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desafio 5 semestre

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NOME DO ACADÊMICO – RA
Larissa Fernanda Mariano – RA:8411164409
DESAFIO PROFISSIONAL
DISCIPLINAS NORTEADORAS: Organização e Metodologia do Ensino Fundamental; Didática da História e Geografia; Expressões Artísticas na Educação Infantil; Educação Aplicada aos Cuidados das Crianças;
Avaliação e Currículo.
PROJETO: EDUCAR CUIDAR E BRINCAR
Tutora: Raquel A.S. Raysaro
 SANTO ANDRÉ/SP
 2016
SUMÁRIO 
Introdução											3
Desenvolvimento										5
Caracterização da Escola									6
Projeto											7
Analise do Projeto										16
Conclusão											22
Referências											24
INTRODUÇÃO 
A educação está oportunizando mudanças no pensar da criança e percebe-se que o seu modo de olhar o mundo já não é mais o mesmo. É nessa perspectiva que se apresenta a educação Infantil: a oportunidade de dar às crianças uma “nova” infância. Uma infância que tem de ser respeitada em seus interesses e curiosidades, em que a criança deve brincar muito e, através da brincadeira, desenvolver suas potencialidades.
Sabe-se que a criança possui necessidades e características peculiares e a escola desempenha um importante papel nesse aspecto, que é oferecer um espaço favorável às brincadeiras associadas a situações de aprendizagem que sejam significativas, contribuindo para o desenvolvimento de forma agradável e saudável.
“Quando a criança constrói seu conhecimento a partir de suas brincadeiras e leva a realidade para o seu mundo da fantasia, ela transforma suas incertezas em algo que proporciona segurança e prazer, pois vai construindo seu conhecimento sem limitações.” (Sanny S. da Rosa)
O momento da brincadeira possui grande importância, pois contribui para o desenvolvimento do potencial integral da criança. Sendo também o espaço que proporciona liberdade criadora, oportunidades de socialização, afetividade e um encontro com o seu próprio mundo, descobrindo-se de maneira prazerosa.
Partindo desse pressuposto, e por acreditar que, muitas vezes, as brincadeiras não têm feito parte do currículo escolar, sendo ignoradas no planejamento diário, propõe-se uma reflexão acerca da utilização da brincadeira em seu aspecto pedagógico nas escolas de Educação Infantil. Assim, surgem alguns questionamentos motivadores para a realização dessa pesquisa:
Como a brincadeira deve ser introduzida no planejamento docente da Educação Infantil para cumprir sua utilidade pedagógica?
Como a brincadeira deve ser aproveitada na prática pedagógica da Educação Infantil, respeitando-se o caráter natural na criança?
A opção por esse tema se dá devido a observação de que a atividade lúdica como fonte de aprendizagem ainda não é prática efetiva no cotidiano escolar. Propõe-se, então, um aperfeiçoamento da prática docente, através da criação de momentos que oportunizem à criança o exercício do seu direito de ser criança. O direito de brincar, contribuindo assim, para uma série de fatores importantes para o seu desenvolvimento físico, emocional, cognitivo, linguístico e social.
A presente pesquisa, que tem por objetivo principal demonstrar como as brincadeiras são atividades de estimulação capazes de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da criança em idade pré-escolar, visa levantar informações sobre o modo como é vista a brincadeira no espaço da Educação Infantil. Assim como, verificar se o ato de brincar, como meio de desenvolvimentos de aprendizagem, é parte integrante do currículo escolar e do planejamento das aulas por parte dos professores.
Baseando-se na teoria Vigotskiana, percebe-se a importância da brincadeira como fonte de promoção do desenvolvimento infantil. Vigotski afirma que, “apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante da infância, ele exerce uma enorme influência onde a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva que depende de motivações internas” (Rego, 2002, p.80).
Vigotski valoriza o fator social, mostrando que no jogo de papéis a criança cria uma situação imaginária, incorporando elementos do contexto cultural adquiridos por meio da interação e comunicação.
A noção central é que se desenvolve uma “zona de desenvolvimento proximal” em que se diferenciam o nível atual de desenvolvimento potencial marcado pela colaboração do adulto ou pares mais capazes. (Rego, 2002, p. 62)
Segundo pesquisas realizadas por Gisela Wajskop, a constatação da existência de brincadeira na criança era interpretada a partir de uma visão de natureza infantil, biologicamente determinada para a qual a mesma cumpre requisitos de desenvolvimento básico e predeterminado. A autora afirma que a brincadeira encontra papel educativo importante na escolaridade das crianças que vão se desenvolvendo e conhecendo o mundo numa instituição que se constrói a partir exatamente dos intercâmbios sociais que nela vão surgindo. Ou seja, a partir das diferentes histórias de vida das crianças, dos pais e dos professores que compõem o corpo de usuários da instituição e que nela interagem cotidianamente.
