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Legislação e 
desenvolvimento 
sustentável
Módulo 4 Responsabilidade Social
2
Módulo 4 - Legislação e desenvolvimento 
sustentável
Objetivo de estudo: Esperamos que ao final do estudo desse módulo você seja capaz de 
apresentar o histórico da Legislação Ambiental no Brasil, discutir sobre a importância 
da legislação no regimento da sustentabilidade no Brasil, apresentar o conceito de 
meio ambiente e os impactos sofridos nos últimos anos, contextualizar o surgimento do 
mercado de carbono e discutir sua aplicabilidade, compreender a importância da inserção 
da educação ambiental em ambientes de ensino e relacionar a prática da educação 
ambiental a uma proposta de ensino multidisciplinar.
3
Módulo 4 Responsabilidade Social
Leis e decretos que regem a sustentabilidade no Brasil
Nos estudos do módulo II anteriores apresentamos o surgimento e a preocupação com o 
desenvolvimento sustentável a nível global. Essas questões permeiam não só o cenário 
ambiental como também o econômico e, sobretudo, o social. No primeiro tópico deste 
novo módulo apresentaremos um breve histórico da educação ambiental no mundo e 
no Brasil, destacando as leis e decretos que regem a sustentabilidade em nosso país. 
Vamos então continuar nessa caminhada rumo ao desenvolvimento sustentável e a uma 
melhor qualidade de vida. 
Direito Ambiental
Não são recentes as preocupações com o meio ambiente. Até a instituição do Governo 
Geral, em 1548, aplicava-se a legislação do Reino, as Ordenações Manuelinas, cujo 
Livro V, no título LXXXIII, proibia a caça de perdizes, lebres e coelhos e no título “C” 
tipificava o corte de árvores frutíferas como crime. Após 1548, o Governo Geral passou 
a expedir regimentos, ordenações, alvarás e outros instrumentos legais, o que marca o 
nascimento do Direito Ambiental.
Com o domínio espanhol, foram aprovadas as Ordenações Filipinas, em 11 de janeiro 
de 1603, que disciplinaram a matéria ambiental. Essas ordenações “previam, no Livro 
V, no título LXXV, pena gravíssima ao agente que cortasse árvore ou fruto, sujeitando-o 
ao açoite e ao degredo para a África por quatro anos, se o dano fosse mínimo; caso 
contrário, o degredo seria para sempre”.
A primeira lei de proteção florestal foi o Regimento do Pau-Brasil, em 1605: exigia 
autorização real para o corte dessa árvore. Uma Carta Régia de 13 de março de 1797 
preocupava-se com a defesa da fauna, das águas e dos solos. Em 1799, surgiu nosso 
primeiro Regimento de Cortes de Madeiras, que estabelecia rigorosas regras para a 
derrubada de árvores. Em 1802, por recomendação de José Bonifácio, foram baixadas 
as primeiras instruções para reflorestar a costa brasileira. Em 1808, foi criado o Jardim 
Botânico do Rio de Janeiro, como uma área de preservação ambiental, considerada nossa 
primeira unidade de conservação, destinada a preservar espécies e estimular estudos 
científicos. D. João VI expediu a ordem de 9 de abril de 1809, que prometia a liberdade 
aos escravos que denunciassem contrabandistas de pau-brasil, e o decreto de 3 de 
agosto de 1817, que proibia o corte de árvores nas áreas circundantes do Rio Carioca, 
no Rio de Janeiro. Ainda José Bonifácio, nomeado intendente Geral das Minas e Metais 
do Reino, solicitou à Corte o reflorestamento das costas brasileiras, sendo atendido.
Em 17 de julho de 1822, a conselho de José Bonifácio, o Imperador extinguiu o sistema 
de sesmarias, deixando de prevalecer o prestígio dos títulos de propriedade em favor da 
posse e ocupação das terras. A vantagem do sistema, ao democratizar o acesso à terra 
para quantos pretendiam explorá-la, foi diminuída pela desvantagem: o posseiro se 
utilizava do fogo para limpar a área e preparar a terra, destruindo os recursos naturais. 
A situação permaneceu até 1850, com o advento da Lei 601, a primeira Lei de Terras do 
Brasil, que considerava crime punível com prisão de 2 a 6 meses e multa a derrubada 
de matos ou o ateamento de fogo. Além disso, também estabeleceu a responsabilidade 
por dano ambiental fora do âmbito da legislação civil. O infrator submetia-se, além das 
sanções penais, a sanções civis e administrativas. Para a legitimação da posse, exigia-
se “princípio de cultura”, não se considerando assim os simples roçados, derrubadas 
Módulo 4 Responsabilidade Social
4
ou queimas de matos ou campos. Esse princípio não foi consagrado na ocupação da 
Amazônia. Os ocupantes ali de imediato promoviam desmatamento, plantavam alguma 
coisa e, em seguida, pediam o reconhecimento pelo governo, na execução do PIN – 
Programa de Integração Nacional, hoje reconhecido como um dos grandes responsáveis 
pela devastação da Amazônia.
Logo no início da fase republicana, em 1895, o Brasil subscreveu o convênio das Egretes, 
em Paris, responsável pela preservação de milhares de garças que povoavam rios e lagos 
da Amazônia. Pelo Decreto 8.843, de 26 de junho de 1911, foi criada a primeira reserva 
florestal do Brasil, no antigo Território do Acre. Em 28 de dezembro de 1921, foi criado o 
Serviço Florestal do Brasil, sucedido pelo Deparamento de Recursos Naturais Renováveis, 
este pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF e, atualmente, pelo 
Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama. No que toca 
à defesa ambiental, surgiram os primeiros códigos de proteção dos recursos naturais – 
florestal, de mineração, de águas, de pesca, de proteção à fauna. 
O Código Florestal de 1934 impôs limites ao exercício do direito de propriedade. Até então 
os únicos limites eram os constantes no Código Civil quanto ao direito de vizinhança. 
A elaboração do I Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela Lei 5.727, de 4 
de novembro de 1971, incluiu entre as suas inovações o PIN – Programa de Integração 
Nacional e o PROTERRA – Programa de Redistribuição de Terras e Estímulos à Agro-
pecuária do Norte e do Nordeste, experiências que se mostraram negativas do ponto de 
vista preservacionista. A má repercussão levou o governo a uma revisão de conceitos 
na elaboração do II Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela Lei 6.151, de 4 
de dezembro de 1974, adotando medidas de proteção ao meio ambiente. Seguiram-se, 
então, diversas leis e medidas: combate à erosão, Plano Nacional de Conservação do 
Solo, criação das Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental, estabelecimento de 
diretrizes para o zoneamento industrial, criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente. 
Veio, em seguida, o III Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela Resolução 
nº 1, de 5 de dezembro de 1979, do Congresso Nacional, que trouxe avanços ainda 
maiores para o Direito Ambiental, entre os quais a criação do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente – Conama. Também merece referência o estabelecimento da responsabilidade 
objetiva nos casos de danos nucleares (Lei 6.453/77).
Dois passos de grande importância vieram com a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
que estabeleceu a Política Nacional para o Meio Ambiente, com a instituição da Polícia 
Administrativa Ambiental. Entre as medidas adotadas está a exigência do estudo de 
impacto ambiental e o respectivo relatório (EIA/Rima) para a obtenção de licenciamento 
em qualquer atividade modificadora do meio ambiente. Outro passo importante foi a 
edição da Lei 7.347, de 24 de julho de 1985, com a instituição da Ação Civil Pública, 
importante instrumento de preservação ambiental. Aqui devemos render homenagens 
ao Ministério Público do Estado de São Paulo. 
A Constituição Federal de 1988 deu um passo gigantesco na evolução do direito brasileiro 
ao dedicar um capítulo específico ao meio ambiente, inserido no Título VIII – Da Ordem 
Social, considerado um dos mais importantes e avançados da Constituição de 1988. 
Ela toma consciência de que “a qualidade do meio ambientese transformara num bem, 
num patrimônio, num valor mesmo, cuja preservação, recuperação e revitalização se 
tornaram num imperativo do Poder Público, para assegurar a saúde, o bem-estar do 
5
Módulo 4 Responsabilidade Social
homem e as condições de seu desenvolvimento. Em verdade, para assegurar o direito 
fundamental à vida”. 
