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INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - LEI ESPECIAL

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INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
LEI 9.296/96
PROF. RAPHAEL URBANETTO PERES
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Artigo 5º, inciso XII, da CF / 88;
Quatro sigilos:
Sigilo das CORRESPONDÊNCIAS;
Sigilo das comunicações TELEGRÁFICAS;
Sigilo das comunicações de DADOS;
Sigilo das comunicações TELEFÔNICAS; 
REQUISITOS CONSTITUCIONAIS
Para que o sigilo possa ser quebrado, a CF exige alguns requisitos:
1º autorização judicial;
2º que a interceptação seja conduzida na forma e hipóteses previstas em lei;
3º para fim de investigação criminal ou instrução processual penal;
QUESTÕES DE CONCURSO
Atos de Improbidade comportam interceptação telefônica?
Investigação de Paternidade comporta interceptação telefônica?
QUESTÃO DE CONCURSO
A lei é 9296/96, antes de 1996, como ocorria a interceptação?
 ANTES de 1996 as interceptações eram fundamentadas no art. 57, inciso II, do Código Brasileiro das Telecomunicações;
TODAS as interceptações realizadas antes de 1996, autorizadas naqueles moldes, foram declaras ILÍCITAS pelo STF e STJ, sendo anuladas (STF – H.C 72.588 / STJ 225.450/RJ)
FORMAS DE INTERCEPTAÇÃO
1º INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA:
É a captação de conversa telefônica realizada por terceiro SEM o conhecimento por parte dos interlocutores;
2º ESCUTA TELEFÔNICA:
É a captação de conversa telefônica realizada por terceiro COM conhecimento de um dos interlocutores
3º GRAVAÇÃO CLANDESTINA:
É a captação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem consentimento do outro;
CURIOSIDADE:
Das três hipóteses elencadas acima, o STF entende que apenas a INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA e a ESCUTA TELEFÔNICA se submetem ao regime da Lei 9296/96.
As demais formas poderão ser captadas, mesmo sem autorização judicial (PROVA LÍCITA), porém se afrontarem à intimidade e a vida privada do interceptado, a prova poderá ser considerada ILÍCITA;
QUESTÃO DE CONCURSO
AS PROVAS ILÍCITAS E AS DERIVADAS DAS ILÍCITAS PODEM SER UTILIZADAS EM PROCESSO PENAL?
GRAVAÇÃO AMBIENTAL:
Realizada em ambiente aberto, capta o áudio do ambiente.
Se for realizada pela polícia para obter a confissão do acusado, será válida?  STF: considerou prova ILÍCITA, pois caracteriza interrogatório clandestino, realizado fora dos padrões definidos em lei (STF – HC 80.949/RJ)
INTERCEPTAÇÃO DE CONVERSA ADVOGADO E CLIENTE:
Será sempre prova ilícita pois é legalmente vedado pelo Estatuto da OAB – Sigilo Profissional (STJ – HC 59.967);
Quando o advogado for investigado  caso em que é LÍCITA a interceptação, pois não esta sendo interceptado o advogado, mas sim o suposto criminoso;
Artigo 1º, caput, da Lei de Interceptações:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.
JUIZ COMPETENTE PARA AUTORIZAR A INTERCEPTAÇÃO;
CRIMES PUNIDOS COM PENA DE RECLUSÃO;
SEGREDO DE JUSTIÇA;
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL OU INSTRUÇÃO PROCESSUAL PENAL;
NATUREZA DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
Medida cautelar preparatória: investigação criminal;
Medida cautelar incidental: decretada no curso da instrução processual penal;
ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA E VALIDADE DA PROVA OBTIDA
 Questão de concurso público;
Modificação posterior da competência ou declinação de competência – ex. crime investigado na justiça estadual e posteriormente descobre-se que o mesmo é de competência federal, sendo que a interceptação foi colhida pelo juiz estadual;
Prova lícita, pois o juiz estadual, à época da interceptação era o juiz competente para autorização do ato;
CPI (COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO)
PODE AUTORIZAR INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA?
NÃO, pois a lei determina que somente autoridade judicial – Princípio da Reserva de Jurisdição;
