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Bacilos Gram-negativos não fermentadores

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Transcrição de Aula Bacilos Gram-negativas Não Fermentadoras 
 
Hoje a gente vai falar sobre bacilos gram-negativos não fermentadores. Quando a 
gente começa a estudar esses bacilos, a gente não pode esquecer que eles não fazem parte da 
família Enterobacteriaceae. Se são bacilos não-fermentadores é porque oxidam, e se oxidam é 
porque precisam de oxigênio. Se precisam de oxigênio, elas são aeróbias. Então a gente parou 
de estudar a Família Enterobacteriaceae, que são anaeróbias facultativas, para estudar 
bactérias que são aeróbias restritas. Quando Kesia mostrou na pratica aquele teste para saber 
se as bactérias são aeróbias, aeróbias facultativas, microaerófilas ou anaeróbias, vocês viram 
que cada resultado do teste indica cada uma dessas condições. Nesse caso, como são aeróbias 
restritas, esses bacilos crescerão na superfície do meio, que é líquido, região em maior contato 
com o ar, e, portanto, mais oxigenado. Se elas precisam de oxigênio, era de se esperar que 
todas elas tivessem resultados positivos naquela reação, que serve para diferenciar os 
oxidantes dos fermentadores, que é a citocromo oxidase. Mesmo que dê uma prova negativa 
na bancada para citocromo oxidase, não necessariamente significa que eles não têm o sistema 
citocromo, que é tão importante para as bactérias aeróbias. Na prova de citocromo oxidase é 
necessário que a bactéria mostre na bancada o poder extremamente oxidante no reativo que 
nós usamos, que é o parafenilenodiamino, indicando a presença do citocromo A3. Aí, era de se 
esperar que todos os gêneros desse grupo de bactérias não fermentadoras fosse Citocromo 
Oxidase positiva, mas isso não acontece. Isso não quer dizer que eles não tenham sistema 
citocromo, que eles não tenham aquela cadeia transportadora de elétrons, não gere água e 
que não tenham ATP ao final de todo o processo. Quer dizer que ele não tem aquele 
citocromo A3 responsável pela oxidação do reagente. 
Como é que a gente descobre, na bancada, que a gente está lidando com um bacilo 
gram-negativo não-fermentador? Até agora a gente não vai falar de gênero, vamos falar de 
grupo. O primeiro de tudo é fazendo a coloração de Gram e o semeio em um meio de cultura 
onde cresce tudo e onde só cresce gram-negativo. No meio de crescimento seletivo para gram-
negativo, é de se esperar que eles cresçam bastante. Os meios seletivos para gram-negativos 
são direcionados para bactérias que são oriundas do TGI, devido à presença de sais biliares, 
então elas podem crescer inibidas, mesmo sendo gram-negativos. Muitos desses bacilos gram-
negativo não-fermentadores são ditos como fastidiosos, são mais exigentes em relação aos 
substratos oferecidos nos meios. Quando é semeado, muitas vezes muitos deles nem 
aparecem, e quando aparecem são colônias tão pequenas que parecem poeira. Se não olhar 
com a lupa e a luz, provavelmente vai achar que é uma bactéria gram-positiva, daí a 
importância de fazer a coloração de Gram. Em qualquer momento de dúvida, refaz o Gram 
com a colônia isolada, principalmente para saber se a colônia está pura e se direcionar na 
prova bioquímica ou do grupo de provas bioquímicas que vai ser utilizado. 
Então, a primeira coisa que a gente faz quando se depara com esse grupo aí, é saber 
realmente se ele é não fermentador. Nós só sabemos isso por que, já no protocolo, que 
quando nos deparamos com Gram-negativo, devemos fazer o isolamento em meio seletivo 
para Gram-negativo e fazer os 6 testes bioquímicos (TSI, Ureia, SIM, Citrato de Sódio, 
Fenilalanina Desaminase, Descarboxilases). Se na leitura de 24h aparecer um TSI 
Alcalino/Alcalino (lembrando da espessura da base e da inclinação do tubo, se não sempre vai 
dar alcalino/alcalino, independentemente se a bactéria for a mais fermentadora de todas), isso 
já vai dar indícios de que você está trabalhando com uma bacilo Gram-negativo não-
fermentador. Sendo assim, visualmente, o tubo vai ficar todo cor-de-rosa. A citocromo-oxidase 
positiva e a incapacidade de crescer em MacConkey são duas provas que não servem para a 
gente diferenciar o grupo não-fermentador, mas para diferenciar os gêneros entre si. Por 
exemplo, Pseudomonas cresce em MacConkey, aparece com um pigmento marrom 
(piocianina), que é hidrofílico, então eles vão permear sob o meio e muda a coloração; e nem 
todos são citocromo-oxidase positiva, só aqueles que possui o Citocromo A3 e isso é muito 
importante por que vamos começar a separar os gêneros entre si. Uma coisa importante que 
não tem nos livros, mas que vocês verão na prática é que muitos dos gêneros Gram-negativos 
não-fermentadores são coloridos. As Pseudomonas são verde-cana, as Xantomonas são 
amarelas, etc. Então, de cara, no isolamento em Ágar Sangue e no MacConkey, vocês já vão se 
deparar com colônias que tem coloração, diferente daquelas da família Enterobacteriaceae 
que só tem duas que são coloridas. Esses pigmentos existem, são sintetizados para defender o 
grupo bacteriano de alguma agressão. No caso das Pseudomonas, a piocianina tem um 
grupamento que é extremamente letal para as células eucarióticas; então ela no solo ou na 
água convive muito bem com as outras bactérias que produzem enzimas, substancias 
oxidantes, mas quando ela toma lugar numa infecção é um caso gravíssimo. Todas as bactérias 
desse grupo que causam infecções hospitalares são infecções graves por que elas não têm um 
poder patogênico, mas elas têm fatores de virulência, uma série de enzimas que se ativadas 
vão colocar em prática todo esse arsenal metabólico com um poder invasor muito grande, 
tornando difícil o tratamento da infecção. 
A oxidase é importante nesse sentido, de você sair separando os grupos bacterianos. 
Pseudomonas aeruginosa é oxidase positiva. Vamos supor que você esteja lidando com duas 
bactérias que tenham a mesma cor de colônia, como é o caso do Acinetobacter e do 
Alcaligenes que tem uma coloração cinza, você vai separar pela citocromo-oxidase. Se tiver 
Alcalineges e Pseudomonas, pela coloração e pela origem do espécime você já separa. O odor 
também ajuda nessa diferenciação de gênero. Existem características marcantes entre os 
microorganismos, então quando há uma secreção, essa secreção já toma a coloração da 
colônia. Então retomando, a prova da citocromo oxidase vai diferencias as bactérias desse 
grupo. O sufixo “monas” significa grupo de bacilos que possui flagelo. 
Quando a gente relaciona esse grupo bacteriano com o da Família Enterobacteriaceae, 
a gente vê que epidemiologicamente falando ele não é tão comum de ser encontrado como 
uma Shigella, Salmonella, Enterobacter. Essas são as mais prevalentes (marcado de vermelho 
no slide que não é o mesmo que eu tenho). 
Quais são os métodos de identificação? Se você estiver em um laboratório de alta 
demanda, mais de 100 exames por dia, aí o método indicado é o automatizado, por que não 
tem como fazer tudo isso manualmente, e as vezes não é possível contratar tantos 
profissionais para fazer os testes. Isso não é específico para esse grupo de bactérias, mas para 
todas que tem importância epidemiológica, que aparece em isolamentos em grande 
quantidade. Nos métodos automatizados, vem cartelas com substratos, que dão reações e a 
máquina faz uma leitura em percentual de similaridade com o banco de dados que já existe 
nos equipamentos. Nesses, só servem para aquele grupo bacteriano específico para aquela 
cartela. Uma exceção é que se houver uma bactéria rara no isolamento, o equipamento vai dar 
erro, com grau de similaridade abaixo de 50%, que não pode ser liberado. 
O método automatizado foi criado com base nos métodos comerciais. Nos métodos 
comerciais, vêm cartelas estéreis com substrato liofilizado. Então, a única coisa que é preciso é 
que tenha solução salina e uma colônia bem isolada. Daí você vai pegar essa colônia e colocar 
na solução salina, ou mesmo na solução tampão que vem em alguns kits, numa quantidade 
