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A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO ALUNO LEITOR PARA A SOCIEDADE


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A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO ALUNO LEITOR PARA A SOCIEDADE
Itair Conceição Pinto [1: 	 Formado em... ]
RESUMO
Esta pesquisa traz uma reflexão sobre a importância da formação do aluno leitor para a sociedade. O objetivo deste artigo é analisar e compreender a prática da leitura como agente de mudanças no contexto social do aluno. Destaca-se uma reflexão sobre sua importância na vida das pessoas e sugerindo novas metodologias para a rotina da escola, como forma de despertar o prazer da leitura, desenvolver no aluno a conscientização dessa necessidade no dia-a-dia e incentivá-lo ao hábito de ler , sempre que possível. Acredita-se que assim, as escolas terão mais possibilidades de aplicar as atividades de leitura de forma mais dinâmica, envolvendo seu aluno nesse momento para que ele possa compreender o quanto a leitura lhe é importante e passe a usufruir de todo benefício que ela é capaz de proporcionar ao indivíduo, enquanto aluno e cidadão. Para tanto, foi feita uma pesquisa bibliográfica com autores como Kleiman (2004), Paolo e Oliveira (2003), e Zilberman (1998), entre outros, que abordam a questão da importância da formação do aluno leitor para a sociedade.
Palavras-chave: Escola. Aluno. Formação. Leitor. Leitura.
Introdução
A sociedade brasileira emerge, neste milênio como uma nação que vem discutindo e enfrentando sérios problemas de várias ordens e deverá, para ampliar e consolidar suas conquistas, buscar todos os meios para ser uma sociedade de cidadãos autônomos e críticos. 
A educação brasileira apresenta um desses problemas pela falta do hábito de ler, ou seja, em sua prática diária, as escolas não estão obtendo resultados positivos em um de seus objetivos maiores: formar alunos leitores. 
	Alunos estão se evadindo por não dominar a leitura ou encerrando os ciclos sem adquirir as habilidades necessárias e, pior ainda, sem dominar as competências das outras disciplinas da Base Nacional Comum, por não ler com fluência e não compreender o que se lê.
A prática diária de leitura precisa ser novamente incorporada à rotina escolar, para atender crianças de pré-escola, do Ensino Fundamental e Médio, regular e de jovens e adultos, como um dos recursos da língua e do aprimoramento e desenvolvimento intelectual do indivíduo, enquanto cidadão.
A escola deve ser um espaço privilegiado para a leitura e a escrita, trabalhando com o objetivo de formar leitores e automaticamente ensinar a língua, dentro de seus complexos lingüísticos. As crianças devem ver na leitura algo interessante e desafiador, uma conquista capaz de dar autonomia e independência. 
Neste contexto, o objetivo primordial deste estudo é, pois, apresentar que o domínio das habilidades específicas da leitura se traduz como um dos atributos que oferecem ao sujeito melhores chances no mercado profissional e lhe permite exercer, de forma mais abrangente e complexa, a própria cidadania.
A construção do texto final foi fundamentada nas ideias e concepções de autores como: Kleiman (2004), Paolo e Oliveira (2003), e Zilberman (1998).
Desenvolvimento
A formação do aluno leitor tem sido um dos grandes desafios das escolas nos últimos tempos.
Para que a criança entre em contato com os bens culturais, faz-se necessário o uso da leitura, pois o ato de ler abre novas perspectivas, permitindo-lhe melhor conhecimento da realidade. 
Sueli Cagneti (1996, p.18) afirma que a leitura:
[...] desenvolve a reflexão e o espírito crítico. É fonte inesgotável de assuntos para melhor compreender a si e ao mundo. Propicia o crescimento interior. Leva-nos a viver as mais diferentes emoções, possibilitando a formação de parâmetros individuais para medir e codificar nossos próprios sentimentos.
Professores e pedagogos precisam estar seriamente cientes da importância da leitura e dos livros para a vida individual, social e cultural dos sujeitos. Devendo, portanto, desempenhar sua função, com a maior seriedade possível e ainda com caráter inovador. 
Acredita-se que o desinteresse dos alunos pela leitura está associado à falta de estímulos das propostas de leitura oferecidas pelas escolas que não apresentam objetivos concretos, funções reais e contextualização com realidade do aluno.
