Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Scheila Maria 2017 NEFRITE LÚPICA: Inflamação renal causada por LES (doença autoimune além de atacar os rins pode causar lesões em pele, articulações e SNC). O envolvimento renal no LES se dá através de lesões glomerulares por invasão de imunocomplexos e se traduzem em 4 padrões característicos: Mesangial, proliferativo focal, proliferativo difuso e membranoso; Há consumo de complemento C3 e C4 – envolvimento na via clássica e alternativa IF mostra depósitos de IgG, IgM, e IgA porém apresenta estrutura histológica altamente variável. Veremos adiante. Incidência 35% dos pacientes com LES têm evidências clínicas de nefrite no diagnóstico; 50 – 60% desenvolve nefrite em 10 anos; A nefrite é mais comum em crianças, homens e negros com LES. Pela quantidade de mulheres que tem lúpus há maior número de casos mais a prevalência é maior em homens negros – da nefrite lúpica. Sobrevida em 10 anos com LES é de 92%; e com NL é 88%; Nefrite lúpica: associação com outras manifestações clínicas do LES – importante para diagnóstico. Síndrome nefrótica (formas mais crônicas e menos proliferativas) ou nefrítica frequentes Pode assumir forma rapidamente progressiva Consome complemento – C3 e C4. Gestação x LES: A gestação pode aumentar a atividade lúpica; SAAF (síndrome anticorpo anti fosfolítico): Doença autoimune sistêmica se caracteriza por anti corpo + trombose ou presença de abortos de repetição + trombose paciente com alto risco de comprometimento renal e risco de diálise [Os anticorpos provocam a coagulação sanguínea]. Piora da função renal (estado hipervolêmico da gravidez) Risco de pré- eclampsia; Características da LES Rash malar; Lúpus discoide; Fotosenssibilidade; Úlceras orais; Artrite; Serosite (pleurite ou pericardite); FAN; Critérios renais: (1) sedimento urinário contendo cilindros celulares (hemáticos, leucocitários, epiteliais ou granulosos); (2) proteinúria [> 500mg/24h ou ≥3+ no EAS] Critérios neurológicos – convulsão ou psicose Critérios hematológicos: anemia hemolítica | leucopenia < 4.000 | linfopenia < 1.500 | plaquetopenia autoimune < 100.000; Critérios imunológicos: anti-DNAds | anti-SM | anti-fosfolipe. Critérios diagnósticos para Lúpus 4 critérios + 1 critério clínico + 1 critério imunológico OU Biópsia renal com nefrite lúptica + FAN ou anti-DNAds positivo; Manifestações da nefropatia lúpica. Alterações no exame de urina - proteinúria > 500mg/24h (50%) - cilindros celulares (50%) - hematúria dismórfica Síndrome nefrótica (25%) Insuficiência renal aguda Padrões patológicos Depósito mesangial glomerulonefrite mesangial [ inflamação e perda de proteínas = glomerulonefrites mais leves] Depósito subendotelial glomerulonefrite proliferativa [Imunocomplexos estão em contato direto com o sangue, inflamação] + hematúria, leucocitúria, proteinúria – síndrome nefrítica. Depósito subepitelial (MB) glomerulonefrite membranosa [Imunocomplexos localizados na região de contenção de proteínas proteinúria] [Pouco contato com o sangue, inflamação, hematúria e leucocitúria] Proteinúria maciça – síndrome nefrótica. Tipo I – alterações mesangiais mínimas: = rim normal. MO normal | IF e ME com depósitos mesangiais; Pacientes assintomáticos; Pode ter hematúria micro e proteinúria leve [< 1g] Não requer TTO específico. Tipo II – alterações mesangiais proliferativas (restrito ao mesângio): MO com hipercelularidade mesangial | ME e IF com depósitos mesangiais; Pode ocorrer proteinúria [<1g/24h] e hematúria discretas; Creatinina normal; Não requer TTO específico: seguimento mais criterioso, pois 20% podem evoluir para classe IV. Tipo III – GN proliferativa focal = depósito subendotelial: MO com lesões endocapilares comprometendo < 50% dos glomérulos ME e IF com depósitos subendoteliais e mesangiais. Pode haver necrose capilar e crescentes – lesão renal aguda | perda de função abrupta. Síndrome nefrítica: hematúria, leucocitúria e proteinúria [>1g/24h] Requer TTO específico: < 25% de