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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
 Teoria Geral das Relações Jurídicas 
1.1 - Conceito 
O Direito, conjunto de normas que disciplinam as condutas sociais, objetiva a coexistência pacífica dos 
indivíduos. Para que isso seja possível, as suas normas têm caráter impositivo, sendo garantidas pelo Estado, 
que é responsável por aplicar as sanções a cada um que infringe as suas normas. 
Dessa forma, o Direito possui regras de conduta, que disciplinam algumas relações sociais, influenciando o 
comportamento dos indivíduos. 
Assim, essas relações sociais que importam para o Direito são as chamadas relações jurídicas. 
As relações jurídicas são relações entre dois ou mais indivíduos, das quais decorrem conseqüências 
importantes, devendo, pois, existir uma normatização, por exemplo, no contrato de compra e venda, ou no 
casamento. 
Pode-se dizer, então, que uma relação jurídica seria uma relação entre dois ou mais indivíduos, e, por meio 
desse vínculo, as normas jurídicas incidem, por serem as conseqüências relevantes para o Direito. 
É importante dizer que uma relação jurídica pode conter direitos e deveres para as partes, sendo que, 
normalmente, uma parte tem um direito relacionado à prestação que a outra é obrigada. 
Duas teorias se contrariam a respeito do conceito de relação jurídica. 
A Teoria Jusnaturalista afirma que a relação jurídica é aquela relação social assim reconhecida pelo Direito, uma 
vez que é anterior ao próprio Direito. 
Já a Teoria Positivista expressa que a relação jurídica só existe a partir da normatização pelo Direito, ou seja, as 
normas é que fazem surgir as relações jurídicas. 
1.2 - Considerações relevantes 
Pode dizer que uma relação jurídica é fruto das relações entre indivíduos e que, por seus efeitos, podem 
repercutir no âmbito social. Por isso, é imprescindível a normatização, de modo que o bem coletivo esteja 
devidamente resguardado. 
Essa normatização pode ser feita de forma explícita, quando as normas são específicas (como no caso do 
Direito Penal, que disciplina as condutas ilícitas de maneira específica) ou implícita, quando essas normas não 
apresentam esse caráter específico (conforme se verifica nas normas de Direito Civil, que regula os interesses 
privados). 
Nesse contexto é importante se discutir o conceito de fato jurídico, por estar diretamente relacionado com as 
relações jurídicas. 
Pode-se dizer que um fato jurídico é qualquer acontecimento que cria, modifica ou extingue uma determinada 
relação jurídica. 
Esse fato pode ser natural, quando independe da conduta humana, mas que, mesmo assim, repercute na esfera 
jurídica; ou fato humano, quando uma relação jurídica é criada, modificada ou extinta, por meio de uma ação ou 
omissão do homem. 
1.3 - Elementos das Relações Jurídicas 
Toda relação jurídica é formada pelos sujeitos ativo e passivo, o vínculo e o objeto da relação. 
1.4 - Sujeitos da Relação Jurídica 
Sujeito ativo pode ser classificado como a pessoa que tem o direito subjetivo, ou seja, aquele que pode exigir da 
outra pessoa o cumprimento de uma prestação. 
Já o sujeito passivo é aquele que dever cumprir a obrigação em favor do outro, prestação essa, denominada 
dever jurídico. 
É importante dizer que as relações jurídicas podem ser classificadas em virtude de seus sujeitos, sendo simples, 
quando envolvem apenas duas pessoas, ou plurilateral, quando possui várias pessoas como sujeitos ativos ou 
passivos. 
Distingue-se, também, a relação jurídica em relativas, quando o sujeito passivo é uma pessoa ou grupo de 
pessoas, ou absolutas, quando o sujeito passivo é a coletividade, não, sendo, pois, determinado. 