Partindo do pressuposto de que se pode construir conhecimento através da brincadeira, tornando-a pedagogicamente eficaz, a presente pesquisa, realizada na modalidade de Pesquisa-ação, além de coletar dados informativos sobre a utilização da brincadeira como proposta pedagógica, traz sugestões de ações que levem a inserir a atividade lúdica nos planejamentos diários do professor da Educação Infantil, apresentando assim, uma proposta significativa capaz de contribuir para um ensino eficaz e lúdico na Educação Infantil.
Os dados coletados através de entrevistas, questionários e observações permitem esboçar um quadro geral de como a brincadeira é tratada nas instituições de Educação Infantil.
Assim, com base nas informações obtidas, torna-se possível elaborar uma proposta que inicia uma nova prática pedagógica. Uma prática onde a brincadeira infantil não é apenas valorizada como um aspecto natural da criança, mas como um excelente meio de promover a aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
A pesquisa foi desenvolvida em todas as turmas de Pré I (04 anos) e Pré II (05 anos), sendo dividido em três etapas distintas. Na primeira etapa, propôs-se a atuação junto aos professores e equipe pedagógica da escola, com o objetivo de levantar dados e os principais problemas relacionados ao tema. Para tanto, além de encontros com o corpo docente para discussão do tema, os professores e equipe pedagógica responderam a um questionário que permitiu a verificação da percepção dos mesmos quanto a utilização da brincadeira na Educação Infantil com objetivos pedagógicos.
Com base nos dados, sugestões e questionamentos levantados, elaboramos, juntamente com os professores da Instituição, uma proposta de ação, ou seja, um Projeto Pedagógico. Nesse momento, além da atuação junto aos alunos das turmas participantes, com sugestões de práticas pedagógicas que envolvam brincadeiras, foram também realizadas observações das aulas dos professores, com a finalidade de verificar a atuação dos mesmos no que se refere a utilização da brincadeira em sua prática docente.
A terceira e última fase da pesquisa foi a análise dos dados registrados e dos resultados obtidos na atuação direta com alunos e professores, visando verificar se os objetivos propostos foram realmente alcançados. Por fim, os resultados foram apresentados à equipe pedagógica e professores da instituição, em reunião entre pesquisados e pesquisadores, para discussão e análise geral.
CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
 	Os alunos da EMEB “Mario de Andrade” são, em sua maioria, filhos de moradores dos bairros Jardim Hollywood e Anchieta 
Grande parte dessas pessoas possui baixa escolaridade e não têm estrutura familiar. As mães têm, geralmente, muitos filhos, com diferentes parceiros, os quais ficam nas ruas sem ter o que comer ou vestir e, desde muito cedo,envolvem-se com drogas e furtos.
Os problemas socioeconômicos que abrangem estas famílias são desoladores, acarretando, em muitos casos, reflexos negativos na vida escolar das crianças desde muito cedo, como: agressividade, revolta, carência afetiva, entre outros.
Número de Alunos:
Tabela 01
Nº de alunos da Educação Infantil
	EDUCAÇÃO INFANTIL
	TURMAS
	Nº de ALUNOS 
	Berçário I
	16
	Berçário II
	16
	Maternal I
	16
	Maternal II
	15
	Pré I
	34
	Pré II
	40
	TOTAL
	137
Quadro de Funcionários 
A EMEB conta com 26 funcionários, sendo 13 professores, uma diretora, uma coordenadora, e 11 auxiliares de serviços gerais.
OBSERVAÇÃO
	
Dentre as crianças temos 3 crianças com necessidades especiais 2 com síndrome de down e uma autista.Ainda temos algumas crianças que merecem uma atenção especial, pois quase todas do berçário utilizam chupeta e em especial uma delas só dorme mexendo no dedo de alguém.
ESPAÇO FISICO
A creche possui 07 salas de aula, uma cozinha com copa, uma área externa com tanque, três refeitórios, três dormitórios, área para banho e troca dos bebês, dois depósitos, cinco banheiros, secretaria, sala de professores, duas garagens e varanda. Possui ainda um pátio amplo, onde as crianças têm horários alternados para recreação e onde são realizados alguns eventos como: festinhas, apresentações, etc.
Os banheiros são adequados, os ambientes são ventilados e claros com espaço suficiente para as crianças. Há brinquedos e livros à disposição nas salas de aula e em outros espaços da instituição.,também existe um espaço próprio para o manuseio de massinhas de modelar,tintas e recortes, chamado Ateliê.