As normas constitucionais assumiram a consciência de que o direito à vida, como matriz 
de todos os demais direitos fundamentais do homem, é que há de orientar todas as formas 
de atuação no campo da tutela do meio ambiente. Como bem de uso comum do povo, o 
meio ambiente deve ser defendido e resguardado por todos, sem necessidade de invocar 
a intervenção estatal. Encontra-se entre os direitos difusos, especialmente protegidos por 
ação civil pública, nos moldes definidos pela Lei 7.347, de 24 de julho de 1985. Também 
não se cuida apenas de um direito, mas de um dever. Apenas a participação consciente 
e responsável das gerações presentes poderá ser um instrumento eficaz para que elas 
próprias e as futuras gerações possam viver um ambiente ecologicamente equilibrado.
 Amplie seus conhecimentos sobre a lei do Direito Ambiental.
 Acesse http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/141/Direito_Ambiental.pdf?sequence=1
Saiba mais
Após a leitura do documento original, você deve ter percebido que a expressão “meio 
ambiente ecologicamente equilibrado” implica a proteção e restauração dos processos 
ecológicos essenciais, assim definidos pelos cientistas especializados na área: preservação 
da biodiversidade, dos Parques Nacionais, como o Parque das Sete Cidades, e de outros 
espaços territoriais carentes de especial proteção, ação preventiva para evitar degradação 
do meio ambiente, como ocorre na construção de grandes obras públicas, como estradas 
e barragens, a proteção da fauna e da flora, sobretudo em relação às espécies em perigo 
de extinção.
A Constituição Federal dedicou norma específica quanto à mineração. Em um país 
rico em minerais em quantidade e diversidade, o desenvolvimento nacional reclama 
a sua utilização, mas, ao mesmo tempo, mostram-se necessárias providências para 
a salvaguarda da natureza. Busca-se o equilíbrio entre dois valores importantes: o 
desenvolvimento nacional, indicado como um dos objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil, e a proteção do meio ambiente. A exploração mineral acarreta 
danos à natureza. As minas auríferas utilizam o mercúrio, metal pesado e prejudicial 
às espécies. Daí porque se exige que tal exploração obrigue o interessado a promover a 
recuperação do meio ambiente degradado (§ 2º).
Módulo 4 Responsabilidade Social
6
A preocupação com a preservação do meio ambiente, restringindo-se o uso dos recursos 
naturais, levou o poder público a considerar patrimônio nacional alguns sistemas 
ecológicos: a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal 
Mato-Grossense e a Zona Costeira (§4º). Nada impede que o legislador inclua outras 
áreas. Não há no direito brasileiro uma definição legal de “patrimônio nacional”, mas a 
consequência é clara: autoriza o estabelecimento de restrições legais para tornar efetiva 
a preservação do meio ambiente.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que esse preceito, além de não haver convertido 
em bens públicos os imóveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matas nele 
referidas, também não impede a utilização, pelos próprios particulares, dos recursos 
naturais existentes naquelas áreas que estejam sujeitas ao domínio privado, desde que 
observadas às prescrições legais e respeitadas as condições necessárias à preservação 
ambiental.
O objetivo de preservação foi estendido aos estados, ao considerar indisponíveis as 
terras devolutas ou arrecadadas em ações discriminatórias, se necessárias à proteção 
dos ecossistemas naturais (§ 5º).
Terras devolutas são terras públicas que poderiam ter sido regularmente adquiridas 
por particulares, que, entretanto, deixaram de fazê-lo por falta de interesse ou pelo 
não atendimento de alguma formalidade legal.
A preocupação com os acidentes nucleares, sobretudo depois do vazamento ocorrido 
na usina de Tchernobil, na antiga URSS, levou o constituinte a estabelecer a exigência 
de que as novas usinas que vierem a instalar-se deverão aguardar a edição de lei para 
definir a sua localização (§ 6º). 
Além desses dispositivos, reunidos no capítulo específico, a Constituição Federal também 
se ocupou do meio ambiente em outras passagens: ampliou o objeto da ação popular para 
alcançar os atos lesivos ao meio ambiente (art. 5º, LXXIII); ao dispor sobre os princípios 
gerais da atividade econômica, incluiu entre eles a defesa do meio ambiente (art. 170, 
VI); no mesmo capítulo, dispôs:
 
“O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em coope-
rativas, levando em conta a proteção do meio ambiente...” 
Em outro capítulo, ao dispor sobre a função social da propriedade rural, incluiu 
entre os requisitos a serem observados “a utilização adequada dos recursos naturais 
disponíveis e preservação do meio ambiente” (art. 186, II). Ao tratar das atribuições do 
Sistema Único de Saúde (SUS), deferiu-lhe a competência para “colaborar na proteção 
do meio ambiente...” (art. 200, VIII). Além disso, ao conceituar “terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios”, entre elas arrolou “as imprescindíveis à preservação dos recursos 
ambientais necessários a seu bem-estar” (art. 231, § 1º). 
Como resultado da evolução da legislação ambiental no Brasil, em junho de 1992 
realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, conhecida como Rio 92, evento de repercussão mundial, da qual 
resultaram cinco documentos: a) Declaração do Rio de Janeiro (Carta da Terra), com 
27 princípios fundamentais sobre o desenvolvimento sustentável; b) a Declaração 
7
Módulo 4 Responsabilidade Social
de Princípios sobre Florestas; c) a Convenção sobre Biodiversidade, sobre a proteção 
das riquezas biológicas, principalmente florestais; d) Convenção sobre o Clima, sobre 
medidas para preservação do equilíbrio atmosférico, com o uso de tecnologias limpas, e 
controle da emissão de CO2; e) Agenda 21, que é um guia de cooperação internacional 
sobre recursos hídricos, resíduos tóxicos, transferência de recursos e tecnologias para 
os países pobres etc.
Depois da Rio 92, continuaram os atos legislativos favo-
recedores de uma política favorável ao meio ambiente. 
A legislação referente ao Imposto Territorial Rural (Leis 
8.874/94 e 9.393/96) traz incentivo para as áreas de 
preservação florestal. Mais tarde, veio a Lei 9.605, de 
12 de fevereiro de 1998, a Lei dos Crimes Ambientais, 
que inclusive estabelece a responsabilidade penal das 
pessoas jurídicas.
Essa breve análise das normas ambientais demonstra 
que tem sido constante a evolução do da legislação am-
biental em nosso país, buscando a adoção de institutos 
adequados ao estabelecimento de uma política efetiva 
com vista à preservação dos bens naturais, culturais, 
paisagísticos, históricos, turísticos e outros para o uso 
desta e das gerações futuras. É importante, porém, que 
sejam assinados convênios entre as unidades federativas 
e as ONGs voltadas para a defesa do meio ambiente, sobretudo na preservação das 
áreas verdes e dos lençóis aquíferos. Apesar de toda legislação e da preocupação em 
preservar o meio ambiente, assusta-nos o aumento, a cada dia, de focos de incêndio que 
destroem florestas, trazendo danos ao meio ambiente, à saúde pública e à preservação 
das espécies animais e vegetais.
Tudo entendido até aqui?
A partir do que foi discutido neste tópico, esperamos que você e toda a população se 
empenhe em uma verdadeira cruzada para que se conscientizem da necessidade de 
mudar a mentalidade predadora para uma política de desenvolvimento sustentável,com 
a conciliação dos interesses do desenvolvimento com o dever de todos em deixar para 
as futuras gerações um país do qual todos possamos nos orgulhar, inclusive quanto à 
qualidade de vida do seu povo. 
Conferências internacionais sobre o Meio Ambiente
http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/fe_e_meio_ambiente/principais_conferencias_internacionais_
sobre_o_meio_ambiente_e_documentos_resultantes.html
Eco 92
http://www.objetivo.br/portal/frm_conteudo.aspx?codConteudo=31&tituloanterior=Roteiros+para+E
studo
Severn Suzuki” da Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente
http://www.youtube.com/watch?v=5g8cmWZOX8Q
Indo Além
Módulo 4 Responsabilidade Social
8
Entre em contato com o Orientador Acadêmico através da Sala do Orientador na sala de aula virtual, 
ou consulte o Quadro Horários de Atendimento presencial ao aluno, disponível no Mural da Lara 
para saber os dias e horários do plantão do Orientador no laboratório de Informática da sua unidade 
UNISUAM.