Um dos passos para a formação do hábito da leitura na escola, tem como contribuição a prévia seleção de material que deverá ser de informação e recreação. Na leitura informativa, o texto fornecerá dados específicos para um campo de estudo, ou informação, sobre fatos da atualidade. Este ensinamento então, terá um cunho pedagógico ou normativo. A leitura recreativa não visa à aquisição imediata de conhecimentos, porém ela é necessária pedagogicamente; seu exercício possibilitará uma forma habitual de lazer, ao mesmo tempo em que desenvolverá o espírito de análise e crítica da criança. A leitura passa, assim, a ser vista como expressão cultural, tendo, portanto um cunho formativo. 
Segundo Cagneti (1996, p.26),
[...] todos gozam do mesmo direito de ler. Se realmente buscamos construir uma sociedade justa, onde todos tenham as mesmas oportunidades de crescer como ser humano, não se pode negar a ninguém, mesmo que por omissão, este direito. 
O que se observa hoje, é que o aluno tem acesso às obras literárias e aos autores, mas o que falta, é o prazer e o gosto pela leitura, a motivação e o estímulo à produção.
Para que o aluno se torne um leitor e tenha uma maior aprendizagem da língua, é necessário que o professor estabeleça uma atitude estratégica, ou seja, uma aula de leitura, o que levará aluno e professor a compreenderem a riqueza do universo ficcional. Por isso, construir um espaço cheio de opiniões críticas em busca do saber e da liberdade é tarefa e responsabilidade que todo professor deve assumir. Deve também, incluir na sala de aula, o estudo do fato histórico, da biografia, a realidade do texto, usando-os para cativar o leitor.
A leitura não deve ser avaliada através de fichas, resumos ou interpretação de perguntas e respostas, pois assim estaremos matando o gosto pela leitura. Avaliar o rendimento da leitura não é um bom critério, pois os livros não podem servir como pretexto para avaliação. 
Para Sole (1998, p.15):
Então, por que não criar e improvisar atividades prazerosas e lúdicas? Como debates, leitura critica e comparativa de jornais, trabalhos em grupos dramatização, visitas. Mas não com o objetivo de dar nota ao aluno, como resultado da leitura. Porque o importante não é o resultado, é o processo.” 
 
A leitura foi outrora considerada, simplesmente, um meio de receber mensagem importante. Hoje em dia, no entanto, todo mundo sabe que o hábito de ler é essencial para uma pessoa ser integrada socialmente e um profissional competente. Portanto, passou a ser um processo em si mesmo, como um processo mental de vários níveis, que muito contribui para o desenvolvimento do intelecto. A transformação dos símbolos gráficos em conceitos intelectuais exige grande atividade do cérebro. No momento do ato da leitura coloca-se em funcionamento um número infinito de células cerebrais. A combinação de unidades de pensamento em sentenças e estruturas mais amplas da linguagem constitui, ao mesmo tempo, um processo cognitivo de qualidade especial, que consiste em trazer à mente algo anteriormente percebida, e em antecipar, tendo por base, a compreensão de textos precedentes. 
Algumas pessoas afirmam que nunca lêem, outras que lêem de vez em quando; há os que dizem que a leitura ocupa o último lugar, pois, relacionam-se mais com as atividades culturais ou de lazer. Mas, quando assistem uma televisão, vão ao cinema, ao teatro, a shows, cantam, dançam, ouvem música, e até mesmo quando utilizam as novas tecnologias (informática), estão utilizando os recursos já adquiridos no processo de aprendizagem da leitura e os estão praticando nesses momentos. 
A leitura é um dos meios mais eficazes para o desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade e, conseqüentemente da escrita, pois quem lê muito, temvários conhecimentos e é mais capaz no momento da produção textual. Também se contrapõe sobre as grandes barreiras que a educação brasileira está enfrentando atualmente, pois favorece as práticas pedagógicas em todas as disciplinas, quando promove o desenvolvimento cognitivo do aluno e amplia seu vocabulário, dando-lhe maiores possibilidades de compreensão nos textos e atividades propostas, bem como aumenta a possibilidade de normalização ou modificação da situação pessoal do indivíduo.
Por todas essas razões e por muitas outras, que não cabe aqui enumerar todas, a leitura é uma forma exemplar de aprendizagem, também redunda na capacidade de ler como um todo, na compreensão das relações da construção, da estrutura e da interpretação do contexto.