PROJETO: BRINCANDO E APRENDENDO NA CRECHE
Sabe-se que a escola contribui com a transformação da sociedade, assim como a sociedade contribui para a transformação da escola. Sendo as crianças seres sociais, a escola pode efetivar uma integração construtiva entre a sociedade e a criança. Levando em conta os valores e a herança cultural que cada criança traz, a escola tem o dever de promover um desenvolvimento integral e dinâmico (cognitivo, afetivo, linguístico, social, moral e físico-motor). A função da educação escolar é instrumentalizar a criança de forma a viabilizar sua autonomia.
Com isso, foi desenvolvido, com base nos pressupostos teóricos pesquisados e no levantamento dos principais problemas relacionados à prática docente que utiliza a brincadeira como atividade pedagógica, o Projeto “Brincando e aprendendo na creche”, que adotou os seguintes procedimentos:
OBJETIVO GERAL
Defender a ideia de que as brincadeiras são atividades de estimulação capazes de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, físico e social da criança.
Objetivos específicos:
Expressar os sentimentos de maneira espontânea e prazerosa;
Transformar o imaginário em realidade e vice-versa;
Adquirir conhecimentos significativos para o seu desenvolvimento integral;
Reconhecer as letras do alfabeto e os nomes dos colegas;
Criar uma nova brincadeira a partir dos conhecimentos adquiridos.
JUSTIFICATIVA
Acredita-se que a criança deve ter sua infância respeitada, e a escola tem um papel muito importante neste aspecto que é oferecer um espaço favorável às brincadeiras associadas à situações de aprendizagem que sejam significativas, contribuindo para o desenvolvimento de forma agradável e saudável. A opção por este tema surgiu a partir das nossas vivências na área da Educação Infantil o que nos oportunizou observar o quanto é relevante os momentos destinados às brincadeiras.
Quanto à faixa etária, a opção pelas turmas de Pré I se deu devido à observação do grupo de que, nessa idade, as crianças são inquietas, curiosas e possuem um período curto de concentração, necessitando de atividades significativas, e que tenham relação com o seu mundo, despertando assim, o interesse e o prazer, revivendo suas alegras, seus medos, seus conflitos, resolvendo-os à sua maneira e transformando sua realidade naquilo que quer, internalizando regras de conduta, e desenvolvendo valores que orientarão seu comportamento.
Nessa fase, a criança tem a tendência natural para expressar-se corporalmente, utilizando palavras e gestos na expressão de suas emoções e ideias e usa a motricidade para se relacionar com o ambiente em que está inserida e com as pessoas que o compõem.
A brincadeira é a melhor forma da criança se comunicar, sendo um instrumento que ela possui para conviver com outras crianças. Brincando, ela aprende sobre o mundo que a cerca, integrando-se a ele.
DESENVOLVIMENTO
Realizamos na EMEB Mario de Andrade uma série de brincadeiras, enfatizando sua intencionalidade pedagógica. No decorrer das atividades e brincadeiras, foram registrados os comportamentos e principais observações dos alunos enquanto aprendizes numa situação menos “escolarizada” ou “didatizada”, proporcionando a alunos e professores um ambiente mais agradável para ensinar e/ou aprender.
As brincadeiras foram escolhidas de acordo com o tipo ou objetivo a que serve, sendo separadas em grupos de acordo com sua finalidade.
BRINCADEIRAS DE BOLA
Individualmente ou em grupo, as brincadeiras com bola são praticadas por meninas e meninos de todas as idades nas mais variadas regiões do país. A bola é um objeto muito importante e que pode ser utilizado em diferentes momentos nas atividades da escola, não apenas por estar incluída na cultura de um povo, mas também por trazer diferentes variações de brincadeiras: com alvo, sem alvo, de competição em time ou individual.
As brincadeiras com bola, além de estimularem a participação ativa dos alunos numa recreação orientada e dinâmica, dão uma grande contribuição ao trabalho educacional, tendo também a vantagem de exigir material prático e de fácil acesso às escolas. Por suas dimensões simbólicas, sua forma, suas possibilidades de deslocamento e controle, a bola constitui uma peça sempre presente nos rituais lúdicos de todas as culturas. A manipulação do objeto permite o desenvolvimento motor e proporciona a cooperação entre os companheiros.
Ao passar a bola de mão em mão ou de pé em pé, por exemplo, a criança, além de entender as regras da brincadeira, assume responsabilidades, percebe sua função no grupo, coloca o seu papel em comparação com o dos amigos.
Em Matemática, as brincadeiras com bola auxiliam no desenvolvimento de habilidades como noção de espaço, tempo, direção, identificação e comparação de formas geométricas (bola e círculo), contagem, comparação de quantidades, noção de adição.
Geralmente as brincadeiras com bola podem ser feitas por crianças a partir dos três ou quatro anos e os recursos são simples.