Dúvidas
Para verificar seu rendimento no estudo do conteúdo do Modulo IV dessa disciplina, realize os exercícios 
online. Saiba que essa atividade soma ponto com a Prova Online na A2
Bom estudo !
Exercícios
Anexo - Atividades Responsabilidade Social
Bloco de notas
e anotações
Este espaço é para você anotar suas observações com relação a 
disciplina estudada.
Importante: Leia todas as orientações passo a passo no “Tutorial do Aluno” de como 
realizar suas Atividades.
M
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Legislação e 
desenvolvimento 
sustentável
Módulo 4 Responsabilidade Social
2
Meio ambiente, mercado do carbono, ativos e passivos ambientais
Neste tópico vamos discutir o conceito de meio ambiente e, mais uma vez, aprofundar os 
impactos causados nos ambientes naturais em nosso planeta. Além disso, trataremos 
de alguns encontros importantes que ajudaram a fundamentar as discussões acerca da 
emissão de gases tóxicos na atmosfera. Daremos maior ênfase ao mercado de carbono 
e seus preceitos.
Você sabe o que significa meio ambiente?
O termo meio ambiente é considerado, pelo pensamento geral, sinônimo de natureza, 
local a ser apreciado, respeitado e preservado. Porém, é necessário um ponto de vista 
mais profundo sobre esse termo, estabelecer no ser 
humano a noção de pertencimento ao meio ambiente, com 
o qual possui vínculos naturais para a sua sobrevivência. 
Por meio da natureza, reencontramos nossas origens e 
identidade cultural e biológica, uma espécie de diversidade 
“biocultural”.
Outra definição sobre o termo meio ambiente o coloca 
no significado de recurso, de gerador de matéria-prima e 
energia. Nessa segunda definição, a educação ambiental 
trabalha a noção de consumo responsável e solidário, na 
defesa do acesso às matérias-primas do meio ambiente de 
forma comum para todos.
Na terceira concepção da palavra, quando falamos em 
meio ambiente no seu curso de problemáticas e questões 
surgem as pesquisas e as ações em prol das soluções sobre 
perdas e destruições que desfavorecem o equilíbrio natural 
de um determinado meio. Meio ambiente, no sentido de 
ecossistema, é um conjunto de realidades ambientais, 
considerando a diversidade do lugar e sua complexidade. 
Como lugar onde se vive, é referente à vida cotidiana: casa, 
escola, e trabalho. Como biosfera, surge para explicar a interdependência das realidades 
socioambientais em todo mundo; a Terra é a matriz de toda vida.
Meio ambiente também pode designar um território de uso humano e das demais 
espécies. Toda pesquisa e educação ambiental devem considerar todos os significados 
sobre o termo meio ambiente.
De acordo com a resolução Conama 306/2002, “meio ambiente é o conjunto de condições, 
leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urba-
nística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Na ISO 14001:2004 
encontra-se a seguinte definição sobre meio ambiente: “circunvizinhança em que uma 
organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres 
humanos e suas inter-relações”. Uma organização é responsável pelo meio ambiente que 
a cerca, devendo, portanto, respeitá-lo, agir como não poluente e cumprir as legislações 
e normas pertinentes (ISO 14001).
 
3
Módulo 4 Responsabilidade Social
Apesar de haver na Norma referência sobre a responsabilidade das organizações com 
o meio, muitas fábricas que possuem principalmente atividades ou processos danosos 
ao meio ambiente e que passam a sofrer restrições no seu país de origem devido às leis 
locais acabam se transferindo ou mudando essa produção para outro país onde não haja 
impedimento ou lei específica. A maior parte destes países está em desenvolvimento, 
e seus governantes, interessados na entrada de capital na sua economia, acabam 
submetendo a população aos riscos ambientais que são gerados. Isso está começando a 
mudar, com a conscientização de que tudo está interligado no planeta e com a pressão 
de grupos ambientalistas e organizações internacionais que trabalham pela igualdade 
e respeito à vida.
No Art. 225 da Constituição Federal há a seguinte frase:
 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e as futuras gerações”. 
A sociedade como um todo é responsável pela preservação do meio ambiente; então é 
preciso agir da melhor maneira possível para não modificá-lo de forma negativa, pois isso 
terá consequências para a qualidade de vida da atual e das futuras gerações, entendendo 
que: “o meio ambiente concebido, inicialmente, como as condições físicas e químicas, 
juntamente com os ecossistemas do mundo natural, e que constitui o habitat do homem, 
também é, por outro lado, uma realidade com dimensão do tempo e espaço”.
Essa realidade pode ser tanto histórica (do ponto de vista do processo de transformação 
dos aspectos estruturais e naturais desse meio pelo próprio homem, por causa de suas 
atividades) como social (na medida em que o homem vive e se organiza em sociedade, 
produzindo bens e serviços destinados a atender “às necessidades de sobrevivência de 
sua espécie”.
O espaço ocupado pelo homem está a todo o momento sofrendo modificações relacionadas 
ou impostas pelo próprio homem; elas podem ser danosas ao meio quando não adminis-
tradas corretamente. A crise ecológica revela uma crise ética em nossos dias, uma crise 
de valores, uma crise de relações humanas e de convivência com as demais criaturas. 
Daí a importância da educação ambiental para a responsabilidade e o respeito à vida. Tal 
educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social 
e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades 
socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam 
relações de interdependência e diversidade.
A educação ambiental deve gerar, com urgência, mudanças na qualida-
de de vida e maior consciência de conduta pessoal, bem como harmonia 
entre os seres humanos. Essa educação ambiental está diretamente 
relacionada ao posicionamento das empresas em contribuir para o 
desenvolvimento de tecnologias que diminuam a poluição ambiental.
Os fatos que configuram o que se chama de crise ecológica são 
conhecidos e foram objeto de muitos estudos científicos e relatórios 
globais de instituições internacionais: a explosão demográfica, o 
efeito estufa e o aquecimento da atmosfera, o aumento da emissão de 
Módulo 4 Responsabilidade Social
4
gases poluentes que rarefazem a camada de ozônio, a presença crescente de elementos 
químicos venenosos nos rios e mananciais, o comprometimento dos lençóis freáticos,o desmatamento e a erosão do solo, a extinção de uma multiplicidade de espécies e o 
desequilíbrio dos ecossistemas.
Você contribui para a preservação do meio ambiente?
Vamos conferir? Coloque o lixo que é reciclável na lata azul e o que não é reciclável na lata vermelha.
Atividade Online
Continuando...
É bem provável que a consolidação dessas tendências conduza ao comprometimento da 
qualidade de vida e da sobrevivência de populações e a lutas distributivas, nacionais e 
internacionais, ampliando a violência privada, ao emprego de armas químicas e bacte-
riológicas e de armas nucleares táticas que, por sua vez, só agonizarão a crise ecológica. 
O sensível aumento da degradação ambiental no planeta 
pode tornar-se ameaça endêmica ou epidêmica à qualidade 
de vida humana, principalmente no tocante às mudanças 
do clima mundial. O avanço científico associado às fortes 
evidências de alterações no clima do planeta efetivou uma 
resposta internacional concreta, que culminou na aprovação 
da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas (CQMC), durante a Convenção das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, 
ocorrida no Rio de Janeiro em 1992.
Reconhecendo a mudança do clima como “uma preocupação 
comum da humanidade”, os governos que a assinaram 
tornaram-se partes da Convenção, propondo-se a elaborar 
uma estratégia global para proteger o sistema climático para 
as gerações futuras.
Na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a partir de estudos 
científicos, estabeleceu-se que a principal causa da elevação da temperatura do planeta 
estava no aumento das concentrações de gases com alto teor de compostos de enxofre, 
resultantes principalmente da queima de combustíveis fósseis. A partir dessa Convenção 
e com objetivo de encontrar saídas para o problema ambiental do aquecimento global, 
diversas conferências têm sido realizadas; a de maior destaque foi a COP-3 (Conferência 
das Partes nº 3), realizada em dezembro de 1997, na cidade de Quioto, no Japão, evento 
que resultou no estabelecimento do Protocolo de Quioto.
