Buscar

Artigo Petição Inicial Maria Lúcia Baptista Morais PJ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL NO NOVO CPC 
13 Dezembro 2016 
Maria Lúcia Baptista Morais 
Maria Lúcia Baptista Morais[1] 
Resumo: Uma petição inicial de uma ação que será proposta na área cível deve conter 
requisitos intrínsecos e extrínsecos. Cada um deles têm importância processual, seja 
para identificar os elementos da ação, com reflexo, por exemplo, na verificação da 
litispendência, conexão, coisa julgada; como para permitir que a prestação jurisdicional 
seja adequada, a exemplo, das provas indicadas. O CPC/15 trouxe algumas 
modificações nos requisitos intrínsecos e elas devem refletir na prática forense. 
Palavras-chave: Requisitos; CPC/15; prática forense. 
Abstract: 
A statement of claim in the civil area has to contain intrinsic and extrinseos 
requirements. Each of them has a procedural importance. Some of them identifies the 
action elements as verification of equal pendency lawsuit, connection and lawsuit 
judged. On the other hand, some of them allows the proper judicial assistance as 
indicated evidence. Code of Civil Procedure/2015 brings some modifications in intrinsic 
and extrinseos requirements and they will reflect in practice judicial. 
Key-words: Requirements. Code of Civil Procedure/2015. Practice judicial. 
SUMÁRIO: 1Introdução; 2 Requisitos Intrínsecos da Petição Inicial, 3 Requisitos 
Extrínsecos da Petição Inicial; 4 Consideração Finais; 5 Referências Bibliográficas. 
INTRODUÇÃO 
O novo Código de Processo Cvil, que entrou em vigor em 18 de março de 2016 prevê 
também a necessidade de requisitos intrínsecos e extrínsecos da petição inicial. O novo 
código trouxe algumas novidades não só em relação aos requisitos da petição mas 
também quanto à aplicação de muitos princípios, a cooperação das partes e 
procuradores no processo e a utilização de formas autocompositivas de solução de 
conflitos. 
No que tange as soluções amigáveis de conflitos, para que a mediação e a conciliação 
sejam implementadas de forma satisfatória, a petição inicial deveria ter uma elaboração 
diferente da que normalmente é utilizada. O ideal seria a não apresentação de todos os 
fatos que expõem a relação conflituosa, pois isso facilitaria a solução amigável. 
Entretanto, como no direito brasileiro prevalece a teoria da substanciação, a narrativa de 
fatos é indispensável e o novo CPC não modificou isso. 
Quando se pensa na elaboração da petição inicial de uma ação, que será proposta na 
área cível e na justiça comum, é preciso ter clareza de que a petição inicial contém os 
elementos que compõem a tríplice identidade da ação, ou seja, partes, causa de pedir e 
pedido. Embora pareça um simples requerimento, cada um dos seus requisitos têm 
importância fundamental para o bom andamento do processo e a obtenção da adequada 
prestação jurisdicional. 
Identificar cada um dos elementos antes referidos significará fazer correlação com 
temas como: a legitimidade e a capacidade das partes; abrangência da causa de pedir e 
suas implicações, como por exemplo: o reflexo dela nos limites da sentença; a 
possibilidade ou não de ingressar com determinada ação, considerando a litispendência 
e a coisa julgada ou até a conexão com outras demandas. 
A abordagem do tema será restrita à petição inicial de uma ação proposta na área cível. 
O tema será abordado, primeiramente, analisando-se os requisitos internos da petição, 
ou seja, aqueles previstos no CPC/15 no artigo 319 e outros que estão esparsos no 
mesmo diploma legal; bem como, os requisitos extrínsecos da inicial. 
2 REQUISITOS INTRÍNSECOS DA PETIÇÃO INICIAL 
Antes da análise dos requisitos propriamente ditos é conveniente fazer algumas 
observações de ordem prática. O novo código de processo civil, no artigo 192 é mais 
enfático quanto à necessidade do uso da língua portuguesa na realização de atos 
processuais. No dia a dia forense tem sido usual o uso de expressões latinas, mas 
entende-se que elas são dispensáveis, até pela previsão do artigo 13 da Constituição 
Federal de 1988, que prevê que o idioma oficial do Brasil é a língua portuguesa. 
O ideal é que na petição inicial seja utilizado um vocabulário simples e objetivo. Deve-
se levar em consideração o fato de que linguagem objetiva não quer dizer que a peça 
deva ser telegráfica Pelo contrário, o fato do juiz ser um terceiro que desconhece os 
fatos exige uma boa narração dos acontecimentos, de maneira lógica e cronológica. [2]. 
Desta forma, o juiz terá a exata dimensão do ocorrido e perceberá a delimitação dos 
pedidos que serão feitos. Isto quer dizer, consequentemente, que para respeitar o 
princípio da congruência ou da adstrição ao pedido, a decisão do juiz terá que ficar 
vinculada ao que foi pedido. O juiz não fica vinculado aos fundamentos jurídicos 
apresentados, mas fica aos fatos narrados. 
Primando por respeitar as regras da norma culta da língua portuguesa, muitos 
advogados buscam eliminar repetições, acabando em optarem pela diversificação de 
termos na petição inicial. Ora usam autor/réu, ora requerente/requerido e, até mesmo, 
suplicante/suplicado. No entanto, o texto da petição inicial admite a repetição e, pode-se 
dizer, que esse uso elimina dúvidas. Portanto, se o advogado iniciar a peça utilizando os 
termos autor/réu, esse uso deve ser seguido até o final. 
A partir do que foi dito conclui-se que não se deve também usar o nome das partes, pois 
eles já foram referidos na qualificação. A exceção a esta regra da prática forense pode 
acontecer quando houver a formação de litisconsórcio e for necessário identificar quem 
realmente praticou o ato.[3] 
Com relação à escolha da pessoa gramatical, o ideal é escrever na terceira pessoa do 
singular, pois quem está escrevendo é o advogado e ele escreve em nome do cliente. 
Outra questão importante e que merece ser salientada é que se deve ter cuidado com a 
linguagem de computador. Muitas pessoas estão acostumadas a escrever em sites de 
relacionamento e cortam as palavras ou usam abreviaturas para tudo. O ideal e que na 
petição inicial não sejam usadas abreviaturas, como: q.(que), vc( você), exceto aquelas 
que são usuais, nas peças jurídicas, como: Exmo., V.Exa., Sr.. 
Além disso, o advogado deve ficar atento para não usar expressões ofensivas à parte 
contrária e ao magistrado, pois há previsão do legislador para que o juiz determine a 
supressão dos autos do processo, deste tipo de texto, conforme artigo 78 do CPC/15. 
O advogado ao elaborar a petição inicial não pode desconsiderar a realidade forense. O 
Judiciário está sobrecarregado de trabalho, com milhões de processos, fazendo com que 
cada sujeito que atue nele venha a colaborar para minimizar a questão da morosidade da 
justiça. Sendo assim, as petições não devem ter muitas laudas e o advogado deve 
restringir-se a observar a determinação do Tribunal de Justiça no sentido de que a 
petição tenha, no máximo, dez laudas. 
A petição inicial deve ser uma peça bem apresentada e bem formatada. O artigo 211 do 
CPC/15 proíbe que existam espaços em branco não inutilizados, entrelinhas, emendas 
ou rasuras não ressalvadas. Não há uma previsão específica, mas é usual o formato 
similar a um requerimento; portanto, o ideal é que o texto tenha um espaçamento[4] 
razoável para uma boa visualização. O texto deve ter as margens laterais definidas, com 
a margem esquerda um pouco maior, pois caso haja a formação de autos físicos, as 
folhas serão furadas e assim não se perderá nada do texto escrito. 
Para uma melhor apresentação da petição inicial, entende-se adequado que entre o 
endereçamento e a qualificação das partes deve ser deixado um espaço. Este espaço era 
destinado ao juiz para que ele pudesse prolatar a sua primeira decisão; entretanto, 
atualmente, raramente esteespaço é usado com esta finalidade. [5] 
Cabe aqui observar que a técnica, às vezes, é abandonada em prol da necessidade 
prática. Mesmo sendo contra a utilização deste espaço para que a inicial fique bem 
apresentada, não se pode negar que seguidamente o advogado polui aquele espaço por 
necessidade de que algo urgente seja lido e alguma providência seja determinada. Por 
exemplo: um pedido de concessão de uma liminar, um requerimento de assistência 
judiciária gratuita, um pedido de urgência etc. 
Como na moda ou em outros seguimentos, a petição inicial também tem algumas 
tendências. A atual é a exagerada subdivisão da peça em tópicos. De forma moderada a 
divisão é bem vinda e até pode auxiliar na compreensão do que se pretende; porém, 
quando é excessiva pode dificultar a leitura e compreensão do texto em razão da 
fragmentação. Então, entende-se que a divisão tradicional em fatos e fundamentos 
jurídicos do pedido, embora não seja necessária, é didática e pode indicar claramente 
cada requisito, mas pode ser interessante, também, destacar o texto relacionado a uma 
tutela provisória que será postulada, como por exemplo, uma tutela antecipada. 
O artigo 319 do CPC/15 é o que indica os requisitos internos da peça e que devem ser 
observados em petições de todos os procedimentos; porém, o rol ali descrito não é 
exaustivo. No artigo 106 do CPC/15, o legislador estabeleceu a obrigação de o 
advogado que atuar em causa própria indicar, na inicial, o endereço onde receberá 
intimações.[6] Caso o advogado não cumpra esta exigência, o juiz determinará a 
emenda da peça, em 5 dias e, se ela não for feita, ele indeferirá a inicial, conforme 
artigo 330, inciso IV do CPC/15. 