BRINCADEIRAS DE PERSEGUIÇÃO
Numa forma mais tradicional, as brincadeiras de perseguição aparecem com os nomes de pegador, pega-pega, esconde-esconde e piques.
Segundo Kamii(1991), as brincadeiras de perseguição estimulam o processo de descentração de pensamento e elaboração de estratégias para fugir do perseguidor ou para perseguir; estas estratégias exercitam o raciocínio espacial, pois levam as crianças a tentarem descobrir, por exemplo, o caminho mais curto ou a inverter a direção para fugir do perseguidor ou para pegar alguém de surpresa. Esse processo permite a tomada de consciência de seus próprios recursos corporais, ou seja, de controle do próprio corpo.
Isto porque as estratégias que as crianças desenvolvem para fugir de um perseguidor ou para perseguir exigem que elas percebam o ponto de vista do seu oponente para fazer aquilo que ele não espera, pegando-o de surpresa. É preciso também distinguir quem é o perseguidor e quem está sendo perseguido, o que às vezes muda rapidamente no decorrer da brincadeira. Aos quatro anos as crianças já começam a entender este tipo de brincadeira à medida que vão tendo condições de coordenar intenções opostas e começam a elaborar processos de descentração.
Do ponto de vista da relação com a matemática, além dos aspectos mencionados que para nós são soluções de problemas, consideramosque através deste tipo de brincadeira é possível que as crianças desenvolvam relações temporais, espaciais-numéricas e avaliação de distância e velocidade, todas relacionadas, portanto, a noções de números, medidas e geometria.
BRINCADEIRAS DE RODA
As brincadeiras de roda são muito simples e se caracterizam, entre outras coisas, como momentos nos quais a criança encontra-se geralmente descontraída e também bastante integrada ao restante do grupo. Talvez, dentre todas, seja aquela que mais depende da integração de todo o grupo para poder ser realizada. Por isso, as brincadeiras de roda são uma atividade de grande valor educativo e se constituem num recurso natural para auxiliar as crianças a se socializarem e conviverem umas com as outras. A roda em si é representada por todos os participantes exercendo uma mesma função, a de componentes igualmente importantes, sem os quais a roda não se fez.
Assim, como um círculo, a roda não tem começo e nem fim, logo não existe primeiro nem último como em muitas brincadeiras que são realizadas pelas crianças e que algumas vezes, mesmo que indiretamente, podem vir a incutir nas crianças conceitos de mais especial, menos importante, etc. Além disso, o fato de o círculo não possuir começo nem fim poderá refletir positivamente na reação à medida que estas estarão se situando como importantes membros de um lugar pertencente a elas por excelência dentro do grupo.
Ainda dentre os aspectos mais favoráveis das brincadeiras de roda, destacamos um que, embora bastante simples, possui uma particularidade que consideramos única: o fato de as crianças estarem dispostas lado a lado e frente a frente, situação que favorece a lealdade, o companheirismo, a percepção do coletivo e do outro em todas as crianças.
As brincadeiras de roda podem ainda propiciar às crianças o desenvolvimento de sua autonomia à medida que, longe da presença do professor, elas poderão continuar brincando, adequando aí suas regras e etapas da brincadeira de acordo com o restante do grupo, sejam seus vizinhos ou crianças de outros grupos aos qual a criança pertença.
Brincar de roda contribui para o desenvolvimento de coordenações sensório-motoras, educa o senso do ritmo, desenvolve o gosto pela música, proporciona contato sadio entre crianças de ambos os sexos e disciplina emoções como timidez, agressividade e prepotência.
No que se refere à matemática, podemos dizer que as brincadeiras de roda favorecem o desenvolvimento da noção de tempo através da sincronia entre movimento e música e do próprio movimento da música, noção de espaço, a possibilidade de trabalhar com sequencias através das letras e ritmos das músicas e, em algumas rodas especificamente, podemos desenvolver noções referentes a números, tais como a contagem e a noção de par.
Desta forma, se o professor quiser canalizar o recurso das brincadeiras de roda para as suas aulas, certamente encontrará um forte aliado para o desenvolvimento físico, social e cognitivo de seus alunos.
As brincadeiras de roda não exigem recursos especiais, podem ser realizadas com a classe toda e com alunos a partir dos três anos, sendo que na maioria das atividades as crianças se organizam na roda de mãos dadas. Novamente sugerimos que, sempre que possível, o professor brinque com seus alunos para que possa receber as reações do grupo, dando oportunidade aos tímidos, encorajando-os e conduzindo-os à liderança, controlando os mais agitados, incentivando o respeito aos outros e integrando todos do grupo.
