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AULA 03

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Princípios
Constitucionais do Direito de Família
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Princípios
Princípios são mandamentos de otimização segundo os quais se ordena que se realize algo na maior medida possível, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas.
As possibilidades fáticas são determinadas pelas condições materiais de que dispõe o Estado para realizar as normas; as possibilidades jurídicas são determinadas pelos princípios que jogam em sentido contrário.
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A diferença entre princípios e regras jurídicas é de natureza lógica. Os dois conjuntos de padrões apontam para decisões particulares acerca da obrigação jurídica em circunstâncias específicas, mas distinguem-se quanto a natureza da orientação que oferecem. As regras são aplicáveis à maneira do tudo-ou-nada. Dados os fatos que uma regra estipula, então, ou a regra é válida, e neste caso a resposta que ela fornece deve ser aceita, ou não é valida, e nesta caso em nada contribui para a decisão. (Dworkin)
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A precedência de um princípio significa que deve aplicar-se a consequência jurídica que ele estabelece.
“Sem a mediação concretizadora do Poder Judiciário, os princípios não se realizam nem adquirem a plenitude de sua força normativa.” (Paulo Lôbo)
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A CF/88
Após a CF/88, o Direito de Família passou a ser conformado pelos princípios instituídos em tal Carta.
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Princípios constitucionais aplicáveis ao Direito de Família
Dignidade da pessoa humana
Solidariedade
Igualdade
Liberdade
Afetividade
Convivência familiar
Melhor interesse da criança
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DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (Art. 1º, inc. III, da Constituição Federal)
 “No reino dos fins tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem um preço, pode-se pôr em vez dela qualquer outra coisa como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o preço, e, portanto, não permite equivalente, então ela tem dignidade.” (Kant)
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A dignidade humana repousa na idéia de respeito irrestrito ao ser humano. Dessa forma a Constituição da República concebeu o homem como “centro de referência da ordem jurídica, que se humaniza e legitima imantada pelo valor que se irradia a partir do princípio da dignidade da pessoa humana”. (Daniel Sarmento) 
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Direito de família e Direitos humanos
“a família converteu-se em locus de realização existencial de cada um de seus membros e de espaço preferencial de afirmação de suas dignidades.” (Paulo Lôbo)
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"INDENIZAÇÃO DANOS MORAIS – RELAÇÃO PATERNO-FILIAL – PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE. A dor sofrida pelo filho, em virtude do abandono paterno, que o privou do direito à convivência, ao amparo afetivo, moral e psíquico, deve ser indenizável, com fulcro no princípio da dignidade da pessoa humana" (Tribunal de Alçada de Minas Gerais, 7ª Câmara de Direito Privado, Apelação Cível 408.555-5. Decisão de 01/04/2004. Relator Unias Silva, v.u.).
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SOLIDARIEDADE FAMILIAR (art. 3º, inc. I, da Constituição Federal de 1988)
Cumprimento dos deveres familiares
“Para o desenvolvimento da personalidade individual é imprescindível o adimplemento dos deveres inderrogáveis de solidariedade, que implicam condicionamentos e comportamentos interindinviduais realizados num contexto social.” (Paulo Lôbo)
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PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Entre os filhos
Entre os cônjuges e companheiros
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Princípio da afetividade
Está relacionado com as funções desempenhadas pelos membros da família, tendo em vista a funcionalização da família para o desenvolvimento da personalidade dos indivíduos.
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“A afetividade, como princípio jurídico, não se confunde com o afeto, como fato psicológico ou anímico, porquanto pode ser presumida quando este falar na realidade das relações; assim, a afetividade é dever imposto aos pais em relação aos filhos e destes em relação àqueles, ainda que haja desamor ou desafeição entre eles.” (Paulo Lôbo) 
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Princípio da convivência familiar
Os filhos têm direito a convivência com seus pais e vice-versa. 
Observe-se que a Constituição Federal não se refere apenas à assistência material, não basta meramente prover o sustento e educação, mas é preciso garantir a convivência dos filhos com os pais, entendendo-se essa convivência como fundamental para a formação da personalidade do indivíduo
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Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente
“tratados com prioridade, pelo Estado, pela sociedade e pela família, tanto na elaboração quanto na aplicação dos direitos que lhes digam respeito, notadamente nas relações familiares, como pessoa em desenvolvimento e dotada de dignidade.” (Paulo Lôbo)

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