que écalibrada através do espectofotômetro. Depois de ter a absorbância correta para 
realização do teste, você vai colocar a quantidade adequada de suspensão bacteriana nos 
pocinhos das cartelas, para que aquele substrato que está liofilizado possa ser hidratado e ao 
mesmo tempo tenha contato com a bactéria. Isso você encuba e lê com 24h através de 
mudanças de coloração. Nessas cartelas vêm uma série de substratos que vai lhe dar como 
reação positiva ou negativa um número, e esse número vai corresponder a um banco de dados 
que vai lhe dizer quem é a bactéria ao qual os resultados daqueles testes condizem. Ele é 
indicado para laboratório que não tem uma demanda muito grande, porque para realizar os 
testes bioquímicos manualmente você requer tubos, placas, meios diversos para cada teste, 
tem o prazo de validade dos meios. Os testes manuais são para os laboratórios que tem um 
aporte maior, mas que não tem tantos recursos para comprar os equipamentos, que são as 
provas bioquímicas que nós fazemos nas aulas com vocês. A LEITURA DA LISINA VAI SER 
MUITO IMPORTATE PARA A GENTE SEPARARA ALGUNS GÊNEROS, JUNTAMENTE COM A 
CITOCROMO OXIDASE. 
Quem são esses gram-negativos não-fermentadores? Quando a gente fala de 
Pseudomonas aeruginosa aí dizem “eita, extremamente patogênica”, mas a gente vê que elas 
só demonstram essa patogenicidade toda, quando o organismo está imunodeprimido. Então 
eu não posso dizer que Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria que tem alto poder de 
virulência. Esses bacilos gram-negativos não-fermentadores são aeróbios estritos, não 
esporulam, não utilizam carboidratos com fonte de energia através do processo fermentativo, 
mas sim por via oxidativa, tem baixa incidência em amostras ambulatoriais, contudo em 
amostras de pacientes de UTI com recidiva de infecções é mais comum, são resistentes a 
vários antibióticos, a maioria apresenta baixo grau de virulência por que a maior parte dessas 
bactérias não estão no corpo humano (localizam-se mais em plantas, solo, água) e por isso 
ocorrem principalmente em pacientes imunodeprimidos, são responsáveis por infecções 
nosocomiais, principalmente nas septicemias, pneumonias, artrite séptica e feridas pós-
operatória. Quando esse grupo se aproveita da baixa imunidade dos pacientes que estão 
hospitalizados, ele causa infecções gravíssimas como septicemias, meningite, bacteremia, etc., 
porque tem enzimas, fatores de virulência que conseguem ultrapassar as barreiras que são 
resistentes no nosso corpo e ganhar a corrente sanguínea. 
Quais são os testes utilizados na identificação dos BGNNF? 
Prova de Fermentação/Oxidação 
Nessa prova eu sempre faço uma analogia com o TSI. O TSi foi formulado para a gente 
utilizar ou estudar a fermentação. Por isso que os microorganismos que são oxidantes dão 
reação negativa, justamente por que a fermentação é vista através da mudança de coloração 
para amarelo. Como eles não são fermentadores, são oxidantes, vocês observam uma reação 
alcalina que é oriunda da utilização das peptonas, ficando na cor rosa. Já o meio que foi 
idealizado por Hugh e Leifson vocês poderão observar tanto a fermentação como a oxidação 
porque ele modificou as quantidades de carboidratos e de peptonas, ou seja, entre a fonte de 
nitrogênio e a fonte de carbono. Eles aumentaram a fonte de carbono para que fornecesse 
condições às bactérias que fossem oxidantes (de glicose, sacarose) fazerem isso, e diminuíram 
a fonte de nitrogênio. Esse meio foi feito primeiramente com glicose mas existem umas chaves 
de microorganismo nesse grupo que não necessariamente utilizam a glicose, podem utilizar 
carboidratos que não são comumente testados nas análises como arabinose, e aí você pode 
substituir nesse meio para fazer esse teste. Esse aumento de carboidrato foi idealizado para 
que o teste mostrasse a sua utilização, mesmo em micro-organismos que oxidam, coisa que a 
gente não vê no TSI. Se no TSI Alcalino/Alcalino tivesse como ver que o micro-organismo 
utilizou a fonte de glicose, ficaria amarelo, mas a gente não vê, então tem a necessidade de 
realizar esse teste. Eles modificaram o substrato, modificou também o indicador de pH, já que, 
por saberem que estavam lidando com micro-organismos que oxidam carboidratos, iriam 
produzir ácidos mais fracos do que aqueles produzidos através da fermentação. No TSI o 
indicador de pH é o Vermelho de Fenol e no Meio de Hugh e Leifson é o Azul de Bromotimol. 
Para saber se esse micro-organismo utiliza a fonte de carbono mesmo na ausência de oxigênio 
eles propuseram vedar o tubo de ensaio com parafina ou com óleo mineral, e isso bloqueia a 
difusão do oxigênio através do meio de cultura. Se ele veda e, mesmo assim, o micro-
organismo em questão utiliza da fonte de carbono é porque ou é anaeróbio facultativo ou 
anaeróbio restrito. Então eles conseguiram separar os micro-organismos que são realmente 
fermentadores dos oxidantes. Mas, depois de um tempo, eles descobriram que existia um 
grupo de bactérias denominadas não-sacarolíticas. Lembra que a ideia principal era utilizar a 
glicose? Mas quando eles inocularam uma determinada bactéria no meio, ela não cresceu e aí 
denominaram não-sacarolíticas porque utilizam fontes mais complexas, diferentes da glicose. 
Aí, quando coloca fontes de carbono nada a ver com glicose, elas vão e degradam, isso porque 
são bactérias adaptadas ao meio ambiente e nem sempre no meio ambiente elas encontram a 
molécula de glicose disponível e daí precisam degradar fontes bem mais complexas para 
utilizar a glicose. Não é que não utilizam glicose, eles utilizam, mas a busca por essa glicose 
vem de carboidratos complexos, como amido, celulose. A partir disso eles viram que poderia 
ter tipos diferentes de reações químicas e visualizações. 
Toda vez que forem preparar o meio de cultivo, deve inocular com o tubo aberto, sem 
a parafina ou o óleo mineral, ou seja, o meio vai estar em contato com o ar. Deve-se inocular 2 
tubos, um deixa aberto e o outro, após a inoculação, fecha com a parafina. O azul de 
bromotimol, no momento da inoculação, irá estar no pH próximo da neutralidade, que confere 
uma coloração verde ao meio. Se o micro-organismo oxida ou fermenta a fonte de carbono, 
que não será neutralizado pela utilização das peptonas presentes no meio, necessário para o 
crescimento do micro-organismo, o meio vai ficar ácido e, portanto, amarelo devido ao 
indicador de pH. Mas ainda tem aqueles que não utilizam de jeito nenhum a fonte de carbono, 
mas pode utilizar a fonte de nitrogênio, e aí, nessa situação, pode-se observar uma coloração 
azul, ou ainda não utilizar nada ou muito pouco da fonte de nitrogênio, e o meio continuar 
verde. Uma dica para não confundir é lembrar da Prova do Citrato, que utiliza o mesmo 
indicador de pH, e quando utilizado o citrato há uma baixa do pH, mas logo esse pH sobe 
devido a utilização do fosfato de amônio liberando grupamentos amina, alcalinizando o meio, 
que fica azul. 
Tudo isso na parte de cima do segundo tubo é parafina. Na parte de 
baixo houve a formação de bolhas. Isso é uma reação positiva de tubo fechado 
onde foi utilizado a fonte de carbono e que acidificou o meio. Que tipo de micro-
organismo é esse? Anaeróbio facultativo, pois formou ácido também me tubo 
aberto. Ele fermentou, formou gás, só não sabemos que tipo de gás é esse pois 
não há indicador para formação de Gás Sulfídrico, por exemplo. 
Nesse caso ele não cresceu em tubo aberto, só no tubo que tem 
parafina. Ou seja, só houve crescimento no tubo em condições de anaerobiose 
promovida pela parafina no fechamento do tubo. No tubo aberto não cresceu 
nada. Isso indica que são anaeróbios restritos, fermentadores da fonte de 
carbono. 
Nesse caso, não houve crescimento no tubo fechado com parafina, 
apenas no tubo aberto, inclusive com produção de gás. Então ele é aeróbio. Esse 
grupo de bactérias demonstradas nesse par de tubos sãoos Gram-negativos 
não-fermentadores. 
 