BRINCADEIRAS DESENVOLVIDAS DURANTE O PROJETO
ARREMESSO DE BOLA AO CESTO
Organizados em fila, as crianças receberão seis bolas para arremessarem no cesto, uma por vez, e a uma distância determinada. Durante todo o desenvolvimento, a professora, junto com as crianças, deverá contar quantas bolas cada uma acertou e quantas restaram fora da cesta. Quando todas as crianças já tiverem jogado, analisa-se quem acertou mais bolas ao cesto.
ATRAVESSAR O RIO
Formar uma fila com os participantes. A uma distância inicial de, aproximadamente, um metro, coloca-se uma tira de papel azul para simbolizar o rio. Dado o sinal, cada criança por vez, corre e pula o “rio”. Quem não conseguir atingir o outro lado “cai na água” e senta-se, saindo da brincadeira. Depois que todos tiverem pulado, alarga-se o “rio”. A brincadeira termina quando todos estiverem sentados. Vence o que ficar por último.
CABRA-CEGA
Escolher a cabra-cega e vendar-lhe bem os olhos. Esta criança fica em local (de destaque) inverso às outras crianças. A professora toca um sino, com bastante intensidade e a criança deverá dirigir-se até o local do barulho.
morto-vivo
As crianças ficam encostadas na parede. Quando a professora fala “MORTO”, todos devem abaixar-se. Quando a professora fala “VIVO”, todos devem levantar-se. Quem erra sai da brincadeira. O vencedor será aquele que acertar até o final.
BATATA QUENTE
Forma-se um círculo por onde passa uma bola que será a “batata quente”, ao som de uma música. Quando a música parar a criança que estiver com a bola na mão sairá da brincadeira. O vencedor será aquele que ficar até o final.
FORCA
Organiza-se as crianças na sala. A professora irá colocar os traços no quadro quantos forem o número de letras da palavra e dá algumas pistas (nome de um colega, nome de legume, animal, etc). Desenha-se uma forca e indica-se uma criança para falar uma letra, tentando descobrir qual é a palavra. A cada erro, desenha-se uma parte do corpo. O objetivo é procurar identificar a palavra antes de ser enforcado.
CAXINHA SURPRESA
As crianças deverão estar sentadas em círculo. Ao som de uma música, passa-se uma caixinha de mão em mão. Quando a música para, quem estiver com a caixa irá retirar uma ficha, sem olhar, indo ao centro do círculo para falar sobre a palavra e a figura correspondente através da intervenção da professora (Que figura é esta? Começa com que letra? Termina com que letra? Quantas letras tem a palavra?…) Termina a brincadeira quando todas as crianças tiverem recebido a caixa.
LABIRINTO DOS NUMERAIS
Traça-se no chão com pneus um labirinto com os numerais de um a nove. Para iniciar a brincadeira, a criança deve jogar o dado para o alto e verificar qual o número que cairá para cima. A criança vai avançar o número de pneus que o dado indicar. Será vencedor quem chegar ao último pneu.
DANÇA DA CADEIRA
Organiza-se as cadeiras em círculo em número igual ao número de participante menos uma, de costas umas para as outras. Os participantes dançam ao som de uma música, em torno das cadeiras. Quando a música parar, eles sentam-se. Quem sobrar está fora. Então retira-se uma cadeira a cada vez, para que sempre falte uma. A brincadeira deve continuar até restar apenas o vencedor.
BRINCADEIRA COM AS FICHAS DOS NOMES
Organizam-se as crianças sentadas no chão. A professora mostra a ficha coberta com outra branca e vai puxando de modo a mostrar de uma a uma as letras da palavra escrita, instigando as crianças a reconhecerem o nome do coleguinha escrito na ficha. Repete-se com todas as fichas dos alunos da turma.
ESTOURAR BALÕES COM AS LETRAS DETERMINADAS
Expor em algum espaço determinado balões com todas as letras do alfabeto. Organizar a turma de um lado da sala, e do outro lado colocar um colchão onde duas duplas deverão procurar o balão com a letra indicada pela professora. Quem estourá-lo primeiro, vence.
OVO CHOCO
As crianças serão dispostas em círculo e deverão sentar-se no chão. Enquanto canta-se “Ovo choco está chocando” e contam-se os números de um a dez, uma criança sai correndo em volta do círculo com uma bola de papel na mão (que representa o ovo). Ao término da música, a criança irá colocar a bola atrás de um colega. Esta, sem olhar para trás, deverá com as mãos descobrir o “ovo”, pegá-lo e correr para tentar alcançar o colega. Se pegar, o mesmo deverá sentar-se no centro da roda. Se o colega for rápido, deverá sentar-se no lugar da criança que receber o ovo. Esta dará continuidade à brincadeira, sendoo próximo a colocar o “ovo”.