O advento da imprensa e a expansão da indústria cultural tornaram ainda mais candentes os questionamentos sobre a leitura – questionamentos que passaram a se ligar de modo sistemático à educação formal. Assim, a leitura e a escrita vêm sendo quase sempre focalizadas como concernentes exclusivamente à escola e vistas como operações básicas, cuja pertinência seria antes da área pedagógica. 
Ao se deter para examinar a natureza das abordagens teóricas por que passaram e ainda passam a leitura e a escrita, verifica-se como os enfoques se alteram, ante as mudanças sociais, históricas e intelectuais que vêm marcando a humanidade. 
Se hoje ler e escrever são entendidos como operações essenciais em nossa sociedade – decorrendo daí o vigor das preocupações em torno do tema – no passado, no entanto, nem sempre isso ocorreu.
Alguns itens ressaltam-se com mais evidência. Por exemplo: entre grupos letrados, a leitura instaura-se como processo de natureza histórica, revelando-se ainda como um tipo de atividade integradora e imprescindível à vida social.
Diferentemente do que até a algum tempo se pensava a leitura não se constitui em ato solitário, nem em atividade monológica do indivíduo, pois, ao ler um texto ou um livro, ele interage não propriamente com o texto ou com o livro, mas com os leitores virtuais criados pelo autor e também com próprio autor. 
Leitor e leitura se constituem, pois, como elementos vitais desse jogo de interlocução contínua, a alargar indefinidamente as possibilidades de atribuição de sentidos. Assim, leitor e leitura não existem isoladamente. Ambos constituem-se, originam - se mutuamente nesse ato de produção; atuam na construção de um processo social de mão dupla, desenvolvendo um tipo de ação que se dá em espaço muito amplo, pois os inumeráveis sentidos atribuídos a um texto e, dele também absorvidos, entram em consonância com a história de vida de cada um e ainda, em consonância com o imaginário pessoal e coletivo dos indivíduos. 
Na contribuição de Orlandi (1989, p.25),
O texto passa assim a exercer uma mediação entre sujeitos tendo, pois, a incumbência de estabelecer relações plurais entre leitores reais ou virtuais, que são plurais também, já que o ato de ler só se dá verdadeiramente entre um leitor virtual, que é constituído no próprio ato da escrita e um leitor real, na medida em que esse leitor imaginário, criado pelo autor, dialoga com esse leitor real - com esse leitor que lê o texto e dele se apropria".
A partir, dessa inter-relação, institui-se a atividade fundamental de leitura; institui-se o jogo entre leitores, que são aqueles atores do processo; atores que realizam o jogo de atribuir sentido aos textos; jogo que permite enlaçar e atravessar incansavelmente os textos de sentidos diversos; jogo que se mostra como atividade social, histórica, e que só aparentemente pode ser tomada por individual, já que todo leitor sempre produz sua leitura em determinadas condições e em determinado lugar social – chamada escola. 
Nossa sociedade, hoje, precisa não só garantir a permanência do processo de interlocução que se instaura entre leitores e leituras, mas também delinear mais nitidamente os espaços em que tal atividade seja sistematicamente produzida. 
Lê-se de tudo e em toda parte: jornais, revistas, outdoors, livros, horóscopos; panfletos, receitas; lê-se nos ônibus, nas filas, ante as bancas de jornal. E quem lê são indivíduos de todas as faixas etárias e das diferentes classes sociais. 
O leitor contemporâneo e a leitura que hoje se faz, têm perfis diferentes daqueles com que idealmente a escola vem trabalhando há décadas. 
O final dos anos 80 e o início dos 90 desvendaram a existência de um outro tipo de leitor, social e individualmente diferente. 
Para Kleiman (2004, p.125):
Esse novo leitor, que lê no meio dos outros, está em perfeita osmose com seu entorno: ele não mais está só na imensidão do mundo. E seu ler, encontra-se muito bem ancorado no reconhecimento de um grupo social. Parece até mesmo que ‘a letra invadiu a vida’ e que para além dos leitores, permanecem as questões de leitura. 
E que aspecto fundamental sustenta essa atividade de ler, hoje tão disseminada por espaços diversos e pouco desenvolvida na escola? 