Outros requisitos da petição inicial também foram deslocados do artigo 319 pelo 
legislador, como por exemplo, o uso do vernáculo do caput artigo 192 e o artigo 328 
ambos do CPC/15. Neste último caso, se a ação tiver por objeto revisão de obrigação 
decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação de bens, o autor terá que 
identificar sobre o que especificamente controverte e apresentar quantificando o valor 
incontroverso, portanto, a inicial deve conter o cálculo. 
Segundo o artigo 319 do CPC/15, os requisitos da inicial são: I- o juízo a que é dirigido; 
II- os nomes, prenomes, estado civil, existência de união estável, profissão, o número de 
inscrição no Cadastro de Pessoas físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o domicílio e residência do autor e do réu; III- o fato e os 
fundamentos jurídicos do pedido; IV- o pedido e as suas especificações; V- o valor da 
causa; VI- as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII- a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
Observa-se pela atual redação do CPC que não há mais a exigência de requerimento de 
citação do réu. A supressão deste requisito merece aplausos, pois era redundante. Se o 
autor ingressa com a ação contra o réu e para que esse sofra algum efeito na ação 
proposta é indispensável que seja citado, a exigência do código anterior era 
desnecessária. [7] 
Passa-se à análise individualizada de cada um deles. 
2.1 O juízo a que é dirigida 
Este inciso trata do endereçamento da inicial e, para fazê-lo, corretamente, é preciso o 
conhecimento de competência. Várias perguntas devem ser respondidas, até que seja 
possível elaborar este requisito. É necessário saber se a ação que se pretende ajuizar: a) 
pode tramitar no Brasil?; b) Deve ser ajuizada na Justiça Estadual, Federal, Trabalhista, 
Eleitoral ou Militar?; c) Qual o foro competente?; d) Qual o juízo competente? A ação 
será distribuída para uma vara comum ou especializada? Depois de obter estas 
respostas, o requisito poderá ser elaborado. 
Outra questão que envolve o endereçamento diz respeito às formas de tratamento do 
juiz. A maneira mais usual é: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA VARA ___ CÍVEL, por exemplo;[8] porém, na prática pode-se até 
questionar que, se for utilizada uma forma de tratamento, não é necessário usar a outra. 
Pode ser que, pela melhor técnica de redação, se justifique a crítica; no entanto, a 
utilização da expressão acima já é consagrada na prática e entende-se que, sendo assim, 
não prejudica em nada a compreensão do texto e, se não o faz, pode ser utilizada. 
A nova redação do CPC não fala mais em juiz a qual a petição é dirigida, mas em juízo. 
A alteração trouxe mais precisão técnica, mas acredita-se que isto não alterará a forma 
de peticionar o primeiro requisito da peça, pois sempre se indicou o órgão judiciário e 
não o nome do juiz. A expressão juízo é mais abrangente e envolve os diversos graus de 
jurisdição. Daniel Amorim Assumpção Neves[9] ensina que não se deve fazer 
referência expressa ao juiz, mesmo quando se sabe quem ele é, como no caso de 
distribuição por dependência. O posicionamento do autor fica bem evidente com a nova 
redação do CPC. 
Apesar da alteração trazida pelo CPC/15 é preciso ter clareza de que não haverá a 
indicação do juízo (vara) nas comarcas em que tem mais de uma vara, pois continuará 
havendo a distribuição das ações propostas, conforme previsão expressa do artigo 284 
do CPC/15. Sendo assim, a referência ao senhor juiz continuará existindo, desde que se 
faça menção à vara civil ou especializada a que a petição é dirigida e a correspondente 
comarca. Portanto, pode-se ainda utilizar como exemplo o seguinte endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL 
DA COMARCA DE CACHOEIRINHA-RS.[10] 
O exemplo retro serve para a propositura da ação na Justiça Estadual; porém, quando a 
ação for distribuída na Justiça Federal, deverá o endereçamento da inicial indicar uma 
subseção da Justiça Federal. EX: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ 
FEDERAL DA ____ VARA DA JUSTIÇA FEDERAL, DA SUBSEÇÃO DE 
CANOAS – RS. 
Caso a ação seja proposta perante o Juizado Especial Cível Estadual (JEC) ou o Juizado 
Especial Federal o endereçamento será, respectivamente: EXCELENTÍSSIMO 
SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, DA 
COMARCA DE CACHOEIRINHA – RS, e EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR 
JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL DE CANOAS-RS.[11] 
Quando a ação for de competência originária dos tribunais, haverá um endereçamento 
similar aos anteriormente exemplificados, mas, com a referência do tribunal 
competente, tanto em nível Estadual quanto Federal. Por exemplo: EXCELENTÍSSIMO 
SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL – RS. 
2.2 Os nomes, prenomes, estado civil, existência de união estável, profissão, o número 
de inscrição no Cadastro de Pessoas físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, 
o endereço eletrônico, o domicílio e residência do autor e do réu; 
O inciso II do artigo 319 do CPC/15 prevê um requisito extremamente importante, 
porque identificará as partes no processo e, consequentemente, a legitimidade delas. As 
partes compõem, junto com o pedido e a causa de pedir, os elementos identificadores da 
ação; portanto, tem importância quando se pretende verificar se houve litispendência ou 
coisa julgada.[12] 
A imprecisão da previsão legal continua no CPC/15 com a falta de de nacionalidade das 
partes; porém, sabe-se que, em uma boa qualificação, este elemento sempre aparecerá. É 
verdade que não há restrições quanto à nacionalidade, para que alguém figure no polo 
passivo ou ativo de uma relação processual; contudo, a completa identificação ajudará a, 
por exemplo, não ocorrerem equívocos e citações inadequadas, já que existem muitas 
pessoas com o mesmo nome. 
Apesar da referência anterior, o novo CPC resolveu a omissão da legislaçãopassada que 
não previa a indicação de número de identificação da parte, como um CPF, RG ou até 
CNPJ, quando for pessoa jurídica. É importante que haja a referência aos documentos e 
até a juntada de cópias dos documentos pessoais do cliente. Em princípio, caso não se 
tenha todos os dados do réu, não deverá ser obstada a propositura da ação, sem o 
número do CPF ou RG dele, aliás, o § 2º do art. 319 faz referência expressa ao fato de 
que a petição não será indeferida por falta deste requisito, se for possível citar o réu. 
Na inicial deve-se indicar o nome do autor e do réu, com nome e prenome.[13] Há 
exceções, no entanto, em ações de reintegração de posse, por exemplo, às vezes não se 
tem informação de quem são todos os invasores. Neste caso, normalmente, identificam-
se alguns deles e, quanto aos demais, na inicial, se faz referência aos "invasores da 
área"[14]. Há, no CPC/15, o artigo 256 a previsão da citação por edital. Dentre as 
possibilidades, está a do inciso I, quando desconhecido ou incerto o citando. Este caso 
serve de base legal para a solução encontrada na ação de reintegração de posse e, 
também para situações em que, por exemplo, tivesse que ser proposta a ação contra os 
sucessores de um devedor, face ao falecimento deste. 
Quando, por outro lado, no momento da qualificação, não for possível identificar estado 
civil e a profissão do réu, sugere-se que seja colocado o dado aleatoriamente, mesmo 
que não corresponda à efetiva realidade. O requisito da inicial estará preenchido e, caso 
não esteja correto, o réu corrigirá o equívoco se, eventualmente, contestar a ação.[15] É 
necessário ficar atento para o caso de litisconsórcio necessário, previsto no artigo 73 do 
CPC/15, pois, diante dessa ocorrência, se não houver a citação dos dois cônjuges, 
haverá irregularidade no polo passivo. Assim se, por exemplo, pretende-se propor uma 
ação reivindicatória e não se tem a informação sobre o estado civil do réu, é necessário, 
ao menos, que seja requerida a citação do cônjuge, se casado for. 
É importante que o endereço das partes seja indicado de forma completa. Mesmo não 
havendo referência expressa no artigo, deve-se incluir, no endereço, todos os dados, 
inclusive bairro, pois ele interferirá no valor das custas, para a realização do atos de 
citação e intimação. O CEP deve ser informado, para facilitar o trabalho cartorário, já 
que, se são fornecidos todos os dados, há uma aceleração na realização dos atos. 
Evidentemente, não haverá necessidade do CEP, naqueles casos em que não se admite a 
citação pelo correio, que estão previstos no artigo 247, do CPC/15. 
O novo CPC traz como parte do requisito do inciso II a indicação de existência de união 
estável e o endereço eletrônico. Este último item justifica-se diante do avanço da 
utilização da informática no dia a dia forense. 
No item da qualificação das partes, há a indicação do nome da ação. O nome não é o 
mais importante, mas, sim, o pedido feito, que deve corresponder, exatamente, àquilo 
que se pretende. 
Na qualificação, haverá também à referência a que o autor [...] vem a presença do 
magistrado (V. Exa.), através do seu procurador, inscrito na OAB (n˚) e com endereço 
profissional (rua/av, n˚, Bairro, Cidade, CEP.), conforme procuração inclusa. Neste 
item, não se deve colocar o nome do advogado, mas pode-se incluir o número da sua 
inscrição na OAB e o endereço, em analogia ao previsto no artigo 106 do CPC/15. Isto 
deve ser feito, pois, em uma situação em que fossem muitos os advogados, ficaria, ao 
invés de qualificação das partes, um rol enorme de advogados, dificultando até a 
visualização de quem, efetivamente, consta nos polos da relação processual. 
Por fim, cabe destacar a preocupação do legislador com o aproveitamento dos atos e a 
questão do acesso à Justiça. O § 3º do art. 319 prevê que não haverá o indeferimento da 
inicial por falta dos requisitos do inc. II, se for impossível ou extremamente onerosa à 
obtenção deles.[16] 
2.3 O fato e os fundamentos jurídicos do pedido 
Este inciso prevê, como requisito da inicial, a causa de pedir, que é composta pelos 
fatos, pelos fundamentos jurídicos, tendo como ponto de contato entre os dois 
elementos, no dizer de Cândido Rangel Dinamarco,[17] a crise lamentada, para que seja 
identificado o interesse de agir. 