 
Nesses tubos não houve mudança de coloração. É característico do 
grupo de micro-organismo não-sacarolítico. Os tubos poderiam estar azuis 
também, e indicariam a mesma coisa, diferindo apenas na coloração, que indica 
que houve a utilização da fonte de nitrogênio. 
 
Se eu perguntar “Quais são as diferenças marcantes entre o meio de Hugh e Leifson e 
o TSI?” É a alteração da relação entre as fontes de carbono e nitrogênio, onde no meio de 
Hugh e Leifson vai estar aumentada a fonte de carbono e diminuída a fonte de nitrogênio; a 
utilização de vedação dos tubos com parafina/óleo mineral; a modificação do indicador de pH 
que no TSI é o vermelho de fenol e no meio de Hugh e Leifson é o azul de bromotimol; e o 
meio de Hugh e Leifson não utiliza apenas os 3 carboidratos que são utilizados no TSI, ele pode 
utilizar outras fontes diferentes desses açúcares. 
 
Citocromo Oxidase 
 A prova para detecção da citocromo oxidase é 
idêntica à que é utilizada nos testes com a família 
Enterobacteriaceae, que é negativa para esse teste. Quando 
dá negativa, vocês têm que prestar atenção na forma da 
colônia e no isolamento em MacConkey, porquê, quando ser 
ausente, vocês terão dois caminhos: poderá ser um membro 
da família Enterobacteriaceae ou poderá ser algum gênero 
do grupo de BGNNF, por que nem todos os BGNNF são 
citocromo oxidase positivo. Vocês terão que prestar atenção 
também na placa de isolamento, se a colônia tem coloração. Por exemplo, você pode se 
deparar com um Acinetobacter: cresceu no MacConkey, mas aí no TSI deu Alcalino/Alcalino. Aí 
você já faz a citocromo oxidase, que dá negativa. Daí você já mata a charada dizendo que não 
se trata de ser da família Enterobacteriaceae, é um membro do grupo de BGNNF por conta do 
TSI Alcalino/Alcalino, mas ele não tem reação positiva para citocromo oxidase. Já está mais do 
que sabido que essa prova pode ser feita em fita, em swab, em disco, que a solução é de 
cloridrato de parafenilenodiamina à 0,5%. Essas fitas ou discos podem ficar oxidadas com o 
tempo ou mesmo, ficam cinzas, escuras, o que invalida o teste porquê você não vai ter como 
saber se houve ou não positividade do teste, já que ela já está oxidada pelo ar e não pela 
bactéria. 
Para os BGNNF o número de provas bioquímicas é bem mais reduzido do que as provas 
para as bactérias da família Enterobacteriaceae, já que há mais de um teste por tubo, como o 
SIM ou TSI por exemplo. Quando você descobre que é um BGNNF existem provas já 
direcionadas, mas a gente não pode esquecer que aqueles 6 tubos já foram feitos e que eles 
servem para alguma coisa, principalmente o TSI, o citrato de sódio, a ureia, mas que para 
fechar o diagnóstico, você terá que fazer a citocromo oxidase e vai ter que fazer algumas 
provas que caracterizam esse poder invasor que são gelatinase e DNAse. A prova de 
motilidade deve ser repetida mesmo já tendo feito a do SIM, por que corre o risco de liberar o 
resultado como negativo. Todas as BGNNF vão apresentar motilidade negativa no SIM porque 
a maior parte delas ou é monotríquio (um flagelo) ou é lofotríquio (poucos flagelos e uma 
única extremidade). Para isso, para saber se são realmente móveis ou não, existe uma prova 
chamada Prova da Gota Pendente. 
Existe uma lâmina de microscópio chamada lâmina escavada. É uma lâmina mais 
grossa do que a que comumente vemos, e que tem uma escavação circular no meio. Aí você 
vai pegar uma colônia, faz uma suspensão microbiana, pega uma gota da suspensão, coloca na 
lamínula e vira a lamínula na lâmina escavada de forma que onde a gota foi colocada fique no 
centro da escavação, como se fosse um sanduiche, e leva ao microscópio. A maior parte dos 
BGNNF são formadores de biofilme. Esse biofilme faz com que exista entre as bactérias uma 
ligação que geralmente é promovida por exopolissacarídeos. É dito prova da gota pendente, 
porque, devido ao biofilme, a gota não cai, e no microscópio você vai visualizar movimentos 
circulares das bactérias no próprio eixo porque ela está “pendurada”, grudada na lamínula. Até 
na retirada da colônia para fazer a suspensão, já dá para notar a viscosidade na alça, do 
biofilme sendo formado. Até suspensão bacteriana fica meio viscosa. Se quando você visualizar 
a bactéria estiver fazendo movimentos circulares em torno do próprio eixo, você sabe que ela 
é móvel. É diferente das bactérias no sumário de urinária, que aparecem em zig-zag. 
Essa prova da detecção da atividade da lisina ou arginina descarboxilase você lê no 
tubo de lisina que você fez quando nem sabia se era BGNNF ou se era da família 
Enterobacteriaceae. Quando a gente tem condições, já compra um kit para BGNNF, que vem 
todos os testes. Esse grupo de bactérias tem um crescimento ótimo em 42 °C, e tem produção 
de gelatinase e DNAse que estão extremamente relacionadas ao seu poder invasor. 
Existe um meio de cultura específico para a espécie Pseudomonas aeruginosa que é o 
Ágar Setrimida, só cresce essa espécie. Setrimida é uma substancia extremamente biocida para 
outros micro-organismos. Se tiver um TSI alcalino/alcalino, verificando que tem uma coloração 
verde, fazendo a oxidase que vai ser positiva, semeando no ágar setrimida, você mata a 
charada e já diz a espécie. 
Geralmente, quando a gente está nas análises clínicas, a gente nunca faz uma prova 
bioquímica sem um controle positivo e um controle negativo. Geralmente esses controles são 
de uma cepa de correção, que se sabe tudo sobre ela: de onde foi isolada, como ela cresce, se 
ela tem genes específicos, se é multirresistente ou não. O que nós utilizamos para essas provas 
de lisina, de gelatinase e de DNAse é o controle positivo que é da American Type Culture 
Collection (ATCC) 27853. Esse número indica que essa bactéria, essa cepa de Pseudomonas 
aeruginosa, é positiva esses testes que eu falei para poder comparar com o que você está 
fazendo. 
Gelatinase 
Para fazer esse teste você pode fazer de várias formas. Pode comprar a gelatina e fazer 
seu próprio meio de gelatina verificando se ela liquefaz. Se você faz o meio, inocula a bactéria 
e a gelatina liquefaz, é porque aquela bactéria tem a enzima gelatinase. Você observa isso 
quando o meio que era sólido (gelatina) para a ser liquido em um meio mais baixo do que a 
temperatura ambiente, geralmente eles mandam colocar a 4 °C, por que quando ela tem a 
gelatinase, mesmo em temperatura baixa, vai haver a liquefação desse material, dando a 
certeza de que aquilo foi liquefeito pela bactéria e não pela temperatura. No kit quando a 
gente compra, é uma fitinha que tem uma base de alumínio e em cima dessa base fica o meio 
de gelatina. Então eles produzem em série várias fitinhas dessa que são impregnadas com 
gelatina. É um aporte similar ao da cromatografia, diferindo apenas no que fica em cima da 
base, que no caso da cromatografia é sílica. A gente vai pegar essa fita, colocar no tubo seco e 
aí prepara uma suspenção microbiana e coloca no tubo, incubando por 24h. No dia seguinte 
você vai verificar que: quando é negativo, fica do mesmo jeito, porque as fontes de nutrientes 
estão na gelatina, se ela não tem a gelatinase, não há obtenção; quando é positivo, você já 
verifica através da turbidez da suspenção que você tinha colocado, porque há o crescimento 
bacteriano devido à quebra da gelatina que tinha os nutrientes para crescimento bacteriano. 
Essa suspensão que vai ser colocada no tubo com a gelatina deve ser calibrada no 
espectofotômetro, não pode ser aleatoriamente não. 
 
Lisina descarboxilase 
A mesma coisa serve para o caldo lisina. O que a gente utiliza no teste com a família 
Enterobacteriaceae é o meio sólido. O caldo lisina também pode ser utilizado por que a 
descarboxilase ela é a mesma. Mesmo sendo um micro-organismo que é aeróbio, a gente está 
usando um caldo e está vedando. Porquê? Usa o caldopara que a bactéria tenha um contato 
mais amplo com o substrato e veda por que a atividade enzimática é maior quando há uma 
depleção do oxigênio, mesmo que o micro-organismo seja aeróbio. Essa vedação é feita com 
óleo mineral e não com parafina, por que com a parafina fica uma vedação muito drástica, aí 
realmente vai haver a inibição do crescimento do micro-organismo. Aí o caldo vai ficar 
púrpura, vai voltar ao pH original, do mesmo jeito que acontece no outro. 
 