Certamente é o prazer de ler – força que impulsiona e mantém viva a leitura. Essa leitura, de várias naturezas, reforça sua enorme importância e necessidade, já que é sempre produzida no espaço social de uma interlocução real e virtual. 
A escola, sem dúvida, trabalha com muitas das interfaces da leitura. Há o ler, que prioritariamente se detém na busca de informação. Há o ler cuja natureza é puramente funcional. E há o ler do produto ficcional – que deveria ser fonte de grande prazer para os estudantes, mas que, ao contrário, acaba por se constituir em desagradável exercício de coerção, momento em que melhor se evidencia o autoritarismo que marca boa parte do sistema escolar. E, é nesse mesmo momento que se anulam as possibilidades de fruição da leitura. 
Leitura: obrigação ou prazer? O que fazer para que o aluno goste de ler? 
Ou ainda, como manter a curiosidade, o gosto e mesmo o fôlego para seguir em frente? Impossível reverter o quadro na adolescência e na fase adulta?
Você já deve ter ouvido estas perguntas várias vezes, pois a tarefa é realmente desafiante nos tempos modernos e fica ainda mais difícil diante da rebeldia juvenil e dos recursos tecnológicos, que despertam a atenção para tudo, menos para a leitura.
O envolvimento com a leitura é fundamental, não somente para formar leitores competentes, mas adultos que escrevam com propriedade e autonomia. 
Mas, para que se efetive o prazer da leitura é necessário oferecermos materiais adequados para que as crianças maiores e jovens descubram a riqueza do bom texto e sugerirmos temas que despertem seus interesses, de acordo com a faixa etária, como forma de motivação.
	A educadora Delia Lerner aponta algumas dicas para melhor compreender e despertar o interesse pela leitura, de acordo com a etapa de amadurecimento dos alunos: 
Na infância – literatura infantil.
As histórias infantis lhes chamam mais a atenção, pois, ainda estão conhecendo o mundo e se encantam com elas. 
Na literatura, há um universo de assuntos subjetivos, conflitos e ambigüidades que cada um tem dentro de si, mas, por usar vários personagens infantis e praticar uma linguagem mais acessível, faz com que a criança se identifique com os livros e veja nas histórias fatos de sua realidade. 
Como muito bem lembra Paolo e Oliveira (2003, p.56):
O personagem-criança no espaço-tempo de sua consciência não mais se caracteriza pelo que faz exteriormente, mas pelo que imagina, deseja, sonha, lembra atributos do seu mundo interior; não uma coisa depois a outra, mas tudo ao mesmo tempo, nas dimensões de um espaço-tempo dinâmico e relativo”. 
De nove a doze anos - mistério, amor, humor, ação.
Esse período depende muito de tudo o que ocorreu nas etapas anteriores. Se o aluno teve momentos gradativos de introdução ao universo letrado, por meio de diferentes textos e materiais, certamente essa fase será menos difícil. É quando ele começa a lhe pedir com mais insistência determinados tipos de livros. 
Na adolescência - senso críticomais apurado, maior segurança e fluência, vocabulário mais rico. Ele tem em mãos todos os pré-requisitos para criar fôlego e ir às livrarias procurar por material mais diversificado. A orientação do professor é importante, nesses momentos, devendo sempre ouvir seu aluno e fazê-lo refletir sobre suas escolhas. As opções são muitas, de uma riqueza enorme, mas, o professor deve ajudá-lo a transformar essa aquisição em algo alegre e prazeroso. 
O professor também deve lembrar sempre o seu aluno de um hábito há muito esquecido, mas extremamente saudável: o uso de bibliotecas circulantes. Incentivá-lo a procurar uma biblioteca mais próxima à sua casa e não ficar só com a de sua escola. Nada como o uso adequado desse tipo de serviço para dar ao aluno diferentes opções, incutir o dom de aluno pesquisador, ensinar-lhe responsabilidade e autonomia. Procurar, também, ler algumas coisas que os alunos tenham escolhido, pedindo-lhes emprestado alguns livros. Além do aluno se sentir valorizado, o professor terá assuntos para, de forma indireta, estar conversando com a turma. Essa é uma fase em que os pais também devem estar muito próximos a seus filhos, criar um maior diálogo. Nesse sentido, o assunto e a ilustração de um livro, são excelentes referências para essa aproximação. 