O autor deve descrever os fatos objetivamente, mas com a clareza necessária para a 
compreensão dos mesmos.[18] De forma simples, deve-se narrar os fatos 
detalhadamente, indicando sempre os envolvidos, o ocorrido, local, a forma dos 
acontecimentos, consequência dos fatos, o que se pretende e a necessidade de ir ao 
judiciário para solucionar o problema. 
A importância de uma boa descrição dos fatos decorre da vinculação que eles trarão à 
decisão do juiz, pois no Direito Brasileiro, vige a teoria da substanciação.[19] Isto quer 
dizer que não basta afirmar a existência da relação jurídica; é preciso fundamentar a 
demanda, com a precisa narração dos fatos, que levarão ao acolhimento do pedido. 
Deve haver uma sincronia perfeita, entre a narrativa dos fatos, a correlata 
fundamentação jurídica e o pedido feito pelo autor. Caso isto não ocorra, a petição será 
inepta, pois a conclusão não está decorrendo dos fatos. A inadequação na narrativa de 
fatos, entretanto, não deve levar à imediata prolação da sentença, sem antes mandar 
emendar a petição inicial.[20] Isso se verifica, pois a emenda à inicial é um direito 
subjetivo da parte autora, e esse direito já foi reconhecido, em muitos julgados do 
Superior Tribunal de Justiça.[21] Além do posicionamento jurisprudencial, há também 
o formalismo-valorativo[22], a ser levado em consideração, para que o juiz determine a 
emenda neste caso. Assim, se, até mesmo depois da contestação, está sendo respeitado o 
direito de emendar a inicial, porque não existiria este direito antes dela? A conclusão só 
pode ser de que há obrigatoriedade da existência de emenda.[23] 
Caso o autor pretenda postular a concessão de tutela de urgência de natureza antecipada, 
deverá descrever fatos e juntar provas que demonstrem a verossimilhança das alegações, 
conforme artigos 300, 497 e 498 do CPC/15, além, é claro, de fundamentar a 
possibilidade de concessão da medida. 
Conforme artigo 126 do CPC/15, o autor pode pretender fazer uma denunciação da lide, 
que corresponde a uma ação regressiva, proposta, na inicial, onde ele requer a citação 
do denunciado, para vir integrar a relação processual. Caso o autor-denunciante venha a 
perder a causa, o juiz analisará se o pedido da ação de denunciação (regressiva) que ele 
propôs contra o terceiro procede e proferirá o julgamento, conforme artigo 129 do 
CPC/15[24]. Trata-se de uma das formas de intervenção de terceiros. Se o autor 
pretender propor essa ação, terá que narrar fatos relativos a essa relação material com o 
terceiro - com a seguradora, por exemplo -, e depois fundamentar juridicamente a 
possibilidade do seu pedido. 
Aliás, outro elemento que compõe a causa de pedir é a fundamentação jurídica do 
pedido, que não deve ser confundida com a base legal. Embora se tenha o hábito de 
mencionar o número do artigo, na inicial, ele não é requisito obrigatório, em razão do 
princípio jura novit curia, ou seja, o juiz conhece o Direto.[25] 
É muito comum que, na inicial, o advogado coloque, dentro do que ele chama de "Do 
Direito" ou "Fundamento Jurídico do Pedido", a transcrição de artigos, doutrina e/ou 
jurisprudência. Caso isso tenha sido feito só na inicial, no entanto, não terá havido a 
fundamentação jurídica do pedido. Fundamentar juridicamente significa fazer o 
enquadramento da situação fática, na previsão de uma norma, sem, necessariamente, 
mencioná-la. [26] É trazer para ainicial a consequência jurídica, que pode ser aplicada, 
pelo juiz, no caso concreto, tendo por base a descrição dos fatos. Na realidade, trata-se, 
conforme a doutrina, de uma sugestão de fundamentação, pois o juiz não fica vinculado 
à fundamentação feita pelo autor.[27] 
A desnecessidade de citar expressamente doutrina, jurisprudência e artigo de lei é a 
regra[28], mas, como toda regra, admite exceção. Entende-se não ser obrigatório, mas 
conveniente, principalmente em casos em que, o pedido é inovador, que, se o autor 
postular a concessão de tutela antecipada, pode ser adequada a citação de precedentes 
ou de doutrina que justifiquem aquela concessão e até de lei. 
Assim, a título exemplificativo, em caso de propositura de uma ação de reparação de 
danos, em razão de um acidente de trânsito, é necessário que apareçam dois elementos 
na causa de pedir: a culpa e o dever de indenizar. O texto pode ser breve ou mais 
extenso, mas, de alguma forma, tem que haver referência ao fato de que, conforme os 
fatos foram descritos, o réu agiu com culpa, em de uma das suas dimensões e, portanto, 
se agiu com culpa, tem o dever de indenizar. 
O requisito da causa de pedir é, como se pode perceber, muito importante, porque os 
pedidos que serão feitos devem estar diretamente ligados aos fatos narrados e aos 
fundamentos jurídicos feitos. Por sua vez, a sentença deverá estar correlacionada aos 
pedidos, sob pena de a sentença ser extra, ultra ou citra petita[29]. Para que as sentenças 
não contenham essas irregularidades o juiz deve primar pelo princípio da congruência 
ou da adstrição ao pedido, ou seja, o juiz só pode dar o que foi pedido, salvo as 
exceções de pedidos implícitos.[30] 
2.4 O pedido com as suas especificações 
Quando o autor na inicial faz aparentemente um pedido, na realidade, estará fazendo 
dois: um pedido imediato, ou seja, aquilo que ele pretende do Estado, a tutela 
jurisdicional; e um mediato, ou melhor, o que quer receber do adversário, o bem da 
vida. Os dois pedidos devem constar expressamente da peça, sendo que, para o segundo, 
há necessidade de uma atuação muito cuidadosa do advogado do autor, pois o pedido, 
como já foi referido, delimita a sentença, ou seja, a resposta que o Estado pode dar; 
portanto, pedir adequadamente significa receber o que se pretende.[31] 
No que tange ao primeiro pedido, o imediato, entende-se que, na inicial, o advogado não 
deve omitir a postulação de forma expressa do pedido de tutela jurisdicional e de como 
ela será prestada, no processo de conhecimento, através da sentença. Deve-se postular a 
"PROCEDÊNCIA DO PEDIDO[32] com a condenação, declaração, constituição, etc", 
dependendo do tipo de ação proposta, e não, simplesmente, fazer o pedido mediato 
diretamente, como fazem muitos advogados. Por exemplo: ao invés colocar, na peça, 
que pede a condenação do réu ao pagamento, deve-se pedir a procedência total do 
pedido, para consequentemente condenar o réu ao pagamento do valor de tanto, 
acrescidos de juros legais e correção monetária.[33]. Aproveitando-se o exemplo, pode-
se fazer referência a um aspecto absolutamente prático, ou melhor, quando da 
formulação do pedido de condenação, o ideal é que se faça referência expressa ao valor 
pretendido (ao pedido mediato), com os devidos acréscimos, pois isto facilita a análise 
da petição inicial, pelo magistrado. 
O CPC/15 resolveu a inadequação do código anterior que estabelecia no artigo 286 que 
o pedido deveria ser certo ou determinado. O artigo 322 do novo dispositivo legal prevê 
a necessidade de que o pedido seja certo[34] e estabelece hipóteses de pedidos 
implícitos. No artigo 324, o CPC/15 prevê que o pedido deve ser determinado e os casos 
em que ele será genérico. Portanto, na petição inicial é possível a formulação de 
diversos tipos de pedidos e de cumulações de ações. O primeiro deles é o pedido 
genérico[35]. Nos três incisos do artigo 324, o legislador estabeleceu casos em que, de 
alguma forma, no momento da elaboração da inicial, o autor não tem condições de 
indicar todos os dados. Isto ocorre, por exemplo: quando se postula uma universalidade 
de bens fungíveis[36] ou quando não há como estabelecer, desde logo, toda a 
consequência do ato ou fato ou, então, quando o autor, para saber o objeto ou valor da 
condenação depende da atitude do réu.[37]. No CPC/15, o legislador estendeu a 
possibilidade de pedido genérico à reconvenção. 
O pedido pode também ser alternativo, quando a satisfação da obrigação puder ocorrer 
de mais de um modo, conforme artigo 325 do CPC/15; ser cominatório, quando o autor, 
na inicial, postular que o juiz fixe uma multa, com efeito coercitivo – astreints -, para as 
obrigações de fazer, não fazer ou entregar coisa, conforme arts. 500 e 537 do CPC/15. 
Pode o pedido ser, inclusive, decorrente de obrigações de trato sucessivo ou prestações 
sucessivas, significando, neste caso, que as prestações serão incluídas no pedido tendo 
elas ou não sido formuladas de forma expressa, conforme artigo 323 do CPC/15. 
Na inicial é possível fazer cumulações subjetivas ou objetivas de ações. Ocorrerá 
cumulação subjetiva, quando houver a formação de litisconsórcio facultativo;[38] e 
cumulação objetiva, quando, na mesma inicial, houver a cumulação de pedidos ou de 
fundamentos.[39] Ele será facultativo, quando não for de formação obrigatória. As 
partes juntam-se na condição de autores ou de réus, voluntariamente, mas poderiam 
ingressar com as ações separadamente. 