Contudo, apenas em 16 de fevereiro de 2005 o Protocolo entrou em vigor, 90 dias após 
sua assinatura pelo presidente da Rússia, Vladmir Putin, quando então foi possível 
5
Módulo 4 Responsabilidade Social
cumprir os requisitos para tal, ou seja, ter sido ratificado por 55 nações-parte que 
respondam por pelo menos 55% das emissões globais, tornado-se norma internacional 
de observância obrigatória pelos países signatários, que são mais de 140 em todo o 
mundo, correspondendo a 61,6% das emissões globais.
O Protocolo de Quioto, em linhas gerais, tem como objetivo frear a elevação da temperatura 
do planeta, por meio da diminuição da emissão do dióxido de carbono (CO2) e de cinco 
outros gases causadores do efeito estufa, provenientes principalmente da queima de 
combustíveis fósseis e da destruição dos ambientes naturais.
Diante do atual cenário mundial, em que a geração de energia é amplamente baseada 
em petróleo e carvão, esse é um árduo desafio; contudo, é necessário para proteger o 
sistema climático e preservar a sadia qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.
Nesse instrumento foram estabelecidas metas específicas de redução de emissão de gases 
causadores do efeito estufa (GEEs) em pelo menos 5% em relação aos níveis emitidos 
pelos países em 1990.
Veja aqui de que maneira cada um dos países cuja conduta se pretende regular através 
desta norma, deverá agir para atingir os objetivos firmados.
• formular programas nacionais e regionais adequados para melhorar a 
qualidade dos fatores de emissão, que contenham medidas para mitigar 
a mudança do clima e medidas para facilitar uma adaptação adequada 
à mudança do clima;
• cooperar na promoção de modalidades efetivas para o desenvolvimento, 
a aplicação e a difusão destes programas e tomar as medidas possíveis 
para promovê-los;
• facilitar e financiar, conforme o caso, a transferência ou o acesso a 
tecnologias, know-how, práticas e processos ambientalmente seguros 
relativos à mudança do clima, dentre outras práticas previstas no Artigo 
10 do Protocolo de Quioto.
Foram estabelecidos também os meios para o cumprimento dessas metas, chamados 
mecanismos de flexibilização, arranjos técnico-operacionais para utilização por parte 
de empresas ou países. Eles oferecem facilidades para que as partes (países) possam 
atingir seus limites e metas de redução de emissões.
Tais instrumentos têm ainda o propósito de incentivar os países em desenvolvimento a 
alcançar um modelo adequado de desenvolvimento sustentável. São três os mecanismos 
de flexibilização previstos: Comércio de emissões, realizado entre os países listados 
em seu Anexo I, de maneira que um país que tenha diminuído suas emissões para 
valor abaixo de sua meta transfira o excesso de suas reduções para outro país que não 
tenha alcançado tal condição; Mecanismo de desenvolvimento limpo; e Implementação 
conjunta, ou seja, implantação de projetos de redução de emissões de GEEs em países 
que apresentam metas no âmbito do protocolo. Apenas o MDL aplica-se ao Brasil.
A saber, o Artigo 12 do Protocolo de Quioto prevê um mecanismo flexível, ou seja, 
uma alternativa ou forma subsidiária para que os países do Anexo I que não tenham 
Módulo 4 Responsabilidade Social
6
condições de promover a necessária redução de gases em 
seu território possam atingir suas metas de redução de 
emissão de gases de efeito estufa, estimulando ao mesmo 
tempo o desenvolvimento estruturado daqueles países 
que não tenham atingido níveis alarmantes de emissão de 
poluentes.
Consiste basicamente na utilização das reduções atingidas 
pelos países em desenvolvimento (entre os quais está o 
Brasil) pelos países desenvolvidos para o cumprimento de 
suas metas obrigatórias.
Beneficia tanto os países desenvolvidos relacionados no 
Anexo I como os países em desenvolvimento, por meio do 
sistema denominado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 
(MDL); aqui a tentativa de reversão do aquecimento global 
ganha contornos de negócio lucrativo.
Nesse mecanismo são confeccionados projetos que auxiliam 
a redução de emissão de carbono, gerando créditos. Essas 
reduções certificadas de emissões ou certificados de redu-
ção, conhecidos popularmente como “créditos de carbono”, 
podem ser usados por empresas, entidades ou países do 
Anexo I para atingir suas metas de redução de emissões, 
ou seja, poderão ser comercializados.
Constata-se que o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo será realmente capaz de pro-
porcionar benefícios substanciais para o desenvolvimento sustentável em conformidade 
com o próprio propósito do mecanismo. Para os países em desenvolvimento, pode ocorrer 
a preocupação com necessidades econômicas e ambientais imediatas, e a perspectiva 
de tais benefícios devem proporcionar forte estímulo para participar da implementação 
do MDL.
De acordo com as normas estabelecidas os projetos de Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo devem atender concomitantemente as seguintes condições:
Veja aqui
a) participação voluntária;
b) implicar redução adicional à que ocorreria sem a sua implementação;
c) contribuir para o desenvolvimento sustentável do país em que seja 
implementada;
d) demonstrar benefícios reais, mensuráveis a longo prazo, relacionados 
com a mitigação da mudança do clima.
Ou seja, as atividades de projeto do MDL e as reduções de emissões de gases de efeito 
estufa ou aumento de remoção do CO2 a elas atribuídas deverão ser submetidas a um 
processo de aferição e verificação por meio de instituições e procedimentos estabelecidos 
na COP-7.
Os projetos de MDL somente estarão aptos a gerar certificados de emissão reduzida se 
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Módulo 4 Responsabilidade Social
Amplie seus conhecimentos. Acesse o site http://progressoverde.blogspot.com/2008/01/projetos-de-mdl-aprovados-pela-onu.html
Saiba mais
a redução for efetivamente certificada por organismos competentes, o que significa que 
os projetos de MDL deverão ser submetidos a um processo de aferição e verificação com 
critérios técnicos rigorosos por meio de procedimentos estabelecidos na COP-7.
A primeira etapa para a aquisição dos “créditos de carbono” é a elaboração do projeto 
de MDL, o qual deve conter obrigatoriamente a descrição do negócio em todas as suas 
nuances; a metodologia que será utilizada para “fazer a conta” dos “créditos de carbono” 
(essa metodologia deve ser previamente aprovada pela ONU); e a forma de monitoramento 
do projeto.
Feito o projeto, este deve ser validado por uma entidade operacional designada (EOD), ente 
privado devidamente inscrito na ONU (como por exemplo, a ISO). O projeto já validado 
deverá receber então uma carta de aprovação concedida pelo país onde se encontra o 
projeto, através da autoridade nacional designada. No caso brasileiro, foi formada uma 
comissão interministerial que tem como objetivo regular a questão dos “créditos de 
carbono” no País e emitir a carta de aprovação para os projetos de MDL.
Com a carta de aprovação, o projeto é remetido à ONU para que seja registrado no 
Conselho Executivo do MDL. A próxima etapa é o monitoramento do projeto; após a 
realização de verificação, feita novamente pela entidade operacional, o projeto obterá a 
certificação de emissões reduzidas, as quais poderão ser vendidas no mercado.
Sendo assim, a redução certificada de emissão (RCE) é uma unidade emitida 
pelo Conselho Executivo do MDL (da ONU), em decorrência da atividade de 
um projeto de MDL, e representa a não emissão de uma tonelada métrica 
equivalente de dióxido de carbono pelo empreendimento.
Frisa-se, a partir dos pilares do direito privado que cuida do estudo das coi-
sas, que podemos classificar os “créditos de carbono” concedidos mediante a 
entrega das reduções certificadas de emissões (RCEs) como bens incorpóreos, 
imateriais ou intangíveis, tendo em vista que estes não têm existência física, 
mas são reconhecidos pela ordem jurídica (Protocolo de Quioto), tendo valor 
econômico para o homem, uma vez que são passíveis de negociação.
