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Aula 4 clinica de grandes equinos

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Aula 4 - Clinica de Grandes – Equinos
Neonatologia de Equinos
Os primeiros 10 dias o equino é considerado um neonato, após esse período ele é considerado um potro. Período neonato ele tem alto metabolismo, sua temperatura pode chegar até 39ºC. Após seu nascimento, ele tenta ficar em decúbito esternal, e tentará mamar. Isso demora por volta de uns 40 minutos, até conseguir se fixar bem. Em alguns casos, eles não ficam na posição, e assim que se percebe que ele não está adaptado, o profissional tem que intervir. Observa-se por um período antes de realizar intervenção. Depois de algumas horas que ele mamou o colostro e defecou o mecônio, será único momento que veterinário vai intervir para realizar a cura do umbigo. O neonato tem taquicardia porque ele ainda está se adaptando ao ambiente externo, a respiração que era no meio liquido, agora passar a ser meio aéreo. Importante o parto natural, porque ao passar pelo canal do parto com os membros torácicos e a cabeça, ao passar pela pelve materna, a pressão exercida é um estimulante para liberar corticosteroides endógenos, para ajudar na broncodilatação e faz a liberação de surfactantes que vão para corrente circulatório do potro e vão para pulmão dele, para dar estabilidade ao alvéolo. Ao nascer, ele dá a primeira respirada, na qual os alvéolos vão se expandir, e então o surfactante vai se depositar junto a eles, para quando expirar e inspirar novamente, não ter perigo de colabamento dos alvéolos.
No sistema gastrointestinal e músculo esquelético, o fato dele ficar em posição em posição bipedal, e chegar até a mãe, mostra que ele tem tônus muscular adequado. Em até duas semanas, ele já deve estar bem firme para andar, senão passa a ser um problema. Mecônio demora em média 1 hora e meia para ser eliminado. Se houver necessidade de intervenção, colocar fleet-enema no ânus do animal para fazer a liberação. O animal pode ter retenção de mecônio, ele vai apresentar um dorso arqueado, rabo em bandeira, ele fica tendo tenesmo (tenta defecar, mas não consegue). 
Figura 1 - Potro com retenção de mecônio
Diagnósticos Diferenciados:
Síndrome de ruptura da bexiga (mau fechamento do úraco)
Atresia Anal (sem abertura do ânus)
Atresia do cólon (inviável cirurgia – animal acaba em óbito)
Importante identificar qualquer anormalidade do neonato, realizar um exame clinico pormenorizado (se houver necessidade). Se o potro está mamando, saltitante, mas a temperatura é alta com 39ºC, é considerado normal, pois metabolismo é alto, mas se a temperatura está com essa mesma medição, porem, se o animal esta prostado, desidratação leve, mucosas secas, taquipneicos, ele pode estar com algum tipo de infecção. Essa fase do potro é a única que animal fica deitado de lado e tomando sol, isso é considerado normal.
A ingestão do colostro tem que ocorrer em no máximo 12 horas, porque após esse período cai os níveis de imunoglobulinas do tipo IgG, e a transferência de imunidade. Em caso de emergência (quando ele não consegue mamar ou a mãe veio a óbito) pode recorrer ao banco de colostro, ao sucedâneo (colostro comercial) e ao plasma hiperimune (via intravenosa). Pode se fazer uma transfusão sanguínea para o animal ficar protegido, mas nesses casos somente de mãe para filho. Colostro é importante porque a placenta da égua, que é do tipo epitélio corial, não deixa passar imunoglobulinas na fase placentária. 
Potros tem a diarreia fisiológica chamada de DIARREIA DO CIO DO POTRO, ocorre com uma semana após nascimento. Diarreia comum nos animais e dura por volta de 3 dias.
Os cuidados com o coto umbilical
Após o parto, a própria mãe limpa o filho e corta o cordão umbilical, após essa fase, fica o coto (pedaço do cordão umbilical que fica no neonato). Para evitar possíveis inflamações, como a onfaloflebite e septicemias de modo geral, tem que fazer a cauterização química desse coto, mergulhando solução de iodo 2 ou 3% por vários dias até esse coto secar e cair. 
