Buscar

Aula 9 equinos

Prévia do material em texto

Aula 9 – Clinica de Grandes Animais – enfermidades do trato respiratório em equinos
Qualquer atividade que exige esforço físico requer um condicionamento cardio-respiratorio, um sistema respiratório sadio e saudável.
Cavalos de corrida são sempre vitimas de seus limites, os três primeiros lugares são submetidos à laringoscopia, pois 90% dos animais que sofrem esse esforço exagerado da atividade respiratória tem hemorragia pulmonar devido ao gasto energético. A hemorragia varia do grau 1 até 4, sendo que o grau I é aceitável e os outros são inaceitáveis e acabam sendo desclassificados, mas isso não é considerado doping.
Sistema Respiratório é classificado quanto à posição anatômica como Anterior (narinas, seios paranasais, conchas nasais, nasofaringe, laringe e bolsa gutural) e Posterior (entrada da traqueia até os alvéolos) porque são animais quadrúpedes. Equinos respiram pelas narinas (ocorrem dilatação das vias aéreas anteriores) e não pela boca (não consegue fazer inalação de ar). 
Doenças do Trato Respiratório
Sinais clínicos: Perda de performance – perda de desempenho, qual o período que isso já ocorre, indicará se quadro é agudo ou crônico. Extrema importância perguntar o ambiente que animal vive, pois pode estar relacionado ao problema respiratório: há animais que só vivem em baias, ou seja, animais confinados podem ter reações de hipersensibilidade, pneumonia. Qual o tipo de cama para o animal ficar: maravalha, palhas de arroz, feno (em épocas de calor torna muito seco, por isso o umedece antes de oferecer ao animal). Paredes tem que ter ventilação, limpeza, entrada de sol. Animais que ficam ao ar livre, faça chuva ou sol, também podem ocorrer problemas, ate a posta de treinamento é importante saber, se é pista de grama, saibro, areia. 
Inspeção: verificar narinas, mucosas, se animal tem tosse (estimula o local da tosse – pressionando a traqueia e faz movimento de vai-e-vem ou na faringe e estimula com movimentos circulares, e se não houver problemas ele não vai tossir), febre (aferir manha, tarde e noite).
Auscultação: o som normal do pulmão é chamado de murmúrio vesicular. Área de auscultação pulmonar é feita entre 13º a 18º costela, e realizar dorsal, medial e ventral e fazer dos dois lados do animal. Estertores úmidos são sons quando tem bactérias, muco, e o som parece de ar úmido. Estertores secos ou congestos são quando tem inflamação da superfície alveolar, tornando a parede espessada, e não há secreções, então o som do ar parece seco. Estertores sibilares é parecido com assovios, porque o ar esta passando com muita resistência nos alvéolos. 
Animais de competição que viajam para muitos locais diferentes ou animais que tiveram desmamem e estão comendo em cocho coletivo, há maiores tendências para terem acometimento do trato respiratório. 
Quantificar a auscultação (saber se o animal esta bradipneico ou taquipneico) coloca o estetoscópio na região do pescoço, próximo à traqueia. 
Exames complementares: Endoscopia - (faz laringoscopia ou lavado traqueal e brônquio-alveolar). Se for fazer uma cultura, tem que retirar amostra antes de começar a administrar ATB. Raios-X é algo muito limitado, devido ao porte do animal, em potros é mais fácil. Ultrassom – é mais fácil do que raios X para verificar áreas pulmonares. Toracocentese – punção do tórax entre 3, 4 e 5º espaço intercostal, devido a líquidos na região, há um derrame pleural. É técnica invasiva. Animal quando sai desse quadro (é algo difícil), e a mesmo for de competição, fica comprometido e tem que se aposentar, porque qualquer esforço ele fica cianótico. 
Sinusite
Sinusite (inflamação dos seios nasais – formação de abcessos – pode ser primaria ou secundaria) para equinos na maioria dos casos é secundaria, e relacionado a problemas de dentes, como uma periodontite, ocorre à assimetria da face. 
Sinusite fúngica – forma granulomas nos seios nasais tem um difícil diagnostico e tratamento (com anti fungicos são demorados e acabam com o fígado, devido a sua metabolização), e como consequência pode ter encefalopatia hepática com sérios sintomas neurológica devida intoxicação. 
Mais acometidos – seios maxilares e frontais (esse de etiologia primaria). Eguas não tem caninos, somente machos. 
Consequências: Queda no rendimento, descarga nasal purulenta unilateral, há um cheiro fétido, febre devido a ser problema infeccioso, não come direito, sons maciços na percussão e assimetria facial. 
Diagnostico – Raios X para ver se é secundário e pode fazer endoscopia. 
Tratamento – Cirúrgico (trepanação). 
Se for causa primaria, pode entrar com ATB se for bacteriana e se for viral, entra com anti-inflamatórios e ATB para evitar uma sepse. Fungico – antifúngico. 
Neuropatia Laríngea (antiga hemiplegia laríngea)
