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1. FONTES DO DIREITO A expressão “fontes do direito”, o u fontes jurídicas, pode ser considerada como uma metáfora, num primeiro momento, aludindo a uma nascente de onde brota uma corrente de água. São as fontes produtivas. Constituem aquilo que o Barão de Montesquieu denominou de o espírito das leis. São, portanto, todas as forma s de pressão social que criam ou modificam um sistema jurídico. Portanto , fatores sociais, históricos, religiosos, naturais, demográficos, higiênicos, políticos, econômicos, morai s, de época, etc., que deram origem ao um determinado ordenamento jurídico Portanto, fontes jurídicas, ou fontes do direito, nada mais são do que a origem primária d o direito, confundindo -se com sua gênese, ou seja, são fatores reais que condicionam o surgimento do sistema jurídico. São o modo de expressão do direito. São elementos emergente s da própria realidade social e dos valores que inspiram um ordenamento jurídico. O conjunto desses fatores sociais e axiológicos determina a e laboração do direito a través dos atos dos legisladores e dos magistrados. Não são o direito positivo mas, apenas o conjunto de valores e circunstâncias sociais, que contituindo o antecedente natural d o direito, contribuem, para a formação do conteúdo das normas jurídicas. Sendo as fontes o modo de expressão do direito, necessário se faz que o jurista conheça estas fonte s para aplicar o direito, bem como, é necessário que as pessoas as conheçam para que possam observar, respeitar os ditames do direito. Tendo em vista a grande gama d e meios de classificações utilizados pelos juristas para classificar as fontes d o direito, e em virtude de muitas destas classificações se contraporem entre si, as fontes não serão classificadas neste material, entretanto, isto não impedirá de que seja explanada um pouco de cada uma das fontes atuais do direito. a) Legislação A legislação é a fonte primacial do direito, em virtude da maior certeza e segurança que ela carrega, já que devidamente escrita. Necessário falar em legislação e não somente em lei, uma vez que todas as espécies de legislação (leis ordinárias, decretos, leis com plementares,etc) são consideradas fontes do direito. A lei mais importante do ordenamento jurídico é a Constituição Federal, uma vez que ela é o ordenamento total do Esta do, pois abrange todas aquelas NORMAS cujo conteúdo se refere à matéria constitucional. A Constituição é uma LEI hierarquicamente superior às demais leis, que com ela não poderão conflitar, sob pena de invalidade. Entretanto, o fato da Constituição ser a fonte mais importante do direito, por trazer as bases para o ordenamento jurídico do Estado, não significa dizer que as demais espécies de leis não possam ser assim consideradas. b) Jurisprudência A jurisprudência é o conjunto de reiteradas decisões d os tribunais sobre determinada matéria. A jurisprudência não vincula o juiz, mas acaba prevalecendo na maioria dos casos, principalmente em virtude da tendência que se tem à sua uniformização, o que não implica dizer, todavia, que o juiz deva tabelar suas decisões, pois ao contrário disso, deve o magistrado analisar cada caso em concreto para aplicar o direito da forma mais adequada. A jurisprudência expressa nas sentenças e acórdãos, estabelecendo um entendimento a respeito da norma a ser sub sumida ao caso "sub judice", é assim fonte através da qual se manifesta o Direito, em sua aplicação prática e real. A Constituição e as leis só valem, verdadeiramente, através desse significado que lhes empresta a jurisprudência. Apesar da Jurisprudência não ter a mesma força que a lei, não se pode estudar qualquer assunto jurídico, desvinculando -o das manifestações do Poder Judiciário, especialmente da jurisprudência do Supremo T ibunal Federal, que no desempenho de sua missão constitucional de árbitro da Federação, guardião da Constituição e uniformizador d a jurisprudência, manifesta -se a respe ito do s mais diversos temas jurídicos. Para ilustrar, em nosso ordenamento constitucional, a importância da interpretação da norma pelos órgãos do Pode r Judiciário, basta -nos citar o art. 119, III, "d", que prevê o cabimento de recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal na hipótese de divergência jurisprudencial. Exemplo: cheque pré -datado na maioria das vezes não configura o estelionato. c) Costume Os decretos-leis eram uma ferramenta do p residente da República para dar imediata efetividade a uma norma d a administração, com poder de lei desde a sua edição. Considerados um "entulho autoritário", os decretos -leis foram extintos pela Constituição de 1988 e substituídos pelas Medidas Provisórias, que também têm força de lei desde sua edição pelo presidente da República. O Decreto legislativo é a norma jurídica que vem abaixo das emendas a constituição, leis complementares, leis ordinárias e medidas provisórias. Ele é destinado a veicular matéria de competência do Congresso Nacional prevista basicamente no artigo 49 d a Constituição Federal. ver Brasil. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República / Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior. – 2. e d. rev. e atual. – Brasília : Presidência da República, 2002. Decreto Legislativo página 99 Decreto página 101 A Lei Delegada (vide artigos 59, IV e 68 d a Constituição brasileira de 19 88) é um ato normativo elaborado pelo Presidente do Brasil com a autorização do Congresso Nacional do Brasil, para casos de relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. O Presidente so licita a autorização, e o congresso, julgando adequado o período, fixa os limites da lei delegada. Depois de criada a lei pelo P residente, ela é remetida ao congresso para avaliação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e que a lei é conveniente, o congresso a a prova, contudo essa norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei ordinária. As leis delegadas não admitem emendas. d.3) Decretos Regulamentares: Na verdade não são leis no sentido estrito da palavra, mas sim atos do Poder Executivo, com a finalidade de prover situações previstas na lei em sentido técnico, para explicitá-la e dar-lhe execução. d.4) Normas Internas: Assim como os decretos regulamentares também não são leis n o sentido estrito da palavra, mas têm por finalidade disciplinar situações específicas, notadamente na Administração Público. E x. Despachos, Estatutos, Regimentos internos, instruções normativas, etc. e) Quanto à obrigatoriedade - normas de ordem pública : são normas que não podem ser modificadas por convenção dos particulares, é normalmente imperativa e proibitiva. As normas de ordem pública se impõem m esmo contra a vontade de quemtem o direito e a garantia em seu favor. Exemplo: não terá validade alguma uma declaração do empregado de que não deseja ganhar salário apesar de trabalhar. Por ser norma de ordem pública, as pessoas não podem alterar de acordo com sua vontade. - Norma de ordem privada: são normalmente as normas permissivas, podendo ser alteradas por atos de vontade. Exemplo: normas de direito civil no que tange aos contratos. f) Quanto à sistematização: - norma s esparsas (ou extravagantes ) – quando editadas isoladamente (p. ex.: Lei do inquilinato, Lei das Contravenções Penais, Lei da Execuções Penais, etc.). - normas consolidadas – quando forem uma reunião de Leis esparsas vigentes sobre determinado ramo jurídico (p. ex. CLT e CLPS). - normas codificadas – quando constituem um corpo orgânico de normas sobre certo ramo jurídico. O Código não é um complexo de normas, m as uma Lei única que dispõe, sistematicamente, a respeito de u m ramo jurídico (p. ex.: Código Civil, Código Penal, Código Comercial, Código de Processo Civil, Código Tributário , etc.).
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