DNAse 
Aqui tem uma reação negativa para DNAse e outra 
positiva. Em torno do semeio há um halo de digestão, de 
hidrólise do DNA que está presente no meio de cultura. É um 
meio comprado, e prepara como todos os outros. Ele pode 
vim com o marcador, o azul de toluidina, onde ele fica todo 
azul, ou outro meio mais clarinho que você vai ter que 
revelar o halo de hidrólise com uma solução de ácido clorídrico 1N. Quando você coloca o 
ácido clorídrico, tudo o que é DNA que não foi digerido vai precipitar e o meio vai ficar opaco, 
e só a região que teve a hidrólise vai ficar transparente. Quando maior o halo de digestão, 
maior a atividade da DNAse. Esse meio possui Caseína Enzimática Hidrolisada, Digestão 
Papaica de Farinha de Soja como fonte de nitrogênio, ácido desoxirribonucleico (DNA), cloreto 
de sódio e revela com o ácido clorídrico. Essas provas bioquímicas não são exclusivas para 
bactérias gram-negativas. Você pode utilizar a DNAse, a gelatinase para identificar de outros 
micro-organismos que não tem nada a ver com BGNNF. 
 
 
 
Principais Gêneros 
Pseudomonas, Burkholderia, Alcaligenes, Stenotrophomonas, Acinetobacter, 
Chryseobacterium, Ochrobactrum. Esses são os principais, mas há uma infinidade. Essa são as 
mais comuns de serem encontradas nos laboratórios de hospitais. 
 
Principais Espécies 
Pseudomonas aeruginosa: infecções graves e fatais (80% a 90% dos isolados de BGNNF 
dos hospitais são dessa espécie), Acinetobacter baumannii, Burkholderia cepacia, 
Stenotrophomonas maltophilia, Chryseobacterium meningosepticum: infecções graves e fatais 
(se no LCR vier uma coloração amarelada, principalmente em crianças, desconfiar essa 
espécie), Achromobacter xylosoxidans, Achromobacter piechaudii, Ochrobactrum anthropi. 
 
Qual é a divisão dos BGNNF? A divisão é através da enzima citocromo oxidase, e da 
motilidade e posição de flagelos (polar ou peritríquio). A Stenotrophomonas possui cepas que 
são móveis e outras não. Essa oscilação de motilidade entre alguns gêneros vai depender das 
cepas e das espécies trabalhadas. É certo que para verificar a motilidade deve ser feito o teste 
da gota pendente, e não apenas o teste de motilidade do meio SIM, que pode aparecer com 
motilidade negativa, principalmente se tiver flagelos polares. Outra coisa que se pode 
comentar é que através da oxidase, se são positivos ou negativos, a gente já pode separar os 
grandes gêneros em que aparecem com mais frequência em hospitais. 
Classificação dos mais comuns: 
Móveis, flagelos polares: Pseudomonas, Burkolderia, Stenotrophomonas, Ralstonia. 
Móveis, flagelos peritríquios: Alcaligenes, Achromobacter, Oligella. 
Imóveis, oxidase positivos Oligella, Flavobacterium, Chryseobacterium. 
Imóveis, oxidase negativos: Acinetobacter. 
 
Gênero Pseudomonas 
Uma coisa que nos chama atenção é a separação de dois gêneros bacterianos: um que 
não aparece tanto na clínica, mas que aparece em lavradores principalmente; e o outro que 
aparece muito na clínica. 
Dessas pseudomonas que coloquei algumas que são mais evidentes, que aparece com 
mais frequência, principalmente a P. aeruginosa. Eu disse na última aula que ela é uma 
bactéria produtora de muita secreção, então ela está enquadrada como bactéria piogênica. Ela 
não é fermentadora porque o TSI apareceu Alcalino/Alcalino, aí faz a citocromo oxidase que 
vai dar positiva, e ela é verde. Se você ver que ela a colônia é verde, você encaminha essa 
amostra para o Ágar Setrimida que é o meio de seleção e crescimento única e exclusivamente 
para Pseudomonas aeruginosa. Se não crescer nada, não descarta a possibilidade de ser outro 
tipo de Pseudomonas, só não vai ser a espécie Pseudomonas aeruginosa. Você aproveita o 
teste de Lisina e Arginina (positiva) dos primeiros tubos feitos, antes mesmo de saber que era 
Gram-negativo não-fermentador, e observa se é colorida por que em algumas partes você vai 
ver que elas não têm pigmento ou que esse pigmento é diferente do pigmento verde. 90% dos 
casos de Pseudomonas isolados em secreção, ponta de cateter, cirurgia, prótese são da 
espécie Pseudomonas aeruginosa, então só haverá a necessidade de fazer o teste da gota 
pendente quando essa Pseudomonas isolada não for da espécie Pseudomonas aeruginosa. 
Nesses casos vocês terão que lançar mão das leituras de lisina e arginina, bem como das outras 
em crescimento à 42 °C (teste de gelatinase), e verificar a produção dos pigmentos 
(pioverdina, piocianina, piorrubina ou piomelanina). Todas essas pseudomonas produzem os 
mesmos pigmentos, mas por exemplo, a Pseudomonas aeruginosa produz todos os pigmentos, 
mas o que a gente vê mesmo no meio de cultura é o pigmento verde, a pioverdina; já a P. 
fluorences possui a piocianina, piomelanina e a pioverdina, mas o tom de ver de 
completamente diferente. Elas possuem citocromo oxidase positiva, motilidade positiva 
