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História do Direito - Id. Média - Direito Canônico

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IDADE MÉDIA: Os Direitos desse período, em especial o Direito Canônico
Edney Ferreira Pereira 
RESUMO
O espaço de tempo compreendido entre a queda do Império Romano Ocidental e a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, é denominado Idade Média, durante esse período ocorreram diversas mudanças de cunho político, cultural, social, etc., e o Direito acompanhou-as de tal modo, que nota-se a sua presença em todas as etapas dessa época da histórica. Foi nesse período também, que a Igreja Católica firmou-se definitivamente, passando a ter grande importância e controle sobre diversas áreas, como a religiosa e a jurídica. 
Palavras-Chave: Idade Média; Direito; Igreja
INTRODUÇÃO
A Idade Média inicia-se com a queda do Império Romano do Ocidente, que se deu por meio das Invasões Bárbaras, nesse período várias mudanças ocorreram causando diversas alterações nessas duas sociedades. 
Com sua enorme extensão, o que tornava praticamente impossível o completo resguardo de suas fronteiras, e fragilizado pela sua divisão em dois governos distintos, do Oriente e do Ocidente, a invasão das tribos germânicas só terminou por consolidando a queda do já decadente Império Romano. Segundo Castro (2014), essas tribos invasoras, acabaram formando reinos ou simplesmente se espalhando pelo território, o que culminou em alterações na dinâmica social não só dos germânicos, mas também dos romanos.
O Direito, como um objeto mutável que é, acompanhou essas transformações ocorridas na Idade Média, sendo compreendido, nesse período, em Direito romano, germânico e canônico.
2. DIREITO ROMANO
O Direito Romano, assim como o Império Romano, sempre se demonstrou forte, se tornando ao longo desse período, um dos mais importantes sistemas jurídicos criados, influenciando diversas culturas.
Para Luís Carlos de Azevedo (2013), o Direito Romano, norteado pela máxima “viver uma vida honesta, não machucar ao outro e dar a cada um, o que lhe é devido”, distinguia-se radicalmente do Canônico, por estar preso a um sistema de ações, onde a cada direito correspondia uma ação para assegurá-lo.
O pragmatismo romano encontrou no Direito um centro inesgotável para desenvolver-se dentro dos parâmetros que eles mesmos consideravam como essenciais.
Assim, Castro (2014) relata que diante de sua complexidade e força, o Direito Romano não poderia deixar de ser utilizado durante a idade média, visto que em razão da grande diferença existente entre este direito e o dos invasores, a imposição do direito destes últimos sobre a população romana, se tornaria impossível.
3. DIREITO GERMÂNICO
Diferente do Direito Romano, o Direito Germânico era fundado exclusivamente no costume, não era escrito, ou seja, não trazia leis ou documentos, consequentimente, era oral e muito influenciado por esta oralidade.
O direito dos povos germânicos era basicamente consuetudinário (até por não serem escritos) e, como o termo germânico engloba uma série de povos com costumes semelhantes, porém, não iguais, é forçoso falar em direitos germânicos, pois cada tribo tinha a sua própria tradição. (CASTRO, 2014, p.128)
Após a invasão desses povos, algumas tribos formaram reinos e com o contato que eles tiveram com os restos do extinto Império Romano, “os chefes dos clãs sentiram a necessidade de aproveitar o espólio cultural de Roma, em especial o acervo representado por seu notável ordenamento jurídico” (AZEVEDO, 2013, p.85), assim surgiram mudanças no Direito Germânico, como as leis populares, onde o direito costumeiro ainda presente passou a ser influenciado por normas do Direito Romano. 
Assim como o Direito Germânico, inicialmente o Direito Canônico não era escrito, sendo um direito interno, aplicado somente aos religiosos, porém, com a expansão do cristianismo, este direito se difundiu, passou a ter normas escritas e consequentimente, importância geral. Ele teve grande valor no desenvolvimento do direito europeu ocidental, visto que foi, durante a maior parte da Idade Média, o único direito escrito.