O termo mercado de carbono é utilizado para denominar os sistemas de 
negociação de unidades de redução de emissões do GEEs. No âmbito do 
Protocolo de Quioto há dois tipos de mercados de carbono: mercado de 
créditos gerados por projetos de redução de emissões (projetos de mecanismo 
de desenvolvimento limpo e projetos de implementação conjunta), e mercado 
de permissões.
Módulo 4 Responsabilidade Social
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É importante ressaltar que ainda não existe o mercado “oficial”, ou seja, em conformidade 
com as regras estabelecidas pela ONU; está em fase de regulamentação. Na última 
Conferência Internacional das Partes (COP) é que se estabeleceu a forma de registro dos 
projetos, faltando ainda a regulação das outras etapas.
No entanto, muitas empresas já possuem projetos de MDL, em diferentes etapas do 
procedimento. Um exemplo é a Companhia Açucareira do Vale do Rosário, que possui um 
projeto de MDL envolvendo a cogeração de energia obtida a partir do bagaço 
da cana-de-açúcar; já existem compradores para os “créditos de carbono” 
que serão gerados.
Apesar de o mercado oficial da ONU ainda não estar em funcionamento, 
mercados paralelos surgiram; ali, projetos privados são negociados em bolsas 
de carbono localizadas principalmente nos EUA, possuindo, no entanto, regras 
e parâmetros diferentes dos adotados pela ONU em razão do Protocolo de 
Quioto. No entanto, os preços alcançados nesses mercados (por volta de US$ 
5,00/ton.) são considerados baixos por alguns especialistas, pois se espera 
que o mercado regulado pela ONU tenha preços mais convidativos.
Um mercado de carbono paralelo também está em fase de implantação no 
Brasil, como noticiado pela imprensa, organizado pela Bolsa de Mercadorias 
& Futuros/Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em convênio com o Ministério do Desen-
volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), visando estimular o desenvolvimento 
de projetos de MDL e viabilizar negócios no mercado ambiental de forma organizada e 
transparente.
O primeiro passo foi a criação do Banco de Projetos de MDL, um sistema eletrônico que 
registrará projetos de redução de carbono que já tenham sido validados por uma entidade 
operacional designada ou que ainda estejam em fase de estruturação. Os investidores 
também serão pré-qualificados e cadastrados na Bolsa para divulgar suas intenções em 
adquirir no mercado de créditos a serem gerados por projetos de MDL
Podemos perceber que, frente a esses novos desafios inicialmente estabelecidos em 
Quioto, as empresas que se encontram nos países industrializados sofreram significativo 
impacto, uma vez que deverão atingir metas determinadas de emissão máxima de gases 
poluentes. Caso ultrapassem suas respectivas quotas, a alternativa dada a esses países 
é a utilização do mecanismo de compensação estabelecido no Protocolo, segundo o qual 
as empresas dos países industrializados poderão comprar os chamados “créditos de 
carbono” de empresas localizadas em países em desenvolvimento.
Estimava-se que a partir de 2008, quando efetivamente passaram a valer as regras do 
Protocolo, aproximadamente US$ 13 bilhões seriam movimentados no mercado inter-
nacional para que se financiassem projetos de aprisionamento de carbono. O Brasil tem 
capacidade de absorver grande parcela desses investimentos por meio de empresas que 
explorem atividades que se enquadrem nos critérios do Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo (MDL) e que viabilizem juridicamente seu projeto.
Tais investimentos aquecem a possibilidade de ampliação de iniciativas sustentáveis na 
atividade industrial em diversas áreas. Um dos setores que mais desperta a atenção dos 
empreendedores, principalmente do setor sucroalcooleiro, é a possibilidade de cogeração 
9
Módulo 4 Responsabilidade Social
de energia elétrica pelo aproveitamento do bagaço de cana. Trata-se de um dos melhores 
exemplos de aproveitamento de energia renovável para projetos que tenham em vista a 
injeção monetária externa decorrente das regras do Protocolo de Quioto.
No Brasil, no setor energético, já existe uma gama de projetos para a geração de energia 
por fontes renováveis e alternativas de cogeração, objetivando assim a redução da 
utilização dos combustíveis fósseis, um dos principais agentes no agravamento do efeito 
estufa.
Uma atividade também passível de adequação ao Protocolo é a do trata-
mento de resíduos, com a transformação de lixões em aterros sanitários, 
aproveitando o metano liberado na decomposição do lixo para a produção 
de energia elétrica. Outro mercado atrativo é o do reflorestamento, já que 
o Brasil possui grandes reservas naturais em seu território, além da maior 
floresta tropical do mundo.
Apesar de parecer no mínimo estranho falar em comercialização de “créditos 
de carbono”, após um breve estudo sobre o tema não nos restam dúvidas 
de que o Protocolo de Quioto é uma iniciativa mundial que promete trazer 
inúmeros benefícios de ordem ambiental, econômica e social.
Principalmente quando se trata dos mecanismos de flexibilização, em especial, o MDL, 
torna-se possível reduzir as emissões globais de GEEs; ao mesmo tempo, abre-se im-
portante alternativa para o desenvolvimento sustentado dos países emergentes. Assim, 
se por um lado é um importante passo para o desenvolvimento de uma política global 
de desenvolvimento sustentável, por outro é uma formidável oportunidade negocial que 
deve ser observada com criteriosa análise por empresários brasileiros. As empresas 
brasileiras possuem grandes possibilidades de viabilizar projetos de MDL; contudo, 
para o Brasil solidificar seu potencial de atração de investimentos será necessário tomar 
algumas medidas urgentes.Uma das principais se refere à definição da 
natureza jurídica do crédito de carbono, que dará 
ensejo à definição de outras questões que hoje 
são controversas: a tributação que deverá recair 
sobre os CERs; a contabilização destes no balanço 
das empresas; e a regulação do fluxo de recursos 
para o Brasil e para o exterior decorrente de 
negociações com CERs. Essas providências trarão 
maior segurança aos investidores nesse mercado.
Na competição por atração de investimentos, cabe 
às autoridades brasileiras o papel de incentivar 
esse mercado. O país que sair na frente deverá 
colher os frutos do pioneirismo. Nesse sentido, a 
celeridade das providências visando fomentar esse 
mercado deverá ter papel decisivo na captação de 
investimentos.
Módulo 4 Responsabilidade Social
10
Mercado de Carbono
http://www.cebds.org.br/cebds/pub-docs/pub-mc-carbono.pdf
Mudanças climáticas: Mercado do Corbono
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/141
Indo Além
Entre em contato com o Orientador Acadêmico através da Sala do Orientador na sala de aula virtual, 
ou consulte o Quadro Horários de Atendimento presencial ao aluno, disponível no Mural da Lara 
para saber os dias e horários do plantão do Orientador no laboratório de Informática da sua unidade 
UNISUAM.
Dúvidas
Para verificar seu rendimento no estudo do conteúdo do Módulo IV dessa disciplina, realize os exercícios 
online. Saiba que essa atividade soma ponto com a Prova Online na A2
Exercícios
Anexo - Atividades Responsabilidade Social
Bloco de notas
e anotações
Este espaço é para você anotar suas observações com relação a 
disciplina estudada.
Importante: Leia todas as orientações passo a passo no “Tutorial do Aluno” de como 
realizar suas Atividades.
Pr
áti
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bilidad
e ambiental em
am
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s fo
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is e n
ão formais de ensino
Legislação e 
desenvolvimento 
sustentável
Módulo 4 Responsabilidade Social
2
Prática da responsabilidade ambiental em ambientes formais e 
não formais de ensino
Nos tópicos anteriores você estudou os aspectos relacionados à origem do termo sustenta-
bilidade, algumas leis e decretos que regem o Direito Ambiental e o mercado de carbono. 
Neste último, veremos a proposta de uma educação pautada em questões relacionadas 
aos problemas ambientais, com o objetivo de formar cidadãos mais preocupados com 
essa problemática. Além disso, este trabalho visa conscientizar a sociedade de seu papel 
na construção de um planeta mais saudável. No final deste tópico, você perceberá que 
também é responsável pela formação desses indivíduos e verá a importância dessa 
conscientização global.
Podemos começar?