Verifica-se, ainda, relações jurídicas de Direito Público, quando é o Estado que figura como pólo ativo, 
exercendo seu poder de império, numa relação de subordinação em relação ao pólo passivo; e relações jurídicas 
de Direito Privado, quando é formada por indivíduos, que, nos dois pólos, ativo ou passivo, exercem seus direitos 
e deveres numa relação de igualdade, ou coordenação. 
Outro elemento da relação jurídica é o vínculo, que pode ser explicado como a ligação entre os sujeitos da 
relação, estabelecendo os sujeitos ativos e passivos de cada relação. 
Já o objeto, importante elemento da relação jurídica, pode ser explicado como a coisa sobre a qual recai o direito 
do sujeito ativo, e o dever do sujeito passivo. 
Vale dizer que o objeto da relação jurídica sempre será um bem, que pode ser patrimonial ou não, ou seja, pode 
possuir valor financeiro ou não. 
Com relação ao objeto, as relações jurídicas podem se distinguir em: 
 relações jurídicas pessoais, quando o objeto da relação refere-se a um modo de ser da pessoa (exemplo: 
honra, imagem, liberdade); 
 relações jurídicas obrigacionais, nas quais o objeto da relação é uma prestação (obrigações de dar, fazer ou 
não fazer); 
 relações jurídicas reais, aquelas em cujo objeto é uma coisa, como no caso da posse de uma casa. 
Mas deve-se atentar que, no caso das relações jurídicas reais, embora, o objeto da relação seja uma coisa, a 
relação jurídica não é entre coisa e pessoa, mas uma relação entre o titular da coisa e os não titulares, em que a 
titularidade da coisa, valerá contra qualquer pessoa, mesmo que não determinada. 
1.4.1 - Conceito de personalidade jurídica 
Primeiramente é importante dizer que o Direito se preocupa com o homem e com suas relações, e para tal, 
determina as condutas a serem seguidas, como forma de permitir a vida social pacífica. 
Dessa forma, é importante dizer quais são os conceitos de Direito relacionados aos sujeitos das relações 
jurídicas. 
Sabe-se que toda a pessoa natural possui a aptidão de exercer direitos e deveres na Ordem Jurídica, ou seja, 
todas as pessoas têm a possibilidade de exercê-los. A esse atributo, inerente a todas as pessoas, sem qualquer 
restrição, dá-se o nome de personalidade jurídica. 
Assim, pode-se dizer que a personalidade jurídica é uma criação do Direito, para que o indivíduo seja 
considerado pessoa, e, portanto, tenha direitos e obrigações. 
Essa regra está no art. 1º do Código Civil Brasileiro, e dispõe que toda pessoa é capaz de direitos e obrigações 
na vida civil. 
Legislação: 
Código Civil - “Art. 1º. Toda a pessoa é capaz de direito e deveres na ordem civil.” 
1.4.2 - Início e fim da personalidade civil 
Vale dizer que a personalidade, atributo inerente a todo e qualquer indivíduo, possui início e fim. 
Dessa forma, a personalidade civil tem início diante do nascimento com vida. 
Destaque-se ainda que há muitos debates entre os autores a respeito desse exato momento em que se iniciaria 
a personalidade. 
Muitos autores afirmam que a personalidade civil se iniciaria desde a concepção, ou seja, concedendo 
personalidade civil ao nascituro, ou seja, daquele que ainda está para nascer. 
Entretanto, a teoria adotada pelo legislador do Código Civil Brasileiro concluiu pelo início da personalidade diante 
do nascimento com vida, constatada pela respiração, mesmo que, por uma única vez. 
Cumpre salientar que, embora a personalidade civil se inicie apenas diante do nascimento com vida, a lei, desde 
a concepção resguarda os direitos do nascituro. 
Dessa forma, não deve-se dizer que o nascituro tem direitos ou personalidade, mas apenas expectativa de 
direitos, e, cabe ao Estado garantir que o indivíduo nasça para que ela tenha personalidade, e assim, possa 
exercer direitos e obrigações. 