CORDA
Duas pessoas seguram a corda a uma altura que seja possível às crianças pularem, de um e um lado para o outro sem bater. Em seguida, a corda é levantada a uma altura de aproximadamente sessenta centímetros, por baixo de onde as crianças deverão passar inclinando-se para trás, sem encostar-se.
COBRINHA
Duas pessoas seguram a corda nas pontas fazendo movimentos imitando a cobrinha. As crianças deverão pular se um lado para o outro lado, evitando pisar na “cobra”.
EU GOSTO DE
Enquanto duas pessoas seguram a corda, cada participante pula de um lado para o outro e diz: “Eu gosto de A, B, C, D, E, F, … Na letra em que errar, deverá dizer uma palavra que se inicia com a mesma. Se não souber ou errar, sai da brincadeira. Vence quem ficar por último.
PIQUE ÁRVORES
Esta brincadeira foi criada pelas crianças, atendendo a um dos objetivos propostos no Projeto.
Todos devem correr “voando” (batendo as assas como se voasse). As crianças deverão correr na contagem de 1, 2, 3. Um dos alunos é o gavião que vai pegar os passarinhos e borboletas. O gavião só pegará os passarinhos e borboletas que não estiverem abraçados em uma árvore. As crianças que são pegas sairão da brincadeira. Vence quem ficar por último e este será o gavião na próxima rodada.
ANALISE DO PROJETO
A previsão de duração para aplicação do projeto de pesquisa foi de dez dias úteis. Durante o seu desenvolvimento, oram realizadas algumas observações sobre o comportamento dos alunos diante das atividades propostas. O que relatamos a seguir:
A brincadeira da “forca”, inicialmente não foi compreendida pelos alunos. A realizamos, então, com a professora Matilde objetivando a contribuição para o entendimento das regras pela turma. Em seguida, ensejamos às crianças participarem da mesma que, aos poucos, foram capazes de captar e participar ativamente, em grupo, já que, quando o participante estivesse com dificuldades algum colega, poderia, ao levantar a mão, ajudá-lo. Trabalhamos com diversas palavras: nomes de coleguinhas da sala, frutas, legumes e animais. Ninguém foi “enforcado”. É notório que através da brincadeira é possível aumentar a capacidade de aprendizado em vários aspectos: leitura e escrita, espírito de solidariedade, respeito, afeto, companheirismo, autoestima etc.
Posteriormente, sugerimos a brincadeira da “caixinha surpresa”. Dentro da mesma havia muitas fichas com figuras acompanhadas dos respectivos nomes. A atenção e interesse dos pequenos foram imediatos. Notamos que estavam empolgados e ansiosos pela vez de cada um. À medida que cada criança entrava no círculo, para falar sobre a figura e a palavra que estava contida em sua ficha, exaltava-se de felicidade. Quase todos participaram. Fazíamos algumas perguntas como: que figura é esta que está na ficha? Onde vive este animal? É uma ave? Será que quando ele é filhote ele mama? Com qual letra a palavra se inicia? Com qual letra termina? Quantas letras têm? Todos os participantes desempenharam-se muito bem, reforçando tudo o que lemos e pesquisamos sobre a relevância do ato de brincar para o ensino-aprendizagem. Entre tantas habilidades com as quais esta brincadeira pode contribuir para o aperfeiçoamento, destacamos: conhecimentos sobre Ciências, Matemática e Língua Portuguesa.
Brincar de “ovo choco”, uma brincadeira antiga, mas nova para todas as crianças, também foi surpreendente. A maioria da turma participou com ênfase. Seguiram com moderação as regras respeitando e aceitando a “derrota” com bom humor, o que nos levou a obter sucesso durante a concretização da mesma, que, certamente, contribui para a progressão do espírito de competição, perdas e ganhos, afeto, lateralidade, agilidade, cooperação, desinibição, compreensão de distância, desenvolvimento das potencialidades de tempo e velocidade, oralidade, etc.
O “labirinto dos numerais”, brincadeira ótima para prolongar as noções ma temáticas, obteve o seu lugar de destaque dentre todas as brincadeiras praticadas. Todos vibraram e ficaram entusiasmados. Um aluno, ao participar disse: “tia, esta brincadeira é muito legal ! Quero brincar mais “. Além de trabalhar a Matemática de maneira descontraída, executa várias capacidades como: lateralidade, coordenação motora, atenção, concentração, distância, auto-estima, espírito de competição (saber perder e ganhar) etc.