O autor pode, na inicial, cumular objetivamente os pedidos de três formas: em 
cumulação alternativa eventual[40], cumulação simples ou sucessiva eventual. A 
primeira significa que o autor fará dois ou mais pedidos e que estabelecerá uma ordem 
de preferência. Assim, se fizer dois pedidos, o primeiro será o principal e o que, 
efetivamente, é o preferido; e o segundo, o subsidiário, ou seja, aquele postulado para a 
hipótese de não ser possível o atendimento do primeiro pedido. Aliás, a característica 
principal desta cumulação é o fato de que o juiz jamais atenderá aos dois pedidos. Ele só 
analisará o subsidiário, se rejeitar o primeiro. Por esta razão, Ovídio. A. Baptista da 
Silva afirmou que os pedidos podem até ser incompatíveis entre si.[41] 
Uma novidade trazida pelo CPC/15 foi a previsão de um parágrafo único no artigo 326 
permitindo a formulação de mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha 
um deles. Segundo Humberto Theodoro Junior esta previsão "[...] constitui uma espécie 
de atipicização da regra do pedido alternativo (art. 325). Portanto, pode-se pedir que o 
juiz estabeleça uma ordem de preferência no momento do acolhimento do pedido e que, 
não sendo concedido o primeiro, ele dê qualquer um dos pedidos que constam como 
subsidiários, pois para o autor tanto faz se o juiz acolher um ou outro. [42] 
Na cumulação simples, o autor faz vários pedidos, que podem ser acolhidos, cada um de 
forma absolutamente independente. Não há vinculação entre eles, para acolhimento ou 
rejeição. Portanto, o juiz pode julgar os dois procedentes, improcedentes ou proceder 
um e não o outro. Isto ocorre quando, por exemplo, o autor postula um crédito 
decorrente da venda de um veículo e outro, que da venda de um quadro. As ações, neste 
caso, nem serão conexas, pois os pedidos resultam de relações materiais diversas, e a 
identidade de partes não gera conexão, mas o legislador autorizou a cumulação, por uma 
questão de economia processual. Esta cumulação está prevista no artigo 327 do CPC/15, 
onde o legislador fez, nos incisos, exigências para que a cumulação seja possível. [43] 
O CPC/15 trouxe uma modificação no § 2º do art. 327, pois refere-se ao procedimento 
comum e não mais ao ordinário e acrescentaque "[...] sem prejuízo do emprego de 
técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se 
sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as 
disposições sobre o procedimento comum". No § 3º há referência expressa de que o 
artigo não se aplica à cumulação em ordem subsidiária. Fredie Didier Jr exemplifica 
dizendo: 
[...] a técnica de cognição limitada no procedimento possessório (irrelevância da 
alegação de domínio) pode ser inserida no procedimento comum, caso se cumulem 
pedidos possessórios e de resolução de contrato. Se isso ocorrer, o procedimento seria o 
comum, mas a cognição, em relação ao pedido possessório, seria limitada. [44] 
A última cumulação possível é a sucessiva eventual, que ocorrerá nos casos em que o 
pedido, tido como acessório, só puder ser acolhido quando o pedido principal for 
acolhido também, ou seja, o pedido acessório é dependente do principal. [45] 
Não se deve esquecer que, se o autor narrou fatos e fundamentou a possibilidade de 
concessão de tutela provisória de urgência antecipada, poderá formular pedido de 
antecipação de tutela. Neste caso, sugere-se que ele seja feito, em primeiro lugar, junto 
com os pedidos e antes dos requerimentos. 
Jaqueline Mielke da Silva, abordando o tema da tutela provisória de natureza 
antecipatória, faz considerações importantes acerca da antecipação da tutela na inicial. 
Os ensinamentos são no sentido de que, em razão da previsão do art. 303 do CPC/15, é 
possível a postulação da tutela antecipada, com a descrição de seus requisitos básicos 
[46]e a indicação do pedido da tutela final. Para a autora é dispensável o exaurimento 
dos fundamentos para a procedência do pedido, pois haverá a possibilidade de o autor 
aditar a inicial nos termos do § 1º, inc. I do art. 303 do CPC/15. [47] O legislador 
estabeleceu ainda no § 2º, do mesmo dispositivo legal, que se não houver o aditamento 
da petição inicial antes referido, ocorrerá a extinção do processo sem resolução do 
mérito. 
Se o autor narrou fatos, para provocar uma intervenção de terceiros, como a 
denunciação da lide, deve formular pedido expresso de que o juiz julgue procedente o 
pedido feito na ação de denunciação. Isto precisa ser feito para, por exemplo, condenar 
a seguradora ao pagamento do direito regressivo, com os devidos acréscimos legais. 
Os pedidos possíveis foram descritos acima; entretanto, uma observação se faz ainda 
necessária. Mesmo que a doutrina admita a existência dos "pedidos" implícitos, ou seja, 
que permitam que seja excepcionado o princípio da congruência é importante que todas 
as exceções sejam incluídas na inicial. Isto deve ser feito, não só pelo motivo 
anteriormente referido, de que o juiz pode omiti-lo e, posteriormente, só deixar como 
alternativa para o autor o recurso, mas porque, por exemplo, na prova do OAB, indicará 
conhecimento daquilo que idealmente deve conter a peça. Um dos importantes pedidos 
implícitos, que deve constar expressamente na inicial, é o de condenação em custas e 
honorários advindos da sucumbência, conforme artigo 85 do CPC/15. Embora seja um 
pedido implícito, o ideal é que haja a postulação, pois é mais fácil fazê-lo do que ter que 
recorrer, alegando que o pedido expresso era desnecessário. [48] A prática forense nos 
mostra que estes "pedidos implícitos" só não são inclusos na inicial por esquecimento e 
que a regra é a sua inclusão.[49] 
A precisão do pedido feito já foi referida, pois ele vincula aquilo que o juiz pode decidir 
na sentença. Além disto, é preciso pensar que, posteriormente, depois da citação, se o 
autor pretender alterar o pedido, dependerá da anuência do réu. Já depois da decisão 
saneadora, não poderá mais fazê-lo, pois terá ocorrido a estabilização do processo, 
conforme artigo 329 do CPC/15. Embora a doutrina à luz do CPC/73 já exigisse o 
contraditório, que é princípio constitucional, o CPC/15, no inciso II do art. 329, refere, 
expressamente, a possibilidade de manifestação do réu sobre o aditamento, em 15 dias, 
permitindo ainda a produção de prova complementar. 
O próximo inciso do artigo 319 trata do valor da causa; entretanto, para manter uma 
ordem lógica da elaboração da petição inicial, os incisos não serão analisados da forma 
prevista pelo legislador, pois, se assim for imaginada a petição inicial, ela ficará com o 
valor da causa, não no final, como é o mais usual, mais antes dos requerimentos. Sendo 
assim, passa-se à análise dos requerimentos possíveis em uma petição inicial. 
2.5 Requerimentos da petição inicial 
No CPC/73, o primeiro requerimento que o autor fazia era o de citação do réu. O 
CPC/15 suprimiu este requisito, o que é bastante lógico, conforme foi referido, pois se o 
autor ingressa com a ação e se a relação processual só se completa com a citação do réu 
é mais do que evidente que a citação é ato pretendido pelo autor.[50] 
O segundo requerimento obrigatório é o de produção de provas. Ele não deve ser feito 
de forma genérica e sem a especificação das provas. Não se deve, simplesmente, usar a 
postulação de forma genérica, ou seja: requer a produção de todos os meios de provas 
admitidos em direito. É preciso especificar as provas que se pretende produzir, por 
exemplo: a documental, testemunhal, pericial, depoimento pessoal, inspeção 
judicial.[51] 
No art. 319 do CPC/15 o legislador acrescentou mais um requisito que é a opção do 
autor pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. Há, sem dúvida, o 
estímulo ao uso de meios consensuais de resolução de conflito e por este motivo a 
doutrina está entendendo que se o autor não fizer qualquer menção ao seu desejo de não 
realizar a audiência, o juiz deve designá-la. Sendo assim, caso o autor não faça 
referência a este requisito o juiz não deverá mandar emendar a inicial em 15 dias. [52] 
No art. 334, § 4,º o legislador estabeleceu hipóteses em que a audiência de conciliação 
ou mediação não será realizada. A primeira delas envolve a disponibilidade das partes, 
pois se autor e réu, expressamente, afirmarem que não querem a audiência, ela não será 
designada. Como vimos o autor terá que manifestar-se na inicial e o réu terá que 
peticionar, 10 dias antes da audiência designada, pela não realização dela, na forma do 
art. § 5º do mesmo artigo. [53] 
Existem requerimentos que são eventuais, pois dependem do caso concreto. Por 
exemplo: o requerimento de gratuidade judiciária; o de intimação do Ministério Público, 
em casos em que há o interesse público; o de intimação do réu para juntar um 
documento, quando se provoca o incidente processual de exibição; o de citação de um 
denunciado, se for feita a denunciação da lide; de prioridade na tramitação do feito, 
quando o autor é idoso[54] ou com grave doença[55]. 
2.6 O valor da causa 
O valor da causa é de indicação obrigatória, conforme prevê o artigo 291do CPC/15. A 
fixação deste valor servirá para: a) base de cálculo de taxa judiciária e custas de 
distribuição; b) indicar se o procedimento é o dos Juizados Especiais, Estaduais e 
Federais; c) poderá servir, inclusive, como base para fixação dos honorários, conforme 
art. 85 do CPC/15. 
A legislação não é exaustiva, na previsão de como será fixado o valor da causa, mas, no 
artigo 292, encontram-se algumas possibilidades, bem como em legislações esparsas, 
como é o caso da de locações, a Lei 8,245/91, em seu artigo 58, inciso III. A prática 
forense indicará como se faz a fixação, em determinados casos. Em outros, quando não 
se tem um valor certo, atribui-se o valor de alçada. 