apenas na gota pendente e arginina descarboxilase. O crescimento a 42 °C não vai servir como 
parâmetro determinativo para separar um gênero de outro, pois vários gêneros têm como 
temperatura ótima para crescimento 42°C. 
Quais são as outras que vocês podem isolar, diferente da Pseudomonas aeruginosa? P. 
fluorences e P. putida. Só que a coloração delas no crescimento e no não crescimento no Ágar 
Setrimida faz com que vocês procurem ver se eles têm uma lisina ou uma arginina diferente 
daquelas que vocês fizeram nos primeiros tubos, porque todas essas vão dar Citocromo 
Oxidase positiva. Então vocês irão atrás de coisas que diferenciem a Pseudomonas aeruginosa, 
de Pseudomonas fluorences ou Pseudomonas putida. Em relação à epidemiologia, a P. 
fluorences aparece menos do que a P. putida. Como o nome já diz, ela tem um odor 
característico de putrefação; essa putrefação a gente vê muito nas descarboxilases, um odor 
que vem da produção dessas aminas voláteis. Se você faz o TSI (alcalino/alcalino) e o 
citocromo oxidase positivo, viu a coloração e jogou no ágar setrimida, pronto! Só se não 
crescer no cetrimida é que você vai ter que investigar. É importante saber se é P. fluorences ou 
P. putida para a clínia? Não, por que no laudo vai constar apenas Pseudomonas spp. por que o 
tratamento é igual, mas se estiver fazendo pesquisa, tem que ir até o fim. 
Os meios Ágar Sangue e Ágar MacConkey não são apropriados para o crescimento das 
pseudomonas, por que as pseudomonas não são bactérias de habitat intestinal, são bactérias 
das plantas, da água. Então, quando faz o semeio nesses meios de cultura, possa ser que 
algumas cepas fiquem inibidas, mas como ela tem muitas enzimas que podem muito bem 
quebrar os sais biliares, fonte rica de colesterol, e utilizá-los de várias formas, isso não seria um 
problema tão grande. A gente diz que elas crescem de forma inibida porque esse meio possui 
muito inibidores, para que o crescimento se restrinja a bactérias que habitam o intestino, 
então tem altas concentrações de sais biliares e tem outros inibidores como a eosina, o azul de 
metileno que servem como inibidor de crescimento de Gram positivos e de toda bactéria que 
se diz fastidiosa (Neisseria, Moraxella, etc). Não é porque a bactéria é Gram negativo que vai 
ser semeado e encontrado todos nesses meios seletivos não. No ágar sangue é notável uma 
coisa bem interessante com as pseudomonas, que por ela ter uma série de enzimas, ela pode 
ter as hemolisinas. Então de cara você pode encontrar uma β-hemólise.Lembrando que o tipo 
de hemólise é bem utilizado para a classificação de Steptococcus, mas o gênero Pseudomonas 
tem sim uma série de enzimas que vai estar presente no ágar sangue. E esse pigmento no ágar 
sangue vai ser marrom, e não verde. A cor verde você só verá em um meio líquido ou em um 
meio extremamente clarinho. Vai ser marrom por que vai misturar a cor do meio com o 
pigmento que é extremamente hidrossolúvel e aí fica marrom em torno da colônia. Quando 
comparado o diâmetro de crescimento das colônias no meio Ágar Sangue e no meio 
MacConkey, é perceptível que cresce melhor no Ágar Sangue, por isso que dito que cresce 
inibida no MacConkey. 
No Ágar MacConkey, os que são lactose positivas, se apresentam com uma 
precipitação cor-de-rosa em torno da colônia devido ao indicador de pH presente no meio 
(vermelho neutro). Elas vão utilizar a lactose como fonte de carbono de forma oxidativa, vão 
baixar o pH, mas não vai ser uma reação tão exagerada como a que acontece com as 
Enterobacteriaceaes, como por exemplo a espécie Escherichia coli. 
Você pode ter dois tipos de infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa: as 
infecções adquiridas na comunidade, como uma fibrose cística pulmonar (pneumonia 
comunitária), uma foliculite e otite externa de nadadores, infecções oculares (perceptível 
rapidamente pela coloração da secreção e do odor) até uma endocardite aguda em usuários 
de drogas ilícitas, principalmente das drogas injetáveis (uso de drogas baixa muito a imunidade 
e aí as Pseudomonas se aproveitam disso e coloniza esse paciente. Se a droga for injetável, a 
bactéria pode estar formando um biofilme na ponta da agulha e ser inoculada diretamente na 
corrente sanguínea); e as infecções hospitalares, como as pneumonias (principalmente em 
pacientes com respiração artificial), septicemias, bacteremia, infecções do trato urinário, 
infecções de feridas, inoculação direta por próteses, em cirurgias, por exemplo. 
No geral as Pseudomonas aeruginosa são bem resistentes a condições desfavoráveis 
pois no meio Ágar Setrimida ela cresce tranquilamente enquanto que nenhuma outra bactéria 
cresce. Esse meio possui muitos inibidores tóxicos para as bactérias que não afetam tanto a 
Pseudomonas aeruginosa por possuir uma série de enzimas. 
 