Qualquer proposta de ação em meio ambiente precisa ser realizada por uma ótica 
multidisciplinar, mas desenvolvendo um processo de trabalho interdisciplinar. Sabemos 
que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente 
sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias 
necessidades. Ele contém dois conceitos-chave:
- conceito de necessidades, sobretudo as necessidades dos pobres do 
mundo, que devem receber a máxima prioridade;
- a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização 
social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades 
presentes e futuras.
O processo de caminhar para um desenvolvimento sustentável subentende que é preciso 
minimizar os impactos adversos sobre a qualidade do ar, da água e de outros elementos 
naturais a fim de manter a integridade global do ecossistema. O desenvolvimento sus-
tentável também requer a promoção de valores que mantenham os padrões de consumo 
dentro do limite das possibilidades ecológicas a que todos podem aspirar.
Esse tipo de desenvolvimento é mais do que crescimento. Ele exige uma mudança no 
teor qualitativo do crescimento, a fim de torná-lo menos intensivo de matérias-primas 
e de energia e mais equitativo em seu impacto. Os profissionais da área deverão saber 
lidar com questões como o uso inteligente dos recursos naturais, a redução das infrações 
ambientais e a destinação final adequada dos rejeitos.
Eles também poderão estruturar e modular programas de educação ambiental para 
empresas e comunidades, uma vez que a educação ambiental no trabalho pode se 
transformar num programa educacional completo e pode ser dada com eficácia e ser 
adaptada, com baixo custo, às necessidades de qualquer organização. A educação 
ambiental requer mudança de comportamento e de atitudes em relação ao meio ambiente 
interno de qualquer organização e externo a ela.
A Recomendação 96 da Conferência das Nações Unidas de Estocolmo, em junho de 
1972, já reconhecia o desenvolvimento da educação ambiental como elemento-chave 
para o combate às crises ambientais no mundo. No plano nacional, desde 1981 a Lei 
6938, já completando vinte anos no alvorecer do terceiro milênio, dispõe sobre os fins, 
mecanismos de formulação e aplicação da Política Nacional de Meio Ambiente e consagra 
3
Módulo 4 Responsabilidade Social
a educação ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação 
da comunidade.
Como vimos nos estudos anteriores, vários documentos foram criados 
a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento, a Rio 92, entre eles a Agenda 21, que apresenta plano 
de ação para o desenvolvimento sustentável a ser adotado pelos países 
a partir de uma nova perspectiva de cooperação internacional.
Educação Ambiental 
A educação ambiental é identificada como instrumento de revisão dos 
conceitos sobre o mundo e sobre a vida em sociedade, conduzindo os 
seres humanos à construção de novos valores sociais, à aquisição de 
conhecimentos, atitudes, competências e habilidades para a conquista 
e a manutenção do direito ao meio ambiente equilibrado.
O índice de sustentabilidade ambiental, lançado em janeiro de 2000 
como parte do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, é um 
valioso esforço para medir a habilidade das economias para conseguir 
desenvolvimento ambientalmente sustentável.
A evolução do conceito de educação ambiental acompanhou a evolução do conceito e da 
percepção de ambiente. Evoluiu de um enfoque mais ecológico no sentido das ciências 
biológicas para uma dimensão que incorpora as contribuições das ciências sociais 
fundamentais para a melhoria do ambiente humano. Assim, pode-se pensar o ambiente 
e a educação ambiental de forma a reduzi-los aos aspectos relativos a fauna, flora, ar, 
solo e água
Pode-se, no entanto, ampliar o conceito e adotar o modelo que aborda os aspectos 
políticos, éticos, sociais, científicos, econômicos, tecnológicos, culturais e ecológicos, 
por exemplo. Todavia, compartilho de um pensamento no qual o ponto de partida é o 
ambiente interno de cada ser humano. Não no sentido antropocêntrico, mas porque 
parto do princípio de que o ambiente interno de cada ser humano está conectado com 
o planeta e com o cosmos. É onde começa a compreensão do conceito de rede e de 
Módulo 4 Responsabilidade Social
4
interconexão, de interdependência, de teia da vida. A Conferência de Tbilisi considera a 
educação ambiental como:
“um processo permanente no qual indivíduos tornam-se conscientes do 
seu ambiente e adquirem conhecimento, valores, habilidades, experiên-
cias e a determinação para agir individual e coletivamente, prevenindo 
e resolvendo problemas presentes e futuros.”
Assim como o ambiente precisa ser percebido na sua totalidade, a educação ambiental 
também precisa ser vista e praticada na sua integralidade. É comum a prática de 
uma educação ambiental voltada para o cuidado externo, 
com o oikos: nosso planeta-casa. No entanto, a primeira casa 
habitada pelo ser humano é constituída pelo seu próprio ser, 
seu próprio corpo. A visão do corpo como oikos é encontradatanto na cultura oriental quanto na tradição indígena ou cristã. 
Dessa forma, a educação ambiental precisa ser praticada tanto 
nas diferentes dimensões do ambiente interno de cada um 
(físico, mental, emocional, espiritual) quanto nas dimensões 
do ambiente externo (relacionamentos interpessoais e com a 
as demais manifestações da natureza).
Nestes tempos em que a informação assume papel cada vez mais 
relevante, ciberespaço, multimídia, internet, educação para a 
cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar 
as pessoas para transformar as diversas formas de participação 
na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido, cabe destacar 
que a educação ambiental assume cada vez mais uma função 
transformadora, na qual a corresponsabilização dos indivíduos 
torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de 
desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. 
Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição 
necessária para modificar o quadro de crescente degradação 
socioambiental. O educador tem a função de mediador na construção de referenciais 
ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma 
prática social centrada no conceito da natureza.
Desenvolvimento sustentável
A problemática da sustentabilidade assume, neste novo século, um papel central na 
reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. 
O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o 
impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais 
complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. 
O conceito de desenvolvimento sustentável surge para enfrentar a crise ecológica; pelo 
menos duas correntes alimentaram o processo: uma, centrada no trabalho do Clube de 
Roma, reúne suas ideias, publicadas em 1972 sob o título de Limites do Crescimento; 
segundo elas, para alcançar a estabilidade econômica e ecológica propõe-se o congela-
mento do crescimento da população global e do capital industrial, mostrando a realidade 
dos recursos limitados e indicando forte viés para o controle demográfico.
5
Módulo 4 Responsabilidade Social
A segunda está relacionada à crítica ambientalista ao modo de vida contemporâneo, e 
se difundiu a partir da Conferência de Estocolmo, também em 1972. Tem como pressu-
posto a existência da sustentabilidade social, econômica e ecológica. Essas dimensões 
explicitam a necessidade de tornar compatível a melhoria nos níveis e qualidade de vida 
com a preservação ambiental. Surgem para dar resposta à necessidade de harmonizar 
os processos ambientais com os socioeconômicos, maximizando a produção dos ecos-
sistemas para favorecer as necessidades humanas presentes e futuras. A maior virtude 
dessa abordagem é que, além da incorporação definitiva dos aspectos ecológicos no plano 
teórico, enfatiza a necessidade de inverter a tendência autodestrutiva dos processos de 
desenvolvimento no seu abuso contra a natureza.
O Relatório Brundtlandt, também conhecido como Nosso futuro 
comum, defende, a partir de 1987, a ideia do “desenvolvimento 
sustentável”, indicando um ponto de inflexão no debate sobre os 
impactos do desenvolvimento. Não só reforça as necessárias relações 
entre economia, tecnologia, sociedade e política como chama atenção 
para a necessidade do reforço de uma nova postura ética em relação 
à preservação do meio ambiente, caracterizada pelo desafio de res-
ponsabilidade tanto entre as gerações quanto entre os integrantes da 
sociedade dos nossos tempos. 
Na Rio 92, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Susten-
táveis e Responsabilidade Global colocou princípios e um plano de ação 
para educadores ambientais, estabelecendo relação entre as políticas 
públicas de educação ambiental e a sustentabilidade. Enfatizaram-se 
os processos participativos na promoção do meio ambiente, voltados 
para sua recuperação, conservação e melhoria, bem como para a melhoria da qualidade 
de vida. 