Essa regra encontra-se disposta no Código Civil Brasileiro, em seu artigo 2º. 
Legislação: 
Código Civil – “Art. 2º. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do nascituro.” 
É importante dizer que, mesmo que o recém nascido, respire uma única vez e morra, uma vez constatada a vida, 
como teve personalidade, é considerado sujeito de direitos,e, esse fato, influencia seriamente as questões 
sucessórias, relacionadas à herança, pois a lei resguarda esses direitos. 
Quanto ao fim da personalidade, conforme o art. 6º, tem-se que se extingue somente com a morte, ou por 
declaração de ausência. 
Legislação: 
Código Civil – “Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.” 
“Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.” 
Há uma regra bastante relevante a respeito do fim da personalidade, que é a regra do art. 8º do CCB. 
Essa regra determina que se duas ou mais pessoas forem encontradas mortas, para efeitos sucessórios, 
considera-se que ambas faleceram simultaneamente, ou seja, no mesmo momento. 
É a chamada regra da comoriência. Contudo, é admitido a apresentação de prova em contrário. 
O processo de ausência, outra forma de extinção da personalidade, é um processo pelo qual o juiz vai declarar 
ausente aquela pessoa que deixou seu domicílio, e nenhuma notícia se tem a seu respeito. 
Conforme a lei, haverá situações em que a morte será presumida, conforme o art. 7º do CCB. Seriam aquelas 
situações em que a pessoa se encontrava em extremo perigo de vida, ou em casos de guerra, se após dois anos 
a mesma não for encontrada. 
Legislação: 
Código Civil – “Art. 7º. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for 
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha 
ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da 
morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, 
devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.” 
1.4.3 - Capacidade de fato e de Direito 
O conceito de capacidade é extrema importância para o Direito, e pode-se dizer que a capacidade jurídica é a 
medida da personalidade, ou seja, é o potencial de todo o indivíduo, que faz com a pessoa seja sujeito de 
direitos e deveres. 
Dessa forma, pode-se verificar dois quatro tipos de capacidade: 
Capacidade de direito (genérica), ou seja, potencial de todos os indivíduos de serem considerados pessoas; 
Capacidade de fato, que é a capacidade de exercer plenamente os atos da vida civil (nem todos possuem, por 
exemplo, os doentes mentais e menores de idade não podem exercer quaisquer atos); 
Capacidade negocial, que é a exigência da capacidade de fato, acrescida de um plus, necessária ao exercício de 
um ato (por exemplo para vender uma casa, por procuração, além da pessoa ser maior, deve ser alfabetizado 
para conseguir outorgar a procuração); 
E, por fim, a capacidade especial, exigida para a realização de algum ato, que está fora do Direito Privado, como 
no caso do alistamento no exército ou carteira de habilitação. 
1.4.4 - Incapacidade absoluta e relativa 
Conforme já fora determinado, a capacidade de direito, é aquela que todo o indivíduo possui, é um potencial 
inerente, que confere ao indivíduo a qualidade de pessoa. 
Dessa forma, para que exerça plenamente os atos da vida civil, a pessoa deve ser plenamente capaz. 
Entretanto, algumas pessoas, por suas características, são consideradas incapazes. 
Essa incapacidade pode se dar em dois graus, sendo pois, absoluta ou relativa. 
Os absolutamente incapazes são aqueles que não podem exercer quaisquer atos da vida civil sem estarem 
devidamente representados. 
São eles os menores de dezesseis anos, os que por enfermidade ou doença mental, não tiverem o 
discernimento para exercer os atos da vida civil, e os que não puderem manifestar a sua vontade, mesmo que, 
naquela ocasião apenas. 
Vale dizer que os atos por eles praticados são considerados nulos, ou seja, tem-se como se nunca tivessem 
existido. 
Já os relativamente incapazes são aqueles que deverão exercer os atos da vida civil, com a devida assistência. 