Acinetobacter spp. 
A primeira coisa que vocês vão querer saber quando chegar a amostra é se é Gram 
negativo ou Gram positivo, e isso você só vai saber fazendo a coloração de Gram e observando 
no microscópio. Quando vocês encontrarem cocobacilos Gram-negativos, com TSI 
alcalino/alcalino, fiquem atentos para indícios de BGNNF como Acinetobacter, Moraxella. Daí 
você vai prestar atenção na colônia; se ela for colorida ou não. No caso do Acinetobacter, ela 
vai aparecer acinzentada no ágar sangue e no MacConkey vai crescer mais inibida do que a 
Pseudomonas. Se a prova da citocromo oxidase for negativa, você já fica esperando ser 
Acinetobacter, porque epidemiologicamente falando, é a segunda mais frequente em 
infecções, perdendo apenas para Pseudomonas, então fica muito mais fácil você fazer o 
isolamento de Acinetobacter em um hospital, do que de Moraxella, por exemplo. O gênero 
Acinetobacter está classificado como oxidase e motilidade negativa. Das espécies A. 
baumannii, A. calcoaceticus, A. haemolyticus, a mais prevalente no caso de fazer um 
isolamento até encontrar uma espécie é o Acinetobacter baumannii; o Acinetobacter 
calcoaceticus é menos isolado, menos provável, do que o A. baumannii. Ele não é positivo para 
a citocromo oxidase, mas no meio de Hugh e Leifson, eles só crescem no tubo aberto, que fica 
amarelinho, indicando que é oxidativo e aeróbio. 
Na prova do citrato, o único que é negativo é o Acinetobacter baumannii. A catalase 
também é positiva para essa espécie, o que a diferencia do Acinetobacter calcoaceticus. Para 
fazer a catalase não pode pegar colônias isoladas no meio Ágar Sangue, pois pode vim junto 
com a colônia um pouco do meio de cultura, e a catalase ser positiva devido à enzima presente 
nas hemácias; então pode ser feito em colônias crescidas em TSA, Müller Hington, Setrimida. É 
gelatinase positiva. Não há como se confundir entre os gêneros pela coloração: se a amostra 
vier esverdeada é Pseudomonas, se vier amarelada é Stenotrophomonas, que é a terceira mais 
comum em infecções, e se não tiver nenhuma dessas colorações você já começa a pensar em 
Acinetobacter. Cresce bem no MacConkey, com lactose positivas, da mesma forma que a 
Pseudomonas, só que a Pseudomonas também está lançando no meio o pigmento, coisa que 
não acontece com o Acinetobacter. O gênero Acinetobacter é resistente à penicilina. Já que 
são cocobacilos e você pode confundir com Moraxella, que também está nesse grupo 
bacteriano, e NÃO com Neisseria, o médico pode pedir um antibiograma, aí você vai prestar a 
atenção se a bactéria é resistente ou não à penicilina. O tratamento para Neisseria e para 
Moraxella são os β-lactâmicos. Se no antibiograma ele se mostra resistente ao disco de 
penicilina G, e é cocobacilo Gram-negativo, TSI alcalino/alcalino, citocromo oxidase negativo, 
sem precipitação em torno da colônia, sem coloração verde ou amarela, você vai pensar que é 
Acinetobacter; se quiser fazer a catalase pode fazer, mas é tão bestinha e saber a espécie não 
influencia em nada no tratamento, então você pode para por aí e soltar o resultado como 
Acinetobacter spp. 
A distribuição, como um todo, se dá no solo, na água e em alguns alimentos. Tem 
resistência à dissecação, muito embora não é esporulada, mas ela está no solo e no solo há 
uma microbiota diversa que produz várias enzimas e isso é importante, por que quando ela 
atinge um nível de colonização no corpo humano ela começa também a ter uma resposta para 
biossíntese de uma série de enzimas para degradar os substratos que ela encontra: 
hialuronidases, desaminases, fosfatases, tudo isso para destruir as células e obter um 
substrato rico para crescimento. Infecções desse tipo são difíceis de serem debeladas quando 
encontradas no sangue ou no LCR por que fazem um estrago celular muito grande. As espécies 
mais comuns são Acinetobacter calcoaceticus e Acinetobacter baumannii e elas estão 
associadas com pneumonias associadas a ventilação mecânica, septicemias, bacteremia, tudo 
o que é grave. Infecções de pele e de feridas, geralmente naqueles pacientes 
imunocomprometidos e que têm ferida de decúbito, e aí nessas feridas de decúbito você tem 
a contaminação externa ou mesmo durante a manipulação. O paciente vai ter que ser 
manipulado por paramédicos e/ou enfermeiros e ocorre a contaminação direta por que existe 
um campo aberto para que ela ganhe a corrente sanguínea. 
 