É importante ressaltar que, apesar das críticas a que tem sido sujeito, o conceito 
de desenvolvimento sustentável representa importante avanço, na medida em que a 
Agenda 21 global, como plano abrangente de ação para o desenvolvimento sustentável 
no século XXI, considera a complexa relação entre o desenvolvimento e o meio ambiente 
numa variedade de áreas, destacando sua pluralidade, diversidade, multiplicidade e 
heterogeneidade.
As dimensões apontadas pelo conceito de desenvolvimento sustentável contemplam 
cálculo econômico, aspecto biofísico e o componente sociopolítico como referenciais 
para a interpretação do mundo e para possibilitar interferências na lógica predatória 
prevalecente. O desenvolvimento sustentável não se refere especificamente a um problema 
limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas a uma estratégia ou um 
modelo múltiplo para a sociedade que deve levar em conta tanto a viabilidade econômica 
como a ecológica. 
Num sentido abrangente, a noção de desenvolvimento sustentável reporta-se à necessária 
redefinição das relações entre sociedade humana e natureza, e, portanto, a uma mudança 
substancial do próprio processo civilizatório, introduzindo o desafio de pensar a passagem 
do conceito para a ação. Pode-se afirmar que ainda prevalece a transcendência do enfoque 
sobre o desenvolvimento sustentável radical mais na sua capacidade de ideia força, nas 
suas repercussões intelectuais e no seu papel articulador de discursos e de práticas 
Módulo 4 Responsabilidade Social
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atomizadas que, apesar desse caráter, tem matriz única, originada na existência de uma 
crise ambiental, econômica e social. 
O desenvolvimento sustentável somente pode ser entendido como um processo no qual, 
de um lado, as restrições mais relevantes estão relacionadas à exploração dos recursos, 
à orientação do desenvolvimento tecnológico e ao marco institucional. De outro, o cresci-
mento deve enfatizar os aspectos qualitativos, notadamente os relacionados à equidade, 
ao uso de recursos – em particular da energia – e à geração de resíduos e contaminantes. 
Além disso, a ênfase no desenvolvimento deve fixar-se na superação dos déficits sociais, 
nas necessidades básicas e na alteração de padrões de consumo, principalmente nos 
países desenvolvidos, para poder manter e aumentar os recursos-base, sobretudo os 
agrícolas, energéticos, bióticos, minerais, ar e água. 
Assim, a ideia de sustentabilidade implica a prevalência da premissa de que é preciso 
definir limites às possibilidades de crescimento e delinear um conjunto de iniciativas que 
levem em conta a existência de interlocutores e participantes sociais relevantes e ativos 
por meio de práticas educativas e de um processo de diálogo informado, o que reforça 
um sentimento de corresponsabilidade e de constituição de valores éticos. Isso também 
implica que uma política de desenvolvimento para uma sociedade sustentável não pode 
ignorar nem as dimensões culturais nem as relações de poder existentes, muito menos 
o reconhecimento das limitações ecológicas, sob pena de apenas manter um padrão 
predatório de desenvolvimento. 
Tudo entendido até aqui ?
A sociedade sustentável
Atualmente, o avanço para uma sociedade sustentável é 
permeado de obstáculos, na medida em que existe restrita 
consciência na sociedade a respeito das implicações do 
modelo de desenvolvimento em curso. Pode-se afirmar 
que as causas básicas que provocam atividades ecologica-
mente predatórias são atribuídas às instituições sociais, 
aos sistemas de informação e comunicação e aos valores 
adotados pela sociedade. Isso implica principalmente a 
necessidade de estimular a participação mais ativa da 
sociedade no debate dos seus destinos, como uma forma 
de estabelecer um conjunto socialmente identificado de 
problemas, objetivos e soluções. 
 
O caminho a ser desenhadopassa necessariamente por uma mudança no acesso à infor-
mação e por transformações institucionais que garantam acessibilidade e transparência 
na gestão. Existe um desafio essencial a ser enfrentado, e está centrado na possibilidade 
de que os sistemas de informação e as instituições sociais se tornem facilitadores de um 
processo que reforce os argumentos para a construção de uma sociedade sustentável. Para 
tanto é preciso que se criem todas as condições para facilitar o processo, suprindo dados, 
desenvolvendo e disseminando indicadores e tornando transparentes os procedimentos 
por meio de práticas centradas na educação ambiental que garantam os meios de criar 
novos estilos de vida e promovam uma consciência ética que questione o atual modelo 
de desenvolvimento, marcado pelo caráter predatório e pelo reforço das desigualdades 
socioambientais.
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Módulo 4 Responsabilidade Social
A sustentabilidade, como novo critério básico e integrador, precisa estimular perma-
nentemente as responsabilidades éticas, na medida em que a ênfase nos aspectos 
extraeconômicos serve para reconsiderar os aspectos relacionados com a equidade, a 
justiça social e a própria ética dos seres vivos. 
A noção de sustentabilidade implica, portanto, uma inter-relação necessária de justiça 
social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e ruptura com o atual padrão de desen-
volvimento. Nesse contexto, a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas 
centradas na conscientização, na mudança de comportamento, no desenvolvimento de 
competências, na capacidade de avaliação e na participação dos educandos. A educação 
ambiental propicia aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento 
de habilidades, condições básicas para estimular maior integração e harmonia dos 
indivíduos com o meio ambiente. 
Nesse sentido, a relação entre meio ambiente e educação para a cidadania assume papel 
cada vez mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para apreender 
processos sociais que se complexificam e riscos ambientais que se intensificam. As 
políticas ambientais e os programas educativos relacionados à conscientização da 
crise ambiental pedem cada vez mais novos enfoques integradores de uma realidade 
contraditória e geradora de desigualdades e que transcendem a mera aplicação dos 
conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis. O desafio é, pois, formular uma 
educação ambiental que seja crítica e inovadora, em dois níveis: formal e não formal.
 
Assim, a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a 
transformação social. Seu enfoque deve buscar uma perspectiva holística de ação, que 
relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo em conta que os recursos naturais 
se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o homem.
Os grandes desafios para os educadores ambientais são: 
de um lado, o resgate e o desenvolvimento de valores e 
comportamentos (confiança, respeito mútuo, respon-
sabilidade, compromisso, solidariedade e iniciativa); de 
outro, o estímulo a uma visão global e crítica das questões 
ambientais e a promoção de um enfoque interdisciplinar 
que resgate e construa saberes.
Vale ressaltar que quando nos referimos à educação 
ambiental, situamo-la em contexto mais amplo, o da 
educação para a cidadania, configurando-a como elemento 
determinante para a consolidação de sujeitos cidadãos. O 
desafio do fortalecimento da cidadania para a população 
como um todo – e não para um grupo restrito – concretiza-
se pela possibilidade de cada pessoa ser portadora de 
direitos e deveres e de se converter, portanto, em ator 
corresponsável na defesa da qualidade de vida.
O principal eixo de atuação da educação ambiental deve 
buscar, acima de tudo, a solidariedade, a igualdade e o 
respeito à diferença, com formas democráticas de atuação 
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baseadas em práticas interativas e dialógicas. Isso se consubstancia no objetivo de criar 
novas atitudes e comportamentos diante do consumo na nossa sociedade e de estimular 
a mudança de valores individuais e coletivos.
 
A educação ambiental é atravessada por vários campos de conhecimento, o que a situa 
como uma abordagem multirreferencial; a complexidade ambiental reflete um tecido 
conceitual heterogêneo, em que os campos de conhecimento, as noções e os conceitos 
podem ser originários de várias áreas do saber. A dimensão ambiental representa a 
possibilidade de lidar com conexões entre diferentes dimensões humanas, propiciando 
entrelaçamentos e múltiplos trânsitos entre múltiplos saberes. A escola participa, então, 
dessa rede como uma instituição dinâmica com capacidade de compreender e articular 
os processos cognitivos com os contextos da vida. A educação insere-se na própria teia 
da aprendizagem e assume papel estratégico nesse processo. 
Podemos dizer que a educação ambiental, na escola ou fora dela, continuará a ser uma 
concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento 
educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e 
ecológica exige alternativas radicais, justas e pacíficas. 
E o que dizer do meio ambiente na escola?
