Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Luíza Ingelbert - 3°P 2016.2 Assunto: Adaptações celulares | PPG ADAPTAÇÕES CELULARES (DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO) O mecanismo de adaptação celular é importante porque a célula precisa dar conta das demandas fisiológicas e manter a homeostasia (equilíbrio). A célula tem uma faixa estreita de função e estrutura, portanto não pode sofrer um estímulo grande em pouco tempo. Essa resposta adaptativa pode envolver um aumento no volume da célula (hipertrofia), aumento no número de células (hiperplasia), uma diminuição do tamanho e do metabolismo da célula (atrofia) ou mudança no fenótipo (metaplasia). Todas essas alterações são estruturalmente e funcionalmente reversíveis. Se os agentes lesivos ou agressivos atacarem, ou seja, os limites da resposta ultrapassarem e as células forem privadas de nutrientes, sobrevém os eventos caracterizados pela lesão celular. Se o estímulo for intenso e persistir desde o início, a célula tem lesão irreversível e ocorre morte celular. Ex.: Se músculo cardíaco tiver cargas hemodinâmicas aumentadas, ele pode aumentar seu tamanho por hipertrofia e sofrer lesão reversível. Porém, se for munido de falta de suprimento sanguíneo, ele causa lesão irreversível e ocorre morte celular. Duas vias principais de morte celular: necrose e apoptose. As alterações reversíveis se revertem em tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica e funções em resposta a alterações do ambiente. ADAPTAÇÕES DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR HIPERTROFIA – É um aumento no tamanho das células que resulta do aumento do órgão. Esse tamanho é devido à síntese de mais componentes estruturais das células. Células capazes de divisão realizam hipertrofia e hiperplasia e células que não se dividem realizam apenas hipertrofia (ex.: fibras miocárdicas). Pode ser fisiológica ou patológica, isso depende da força do estímulo. OBS: A musculatura esquelética e cardíaca possui capacidade limitada de divisão, portanto sofre principalmente hipertrofia. Estímulos: Aumento da demanda funcional Liberação de fatores de crescimento Estimulação hormonal O mais comum para hipertrofia é o aumento da carga de trabalho. Tanto na musculatura estriada esquelética, quanto na cardíaca a célula sintetiza proteínas a mais, aumentando a força gerada e a capacidade geral do músculo. Estímulo Endócrino (Fisiológico): útero gravídico, resultante da hipertrofia das fibras musculares. Ex: aumento das glândulas mamárias. Fatores de Crescimento (Fisiológico): faz as células aumentarem de volume. Fatores de Crescimento (Patológico): no processo inflamatório libera fator de crescimento. Ex: TGFβ, IGF1, Fator de crescimento fibroblástico. HIPERTROFIA CARDÍACA: Os estímulos atuam coordenadamente para a síntese de proteínas musculares. A Via mais comum para essa hipertrofia é a visa do fosfoinasetídeo 3 cinase/akt. Geralmente a hipertrofia do coração é concêntrica (para o centro). HISTOLOGIA – núcleo corado, citoplasma maior. A forma da célula não muda, só aumenta o volume. Essa célula pode reduzir o volume. HIPOTROFIA (ATROFIA) – Redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho do número de células. Algumas células embrionárias, como a Notocorda e Ducto Tireoglosso, sofrem atrofia FISIOLÓGICA no desenvolvimento fetal. Ex: diminuição do útero depois do parto. CAUSAS (FISIOLÓGICAS E PATOLÓGICAS): Diminuição do suprimento sanguíneo – doença oclusiva arterial que se desenvolve lentamente, resulta na atrofia. Ex.: Arteriosclerose na velhice. O cérebro sofre atrofia por falta de sangue (atrofia senil). Perda da estimulação endócrina. Perda de estimulação estrogênica, menopausa, ocorre atrofia do endométrio e mama. Redução da carga de trabalho – osso fraturado – atrofia da musculatura esquelética logo após retirada do gesso. Substâncias Tóxicas Nutrição inadequada (inanição): destruição proteico-calórica profunda. Ocorre a necessidade das fontes de energia de reserva (caquexia). Perda da inervação – os músculos dependem da inervação polimidite. (Tudo por falta de suprimento, mas existe por suprimento inadequado. A reserva pode ser tecido adiposo, glicogênio, destruição das próprias células) Compressão – Tem um tumor no aqueduto, faz um volume nos ventrículos e não drena nem supre conteúdo das células (hidrocefalia) Inflamações crônicas. Ex: Estímulo hormonal no testículo, ele fica na cavidade abdominal e não desce para o escroto. Hipotrofia no SNC, sulcos mais profundos, é uma atrofia generalizada como no Alzheimer. A Atrofia geralmente é acompanhada de autofagia (as células próprias se digerem) HIPERPLASIA – É o aumento do número de células em um órgão ou tecido. Ocorre em células que realizam mitose. Podem ser Fisiológicas ou Patológicas: Efeito Hormonal – ilustrada pela proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez. Verruga Vulgar – o vírus aumenta o epitélio Remoção do lobo do fígado e logo ele cresce e retorna ao tamanho original (PATOLÓGICO) – O equilíbrio de estrogênio e progesterona é alterado, resultando em absolutos estrogênio e hiperplasia das glândulas endometriais. HIPOPLASIA – Redução da quantidade de células. ALTERAÇÕES NA DIFERENCIAÇÃO CELULAR Diferenciação celular é modificação para gerar outras. Uma célula totipotente na embriologia se diferencia em outras. A diferenciação ocorre às custas da expressão genética em cada tipo de célula. As células podem modificar a expressão gênica mesmo depois de diferenciadas. Pode-se observar o epitélio respiratório, epitélio pseudoestratificado cilíndrico com células calciformes. Em pacientes fumantes, a expressão dele é epitélio pavimentoso estratificado. Tudo isso por causa do aumento de temperatura e por estar cheio de substâncias tóxicas. METAPLASIA: É uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Os tecidos tem que ser da mesma linhagem. As células que vem são mais capazes de suportar o ambiente hostil. Esse epitélio respiratório citado acima tem pouca ou nenhuma célula caliciforme, portanto, pouca produção de muco. Também não tem cílios, portanto não tem filtro respiratório. Pode ser considerada uma faca de dois gumes. O epitélio metaplásico pode evoluir para uma lesão irreversível, ou seja, uma transformação maligna. Outro exemplo é o esôfago, que é natural pavimentoso estratificado não queratinizado e torna-se cilíndrico. Tudo isso para suportar o refluxo de ácido gástrico. Podem surgir células escamosas durante o processo de metaplasia do epitélio colunar normal para escamoso. Quando se tem alteração na diferenciação celular (metaplasia) com a alteração na proliferação celular, tem-se a DISPLASIA. DISPLASIA: Aumenta a quantidade de células e essas células não atingem o padrão de diferenciação esperado. As células ficam dedorganizadas e bem coradas, tem células que não conseguiram se diferenciar de forma retilínea e correta. A morfologia da célula tem núcleo diferenciados, ou seja, várias formas. As displasias são precursoras de disfunções neoplásicas.
Compartilhar