Ao efetuarmos a “brincadeira com as fichas dos nomes” percebemos que algumas crianças, além de reconhecerem o próprio nome, também identificam o nome dos colegas, e também todas as letras do alfabeto. Esta atividade proporciona a oportunidade de uma aprendizagem significativa e prazerosa cooperando intensamente para o aumento das dificuldades intelectuais, de leitura e escrita, percepção visual, concentração, raciocínio, entre outros.
Como a brincadeira anterior, “estourar balões com as letras determinadas” é indispensável para a promoção do ensino / aprendizagem no início do processo de alfabetização, pois permite uma condição de mostrar as letras para os alunos em circunstâncias descontraídas. As crianças, no primeiro momento, foram sozinhas encontrar o balão com a letra citada por nós, estourando-o. na segunda rodada, por percebermos a dificuldade que algumas apresentaram para estourar o balão seguindo as regras (não podia utilizar unhas, dentes ou objetos) sugerimos que fossem em duplas, o que deu muito certo. Além de reconhecerem as letras do alfabeto, esta atividade admite que a criança compreenda a importância da colaboração, respeito, afeto e amizade, favorecendo a capacidade de tomar decisões, persistência, força, atitude e objetivos, entre muitas contribuições.
Todas as brincadeiras com “corda” demonstraram-nos o seu grau de crédito para o progresso das crianças da Educação Infantil. A princípio apresentaram algumas dificuldades, devido aos movimentos exigidos, mas através de um pouco de insistência foram superando-as, melhorando o desempenho. Pularam por cima (sem bater a corda) de um lado para o outro, várias vezes, à medida que íamos aumentando a altura progressivamente. Passaram por baixo inclinando-se para trás, procurando não se encostar à corda. Adoraram a brincadeira da “cobrinha” e principalmente, “eu gosto de…”
Percebemos que este tipo de brincadeira que envolve letras, agrada-os muito. Muitas crianças precisavam de ajuda do colega para citar alguma palavra que inicia coma letra à qual deveriam. Mas situações assim são de grande valor para o aprendizado de todos em aspecto amplo. Algumas acertaram imediatamente. Um aluno, ao pisar na corda quando ainda estava na letra C, ao pedirmos que falasse uma palavra que começasse com a mesma falou: “SAPO”.
Consideramos válido e prosseguimos a brincadeira, sem a menor dúvida, nos provou que ajuda no crescimento, amadurecimento, inteligências múltiplas, comportamento, entre tantos, sendo favorável e capaz de garantir às nossas crianças um desenvolvimento integral facilitando, assim, às chances de um futuro melhor.
Na brincadeira de “faz de conta” o ambiente foi preparado cadeirinhas, baú contendo diversos materiais: chapéu, óculos, sapatos, roupas bonecas, telefone, itens de maquiagem, etc. foi permitido que as crianças brincassem livremente e manipulassem os objetos que estavam a sua disposição.
A participação das crianças foi quase total, exceto uma aluna que tocou em alguns objetos, mas não os utilizou para brincar. Observou-se que todas as crianças brincavam em grupo transformando objetos presentes na sala em alguma outra coisa, transformando recantos do ambiente físico de acordo com a atividade que desenvolviam, representavam animais, personagens diversos, imitavam a professora, brincavam de “casinha”, falavam ao telefone, ou seja, participaram efetivamente explorando bem todos os materiais.
Ficou provado que por meio desses recursos, as crianças tanto retomam, no espaço da brincadeira, significados já experienciados no seu dia a dia, quanto constroem significados que fazem sentido naquele momento de seu processo interacional (Zilma Ramosde Oliveira _ 1998 ). E para que a brincadeira em conjunto desse certo foi necessário o compartilhamento de regras e ações entre as crianças, exigindo assim um ajuste de seus comportamentos, compartilhando os significados construídos e, acima de tudo, respeitando a individualidade de cada um.
Esta brincadeira no desenvolvimento da criatividade, afeto, companheirismo, colaboração, desinibição, trabalho em equipe, tomada de decisões, interação, etc.
No último dia, como já havíamos aplicado todas as atividades propostas no projeto “Brincando e Aprendendo na Creche”, reunimos as crianças participantes do mesmo no pátio para conversarmos a respeito. Todas reagiram positivamente falando que gostaram de todas as brincadeiras. Uma aluna nos perguntou: “hoje vamos brincar mais?” Falamos que sim. Mas que desta vez não iríamos sugerir nenhuma brincadeira. A brincadeira daquele dia seria criada por todos eles. Uma de nós disse: vocês irão inventar uma brincadeira nova, que ainda não existe.
No começo, citaram brincadeiras já conhecidas. Uma menina falou: “brincar de passa anel”. Outra disse: “vamos brincar de pique alto”. Houve várias propostas: amarelinha, caracol, bambolê. Explicamos que todas essas brincadeiras já foram elaboradas por alguém. Falamos: “vocês irão pensar em alguma coisa diferente de tudo que já sabem”.