São eles: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; ébrios habituais, viciados em tóxicos e doentes 
mentais, com o discernimento reduzido, excepcionais sem o desenvolvimento completo, e os pródigos (aqueles 
que dissipam seu patrimônio).É importante, nesse momento, estabelecer uma distinção entre os termos 
representação e assistência. 
Na representação, o absolutamente incapaz não possui nenhuma vontade, ou seja, a vontade exercida é a do 
tutor ou curador. 
Já na assistência, há a vontade do assistido, que é conjugada com aquele que exerce a assistência. 
Salienta-se que os atos praticados pelos absolutamente incapazes, sem a representação, são nulos, ao passo 
que, aqueles atos nos quais os relativamente incapazes atuam sem serem assistido são anuláveis. 
A nulidade se diferencia da anulabilidade pois trata-se como se o ato nunca tivesse existido, já na anulabilidade, 
o ato existe, só que contém um defeito. 
Assim, caberá ao juiz, verificar a partir de qual o momento o ato anulável parará de surtir seus efeitos. 
O índio não é considerado absolutamente ou relativamente incapaz como no Código Civil antigo, mas, conforme 
o art. 4º, parágrafo único, as normas indígenas deverão ser tratadas por legislações específicas, e não pelo 
CCB, como antes. 
É importante dizer que, se o índio optar por viver na sociedade, como qualquer outra pessoa, deverá fazer um 
requerimento, via judicial, que conte com a participação do Ministério Público. Salienta-se que o índio terá de 
comprovar, dentre outros requisitos, que possui 21 anos e que conhece a língua portuguesa, os usos e costumes 
da região, conforme explica o autor Paulo Nader. 
Legislação: 
Código Civil – “Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: (...) Parágrafo 
único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.” 
1.4.5 - O nome, estado e domicílio da pessoa natural 
O nome, atributo da pessoa, reflete a característica mais marcante e expressiva de um indivíduo. 
Pode-se dizer que o nome se compõe de duas partes: o prenome, que é de escolha dos pais, e o nome 
patronímico (ou cognome), que se refere aos apelidos de família. 
Vale dizer que o nome deve ser considerado como um atributo que não tem expressão patrimonial (financeira), 
pois está ligado a uma outra esfera de direitos, que são os direitos relativos à personalidade. 
Salienta-se que os direitos de personalidade, e dentro deles, o nome, são inalienáveis e irrenunciáveis, ou seja, 
não poderão ser comercializados financeiramente, e deles, nem mesmo o titular poderá abrir mão. 
Salienta-se que o nome poderá ser adquirido de três formas: através do nascimento, reconhecimento de 
paternidade ou pela prática de um determinado ato jurídico, como por exemplo, o casamento. 
Acrescenta-se que a lei determina que o nome, mais especificamente, o prenome, deverá ser imutável. 
Contudo, deve-se observar que, em casos que o prenome exponha o seu portador ao ridículo, poderá haver a 
alteração, desde que não prejudique os apelidos de família. 
Haverá, então, duas formas de se alterar o nome: a extrajudicial e a judicial. 
A alteração extrajudicial é aquela que poderá ser requerida no primeiro ano após a maioridade (18 anos), sem 
que essa alteração influa no nome patronímico, ou seja, nos nomes de família, conforme o art. 56 da Lei de 
Registros Públicos, Lei nº 6.015/73. 
Após esse período, a alteração será judicial, sempre em situações excepcionais, devendo o juiz avaliar os 
motivos pelos quais se requer a alteração, e contando com a manifestação obrigatória do Ministério Público para 
opinar no processo (art. 57 da Lei de Registros Públicos, Lei nº 6.015/73). 
Legislação: 
Lei de Registros Públicos – 6.015/73 – “Art.56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade 
civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de 
família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa.” 
“Art. 57. Qualquer alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do 
Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandato e 
publicando-se a alteração pela imprensa.” 