PODE AUTORIZAR QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO?
 SIM, poderá requerer à operadora a relação das ligações efetuadas e recebidas, mesmo sem autorização judicial;
ADVOGADO E O ACESSO AS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS:
 STF: o advogado sempre terá acesso ao I.P., sendo que se houver interceptações já transcritas e juntadas ao I.P., não poderá ser negado acesso do advogado aos autos do I.P;
Contudo, este não terá acesso as interceptações que estão em andamento, ou pedidos, ou as que ainda serão realizadas; 
SÚMULA VINCULANTE 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO:
Consiste em requisitar junto à operadora de telefonia a relação das chamadas efetuadas e recebidas por um determinado número (chip);
A quebra de sigilo telefônico NÃO se submete à Lei 9296/96;
Necessita de autorização judicial para ter acesso ao sigilo telefônico?
SIM, pois viola a intimidade e a vida privada do investigado;
CURIOSIDADE:
Celular apreendido em operação de rotina, polícia acessa os dados do telefone, chamadas, whats app, mensagens, está prova é ilícita por não conter autorização judicial?
 STJ: não configura interceptação telefônica e nem quebra de sigilo, a polícia poderá ter acesso ao sigilo, não havendo ilicitude da prova; A lei é 9296/96, antes de 1996, como ocorria a interceptação? A lei é 9296/96, antes de 1996, como ocorria a interceptação?
SISTEMA DE TELEMÁTICA:
Telefonia vinculada à informática;
Interceptação de conversas realizadas pelo sistema de telemática (informática), pode? É constitucional?
 Sim, é constitucional! ADI 1488 – referente ao § único do art. 1º da Lei 9.296/96;
PRISÃO EM FLAGRANTE DE QUEM ESTA SENDO GRAMPEADO:
É valida a prisão em flagrante decorrente do monitoramento por interceptação telefônica?
Ex. polícia está monitorando o traficante e descobre que haverá entrega de drogas, vai ao local e prende em flagrante;
 STJ: flagrante esperado e não flagrante preprado ou prorrogado, motivo pelo qual é válida a prisão;
ART. 2º DA LEI 9296/96
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
QUESTÃO DE CONCURSO:
Se durante a investigação sobre um acusado, forem descobertos outros crimes ou coautores do crime?
 Conhecida por DESCOBERTA FORTUITA, é prova válida, desde que haja ligação entre os envolvidos ou crimes descobertos.
Art. 3º Lei 9296/96
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
QUESTÃO DE CONCURSO:
Juiz decretar a interceptação de ofício, posicionamentos:
 Luiz Flávio Gomes: inconstitucional, viola o Devido Processo Legal, imparcialidade do Juiz, e o Princípio do Acusatório;
Paulo Rangel: em fase de inquérito considera inconstitucional, porém em fase processual entende ser constitucional;
 
QUESTÃO DE CONCURSO:
Se houver indeferimento por parte do Juiz Competente da produção de prova por meio da interceptação telefônica?
 Caberá Mandado de Segurança.
Se houver interceptação sem conduto respeitar os preceitos legais? 
 Ilegalidade e Abuso de Poder: Habeas Corpus (repressivo ou preventivo).
Art. 4º da Lei 9296/96
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente,
o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5º da Lei 9296/96
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
 a renovação de 15 dias poderá ocorrer quantas vezes forem necessárias, desde que o pedido de renovação seja fundamentado;
Art. 6º da Lei 9296/96
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição.
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério Público.
CURIOSIDADES:
MP pode requerer a interceptação e realizar o procedimento de interceptação?
 STJ: é prova válida.
PRF pode conduzir interceptação telefônica?
STJ: é prova válida – fundamento art. 1º, inciso X, do Decreto 1.655/95.
Art. 8º da Lei 9296/96
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.
 no caso de IP, no relatório / no caso de processo, antes da sentença / instrução.
Art. 10 da Lei 9296/96
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

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