O CPC/15 não trouxe muitas modificações nos incisos do art. 292 comparativamente ao 
código anterior. Mas, em pelo menos duas situações pode-se verificar que haverá umconsiderável aumento do valor que será atribuído à causa. O primeiro caso é o do inciso 
IV, que trata da ação de divisão, de demarcação e de reivindicação em que o valor não 
será mais o venal, mas o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido. Esta 
alteração poderá trazer dificuldades no momento da propositura da ação, pois a parte 
terá que ter um laudo de avaliação e isto poderá gerar custos. Interessante é o 
posicionamento de Juliana Cordeiro de Farias, que propõe a aplicação da regra do CPC 
anterior para a hipótese em que a parte não tenha o referido laudo, ou seja, para a autora 
pode-se atribuir à causa o valor com base na avaliação para efeito de pagamento de 
impostos. [56] 
Outra novidade foi a inclusão do inc. V, prevendo que na ação indenizatória, inclusive a 
fundada em dano moral, o valor da causa será o valor pretendido. No código anterior, 
como não havia previsão específica, os advogados optavam por não atribuir um valor 
certo quando o pedido envolvia o dano moral. Isto era feito para não fixar o valor da 
causa correspondente e diminuir o valor das custas. A estratégia era pedir o dano moral 
de forma genérica com a solicitação de que o magistrado fixasse o valor do dano e 
atribuindo o valor de alçada na inicial. Assim procedendo, o valor de pagamento das 
custas diminuiria, consideravelmente, no momento da propositura da ação. 
Posteriormente, se houvesse determinação da complementação de custas, ela seria 
proporcional ao valor fixado pelo magistrado. Em realidade, a mudança acabará 
permitindo que valores altos tenham que ser atribuídos à causa, em razão do pedido 
feito, com a consequência de pagamento de custas na mesma proporção. No entanto, se 
o magistrado, na sentença, fixar um valor menor, a parte autora terá dificuldade para 
receber a diferença do valor de custas pagas em excesso. 
Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, a previsão do inciso V, antes referido, 
contraria a posição consolidada do Superior Tribunal de Justiça, pois era autorizada a 
fixação do valor da causa de forma genérica. [57] 
Caso o autor não fixe corretamente o valor da causa, o juiz poderá determinar a correção 
de ofício[58] ou o réu impugnar o valor dado. Ele fará isto, arguindo uma preliminar de 
contestação, sob pena de preclusão. A consequência, em razão da decisão do magistrado 
constatando o erro no valor da causa, será a complementação de custas. O CPC/15 traz, 
sem dúvida, uma simplificação na forma de impugnação do valor da causa, pois 
dispensa a realização de petição própria, com formação do apenso. 
Humberto Theodoro Junior, analisando o novo CPC, relembra o posicionamento 
doutrinário no sentido de que o juiz podia corrigir de ofício o valor da causa, quando ele 
estava determinado na legislação e conclui que a mesma regra poderá ser aplicada para 
o CPC/15, Portanto, o autor apresenta uma distinção entre valores legais e aqueles que 
são estimados pela parte quando não há valor econômico que possa ser de pronto 
indicado. Segundo o autor, se o valor da causa estiver previsto no art. 291 ou em 
legislações esparsas, o juiz poderá corrigir de ofício a inadequação do valor indicado na 
inicial. No entanto, se não houver regra legal específica, o magistrado para determinar a 
alteração do valor dependerá de impugnação pelo réu, em preliminar de contestação, 
com possibilidade de preclusão caso ele não use esta prerrogativa. [59] 
Nem todos os requisitos da petição inicial formam listados pelo legislador de 2015 no 
artigo 319. Segundo o art. 330, § 2º 
Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de 
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar 
na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, 
além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
Conclui-se pela previsão do dispositivo legal, que a petição inicial deverá preencher 
mais um requisito intrínseco que é o cálculo, sob pena de não ser considerada apta. [60] 
Outro requisito esparso é o do artigo 106, do CPC/15, ou seja, na inicial deverá constar, 
o endereço para receber intimações, o número de inscrição na OAB e o nome da 
sociedade de advogados da qual participa, quando o advogado postular em causa 
própria. Na legislação anterior havia a previsão de endereço, mas tanto na doutrina, 
quanto na prática forense já se tinha a exigência da indicação do número da OAB. 
Destaca-se aqui a alteração de prazo para a emenda da inicial, em caso de não indicação 
deste último requisito. Agora o prazo será de 5 dias e o não atendimento dele terá como 
consequência o indeferimento da inicial. 
3 REQUISITOS EXTRÍNSECOS DA PETIÇÃO INICIAL 
Além dos requisitos internos da peça, outros existem e também precisam ser abordados. 
Os documentos indispensáveis à propositura da ação são requisitos extrínsecos da 
inicial. Devem acompanhá-la, necessariamente, sob pena de haver a determinação da 
emenda e, em caso de não cumprimento da ordem do juiz, a prolação da sentença, com 
o indeferimento da inicial, conforme artigos 320 e 321 do CPC/15. [61]. 
Dentre os documentos indispensáveis, está a procuração, exceto se o advogado estiver 
atuando em causa própria. Neste caso, no item da qualificação das partes o advogado, 
que também é a parte, fará uma referência expressa a esta condição, no momento em 
que se reportaria ao procurador legalmente constituído. Depois de fazer a própria 
qualificação e de indicar o seu endereço completo, deve colocar na peça: [...] atuando 
em causa própria vem à presença de V. Exa. [...]. 
A procuração é obrigatória, porque é instrumento do contrato de mandato, que 
representa a capacidade postulatória da parte, que é um pressuposto para que o processo 
possa prosseguir. Entretanto, existem hipóteses de outorga da procuração na própria 
audiência, bem como casos em que, pela possibilidade de perda do direito - pela 
prescrição ou decadência – ou em razão da preclusão, poderá haver a propositura da 
ação, sem o referido documento, conforme artigo 104 do CPC/15. Como o artigo 287 do 
CPC/15 exige a juntada da procuração na inicial, o advogado deve fazer uma 
justificativa e postular a juntada da procuração, no prazo de quinze dias, e, se houver 
necessidade, pedir a prorrogação deste prazo por mais quinze dias. 
Existem outros requisitos extrínsecos da peça, além da procuração. É o caso dos 
documentos que foram referidos na petição inicial. Todos aqueles referidos pelo autor, 
na narrativa dos fatos, devem ser anexados, ou, se não for possível juntá-los, naquele 
momento, deve-se explicar quando isto será feito. Por exemplo: é possível que as partes 
contratem, de forma escrita ou oral; assim, se na inicial houver referência expressa ao 
contrato escrito, ele deverá ser juntado com ela. Por outro lado, se for mencionada a 
contratação verbal, evidentemente, não haverá o que juntar. 
Além dos documentos anteriormente referidos, é importante juntar os documentos 
pessoais das partes, apesar de os juízes, em geral, não determinarem a emenda da 
petição, por falta deles. Eles demonstram a existência de regularidade, quanto à 
capacidade das partes, e servem para que o juiz conceda alguma deferência, como na 
questão da prioridade de tramitação do feito, quando o postulante for o idoso. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O novo Código de Processo Civil prevê novidades no que tange aos requisitos da 
petição e também com a previsão de princípios, como a cooperação das partes e 
procuradores no processo e a utilização de formas autocompositivas de solução de 
conflitos. 
Se o advogado usar expressões ofensivas à parte contrária e magistrado, o juiz pode 
determinar a supressão dos autos do processo, destetipo de texto, conforme artigo 78 do 
CPC/15. 
O artigo 319 do CPC/15 indica os requisitos internos da peça; porém, o rol não é 
exaustivo. No artigo 106 do CPC/15, o legislador estabeleceu a obrigação de o 
advogado indicar, na inicial, o endereço onde receberá intimações; o uso do vernáculo 
do caput artigo 192 e o artigo 328 ambos do CPC/15. Neste último caso, se a ação tiver 
por objeto revisão de obrigação decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação 
de bens, o autor terá que identificar sobre o que especificamente controverte e 
apresentar quantificando o valor incontroverso, portanto, a inicial deve conter o cálculo. 
A nova redação do CPC não fala mais em juiz a qual a petição é dirigida, mas em juízo. 
A alteração trouxe mais precisão técnica. Apesar da referência anterior, o novo CPC 
resolveu a omissão da legislação anterior que não previa a indicação de número de 
identificação da parte, como um CPF, RG ou até CNPJ, quando for pessoa jurídica, e 
acrescentou, como parte do requisito do inciso II, a indicação de existência de união 
estável e o endereço eletrônico. 
No CPC/15, o legislador estendeu a possibilidade de pedido genérico à reconvenção. 
Previu, também, no parágrafo único no artigo 326 a formulação de mais de um pedido, 
alternativamente, para que o juiz acolha um deles. 
O primeiro requerimento que o autor fazia, à luz do código anterior, era o de citação do 
réu. O CPC/15 suprimiu este requisito. O legislador acrescentou mais um requisito que 
é a opção do autor pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. 
Não foram muitas as modificações dos requisitos da inicial no novo CPC. Uma delas é a 
do inciso IV, que trata da ação de divisão, de demarcação e de reivindicação em que o 
valor não será mais o venal, mas o valor de avaliação da área ou do bem objeto do 
pedido. Outra novidade foi a inclusão do inc. V, prevendo que na ação indenizatória, 
inclusive a fundada em dano moral, o valor da causa será o valor pretendido. 
