas e honestas sobre o conteúdo do livro, seu gênero (histórias de animal) e seu público: um nome de menina provavelmente será associado a um livro para meninas, um nome de meninos a um livro para meninos.
Outra característica do título apresentada pelas autoras, é que nos “títulos nominais” ao invés de ter o nome do protagonista, também pode conter o nome do objeto central da história, como por exemplo, “A casa amarela”. Nestes casos o título, de alguma forma, resume a essência do livro. Outra caraterística do título é que ele também pode ser formado a partir de um verbo, ou seja, o título denota uma ação do personagem “A viagem de Robson Crusoé”.
Diante da multiplicidade de variáveis que um título pode ter, podemos inferir que os títulos pertencentes aos livros ilustrados representam um elemento muito importante para o todo da obra, na medida em que favorecem a interação entre o texto-imagem.
Assim, o título de uma obra literária deve cumprir com duas funções básicas: descrever rapidamente para o leitor de que trata a história e capturar sua atenção e interesse a ponto que a leve a abri-lo para saber o que mais pode encontrar nele.
 
TÍTULOS E CAPAS
Como é de costume, geralmente, os títulos dos livros estão contidos nas capas, e estas por sua vez, principalmente, no caso da literatura infantil, são acompanhadas por imagens. Estas imagens, na maioria das vezes, podem ser a repetição de uma imagem já contida no corpo do texto, e acaba antecipando para o leitor o seu enredo.
No que diz respeito ao layout da capa, o autor tem a liberdade de utilizar diferentes fontes, tamanhos e configurações para compor o seu título, mas alguns cuidados devem ser tomados para que a sua escolha em relação ao layout não comprometa o entendimento do leitor para com o título do livro.
Muitas vezes, nós leitores não prestamos atenção no layout dos títulos dos livros. Isso se justifica pelo fato de que não fomos ensinados a perceber estes elementos e nem a reconhecer a sua importância para o enredo da história.
Agora, conscientes da relevância do título e da capa para a constituição do livro como um todo e reconhecendo-os como portadores de mensagem, cabe ao professor ensinar o seu aluno a olhar, refletir, indagar, problematizar e levantar hipóteses do texto a partir da observação da capa e da reflexão do título e das possíveis mensagens que o desenho da capa está propondo.
A seguir apresentaremos informações que podem ser levantadas junto com os alunos sobre o título e a capa dos livros.
1. Título
2. Nome da autora
3. Nome da editora
4. Descreva a imagem da capa
5. O título e a imagem permitem imaginar que história conta este livro?
(  ) Sim (  ) Não
6. Se sim, então nos conte que história você acredita que esteja sendo contada.
Assista ao vídeo:
Entrevista com o Ilustrador Fernando Vilella.
< https://www.youtube.com/watch?v=zR-XIDO0oKA >.
Aluno(a), neste vídeo, você irá conhecer como é o trabalho de um desenhista e ilustrador de livros e quais são suas técnicas. Aproveitem!
GUARDAS
Apesar da maioria as guardas dos livros literários não serem utilizadas por seus autores, sendo estas materializadas em forma de páginas brancas ou neutras, atualmente, um número significativo de autores de literatura infantil tem visto nelas uma possibilidade de utilizá-las como paratextos. Este encaminhamento literário contribuiu de várias maneiras com a história contada.
Neste contexto, as guardas passam a ter a função de apresentar uma cena introdutória do livro; trazer uma informação adicional da história; destacar as características do seu personagem, as guardas podem “se somar à narrativa e até influenciar a nossa interpretação”. (NIKOLAJEVA & SCOTT, 2011, s/p).
Figura 5: Frontispício
Segundo Nikolajeva e Scott (2011, s/p),
O frontispício ou folha de rosto costuma ter o título, o nome do autor e do ilustrador, e opcionalmente o nome da editora. De vez em quando os livros ilustrados têm um falso rosto (uma página somente com o título precedendo imediatamente do frontispício) ou uma página de dedicatórias.
Normalmente, a folha de rosto traz uma imagem da parte central do livro, com o objetivo de aguçar o desejo do leitor em fazer a leitura do livro. As imagens presentes, tanto na capa como no frontispício, induzem, muitas vezes, o leitor a fazer algumas inferências sobre a história.
A seguir apresentaremos algumas indagações que o professor pode fazer com seus alunos ao analisar a folha de rosto de um livro ilustrado.
A folha de rosto tem alguma ligação com a capa e contracapa? Se sim, qual é a ligação?
Como se chama o ilustrador do livro?
Conseguem descobrir o que mais da história podemos identificar ao olharmos para esta folha de rosto?