É importante lembrar que o Código Civil, juntamente com a Lei de Registros Públicos, nº6015/73, trazem a 
obrigatoriedade de constar em Registro Público alguns atos, dentre eles, verifica-se os nomes das pessoas 
naturais. 
O estado da pessoa, também importante traço distintivo dos indivíduos, são designações dadas pelo Direito para 
delimitar as relações das pessoas, seja no campo familiar, social ou político. 
O estado pode se distinguir em: estado civil, em que a pessoa pode ser classificada como casada, solteira, 
divorciada, ou viúva; estado político, que diferencia as pessoas pelo fato de serem nacionais, ou estrangeiros, e 
estado individual, que distingue os sexos feminino e masculino, ou se refere ao fato da pessoa ser maior ou 
menor de idade. 
Salienta-se que o estado possui características interiores e exteriores. No se aspecto interno, pode-se dizer que 
o estado da pessoa é indivisível (as pessoas não podem ter simultaneamente dois estados civis), indisponível (o 
estado de cada um não pode ser repassado para ninguém) e imprescritível (é um direito que poderá ser exercido 
a qualquer tempo). 
Já em relação ao aspecto externo, pode-se dizer que o estado da pessoa é geral, pois deve ser observado por 
qualquer pessoa, ou seja, seu efeito é válido em relação a qualquer um, pessoal, que se refere a um indivíduo 
determinado, sendo característica exclusiva de uma pessoa, e é de Ordem Pública, ou seja, são condições 
impostas por lei, para que seja resguardadas as relações sociais, e o interesse público. 
É importante frisar que o estado é provado por meio de registros públicos. 
Em relação ao domicílio, pode-se dizer que é necessária a determinação de um local certo, onde a pessoa possa 
ser localizada, principalmente para fins processuais, ou seja, para facilitar a localização para que a pessoa possa 
ser encontrada para responder, cumprir uma obrigação, atuar como testemunha, dentre outras finalidades 
necessárias ao andamento de um processo. 
Mas, para desenvolver esse estudo, é importante verificar a diferença entre os termos domicílio e residência. 
Pode-se dizer que a residência é o local onde a pessoa pode se encontrar, mas não ter a presença da vontade 
de ali permanecer, ou seja, a pessoa não tem o intuito de transformar aquele local como o centro de suas 
atividades. (Exemplo: a casa de praia, do sítio, etc.). 
Já o domicílio é o local onde a pessoa reside com ânimo de ali permanecer, elegendo aquele local, com o ânimo 
definitivo, conforme estipula o art. 70, do Código Civil. 
No caso da pessoa possuir várias residências, será considerado domicílio, qualquer uma delas. É a chamada 
pluralidade de domicílios. (art. 71 CCB) 
Legislação: 
Código Civil – “Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo 
definitivo.” 
“Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á 
domicílio seu qualquer delas.” 
Já em relação aos andarilhos, ou seja, aquelas pessoas que não possuem residência habitual, o seu domicílio 
será o local onde forem encontradas (art. 73). 
Vale dizer que o art. 76, especifica o domicílio de algumas pessoas, que, por força de lei, são determinados. É o 
caso dos incapazes, presos, servidores públicos, militares e marítimos. 
Legislação 
Código Civil – “Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde 
for encontrada. 
“Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. 
O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer 
permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do 
comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do 
preso, o lugar em que cumprir a sentença.” 
1.5 - Pessoa Jurídica 
1.5.1 – Conceito 
Surge a pessoa jurídica, diante da vontade de um ou mais indivíduos, de se criar um ente distinto da pessoa se 
seus membros para a realização de um determinado fim. 
Vale dizer que esses entes vão possuir vida e patrimônios próprios, e o Direito os reconhece como sujeito de 
direitos e deveres. 