Por fim, mantém-se a regra de que se a inicial não preencher os requisitos legais, o juiz 
terá que oportunizar a emenda no prazo de 15 dias, com indicação precisa do defeito 
que deve ser corrigido, nos termos do artigo 321 do CPC/2015. Porém, cabe destacar a 
preocupação do legislador com o aproveitamento dos atos e a questão do acesso à 
Justiça. O § 2º do artigo 319 do CPC/2015 reafirma o princípio da instrumentalidade 
das formas, ou seja, se não for possível citar o réu, impossível ou extremamente onerosa 
a obtenção das informações sobre o demando, a falta do requisito do Inc. II pode ser 
ignorada. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALVIM NETO, José Manoel de Arruda. Manual de Direito Processual Civil. 13 ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 
______. Código de processo civil comentado: arts.7 a 49. v. 2.São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 1975. 
______. Tratado de direito processual civil: arts.7-45. 2. ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 1996. 
ALVIM, Eduardo Arruda. Direito Processual Civil, 2 ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2008. 
ASSIS, Araken de. Cumulação de Ações. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. 
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O Novo Processo Civil Brasileiro. 22 ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2004. 
BONDIOLI, Luiz Guilherme Aidar. Procedimento Comum. In Breves Comentários ao 
Novo Código de Processo Civil. Cood. WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; Didier Jr., 
Fredie; TALAMINI, Eduardo; DANTAS, Bruno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2015. 
BUENO,Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil: 
procedimento comum. Ordinário e sumário. t. 1. São Paulo: Saraiva, 2007. 
CANEIRO, Athos Gusmão. Intervenção de Terceiros. 14 ed São Paulo: Saraiva, 2003. 
CAMARA, Alexandre Freitas. O novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 
2015. 
CARMONA, Carlos Alberto. A Arbitragem no Processo Civil Brasileiro. São Paulo: 
Malheiros, 1993. 
COLOMBO, Juliano; CORREA, Letícia Loureiro. Manual de Prática Cível. Porto 
Alegre: Verbo Jurídico. 2009. 
DIDIER Jr. Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual 
Civil, parte gera e processo de conhecimento. 17 ed. Salvador: Jus Podivm, 2015. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil, v. II e III, 5. 
ed São Paulo: Malheiros, 2005. 
______. Litisconsórcio. São Paulo: Malheiros Editores Ltda. 2001. 
FARIA, Juliana Cordeiro de Faria, Do Valor da Causa. In Breves Comentários ao Novo 
Código de Processo Civil. Cood. WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; Didier Jr., Fredie; 
TALAMINI, Eduardo; DANTAS, Bruno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. v.2,12 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. 
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, v.1. 
São Paulo: Saraiva. 2006. 
SILVA, Jaqueline Mielke da. A tutela provisória no novo Código de Processo Civil. 
Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2015. 
LUDWIG, Artur Arnildo; PHILIPPSEN, Adair. Manual dos Juizados Especiais Cíveis. 
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004. 
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHAR, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo 
Curso de Processo Civil – Tutela dos Direitos Mediante Procedimento Comum, v. 2. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. O 
Novo Processo Civil, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil. v.1, 5 ed. São 
Paulo: Atlas, 2009. 
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil 
Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. 
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. 
OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro; MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil. 
Teoria Geral do Processo Civil e Parte Geral do Direito Processual Civil. v. 1. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
PORTO, Sérgio Gilberto. Coisa Julgada Civil. Rio de Janeiro: Aide, 1996. 
____________________. Classificação das Ações, Sentenças e Coisa Julgada. Revista 
de Processo, n˚73, ano 21, jan/março, 1994. 
PORTANOVA, Rui. Princípios do Processo Civil. 7 ed. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2008. 
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. v. 2., 24 ed. 
ver. e atual. por Maria Beatriz Amaral Santos Kohnen. São Paulo: Saraiva, 2008. 
SANTOS, Ernani Fidelis. Manual de Direito Processual Civil. v. 1. São Paulo: Saraiva, 
2006. 
SILVA, Eduardo Silva da. Arbitrabem e Direito da Empresa. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2003. 
SILVA, Ovídio A. Baptista da. Curso de Processo Civil, v. 1.7 ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2005 
TARTUCE, Fernanda; DELLORE, Luiz; MARIN, Marco Aurélio. Manual de Prática 
Cível. 5 ed . Rio de Janeiro: Forense, 2010. 
TEIXEIRA, Guilherme Freire. Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento da 
Sentença. In: Código de Processo Civil Comentado. CUNHA, José Sebastião Fagundes 
( Coord.geral); BOCHENEK, Antônio Cesar; CAMBI, Eduardo ( Coords), São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2016 
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. v. 1. 43 ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2005. 
THEODORO Jr. Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do direito 
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum, v. 1. 56 ed. rev., 
atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
VIANA, Joseval Martins. Manual de Redação Forense e Prática Jurídica. São Paulo: 
Editora Joares de Oliveira, 2009. 
WAMBIER, Luiz Rodrigues; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; SANTOS, Evaristo 
Aragão; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins; SATO, Priscila Kei; VASCONCELOS, Rita 
de Cássia de.Novo CPC Urgente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. 
WATANABE, Kazuo. Da Cognição no Processo Civil. 3 ed. São Paulo: Pefil, 2005. 
[1] Graduação em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1985). 
Mestrado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995). 
Atualmente é Coordenadora do Curso de Direito da Faculdade Inedi – CESUCA. 
Professora da disciplina de Direito Processual I do CESUCA. Atua principalmente nos 
temas ligados ao processo de conhecimento, teoria geral do processo, tutelas 
provisórias, procedimentos especiais e prática jurídica. E-mail: 
Coord.direito@cesuca.edu.br . 
[2] Segundo o DINAMARCO: "Narrar fatos significa descrevê-los como faz um 
historiador. Descrevem-se os acontecimentos em si mesmos, em sua autoria e em suas 
circunstâncias de modo, lugar e tempo". DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições 
de Direito Processual Civil, v. II. São Paulo: Malheiros Editores Ltda., 2005, p. 127. 
[3] Há litisconsórcio quando, em um ou em ambos os polos da relação processual, 
houver mais de um autor ou mais de um réu. 
[4] Sugere-se que haja o espaçamento de 2.0 ou 1.5 e que a fonte seja Arial ou Times 
New Roman 12. As eventuais citações devem ser feitas em Arial ou Times New Roman 
10. 
[5] VIANA, Joseval Martins. Manual de Redação Forense e Prática Jurídica. São Paulo: 
Editora Joares de Oliveira, 2009. p.240. "Além disso, entre o cabeçalho e a qualificação 
das partes é necessário deixar um espaço de dez centímetros para os despachos e as 
decisões interlocutórias dos juízes." 
[6] Atualmente é comum que as folhas usadas pelos advogados sejam timbradas, 
constando o nome do escritório, endereço e telefone. Por isso, alguns advogados deixam 
de cumprir o requisito do artigo 106 do C.P.C/15. 
[7] TEIXEIRA, Guilherme Freire. Da petição inicial. In: Código de Processo Civil 
Comentado. Coordenação José Sebastião Fagundes Cunha , Antônio César Bochenek e 
Eduardo Cambi. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. 
[8] VIANA apresenta a origem do tratamento doutor aos advogados, referindo-se à 
legislação que atribuía o título de doutor àqueles que se formassem nos cursos de 
ciências jurídicas e sociais e fossem aprovados no estatuto. "O tratamento de doutor 
transformou-se numa dúvida entre os profissionais do direito. Alguns esclarecimentos 
são importantes acerca desta polêmica, já que alguns dizem que se deve usar a palavra 
doutor no endereçamento e outros não. 
O tratamento de doutor ao juiz de direito e demais profissionais da área é correto, pois, 
nessa acepção, doutor é considerado pronome de tratamento utilizado aos bacharéis em 
direito e não se refere a título acadêmico. 
Existe o Decreto Imperial (DIM), de 1˚ de agosto de 1825, publicado pelo Chefe de 
Governo Dom Pedro Primeiro, que deu origem à Lei do Império de 11 de agosto de 
1827, responsável pela criação dos cursos de Ciências Jurídicas e Sociais. 
Esta Lei criou dois cursos de Ciências Jurídicas Sociais e introduziu regulamento e 
estatuto para Curso Jurídico, dispondo sobre o título (grau) de doutor para o advogado, 
conforme o Decreto n.17.874 de 9 de agosto de 1827. 
Ao finalizar o curso, o acadêmico de direito submetia-se a um exame – semelhante ao 
Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – chamado de estatuto, na época, para obter 
o título de doutor[...] Por tradição histórica e legal, os advogados recebem o título de 
doutor. Antigamente, os juízes de direito e demais operadores do direito deveriam ser 
advogados para ingressarem em determinadas carreiras públicas. Atualmente, algumas 
carreiras não fazem mais esta exigência, contudo, pelo costume, continuou-se chamando 
os juízes de direito de doutores. Assim, a forma correta do endereçamento é: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA__VARA CÍVEL 
DO FORO REGIONAL DA LAPA". VIANA, Joseval Martins. Manual de Redação 
Forense e Prática Jurídica. São Paulo: Editora Joares de Oliveira, 2009. p.240-241. 
[9] Neves, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 
13.105/2015. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015, p. 221. 
[10] DIDIER Jr. Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao direito 
processual civil. Parte gera e processo de conhecimento.17 ed. Salvador: Jus Podivm, 
2015. 549. O autor propõe um endereçamento da seguinte forma: Exmo. Sr. Juiz de 
Direito da Vara de Família da Comarca de Salvador, Estado Federado da Bahia. 
[11] Neste sentido, o posicionamento de TARTUCE, Fernanda; DELLORE, Luiz; 
MARIN, Marco Aurélio. Manual de Prática Cível. 5 ed . Rio de Janeiro: Forense, 2010, 
p.118. 