Assista ao vídeo:
Ziraldo e a literatura infantil.
< https://www.youtube.com/watch?v=VCRKrxxHYtg >.
Aluno(a)! O vídeo acima traz Ziraldo Alves Pinto, um cartunista, chargista, pintor, caricaturista, escritor, desenhista e jornalista brasileiro, que tem contribuído muito para a disseminação da literatura infantil no Brasil. Neste vídeo, ele destaca a importância que a literatura infantil tem na formação de cidadãos leitores.
 
QUARTA CAPA
Normalmente, a quarta capa é constituída por uma imagem. Assim, quando o leitor abre a contracapa tem a possibilidade de verificar que ela completa a imagem da capa e as duas juntas compõem uma imagem única, referente à história. A contracapa é uma obra muito criativa do ilustrador que mexe com a imaginação do leitor, pois, culturalmente, aprendemos que a história acaba quando o texto termina, e dificilmente nos remetemos para a quarta capa a fim de buscar outras interpretações do autor refletidas nas imagens criadas pelo ilustrador.
Nikolajeva e Scott (2011, s/p) dizem que,
... as quartas capas raramente trazem texto verbal que fazem parte das narrativas. Ao contrário, são frequentemente utilizadas para paratextos, como um breve resumo do enredo, uma apresentação do autor e ilustrador (às vezes com uma foto) uma recomendação da idade do leitor, trechos e resenhas, informações sobre outros livros do mesmo autor, ou coisa parecida.
Aprofundando Conhecimento
A LITERATURA INFANTIL NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Polyana Fernandes Pereira dos Santos; Marco Aurélio Gomes de Oliveira. Disponível em: .
Caro(a) aluno(a)! O referido artigo busca analisar a importância da literatura infantil para o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo das crianças; como também, problematiza a concepção do professor que trabalha com ela, além de investigar as concepções presentes no Brasil a partir do século XX.
2  Organização de espaços que promovem o encontro da criança com o livro
2.1  O livro no espaço da educação infantil
Atualmente várias são as pesquisas desenvolvidas na tentativa de evidenciar que a organização do espaço literário também seja um mediador de leitura. Claro que em nenhum momento descartamos a importância da mediação docente para problematizar, apresentar e discutir a história, com o aluno. Mas estimular a fantasia e a imaginação da criança por meio de um ambiente fantástico que instiga a curiosidade faz com que as histórias contidas nos livros ganhem vida.
A seguir serão apresentadas algumas possibilidades de como o professor pode tornar a sala de aula, o pátio, o corredor, a quadra, o parque etc., mais fascinante a ponto de despertar nas crianças a vontade de ler.
Vale dizer que não é nossa intenção ser surreal, ao contrário, estamos nos valendo da própria fantasia, imaginação, curiosidade e encantamento que a própria história literária possui.Podemos iniciar as nossas reflexões e possibilidades a partir do espaço em que o aluno da Educação Infantil se identifica – a sala de aula. É neste espaço que a criança permanece o maior tempo na escola. Quando o assunto é literatura infantil, existe um grande preconceito por parte dos pais, professores e equipe escolar com relação ao sentido e o significado do livro no contexto da creche.
Incialmente compreendemos que os livros também devem fazer parte dos objetos que compõem este espaço escolar. Deste modo, cabe ao professor incluir na caixa de brinquedos, ou em um espaço de fácil acesso para as crianças, mesmo quando engatinham, livros de pano, de borracha etc., fácil de serem limpos.
A justificativa por tratarmos o livro inicialmente como um objeto de manipulação e não de comunicação e expressão, é a de que neste momento o aluno da creche abstrai conhecimentos do mundo ao seu redor por meio da sua percepção sensorial, mesmo que esta ocorra através da sua percepção gustativa – lambendo, mordendo ou chupando o livro; da sua percepção tátil – pegando, amassando e folheando as páginas, ou da sua percepção olfativa, sentindo os diferentes tipos de cheiros contidos nele. Deste modo, consideramos válida a leitura sensorial como a primeira forma de contato que a criança da creche tem com o livro, na mediada em que lança mão inicialmente da sua habilidade sensorial a fim de desenvolver sua competência cognitiva, quando utiliza como via de acesso as sensações.
Sobre este aspecto Martins (1985, p. 43) diz que,
[...] esse é um primeiro tipo de leitura e a autora se refere a ele como leitura sensorial. Isso significa que, ao tocar o livro, ao folheá-lo, ao virar suas páginas e olhar as gravuras, a criança já estabelece relações com a narrativa, observa, faz inferências – vê a figura de um cachorro e se lembra do cachorro da tia, ou observa um pato e se recorda da história do patinho feio que se transforma em cisne etc.