Retomar a leitura de forma saudável é uma das grandes preocupações das escolas, das famílias e da sociedade do mundo moderno. É desafio e necessidade para a vida e um futuro profissional. Isso só será feito, de forma eficiente, se o aluno encontrar nessa atividade significado, prazer e desafio. A postura e o hábito, com certeza, começam em casa, desde a mais tenra idade.
Conclusão
A questão da leitura sempre foi muito debatida nas escolas e, sempre foi legado ao fato de que as crianças não gostam de ler. Porém, nos últimos anos, a discurso mudou: os alunos não se interessam mais pela leitura - preferem os recursos da tecnologia (televisão, internet, games).
O fato é que tudo se moderniza e, a escola, fica naquele tradicional, que sempre deu certo. Assim, os alunos continuam sem aprender a ler e escrever – ambos se justificam – pois ainda não descobriram (ou não apreenderam) como gostar de ler, e, a escola sem cumprir com uma das maiores de suas funções: transformar a criança em um aluno leitor. 
As famílias também têm sua parcela de responsabilidade, pois, é constatado que muitas não oferecem momentos de leitura aos seus filhos por não ter material, outras não têm tempo e outras ainda desconhecem esta necessidade. 
As dificuldades no processo de aquisição da leitura não se limitam a esta ou aquela região, ou nos setores mais pobres; é geral, e em todas as camadas sociais, pois a escola ainda considera que o objeto de ensino não é a leitura e a escrita, mas a língua. Quando se concede que o tema é a língua, os conteúdos são prioridades – principalmente a gramática e a ortografia. Mas, se o objeto fundamental são as práticas de leitura e escrita, a língua passa a ser incluída em âmbito maior - automaticamente.
A formação de leitores é uma tarefa para a vida toda. Não se nascem leitores. Ler não é um simples fato biológico. Apesar de envolver visão, neurônios e outros aspectos fisiológicos é um ato eminentemente cultural; é produção de significados. Por isso é preciso opções, mobilizações e ações de todos os setores, além de recursos que vão dos materiais aos saberes e competências diversas e especializadas na tarefa de formar alunos leitores. 
A construção do processo de leitura e a formação do leitor autônomo se dão através dos movimentos dinâmicos e permanentes, envolvendo, além dos próprios leitores, autoridades, famílias, instituições culturais como bibliotecas, casas de culturas, escritores, livreiros, editores, educadores, agentes culturais e inúmeros outros mediadores. 
È preciso que família e escola trabalhem em conjunto; que os pais se debrucem para buscar tempo e material para incentivar e auxiliar seus filhos nos momentos de leitura; que a escola se veja de forma integrada, deixando de lado os saberes fragmentados, parcelados e compartimentados e busque desenvolver pedagogicamente a interdisciplinaridade dos conteúdos, contextualizando-os á vida do aluno. 
É necessário que se peçam livros emprestados à escola ou na biblioteca; leia em voz alta para as crianças, porque as ajuda a aprenderem a linguagem literária e a apreciar os livros e as leituras dos mesmos; falar sobre livros, ler juntos e tornar a leitura numa atividade de prazer e diversão.
REFERÊNCIAS
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BAMBERGER, R. Como Incentivar o Hábito da Leitura. São Paulo : Cultrix, 1975.
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Paulo: Global, 1985.
LACAN, Jacques. A Instância da Letra no Inconsciente. In: Escritos. São Paulo, Perspectiva, 1978. p.234.
KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria & prática. 10. ed. Campinas, SP: Pontes, 
2004.
LERNER, Delia. Dicas para melhor compreender e despertar o interesse pela leitura. Disponível em mferrari@abril.com.br . [Acesso em 15-10-14].
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PALO, Maria José.; D.OLIVEIRA, Maria Rosa. Literatura Infantil: Voz de Criança. São Paulo: Ática, 2003.
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SOLÉ, Isabel.  Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.
VILLARDI, R. Ensinando a gostar de ler e formando leitores para a vida inteira. Rio de Janeiro, Dunya, 1997. p.5
ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. Porto Alegre: Global, 1998.
______. Leitura em Crise na Escola: Alternativas do Professor. Porto Alegre:Mercado Aberto, 1982.