[12] A litispendência ocorre, quando for proposta a mesma ação – com as mesmas 
partes, causa de pedir e pedido -, pela segunda vez, estando a anterior em andamento, já 
a coisa julgada se verifica, quando a mesma ação for por proposta outra vez, mas a 
primeira já não tramita mais. 
[13] GONÇALVES ensina que: "Quando houver um número muito grande de autores, a 
jurisprudência tem admitido que os nomes e qualificações de todos constem de uma 
lista anexa". ( STJ, 1ᵃ Turma, RMS 2.741-7- SP, rel. Min. Cesar Rocha). 
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, v.1. 
São Paulo: Saraiva. 2006, p.333. 
[14] Segundo TARTUCE, DELLORE e MARIN, quando não se sabe o nome do réu é 
possível colocar FULANO DE TAL. Fazendo uma busca no site do Tribunal de Justiça 
do Rio Grande do Sul, nas informações processuais, pode-se encontrar ações que foram 
propostas desta forma. Vale ressaltar, porém, que enquanto as de reintegração foram 
processadas e só depois da citação foi identificado o polo passivo, em uma de 
consignação em pagamento, o juiz mandou emendar, por falta do requisito da peça, sob 
pena de extinção do feito. TARTUCE, Fernanda; DELLORE, Luiz; MARIN, Marco 
Aurélio. Manual de Prática Cível. 5 ed . Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 126 
[15] Há, na doutrina, posicionamento de que, quando não se conhece algum dado da 
qualificação do réu, no lugar dela deve-se colocar 'qualificação desconhecida'. Este é o 
pensamento de TARTUCE, DELLORE e MARIN. Os mesmos fazem referência, que se 
entende correta, à prova da OAB e à forma de qualificação que se deve utilizar quando a 
prova não traz todos os dado para uma qualificação completa. Os autores exemplificam: 
"Maria Helena (sobrenome), (estado civil), secretária, portadora do RG n.(número) e do 
CPF n. (número), residente e domiciliada na rua (endereço), na Comarca de Campinas". 
Portanto, na prova da OAB, a orientação a ser seguida é de que o aluno não invente os 
dados, mas preencha os requisitos, indicado que dados deveriam constar. TARTUCE, 
Fernanda; DELLORE, Luiz; MARIN, Marco Aurélio. Manual de Prática Cível. 5 ed . 
Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 126. 
[16] WAMBIER, Luiz Rodrigues; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; SANTOS, 
Evaristo Aragão; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins; SATO, Priscila Kei; 
VASCONCELOS, Rita de Cássia de. Novo CPC Urgente. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2016, p. 276. 
[17] DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil, v. II e 
III, 5. ed São Paulo: Malheiros Editores Ltda. , 2005,p.126. 
[18] No exame da OAB, não se deve inventar fatos. Portanto, a descrição deles deve 
ficar restrita aos dados que foram fornecidos no problema. 
[19] Duas teorias pretenderam explicar a causa de pedir, a da individualização e a da 
substanciação. Para PORTO "A teoria da individualização sustenta ser bastante para que 
se tenha a demanda como aptamente fundamentada – a firmação da relação jurídica 
sobre a qual se estriba a pretensão, constituindo-se, pois, a causa de pedir, na relação 
jurídica ou no estado jurídico afirmado pelo autor em arrimo à sua pretensão. EX: a 
existência de relaçãojurídica de filiação na demanda investigatória de paternidade; a 
condição de credor na demanda de cobrança. "Já a teoria da Substanciação para o autor 
[ ...] exige que o autor substancie – fundamente- a demanda através de um fato ou um 
conjunto de fatos aptos a suportarem a sua pretensão, identificando, assim, a causa de 
pedir com a relação fática posta à análise como suporte da pretensão.EX: a existência de 
concubinato na investigatória de paternidade; a entrega do dinheiro de um empréstimo 
na ação de cobrança." Esta última é adotada no Brasil. PORTO, Sérgio Gilberto. Coisa 
Julgada Civil. Rio de Janeiro: Aide, 1996, p. 35/36. 
[20] Há posicionamento doutrinário contrário, pois TARTUCE, DELLORE e MARIN 
entendem que, neste caso, o juiz deve prolatar a sentença de pronto, sem necessidade de 
emenda. Segundo os autores "É o que decorre da regra do art. 295, parágrafo único, II. 
Tal inciso possibilita ao juiz a extinção do processo, em virtude da inépcia, quando 'da 
narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão'. Assim, se a peça estiver 
confusa (na exposição dos fatos ou dos institutos jurídicos discutidos) e o juiz tiver 
dificuldades para compreender o que se pleiteia, é possível a pronta extinção do 
processo (indeferimento liminar da inicial), sem nem sequer determinar a citação do 
réu". Chama a atenção, contudo, a posição dos mesmos autores, pois, na p. 130, da 
mesma obra, negam o que haviam dito antes, nos seguintes termos: "Assim, na 
elaboração da causa de pedir, o advogado deve sempre analisar sua peça para verificar 
se há lógica entre os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido. 
Por sua vez, se o juiz entender que a exposição dos fatos não está clara, é possível 
determinar a emenda da inicial ou, caso não seja solucionado o problema, decidir pela 
extinção do processo, sem resolução do mérito (CPC, art. 284 c/c o art. 295. Parágrafo 
único, I e II)". TARTUCE, Fernanda; DELLORE, Luiz; MARIN, Marco Aurélio. 
Manual de Prática Cível. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 114/115. 
[21] A jurisprudência do STJ é majoritária no mesmo sentido, o de que é possível a 
emenda da inicial, depois que o réu tenha contestado, pois a prolação da sentença, ante a 
ausência de pressuposto processual, sem a oportunidade de o autor emendar a inicial, 
viola o artigo 284 do cpc. Segundo o STJ, não oportunizar a emenda significa violação 
dos princípios constitucionais: do devido processo legal e do acesso à Justiça, além de 
ferir o princípio da efetividade do processo e da instrumentalidade das formas. Em 
trecho da ementa, do relator Luiz Fux lê-se: 
Deveras, sob o ângulo axiológico, a emenda da peça vestibular é um direito subjetivo do 
autor, de modo que não oportunizar a ele a emendar a inicial, no caso de ser a emenda 
possível, constitui um cerceamento do seu direito de defesa, haja vista o preconizado 
nas normas insertas nos incisos XXXV e LV do art. 5º da Constituição Federal de 1988. 
(Resp 671986/RJ; Recurso Especial 2004/0082441-0, T!- primeira Turma, data do 
julgamento 27/09/2005, Dj 10.10.205, p. 232). 
O relator cita, ainda outros precedentes jurisprudenciais da mesma corte, ex: AgRg no 
AG 504270/RJ, desta relatoria, DJ de 17.11.2003: RESP 101.013/CE, Relator Ministro 
Hamilton Carvalhido, DJ de 18.08.2003, dentre outros. 
[22] OLIVEIRA e MITIDIERO entendem que "Tudo conflui, pois, à compreensão do 
processo civil a partir de uma nova fase metodológica – o formalismo-valorativo. Além 
de equacionar de maneira adequada as relações entre direito e processo, entre processo e 
Constituição, e colocar o processo no centro da teoria do processo, o formalismo-
valorativo mostra que o formalismo do processo é formado a partir de valores - justiça, 
igualdade, participação, efetividade, segurança -, base axiológica a partir da qual 
ressaem princípios, regras, postulados para sua elaboração dogmática, organização, 
interpretação e aplicação. 
Nesta perspectiva, o processo é visto, para além da técnica, como fenômeno cultural, 
produto do homem e não da natureza. Nele os valores constitucionais, principalmente o 
da efetividade e o da segurança, dão lugar a direitos fundamentais, com características 
de normas principais. A técnica passa a segundo plano, consistindo em mero meio para 
atingir o valor. O fim último do processo já não é mais apenas a realização do direito 
material, mas a concretização da justiça material, segundo as peculiaridades do caso, e a 
pacificação social. A lógica é argumentativa, problemática, da racionalidade prática. O 
juiz, mais do que ativo, deve ser cooperativo, como é exigido por um modelo de 
democracia participativa e a nova lógica que informa a discussão judicial, idéias essas 
inseridas num novo conceito, o de cidadania processual." OLIVEIRA, Carlos Alberto 
Alvaro; MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil. Teoria Geral do Processo Civil e 
Parte Geral do Direito Processual Civil. v. 1. São Paulo: Atlas, 2010, p.16. 
[23] MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. O 
Novo Processo Civil, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 212. Os autores 
afirmam que: " Quando a petição inicial pode ser emendada, é proibido ao juiz indeferi-
la sem dar ao autor o direito de emenda-la. Há direito da parte à emenda da inicial. A 
determinação da emenda só pode ocorrer até a contestação". 
[24] O CPC/15, art. 129, parágrafo único trouxe uma novidade com a previsão de que o 
juiz pode não julgar a denunciação da lide, se o denunciante for vencedor, podendo 
limitar-se a condenar o denunciante ao pagamento da sucumbência. 
[25] Discorda-se, assim, do posicionamento de COLOMBO e CORREA quando 
afirmam que, no item "DO DIREITO" deve-se "Expor a lei, doutrina e jurisprudência 
que embasam a pretensão da parte. Pelo menos a lei tem que ser localizada". 
COLOMBO, Juliano; CORREA, Letícia Loureiro. Manual de Prática Cível. Porto 
Alegre: Verbo Jurídico. 2009, p. 23. 