Acreditamos que esta atitude pedagógica é válida na medida em que, da mesma forma que o aluno aprende o nome, a função e o significado cultural de tantos outros objetos por meio da manipulação, por que não, ter o livro à mão e ao alcance da criança desde a mais tenra idade, para já fazer relação com o seu processo de aprendizagem.
Além do acesso ao livro por meio da manipulação, outro espaço que carece de reflexão e que muito pode contribuir com o desenvolvimento do aluno leitor, são as paredes das salas de aula. Estas paredes, muitas vezes, servem para o professor fixar cartazes didáticos, tais como: chamada, aniversariante do dia, o ajudante da semana, rotina etc., quando sobra um espaço no meio de tantas informações o professor também cola painéis de desenhos animados que, muitas vezes, não são do interesse da criança. Estes painéis acabam tirando a identidade da sala e acabam com o sentimento de pertencimento da criança quando gera a impessoalidade, ou seja, a criança sempre tem a impressão de que aquela sala é da professora e não que aquela sala é da turma do Pré II, a qual ela pertence.
Uma sugestão é a sala de aula ser decorada com a produção dos próprios alunos. Eles podem fazer releituras das ilustrações do livro que esta sendo lido pela turma, podem ainda produzir seus próprios desenhos etc.
Segundo as professoras Souza e Girotto (2014, p. 37), outra sugestão de utilizar as paredes da sala de aula a favor da formação de leitores, o professor também pode, por exemplo,
... na semana em que o professor planejar ler ou contar a história de Anna Cláudia Ramos, Era uma vez três velhinhas, ele pode a partir das ilustrações do livro vestir três manequins com as roupas das protagonistas ou, se a escola não tem manequins ou bonecos, pode colocar essas roupas em cabides e espalhá-los pelo ambiente.
Esta organização de espaço mexe com a curiosidade e com a fantasia da criança, fazendo com que o aluno fique interessado e curioso em ouvir a história a ser contada.
A todo o momento nesta webaula estamos discutindo sobre a importância da escola de Educação Infantil promover o contato da criança com o livro, independente da sua idade.
Muitas vezes, estas escolas acreditam que contar histórias para as crianças já é suficiente, desconsiderando a necessidade de promover vivências que envolvam o contato físico e material da criança com o livro, quando ela tem a possibilidade de pegar, manipular e folheá-lo. Mas para que isso aconteça são necessárias duas ações. A primeira ação diz respeito à organização do trabalho docente, quando o professor contempla em seu planejamento educacional, momentos em que a criança terá oportunidade de interagir com o livro e a segunda, diz respeito à quantidade de acervo disponibilizado pela escola, devendo ser suficiente para o contato de todos os alunos.
Quando tratamos sobre a organização do espaço na educação infantil, não podemos esquecer que as salas devem ser organizadas atendendo às necessidades das crianças. Portanto, os livros devem estar dispostos em prateleiras ou sapateiras de livros em uma altura que favoreça o acesso dos alunos de 3 a 5 anos, a fim de que possam, de forma autônoma escolher os livros, manipulá-lo e depois colocá-los novamente na estante.
Aprofundando Conhecimento
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE UMA SOCIEDADE DE LEITORES.
ELISANGELA CARBONI MARAFIGO. Acesse: .
Caro(a) aluno(a)! Ao realizar a leitura deste artigo, você descobrirá como a literatura infantil pode ser trabalhada no espaço da Educação Infantil, uma vez que suas contribuições são ímpares para o desenvolvimento integral do aluno, quando reconhecemos que a literatura infantil é um dos pressupostos fundamentais para o desenvolvimento da linguagem oral que precede e fundamenta a linguagem escrita.
 
Resumo
A Unidade 1 discutiu a temática sobre a importância do professor de Educação Infantil conhecer e trabalhar os paratextos de um livro com seus alunos, bem como, organizar sua sala como um ambiente que promove a leitura.
Para Fazer
Leia atentamente a questão a seguir e faça suas postagens no Fórum de discussão. Bom trabalho!
a) Relate como você percebe a presença da literatura infantil nas escolas de Educação Infantil de sua cidade.
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil, gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
NIKOLAJEVA, Maria; SCOTT, Carole. Livro Ilustrado: palavras e imagens. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
SOUZA & GIROTTO. Era uma vez... uma caixa de histórias: prosa no acervo do PNBE 2014. In: PNBE na escola: literatura fora da caixa / Ministério da Educação; elaborada pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Federal de Minas Gerais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2014.

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