4. DIREITO CANÔNICO
O Direito Canônico ou Direito da Igreja Católica, vem ser chamado dessa forma, conforme expressa a autora Flávia L. Castro (2014), em razão do termo grego “cânon”, que significa regra. Ele constitui o conjunto de normas jurídicas, que partindo sempre da inspiração divina, têm origens tanto divinal, quanto humana, reconhecidas ou promulgadas por autoridade da Igreja Católica, que determina a sua organização e atuação. (AZEVEDO, 2013)
Entre os séculos VIII e XV, a Igreja em seu caráter universal, possuía um domínio quase absoluto sobre o campo religioso, visto que com a queda do Império Romano, o cristianismo foi se expandindo gradativamente e alcançando assim, grandes proporções. Esses fatores deram ao Direito da Igreja Católica, um caráter unitário que nenhuma outra instituição poderia oferecer nesse período. (CASTRO, 2014)
Esse direito foi importantíssimo durante a Idade Média, muito por causa da própria importância da Igreja, muito por ser escrito. O fato de ser escrito dava a esse direito primazia em muitos locais da Europa, visto que a oralidade imperava em um período de analfabetos. (CASTRO, 2014, p. 132)
O fato de ser escrito era por si uma vantagem, e por ser também, unificado pela Igreja Católica, o Direito Canônico cresceu junto com a mesma, durante o período medieval, assim, passou a abranger áreas que inicialmente não lhe dizia respeito, tendo suas decisões, o mesmo valor que de uma decisão de um julgamento laico. Castro (2014, p.133), afirma que “conforme o poder laico enfraquecia pelo declínio do poder real por causa do feudalismo, a jurisdição eclesiástica aumentava seu poder jurisdicional, mesmo relativo a leigos.”
Após o século X, além dos privilégios já conquistados, os tribunais eclesiásticos passaram a ter jurisdição sobre questões envolvendo os Cruzados, Universidades e as pessoas miseráveis, como viúvas e órfãos. Além disso, as outras pessoas também poderiam ser julgadas por esse tribunal, nos casos de infração contra a religião, adultério, juros altos, etc.
4.1 O Direito Canônico na atualidade
O direito canônico, em razão de suas características e grande importância foi estudado, comentado, tornando-se objeto de trabalhos doutrinais e, dessa forma, chegou, inclusive, a influenciar direitos dos nossos dias.
Foi o papa João Paulo II que, em janeiro de 1983, revisou e promulgou as diretrizes do Direito Canônico que hoje, é vigente no mundo católico. A nova Constituição Apostólica substituiu a que havia sido promulgada pelo papa Bento XV em 1917. (JUNIOR, 2017, on-line)
De forma geral, o direito Canônico é semelhante ao modelo legislativo e judicial vigente no Ocidente, porém não é idêntico, uma vez que suas leis são feitas no âmbito religioso, ou seja, são feitas pela Igreja e para a Igreja.
CONCLUSÃO
A Idade Média, mesmo sendo um período considerado por muitos como obscuro, não se resume a isso, visto que, se colocada sob outra perspectiva, mais coerente e despida de preconceitos, é possível notar que ela também trouxe grandes inovações, como a criação das primeiras universidades, que eram a princípio ligadas a Igreja. Assim pode-se dizer que essa fase representou um marco na história, inclusive do Direto, uma vez que muito do que foi instituído e utilizado durante essa época, ainda influencia as jurisdições atuais.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Luiz Carlos de. Introdução à História do Direito. 4. ed. Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais, 2013. 
CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito: Geral e Brasil. São Paulo: Lumen Júris, 2014.
JUNIOR, Antonio Gasparetto. Direito Canônico, obtido via internet: http://www.infoescola.com.br/direito/direito-canonico, Acesso em mar. 2017.

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