A indicação da legislação aplicável ao caso, deve ser feita pelo magistrado, no momento 
da decisão e não pelo advogado. Por exemplo: caso o advogado erre na indicação do 
artigo, isto não impedirá o magistrado de fundamentar de forma correta; portanto, 
entende-se que não há obrigatoriedade de sequer mencionar a lei. O que precisa ser feito 
é apresentar ao juiz uma sugestão de consequência jurídica que será aplicada ao caso, 
em razão dos fatos expostos. Agora com a exigência do exame da OAB de que não haja 
consulta aos livros e à jurisprudência, na prova da segunda fase, fica impossível 
mencionar doutrina e jurisprudência. Embora seja possível a consulta à legislação, 
destaca-se a desnecessidade de transcrever o artigo de lei, pois deve vigorar o principio 
do jura novit Curia, ou seja, o juiz deve conhecer o direito. 
TARTUCE, DELLORE e MARIN concordam com este posicionamento, mas 
apresentam um argumento interessante, para a indicação da legislação aplicável, qual 
seja, "[...]para que um recurso especial (REsp) seja conhecido, na hipótese de violação 
de dispositivo legal (CR, art. 105, III,a) – e no mesmo sentido o recurso extraordinário ( 
RE), em relação à violação da Constituição -, é necessário que se indique, 
especificamente, um artigo de lei que teria sido violado, e que este tenha sido 
previamente debatido (exige-se, nas Coortes Superiores, o denominado 
prequestionamento – STF, Súmula 282, também aplicável ao STJ. Embora a melhor 
interpretação sobre tal requisito de admissibilidade afirme bastar a abordagem da tese 
jurídica na decisão, muitos Tribunais vêm exigindo que o dispositivo normativo seja 
expressamente contemplado pelo julgador)." TARTUCE, Fernanda; DELLORE, Luiz; 
MARIN, Marco Aurélio. Manual de Prática Cível. 5 ed . Rio de Janeiro: Forense, 2010,p. 129 
[26] Neste sentido, o posicionamento de MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHAR, 
Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Curso de Processo Civil – Tutela dos Direitos 
Mediante Procedimento Comum, v. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p.154. 
[27] Para GONÇALVES "O que efetivamente vincula o juiz é a descrição dos fatos, e 
não os fundamentos jurídicos, pois ele conhece o direito e deve aplicá-lo corretamente, 
ainda que tenha havido equívoco na sua indicação". GONÇALVES, Marcus Vinícius 
Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, v.1. São Paulo: Saraiva. 2006, p. 334. 
[28] TARTUCE; DELLORE e MARIN afirmam que, na segunda fase do exame da 
OAB "[...] é conveniente identificar expressamente qual o dispositivo legal é aplicável 
ao caso concreto, bem como transcrever o próprio artigo (o que, como regra, é 
desnecessário ao elaborar uma petição inicial no foro, mas que, em exames, 
consubstancia a completa argumentação jurídica). Em que pese a orientação dos autores 
ter um tom de cautela, entende-se, respeitosamente, que é desnecessária a transcrição do 
artigo, embora, na segunda fase do exame da OAB seja necessário identificar o 
dispositivo legal. Não se pode exigir, como requisito, a transcrição de artigos, se, 
tecnicamente, este dado não é obrigatório. TARTUCE, Fernanda; DELLORE, Luiz; 
MARIN, Marco Aurélio. Manual de Prática Cível. 5 ed . Rio de Janeiro: Forense, 2010, 
p. 129. 
[29] Uma sentença será extra petita, quando o juiz der algo diferente do que foi pedida 
pelo autor; será ultra petita, quando o juiz der a mesma coisa, mas em quantidade maior 
do que foi pedido; e citra petita, quando o juiz julgar menos do que foi pedido. 
[30] O artigo 492 do CPC/15 prevê a impossibilidade de o juiz julgar fora do pedido ou 
além do pedido; entretanto, por previsão legal, temos exceções ao princípio da 
congruência, ou aquilo que a doutrina chama de pedidos implícitos, que são: a aplicação 
da multa com efeito coercitivo astreints (artigo 497 do CPC/15), os juros legais (artigo 
322 do CPC/15) e a correção monetária ( Lei 6.899/81), os pedidos de prestações 
periódicas ou de trato sucessivo (art. 323 do CPC/15), as custas e honorários 
advocatícios (artigo 85 do CPC/15). 
[31]. Nesse artigo PORTO destaca a importância da utilização do verbo correto. Assim, 
ensina o autor, se o que o autor pretende é a declaração, constituição, condenação, tutela 
mandamental ou executiva latu sensu, deve usar os verbos correlatos. PORTO. Sérgio 
Gilberto. Sobre a Classificação de Ações, Sentença e Coisa Julgada. AJURIS: Revista 
da Ajuris, Porto Alegre, v.21, n.61,JUL/1994, p.48-62 
[32] É comum nas petições iniciais observar que o advogado pede a procedência da 
ação e não do pedido. Em realidade, se constituiu em um erro técnico, pois, na sentença, 
o juiz dará ou não provimento ao pedido formulado na inicial e não à ação. O conceito e 
natureza jurídica da ação são bastante controvertidos no Direito Processual Brasileiro. 
Uma importante discussão teórica acerca desse conceito se travou entre diversos 
autores. Para aprofundamento da questão, ver MACHADO, Fábio Cardoso; AMARAL, 
Guilherme Rizzo (org). Polêmica sobre a ação. A tutela jurisdicional na perspectiva das 
relações entre direito e processo. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. 
[33] Embora sejam pedidos implícitos, é bom que estes últimos requerimentos, sejam 
expressamente referidos, pois é mais fácil fazê-los, do que depois ter que interpor 
recurso, pela omissão da sentença. 
[34]TEIXEIRA, Guilherme Freire. Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento 
da Sentença. In: Código de Processo Civil Comentado. CUNHA, José Sebastião 
Fagundes ( Coord.geral); BOCHENEK, Antônio Cesar; CAMBI, Eduardo ( Coords), 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p. 578. O autor conceitua pedido certo nos 
seguintes termos: " Pedido certo é aquele que é expresso, explícito." O mesmo autor, na 
p. 580 assim conceitua pedido determinado: " Determinado é o pedido que é definido e 
delimitado na sua qualidade e quantidade". O autor acrescenta: " Desse modo, a 
pretensão do autor deve referir-se claramente ao bem pretendido, especificando o 
imóvel, o automóvel, a soma em dinheiro e assim por diante." 
[35] No novo CPC o pedido genérico está previsto no art. 324, § 1º, mantendo-se 
basicamente as mesmas previsões e acrescendo a do § 2º, que faz referência expressa da 
possibilidade de pedido genérico na reconvenção. 
[36] Os bens fungíveis são os substituíveis. 
[37] Nos dois últimos casos, pode-se exemplificar, respectivamente, com uma ação em 
que se postula perdas e danos e lucros cessantes e uma ação de exigir contas. 
[38] SILVA, Ovídio A. Baptista da Silva. Curso de Processo Civil, v. 1. Rio de Janeiro: 
Forense, 2005, p. 242. 
[39] GONÇALVES falando da cumulação objetiva, refere que: "A objetiva ocorrerá 
quando existir cúmulo de pedidos ou fundamentos. A rigor, a cada um deles 
corresponde uma demanda (ação), de sorte que, quando há pluralidade de pedidos ou 
fundamentos, haverá uma cumulação de demandas ou de ações, que serão julgadas 
conjuntamente, em um único processo". GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo 
Curso de Direito Processual Civil, v.1. São Paulo: Saraiva. 2006, p.342. 
[40] Esta cumulação recebia diversos nomes, da doutrina e no próprio CPC/73. 
Encontrava-se referência a pedidos alternativamente cumulados, pedido subsidiário ou 
em ordem sucessiva. No CPC/15, artigo 292 inciso VIII do CPC/15 há referência a 
pedido subsidiário e no artigo 326 a redação ficou mais adequada prevendo " pedido em 
ordem subsidiária". 
[41] SILVA afirma: "Neste caso, os pedidos podem, até mesmo, ser entre si 
incompatíveis, como quando o aturo pede a anulação do contrato ou, sendo tal demanda 
julgada improcedente, que o juiz decrete sua rescisão ou, até mesmo, que condene o réu 
a satisfazer o cumprimento de alguma de suas cláusulas." O autor, então, conclui que a 
incompatibilidade decorre do fato de que, para atender ao primeiro pedido, o juiz deve 
pressupor que o contrato é válido, mas, para atender o segundo, não. SILVA, Ovídio A. 
Baptista da Silva. Curso de Processo Civil, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 271. 
[42] MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHAR, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. 
Novo Curso de Processo Civil – Tutela dos Direitos Mediante Procedimento Comum, v. 
2. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 163. 
[43] Para cumular um pedido de forma simples é preciso que haja identidade de 
procedimento, ou que ambos tramitem pelo rito ordinário, que os dois pedidos tenham 
igual competência e que não sejam incompatíveis entre si. 
[44] DIDIER Jr. Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito 
Processual Civil, parte gera e processo de conhecimento. 17 ed. Salvador: Jus Podivm, 
2015, p. 574. Na p. 575 o autor acrescenta uma conclusão com a qual se concorda. Ele 
afirma que " Este dispositivo, cujo alcance precisa ser dimensionado é muito rico. Dele 
pode-se extrair a conclusão de que o procedimento comum é adaptável, maleável, 
flexível; de que ele é receptivo à incorporação, ainda que episódica, de técnica 
diferenciadas pensadas para procedimentos especiais". 
[45] É o que ocorre na cumulação de uma ação de despejo por falta de pagamento, com 
ação de cobrança dos mesmos locativos. Aliás, este exemplo é peculiar, pois os pedidos 
estão de tal forma ligados que não se consegue visualizar uma hipótese em que um 
possa ser atendido sem o outro. Assim como no código de 73, o de 2015 não trouxe 
previsão expressa para este tipo de cumulação. 
[46] Segundo o legislador, no artigo 303 caput, quando a tutela antecipada for requerida 
na inicial é possível limitar-se a requerê-la e a indicar o pedido de tutela final com

Outros materiais