Se durante o isolamento apareceu no MacConkey ou no Ágar Sangue colônias 
amarelas, vocês vão pensar que pode ser Burkolderia, ou Stenotrophomonas ou 
Chryseobacterium. Como separar? A primeira coisa a ser feita é a oxidase. Na oxidase, você vai 
ver essa oxidase não vai ser rápida, como acontece com a Pseudomonas e com o 
Acinetobacter; vai ser lenta para Burkolderia e Stenotrophomonas. Mas você vai prestar 
atenção também de onde está vindo essa amostra, já que tanto Stenotrophomonas como 
Burkolderia não são muito isoladas na clínica. Elas aparecem, mas não são muito isoladas, 
então se vocês tiverem no ágar sangue umas colônias amarelas e que tem certeza que é Gram 
negativa, com TSI alcalino/alcalino, você vai pensar nessas três. Você já tem uma lisina. 93% é 
positivo para Stenotrophomonas maltophilia. Aí você pode se deparar com os outros 7% de 
negativa? Pode (Pelo que eu entendi, lisina é positiva em 93% nessa espécie, mas pode 
acontecer de dar negativo e continuar sendo essa espécie; é raro mais acontece). E essas 
enzimas, se o paciente estiver fazendo antibioticoterapia, ela pode ser alterada, 
principalmente as descarboxilases, mas faz a leitura. Faz a leitura porque não existesó essas 
bactérias que estão envolvidas, elas estão com maior intensidade, mas não só elas. Se for feito 
uma DNAse e for positiva, provavelmente a gelatinase também será positiva, então você 
escolhe uma ou outra. Mas o mais importante mesmo é quando chegar no antibiograma: a 
polimixina e o imipenem, carbapenêmicos utilizados durante o tratamento, e que será 
obrigatório inserir no antibiograma, por que você separa o complexo Burkolderia do 
Stenotrophomonas. Polimixina B é um antibiótico de amplo espectro retirado do Bacillus 
polymyxa, que é extremamente tóxico, mas que é a última droga de escolha na clínica quando 
todas as outras não dão sensibilidade, por que essa bactéria já tem, intrinsecamente, 
resistência a vários antibióticos, haja vista que a polimixina é produzida por um bacilo que vive 
no solo juntinho delas, então para o bacilo sobreviver foi necessário criar antibióticos que 
agisse contra certos tipos de bactéria. 
Você deve prestar atenção ao tipo de colônia, porque existem colônias cremosas, 
umas maiores outras menores, o tom do amarelo, porque o amarelo da Stenotrophomonas é 
pálido, já o amarelo da Burkolderia é um amarelo ouro, parecido com o do Staphylococcus 
aureos. 
 
Chryseobacterium 
Oxidase positiva. Veja, o outro era lento, fica positivo, mas lentamente, já essa vai dar 
rapidamente. No Indol, tanto Chryseobacterium meningocepticum como a Chryseobacterium 
indologenes são indol positivo. Eles colocaram porque uma delas a C. indologenes, é produtora 
mesmo de indol. Se você fizer o indol do Chryseobacterium meningocepticum e do 
Chryseobacterium indologenes, o anel vermelho no SIM é muito maior. A DNAse, no 
Chryseobacterium meningocepticum por ser extremamente patogênico, obviamente vai dar 
positiva, porque ele tem que atravessar a barreira hematoencefálica. Se fossemos classificar, o 
Chryseobacterium meningocepticum é muito mais patogênico do que o Chryseobacterium 
indologenes. A polimixina vai ser boa para separar a Burkolderia da Stenotrophomonas, mas 
não vai ser interessante para o Chryseobacterium. A ureia é 
Quando o TSI for alcalino/alcalino, quais testes reaproveitar: as descarboxilases, o 
citrato, a ureia e o indol, por que dependendo da citocromo que você fizer, você vai para as 
chaves que precisar desses testes. Você faz o isolamento, 24h depois faz a leitura do TSI, 24h 
depois você vai saber que ele é um Gram negativo não fermentador e já faz a citocromo 
oxidase. Se a colônia for amarela, você já faz a DNAse também, Hoektoen, ureia, citrato, e faz 
o antibiograma. No antibiograma, você tem que se ligar que esse antibiograma deve ter 
penicilina, polimixina e imipenem; só que se ela for realmente amarela, você diretamente olha 
a penicilina. No CLSI tem dizendo “bactérias isoladas de hemocultura, com pigmento amarelo, 
TSI alcalino/alcalino” e nessa parte, ele descreve uma série de antibióticos que você deve 
colocar no antibiograma: polimixina imipenem, coagulonatos, fluoroquinolona, enfim, tudo o 
que for de amplo espectro. Enfim, gente o protocolo é esse como para todos, isolamento em 
meio não seletivo e em meio seletivo, realização dos testes bioquímicos, coloração de Gram, 
outras provas bioquímicas, no caso de BGNNF e se eles tiverem pigmento amarelo, você já se 
liga nessas 3 Burkolderia, Stenotrophomonas e Chryseobacterium. Claro que a chance de ser 
Chryseobacterium meningocepticum é muito alta no liquido cefalorraquidiano. 
Quando vocês se depararem com um TSI alcalino/alcalino, lembrar de encubar na 
temperatura ótima de crescimento. Essas bactérias não são da microbiota do organismo, são 
do ambiente, onde as temperaturas tendem a ser um pouco mais altas. Então, quando for 
encubar, colocar numa temperatura em torno de 42°C, que ajudará as bactérias a se 
reproduzirem. 
 