acometimento, sem necrose ou crescentes: corticoterapia. Lesões disseminadas, com necrose ou crescentes: corticóides + imunossupressores Tipo IV – GN proliferativa difusa = depósito subendotelial MO com lesões endocapilares comprometendo > 50% dos glomérulos ME e IF com depósitos subendoteliais difusos e em mesângio; Síndrome nefrítico/nefrótica: com hematúria, leucocitúria e proteinúria nefrótica; Pode cursar com perda de função renal abrupta – mais provável que no tipo III. Requer TTO específico agressivo: Antiproteinúricos + imunossupressão agressiva Imunossupressão: pulsoterapia com corticóide + ciclofosfamida ou micofenolato Tipo V – GN membranosa = depósito subepitelial: MO hipercelularidade mesangial com espessamento da membrana basal ME e IF depósitos subepiteliais; Muito semelhante à membranosa idiopática, porém aqui há consumo de complemento Síndrome nefrótica franca: proteinúria intensa e pouca hematúria Manifestações trombóticas são comuns: trombose de veia renal Pode requerer TTO específico ou não. - Proteinúria baixa, sem perda de função renal, sem inchaço: conduta expectante. - Proteinúria (>5g), FR, inchaço: anti-proteinúricos + corticóide + imunossupressor Tipo VI – GN lúpica esclerosante avançada: MO lesões esclerosantes > 90% dos glomérulos; IRC avançada; Não requer TTO específico; Diálise ou transplante renal Outras formas de acometimento Renal no LES Nefrite túbulo intersticial; Depósitos vasculares imunes; Vasculopatia necrosante não inflamatória; Microangiopatia trombótica; Artrite necrosante; Classe histológicos X manifestações: Avaliando a atividade renal Sedimento urinário | CH50 | C3 | Anti –DNAds | Proteinúria | PA | VHS | PCR Indicações de Biópsia renal : Piora da função renal; Proteinúria > 1g/dia; Proteinúria > 0,5g/dia com hematúria ou cilindros hemáticos; Tratamento Geral do LES: Corticoides em baixas doses; Hidroxicloroquina (antimalárico) – evita manifestação cutânea e articular. *acompanhar com oftalmologista: aumenta risco de acúmulo ocular. AINES (período curto) – dores articulares; Imunossupressores (Azatioprina, Micofenolato)*benéfico, pois diminui o risco cardiovascular em virtude do uso do corticoide. Protetor solar; Mudanças no estivo de vida: risco CV – LES é uma doença inflamatória. AAS – pacientes com maior risco CV Cálcio | vitamina D | bifosfonatos - previne osteoporose no uso do corticoide Estatinas – para os pacientes com colesterol (pelo corticóide, inflamação) IECA / BRA (Diminui a proteinúria, reduzindo a taxa de filtração glomerular); ACO – benéfico para evitar a gravidez. Cuidado redobrado pelo risco de trombose, principalmente quando há anti-fosfolípide Tratamento classe III e IV: Fase de indução: pulsoterapia de metilprednisolona + ciclofosfamida ou micofenolato Agressiva (NIH): pulsos mensais por 6 meses. Doses baixas (Euro-lúpus): pulsos quinzenais por 3 meses. Fase de manutenção – micofenolato ou azatioprina. Anti-proteinúricos: iECA/BRA Controle pressórico Sobrevida atual 80% em 10 anos; Tratamento Classe V: Proteinúria não nefrótica e assintomáticos: apenas IECA/ BRA; Proteinúria nefrótica: MMF 2 – 3g/dia + prednisona 0,5mg/kg/dia – por 6 meses; *É tratada pois 20-30% pioram a creatinina e 10% entram em diálise. PROVA: Indicações de Biópsia Piora da função renal; Proteinúria > 1g/dia; Proteinúria > 0,5g/dia com hematúria ou cilindros hemáticos; TTO/drogas: prednisona, micofenolato, azatioprina, iECA, bRA Classificação e quando desconfiar de cada caso (tabela). Como diferenciar hematúria nefrológicas e hematúrias urológicas? Tem que ver a taxa da proteinúria, ... se for uma taxa alta (>100mg/dl ou 2+) será hematúria nefrológica pois está sendo filtrado proteínas. A hematúria urológica tem proteinúria baixa não passando de 100mg/dl ou <1+, além disso pode ser verificado se há dimorfismo, pois a hematúria glomerular cursa com esse tipo, enquanto as tubulares e urológicas são normais. Se cilindros hemáticos é hematúria glomerular. Se coágulos é urológica.
Compartilhar