Éguas que tem a intervenção cesariana ou dificuldades para parir e há muita intervenção humana, ela pode acabar rejeitando a cria, porque não viu nascer, está sem o “cheiro dela”.
Septicemia
Tratamento sintomático, ou seja, com base nos sintomas. Maior causa de óbitos em neonatos nas primeiras semanas de vida. Pode vir da placenta da mãe no terço final da gestação, umbigo mal curado e animais que nascem com sistema imune deprimido, podem ser causas de septicemias. 
As febres de septicemia são altíssimas, e mesmo administrando antitérmicos, elas voltam depois de 1 hora. Febre refratária ao medicamento. Se não intervier rapidamente animal morrerá por choque séptico. Fazer administração de antibióticos de largo espectro e realizar uma cultura de bactérias para saber qual delas está causando esse quadro e depois se necessário, realizar mudança de medicamentos ou ate mesmo associar com outros, mas jamais, não intervir com nenhum medicamento e ficar só no aguardo do antibiograma, porque pode transforma de uma infecção localizada para uma generalizada.
SINTOMAS
Mucosas hipercoradas
Taquipneico e taquicardiaco
Febres altíssimas. Acima de 40ºC
Sudorese
Prostado
Diarreia e desidratação
Animal nessas circunstâncias está com baixa volemia, às regiões de periferias estão geladas, porque a circulação está sendo para órgãos vitais. Precisam utilizar FLUIDOS COLÓIDES que são plasmas, coloides sintéticos. 
Há fluidos Cristaloides e Coloides
CRISTALÓIDES – São íons diluídos
Soro Fisiológico 0,9%
Ringer Simples
Ringer com lactato
COLÓIDES – Não extravasa em caso de vasos lesionados.
Plasma - Imunoglobulinas grandes
Coloides sintéticos
Após realizar intervenção com coloides, lembrar que o animal não esta se alimentando, então ministrar glicose porque o mesmo deve estar em hipoglicemia, é um paciente de UTI. Demora em média um mês para o animal estar recuperado.
Em casos de choque séptico administrar medicamentos corticoides, mesmo que não seja recomendado para equinos, porque o medicamento vai estabilizar a membrana celular como um antiinflamatorio potente.
Figura 2 - Pulmão com abcessos miliares (micro abscessos), típico de sepse.
Outra enfermidade grave que ataca potros na fase de 4 meses, no período de desmame, porque o sistema imune fica deprimido, é a PNEUMONIA POR RHODOCOCCUS EQUI. É uma bactéria contaminante de solo, enzootico (área endêmica) em haras. Infecção por via alimentar ou respiratória. Formam abcessos pulmonares caseosos (parecem bolas de algodão).
Potros ao nascer fazer coprofagia, isso é normal, desde que, não prolongue por mais de uma semana.
SINTOMAS
Depressão
Hiporexia
Febre
Estado geral pode estar bom
Animal apresenta estertoração sibilante ao realizar a auscultação pulmonar devido aos abcessos. 
Realiza o LAVADO TRAQUEAL
Tratamento é longo com ATB por 2 á 3 meses. Usa rifampicina e azitromicina. Não se usa mais eritromicina, pois em longo prazo pode causar problemas. Usar plasma hiperimune em regiões endêmicas.
Figura 3 - Cotton Balls provocado por RHODOCOCCUS EQUI. Em US a imagem lembra cauda de cometa.
 Figura 4 - Imagem de pulmão com abcessos.
Figura 5 - Fase intestinal do Rhodococcus equi. Nessa fase o animal encontra-se bem comprometido. São abcessos no mesentério. Animal apresenta diarreia.
Diarreias
Animal fica hipovolêmico e desidratado (manter sempre manutenção hidroeletrolitico). Associar com carvão ativado que é um adsorvente.
ATB podem acabar com a microflora tanto a boa quanto a ruim. Bastante cuidado com administração. Usa somente em casos de confirmação de diarreias por bactérias.
Agentes parasitários: Strongyloides westeri
Agentes bacterianos: Salmonella (diarreia fica bem fétida), Clostridium, E. coli.
Agentes virais: Rotavirus e coronavirus.

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