Stenotrophomonas maltophilia 
São bacilos mesmo, não cocobacilos, Gram negativos, com crescimento à 42 °C. 
Citocromo oxidase nem sempre negativa. Uma coisa interessante na identificação, é que se 
comprar um kit comercial, deve prestar atenção no O/F glicose e no O/F maltose, onde ela é 
negativa no O/F glicose e produtora de ácidos no O/F maltose. Caso você não tenha esses kits, 
não tem problema, é só prestar a atenção naquelas chaves de identificação que eu falei: tipo 
de coloração, lisina, arginina, citocromo oxidase, e principalmente a polimixina, o imipenem e 
o DNAse, que vocês separam os três. Se eu perguntasse na prova “A partir do isolamento 
primário no MacConkey, a bactéria cresce de forma inibida, mas com a coloração amarela. 
Quais as prováveis bactérias e quais as provas vocês fariam para diferenciar os gêneros?”. 
Algumas amostras sintetizam pigmento amarelo, mas nem todas. A exacerbação desse 
pigmento acontece quando o paciente ainda não começou o tratamento, ou quando o 
tratamento parou de fazer efeito. Aí o paciente começa a entrar em falência. Muitas vezes, 
essa pigmentação só aparece no final das etapas de identificação, já lá no antibiograma. 
Quando o paciente já está bem imunodeprimido e com a antibioticoterapia sem fazer efeito é 
que as colorações dessas colônias aparecem, por que esses pigmentos ficam inibidos com o 
uso dos antibióticos. São lisina descarboxilase positivas. 
É a terceira espécie mais frequente em isolados. Não sei se vocês perceberam, mas 
essas bactérias sempre são isoladas de situações complicadas, como pneumonias, bacteremia 
e infecções de ferida de cirurgia, líquido cefalorraquidiano, hemoculturas, punção de líquidos 
estéreis. Eles são naturalmente resistentes à aminoglicosídeos, penicilinas, imipenem, 
fluoroquinolonas. Então, quando forem fazer o antibiograma, vocês não colocarão esses 
antibióticos já que eles são naturalmente resistentes, claro que vocês terão a tabela do CLSI do 
lado, mas já sabem! Geralmente não existe monoterapia para esse tipo de microorganimo; o 
que fazem são associações de vários antibióticos. 
 
Moraxella catarrhalis 
Faz parte da microbiota normal do trato respiratório superior, mas quando ela migra 
para os brônquios, para os pulmões, aí complica. Quando o paciente está em ventilação 
mecânica ou imunodeprimido por vários fatores, ou por uma doença de base, aí pode haver 
essa migração. Comparando com o Acinetobacter, pode confundir quando o Gram não é bem 
feito, ou até mesmo com as características da colônia na placa. Nos sinos e no trato 
respiratório superior há muitos Streptococcus, Staphylococcus, então pode confundir com 
bactérias que são realmente cocos; então como diferenciar? Através de uma coloração de um 
Gram bem feito, pigmentos precipitados, fazer um bom esfregaço, e observar o arranjo nas 
lâminas, que são bem diferentes dos arranjos dos Staphylococcus e dos Streptococcus. Muitas 
vezes a amostra vem tão densa que a coloração não fica bem-feita, então as vezes é necessário 
fazer uma diluição em soro fisiológico para remover o excesso de muco que vem junto com a 
amostra, e aí fica mais fácil a visualização e a coloração fica bem melhor. 
Ele cresce bem em ágar sangue (bordas regulares, côncava, fosca, coloração variando 
de branco à bege) e mal em ágar MacConkey, mas esse mal é que elas crescem bem diminutas, 
parece uma areia que foi soprada no meio. Se não prestar atenção mesmo, não percebe que 
há a formação de colônias. Geralmente essa visualização se dá quando a placa é observada 
contra a luz ou com o uso de uma lupa. Esse crescimento é muito diferente do crescimento de 
um Acinetobacter, Stenotrophomonas. 
Como ela é isolada do trato respiratório inferior ou das sinusites, otites, e do pulmão; é 
diferente daquelas que são isoladas de doenças mais graves, com bacteremia. Ela pode ser 
encontrada nesses sítios mais graves, mas só se elas migrarem para lá, mas é bem mais difícil. 
Você tem que se ligar no citrato (que é positivo para Moraxella) e principalmente na penicilina, 
porque o Acinetobacter,que é meio acinzentado no ágar Sangue, mas cresce mal no 
MacConkey (em comparação com a Moraxella catarrhalis, ela cresce muito melhor, dá para 
visualizar as colônias, mas ainda assim é inibida) é resistente à penicilina, e é justamente isso 
que separa o Acinetobacter da Moraxella; tem que se ligar também de onde ele é isolado. O 
citrato não é tão importante na identificação do Acinetobacter, o mais importante é a catalase, 
mas isso quando você já sabe que é Acinetobacter. 
Como já havia dito, a Moraxella faz parte da microbiota do trato respiratório superior, 
pode causar bronquite, broncopneumonia em pacientes com doença pulmonar crônica, 
sinusite, otite. São sensíveis à penicilina, eritromicina, tetraciclina, sulfazotrim e clavulanatos. 
Se você fizer, por exemplo, amoxilina e ácido clavulânico, aí vai ser positivo; a penicilina vai ser 
positivo também. 
 
REPETINDO MAIS UMA VEZ NESTA TRANSCRIÇÃO SOCORRO MEU DEUS ELA NÃO 
LEMBRA O QUE FALA 
Para identificação de BGNNF 
Quando você faz a coloração de Gram, você vai descobrir que são bastonetes que são 
Gram negativos. Aí vai isolar a amostra em um meio que cresce tudo e em um meio que é 
seletivo para a família Enterobacteriaceae. Nesse meio você pode não ter um crescimento 
satisfatório e isso pode ser uma diferenciação. Com a colônia isolada, você faz os testes 
bioquímicos, principalmente o TSI, prestando atenção ao resultado dele. Se for 
alcalino/alcalino, ele já vai entrar no grupo dos BGNNF. 
1) TSI alcalino/alcalino 
2) Crescimento inibido no MacConkey 
3) Citocromo oxidase 
4) Coloração das colônias 
5) Sítio de coleta do material

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