As pessoas jurídicas terão vida e personalidade próprias, independe de seus membros, e com as quais não se 
confundem; o patrimônio da pessoa jurídica também é próprio, e também não tem relação com o patrimônio dos 
membros. 
A administração da pessoa jurídica sempre será coordenada por pessoas naturais. 
Salienta-se que a pessoa jurídica poderá exercer quaisquer atos da vida civil, desde que não sejam 
incompatíveis com a sua condição. Da mesma forma, poderão ser sujeitos ativos e passivos de delitos. 
A respeito dessa última característica, o Código de Defesa do Consumidor prevê a possibilidade de se 
desconsiderar a personalidade da pessoa jurídica, para que o sócio seja pessoalmente responsabilizado. 
Assim, segundo o art. 28 do Código de Defesa do Consumidor, a desconsideração irá ocorrer nos casos de: 
abuso de direito, excesso de poder, infração de lei, ou a constatação de algum ilícito contra o consumidor. 
A natureza jurídica desses das pessoas jurídicas é um assunto que levanta inúmeras controvérsias, e por isso 
várias teorias tentam explicá-la. 
Legislação: 
Código de Defesa do Consumidor – Lei nº. 8,078/90 
“Art. 28 - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do 
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos 
estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de 
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.” 
Pela teoria da ficção, defendida pelo jurista Savigny, a personalidade da pessoa jurídica é uma criação artificial, 
pois um ente desprovido de vontade não poderia possuir a personalidade, que seria própria dos indivíduos que 
possuem vontades. 
Assim, a pessoa jurídica possuiria personalidade por uma ficção jurídica. 
Pela teoria da ficção, defendida pelo jurista Savigny, a personalidade da pessoa jurídica é uma criação artificial, 
pois um ente desprovido de vontade não poderia possuir a personalidade, que seria própria dos indivíduos que 
possuem vontades. 
Assim, a pessoa jurídica possuiria personalidade por uma ficção jurídica. 
Dessa forma, acreditam os realistas que a pessoa jurídica existe numa realidade objetiva pois apresenta 
inúmeros traços que a assemelham às próprias pessoas físicas. 
1.5.2 - Classificações da pessoa jurídica 
As pessoas jurídicas podem ser pessoas jurídicas de Direito Público, ou de Direito Privado. 
As pessoas jurídicas de Direito Público, podem ser de internas ou externas. 
Legislação 
Código Civil – “Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito 
Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais 
entidades de caráter público criadas por lei.” 
“Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem 
regidas pelo direito internacional público.” 
Segundo o art. 41do CCB, as pessoas jurídicas de Direito Público interno são a União, os Estados, Distrito 
Federal, Territórios, Municípios, autarquias (inclusive as associações públicas) e demais entidades de caráter 
público que a lei assim definir. 
Já as pessoas jurídicas de Direito Público externas são os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem 
regidas pelo Direito Internacional Público, como no caso ONU (organização das nações unidas), OMC 
(organização mundial do comércio), conforme depreende-se do art. 42 do CCB. 
Já no âmbito do Direito Privado, as pessoas jurídicas podem ser: associações, sociedades, fundações, 
organizações religiosas e partidos políticos. 
As associações se caracterizam pela reunião de pessoas com fins não lucrativos; já as sociedades, se 
caracterizam pelo intuito do lucro, podendo adotar vários regimes, como: sociedade por quotas de 
responsabilidade limitada, sociedade anônima, etc. 
Vale dizer que as sociedades podem ser simples ou empresárias. 
As sociedades simples exploram atividades intelectuais, científica, literária ou artística; já as sociedades 
empresárias, são aquelas sociedades que desempenham uma atividade empresária, ou seja, uma atividade 
econômica voltada à produção, ou a circulação de bens e serviços (art. 966 CCB). 
As fundações, por sua vez, surgem quando é atribuída a personalidade jurídica a determinado patrimônio, para 
realizar um determinado fim lícito. 
Legislação: 
Código Civil – “Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”

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