Sugere uma paralisia da laringe e não se sabe a causa (idiopática). Essa é uma neuropatia do nervo recorrente laríngeo. A traqueia então fica bem dilatada, parecendo um tubo para ter maximo de passagem de ar para ocorrer à ventilação. As hipóteses são que acometem lado esquerdo da laringe, devido a vários procedimentos ocorrer desse lado, também pode vir de hereditariedade. Descobre esse problema quando ele começa por volta de 3 anos a treinar e começa a fazer barulho quando ele respira, como um ronco, e o animal fica conhecido como cavalo roncador. Laringe do lado direito abre e do lado esquerdo não (este paralisado), e quando o ar passa e faz à pressão o som de ronco fica evidenciado. Há vários graus de gravidade. 
Grau I – Não há indicação desde que seja animal de passeio. Se for de competição, precisara de cirurgia – incisão partindo o palato em dois e animal volta a respirar. Não dá registro para garanhão – passa para os descendentes. 
Grau máximo - no trote ele começa a dar sinais de falta de respiração. 
Sintomas – Ruídos característicos (ronco). 
Diagnostico – Endoscopia e coloca o animal na esteira. Se não tiver a esteira faz bastante exercícios nele e passa endoscópio para analisar. 
Tratamento – Cirurgia. Pode dar bronco dilatador para melhorar ate realizar a cirurgia. 
Garrotilho
Causado pelo streptococcus equi. Inflamação dos linfonodos mandibulares e submandibulares em consequência de uma infecção do trato respiratório anterior. Linfonodos tem função de reter em seu interior qualquer microrganismo estranho que cause problemas circulações linfáticas ou sanguíneas. Ele se enfarta. 
Faixa etária 3 a 4 anos. Cocho coletivo. Baixa letalidade e alta densidade para atacar animais. 
Consequência: hemiplegia laríngea, por isso tem que ser tratado. 
Transmissão: espirros. 
Sinais clínicos: Depressão, descarga nasal purulenta, febre, animal fica isolado, linfonodos aumentados, tosse, dificuldade de deglutir. 
Diagnostico – achados clínicos e SOAB pela secreção. É uma doença bem característica
Tratamento: ATB com penicilina. Não tratar com sub-dose. Dose correta de 7 ate 10 dias, uso de pentabiotico que possui 3 tipos de penicilinas( benzatina, potassica e procaína) – dentre a mais importante é a penicilina benzatina que tem nível sérico de 48 horas. Anti-inflamatórios não esteroidais e dipirona para controlar a febre. 
Gripe Equina – Influenza
Importante realizar vacinas. Animais que viajam muito realizar a vacinação de 4 em 4 meses. 
Problemas da gripe são que os vírus estão sempre em mutação, por isso mesmo com vacinas em dia, o animal pode adquirir gripe porque a cepa viral teve mutação. Clima seco ajuda na proliferação. 
Sinais clínicos - Se houver quadro de muco purulento, junto com infecção viral, há infecção bacteriana. Tosse seca, profunda. Epiforas que é lacrimação dos olhos, dores musculares, perda de rendimento. 
Tratamento - Dar ATB para prevenir uma sepse. Animal deve estar hidratado, em repouso, alimentos palatáveis, anti-inflamatórios não esteroidais. 
Pneumonia Bacteriana
Causadas por agentes bacterianos (proteus, bordetella, e. coli, etc..) e causam estragos grandes no parênquima pulmonar, é muito toxico. Secreção pulmonar pode ir para a cavidade torácica. Se ocorreremderrames pleurais e o diagnostico e reservado, porque é pior que pneumonia. 
Pneumonia em potros por rodeococcus equi, a auscultação pulmonar é estertores sibilantes. 
Animais que passa por cirurgia, mesmo eletiva, estresse de viagens são os que têm mais tendência em adquirir essa pneumonia.
Sinais clínicos – Febre, hipertemia, taquipneico, taquicardiaco, corrimento nasal que começa liquido e depois se torna purulento, tosse produtiva, hiporexia, perda de peso, estertores na auscultação. 
Diagnostico – Boa anamnese, sintomas e lavado traqueal ou bronco traqueal, hemograma (devido a aumento de leucócitos depois de algumas horas, porque logo no inicio ocorre uma baixa de leucócitos porque eles foram todos sequestrados para o foco infeccioso). 
Tratamento – Gentamicina associada à penicilina. Desidratado: Fluidoterapia para não ter problemas renais. Anti-inflamatórios não esteroidais como o meloxicam. Beta bloqueadores respeitando a dose para não ser toxico. 
ORVA - Obstrução recorrente das vias aéreas (ANTIGA DPOC)
Analogia a asma em felinos. Reação de hipersensibilidade pulmonar a determinados agentes. Acometem mais cavalos adultos. A partir de 8 anos que tem vida confinada em baias – escuras, sem sol, com poeiras.
Inflamação violenta pode ocorrer ate uma atelectesia, ou seja, colabamento dos alvéolos pulmonares. Tira animal da crise violenta com corticoides, e entra com bronco dilatador para melhorar a respiração. 
Na auscultação pulmonar tem estertores sibilantes. 
Tratamento - Tirar da baia para melhorar 80 a 90% da dificuldade respiratória e hipersensibilidade. Feno tem que ser umedecido. Bronco dilatador. Crises com anti-inflamatórios esteroidais. 
Sinais clínicos – Dispneia com esforço respiratório. Doença crônica e recorrente, a musculatura abdominal pode ficar hipertrófica. Tosse o tempo inteiro.
Diagnostico: auscultação forçada – fecha a narina dele ate ele ficar aflito e ao mesmo tempo fica com estetoscópio na região pulmonar para ouvir estertores com perfeição. Consegue fazer endoscopia e terá células inflamatórias.

Continue navegando