Você deve estar se fazendo essa pergunta. Pode-se dizer 
que um processo de reconstrução interna (dos indivíduos) 
ocorre partir da interação com uma ação externa (nature-
za, reciclagem, efeito estufa, ecossistema, recursos hídri-
cos, desmatamento) na qual os indivíduos se constituem 
como sujeitos pela internalização de significações que 
são construídas e reelaboradas no desenvolvimento de 
suas relações sociais. A educação ambiental, como tantas 
outras áreas de conhecimento, pode assumir, assim, 
parte ativa de um processo intelectual constantemente 
a serviço da comunicação, do entendimento e da solução 
dos problemas.
 
Trata-se de um aprendizado social baseado no diálogo 
e na interação em constante processo de recriação e 
reinterpretação de informações, conceitos e significados 
que podem se originar do aprendizado em sala de aula 
ou da experiência pessoal do aluno. Dessa forma, a 
escola pode transformar-se no espaço em que o aluno 
terá condições de analisar a natureza em um contexto 
entrelaçado de práticas sociais, parte de uma realidade mais complexa e multifacetada. 
O mais desafiador é evitar cair na simplificação de que a educação ambiental poderá 
superar uma relação pouco harmoniosa entre os indivíduos e o meio ambiente mediante 
práticas localizadas e pontuais, muitas vezes distantes da realidade social de cada aluno.
 
Cabe sempre enfatizar a historicidade da concepção de natureza, o que possibilita a 
construção de uma visão mais abrangente e que abra possibilidade para uma ação em 
busca de alternativas e soluções. E como educação ambiental se relaciona com cidadania? 
Cidadania tem a ver com identidade e pertencimento a uma coletividade. A educação 
ambiental, como formação e exercício de cidadania, refere-se a uma nova forma de encarar 
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Módulo 4 Responsabilidade Social
a relação do homem com a natureza, baseada numa nova ética, que pressupõe outros 
valores morais e uma maneira diferente de ver o mundo e os homens.
A educação ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem 
que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência 
local e planetária.
O que tem sido feito em termos de educação ambiental?
A grande maioria das atividades é feita dentro de uma modalidade formal. Os temas 
predominantes são lixo, proteção do verde, uso e degradação dos mananciais, ações 
para conscientizar a população em relação à poluição do ar. A educação ambiental que 
tem sido desenvolvida no país é muito diversa, e a presença dos órgãos governamentais 
como articuladores, coordenadores e promotores de ações é ainda muito restrita.
No caso das grandes metrópoles,existe a necessidade de enfrentar os problemas da 
poluição do ar, e o poder público deve assumir papel indutor do processo. A redução 
do uso do automóvel estimula a corresponsabilidade social na preservação do meio 
ambiente, chama a atenção das pessoas e as informa sobre os perigos gerados pela 
poluição do ar. Mas isso implica a necessidade de romper com o estereótipo de que as 
responsabilidades urbanas dependem em tudo da ação governamental, e os habitantes 
mantêm-se passivos e aceitam a tutela.
O grande salto de qualidade tem sido feito pelas ONGs e organizações comunitárias, que 
têm desenvolvido ações não formais centradas principalmente na população infantil e 
juvenil. A lista de ações é interminável, e essas referências são indicativas de práticas 
inovadoras preocupadas em incrementar a corresponsabilidade das pessoas em todas 
as faixas etárias e grupos sociais quanto à importância de formar cidadãos cada vez 
mais comprometidos com a defesa da vida. A educação para a cidadania representa a 
possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas 
de participação em potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização 
de uma proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação.
O complexo processo de construção da cidadania no Brasil, num contexto de aumento 
das desigualdades, é perpassado por um conjunto de questões que necessariamente 
implica a superação das bases constitutivas das formas de dominação e de uma cultura 
política calcada na tutela. O desafio da construção da cidadania ativa configura-se 
como elemento determinante para constituição e fortalecimento de sujeitos cidadãos 
que, portadores de direitos e deveres, assumam a importância da abertura de novos 
espaços de participação.
Atualmente, o desafio de fortalecer uma educação ambiental convergente e multirrefe-
rencial é prioritário para viabilizar uma prática educativa que articule de forma incisiva 
a necessidade de enfrentar concomitantemente a degradação ambiental e os problemas 
sociais. Assim, o entendimento sobre os problemas ambientais se dá por uma visão do 
meio ambiente como um campo de conhecimento e significados socialmente construído, 
que é perpassado pela diversidade cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse. 
O aluno precisa ser situado nesse universo de complexidades; seus repertórios 
pedagógicos devem ser amplos e interdependentes, visto que a questão ambiental é 
um problema híbrido, associado a diversas dimensões humanas.
Módulo 4 Responsabilidade Social
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Os professores devem estar cada vez mais preparados para reelaborar as informações 
que recebem, especialmente as ambientais, a fim de poder transmitir e decodificar para 
os alunos a expressão dos significados sobre o meio ambiente e a ecologia nas suas 
múltiplas determinações e interseções. A ênfase deve ser a capacitação para perceber 
as relações entre as áreas e como um todo, enfatizando uma formação local/global, 
buscando marcar a necessidade de enfrentar a lógica da exclusão e das desigualdades. 
Nesse contexto, a administração dos riscos socioambientais reforça cada vez mais a 
necessidade de ampliar o envolvimento público por meio de iniciativas que possibilitem 
o aumento do nível de consciência ambiental dos moradores, garantindo a informação 
e a consolidação institucional de canais abertos para a participação numa perspectiva 
pluralista. A educação ambiental deve destacar os problemas ambientais que decorrem 
da desordem e da degradação da qualidade de vida nas cidades e suas regiões.
À medida que se observa cada vez mais dificuldade de manter a qualidade de vida, é 
preciso fortalecer a importância de garantir padrões ambientais adequados e estimular 
uma crescente consciência ambiental, centrada no exercício da cidadania e na refor-
mulação de valores éticos e morais, individuais e coletivos, numa perspectiva orientada 
para o desenvolvimento sustentável.
A educação ambiental, como componente de uma cidadania abrangente, está ligada 
a uma nova forma de relação ser humano/natureza, e sua dimensão cotidiana leva a 
pensá-la como somatório de práticas e, consequentemente, entendê-la na dimensão de 
sua potencialidade de generalização para o conjunto da sociedade. Cremos que essa 
generalização de práticas ambientais só será possível se estiver inserida no contexto de 
valores sociais, mesmo que se refira a mudanças de hábitos cotidianos.
A problemática socioambiental, ao questionar ideologias teóricas e práticas, propõe a 
participação democrática da sociedade na gestão dos seus recursos atuais e potenciais e 
no processo de tomada de decisão para a escolha de novos estilos de vida e a construção 
de futuros possíveis, sob a ótica da sustentabilidade ecológica e da equidade social.
Torna-se cada vez mais necessário consolidar novos paradigmas educativos, centrados 
na preocupação de iluminar a realidade desde outros ângulos; isso supõe a formulação 
de novos objetos de referência conceituais e principalmente a transformação de atitudes.
Programa de Gestão ambiental
http://pga.pgr.mpf.gov.br/pga/educacao/que-e-ea/o-que-e-educacao-ambiental
Ministério do Meio Ambiente
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=20
Uma definição sobre educação ambiental
http://www.reacaoambiental.com.br/?p=279
Indo Além
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Módulo 4 Responsabilidade Social
Entre em contato com o Orientador Acadêmico através da Sala do Orientador na sala de aula virtual, 
ou consulte o Quadro Horários de Atendimento presencial ao aluno, disponível no Mural da Lara 
para saber os dias e horários do plantão do Orientador no laboratório de Informática da sua unidade 
UNISUAM.
Dúvidas
Para verificar seu rendimento no estudo do conteúdo do Módulo IV dessa disciplina, realize os exercícios 
online. Saiba que essa atividade soma ponto com a Prova Online na A2
Exercícios
Anexo - Atividades Responsabilidade Social
Bloco de notas
e anotações
Este espaço é para você anotar suas observações com relação a 
disciplina estudada.
Importante: Leia todas as orientações passo a passo no “Tutorial do Aluno” de como 
realizar suas Atividades.

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