Após um período, de diálogo, começaram a sugerir idéias. Uma menina disse: “podemos correr ‘voando” (e correu imitando um pássaro). Disse ainda: “correr ‘voando’ como um passarinho”, e abraçar a árvore (correu e abraçou uma árvore próxima de nós). Um aluno, então falou: “eu quero ser um gavião”. Outra aluna disse: “eu quero ser uma borboleta”. Uma de nós concluiu: “então, podemos chamar esta brincadeira de pique árvore”.
A partir destas opiniões, interferimos propondo as regras da nova brincadeira: uma as regras da nova brincadeira: uma parte das crianças seriam os “passarinhos”, o restante seriam as “borboletas” e um seria o “gavião”. Todos os “pássaros” as “borboletas” ficariam abraçados em árvores (já que no pátio há algumas). Na contagem de 1,2,3 (por uma componente do nosso grupo) poderiam sair correndo. O “gavião” tentaria pegá-los e levá-los para a sua “casa” (alguns pneus que seriam colocados para este fim). Estes iriam saindo da brincadeira. A criança que ficasse, por último, seria o “gavião” na próxima rodada.
Quase todos os alunos ficaram muito felizes e quiseram logo brincar. A brincadeira foi maravilhosa. Combinamos com eles que, faríamos máscaras de “gavião”, “pássaros” e “borboletas” para voltarmos um outro dia e brincarmos novamente.
Assim foi feito, voltamos num outro dia marcado, com as máscaras para oportunizá-los a brincar novamente. Eles gostaram tanto que não se cansavam, queriam sempre brincar mais.
Neste dia entregamos pirulitos, alas e lembrancinhas e encerramos o projeto com as crianças agradecendo a colaboração de todos.
Observação:
No decorrer deste projeto, percebemos que uma aluna não participou de nenhuma brincadeira. Perguntamos para a professora se ela age assim sempre no que diz respeito às brincadeiras. A mesma nos respondeu que sim: “ela não gosta de brincar de nada”. “Se insistir, ela chora”
Após realização do Projeto, vimos a necessidade de realizar uma entrevista com as pedagogas da Divisão de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, pois muitas professoras disseram sentir-se despreparadas para o trabalho pedagógico com brincadeiras, e gostaríamos de saber se há, por parte do sistema de ensino, a preocupação em prestar esse tipo de orientação.
Fomos muito bem recebidas por toda a equipe que se prontificou, colaborando com nosso trabalho. Iniciamos perguntando sobre a visão da SEMED quanto ao papel da brincadeira na Educação Infantil. A pedagoga Juliana respondeu:
A brincadeira faz parte de todo o contexto educativo. Brincar é algo natural para a criança, fazendo parte do seu dia-a-dia, por isso, a brincadeira tem um papel importante, já que, quando brinca, a criança representa a sua realidade. O professor precisa tirar proveito disso para desenvolver o seu trabalho. Brincando a criança aprende.
Outra Pedagoga, Fabiana, acrescentou: “No brincar, a criança vivencia o dia-a-dia dos adultos, com isso, os professores conhecem os pais e os pais conhecem os professores”.
Prosseguimos perguntando sobre como os professores deveriam incluir as brincadeiras no cotidiano escolar. Elas então afirmaram que no dia-a-dia a brincadeira pode ser livre, mas é importante que o professor preocupe-se em levar para a sua sala, também as brincadeiras planejadas. Disseram que a brincadeira
livre é também importante, mas ressalvam: “deve ser livre aos olhos da criança, mas não aos olhos do educador, pois é o momento de analisar o aluno.
Na opinião das pedagogas, o trabalho das professoras relacionado às brincadeiras ainda é muito pobre. Segundo a pedagoga Juliana, existem poucos projetos, o planejamento é falho, “não se sabe ao certo se a falha é do professor, que não planeja u da equipe que não orienta”.
A pedagoga Fabiana afirma que a equipe tem pouco tempo para estar acompanhando todos os professores como deveriam, pois há muito trabalho administrativo e muita burocracia a seguir.
Em seguida, perguntamos sobre a existência de alguma proposta de formação sobre o uso das brincadeiras no cotidiano da Educação Infantil. Segundo a pedagoga Elizabeth existe de um lado a falha da equipe, em dar pouca orientação e de outro lado a falha dos professores que ainda não tem consciência da importância da brincadeira para o cotidiano escolar. E Juliana completa dizendo que apesar de não existir um trabalho específico direcionado às brincadeiras, existe uma proposta curricular na qual a brincadeira está inserida, mas os professores não seguem como deveriam.
Além disso, informaram que existe uma proposta de alteração do currículo para o próximo ano e que,estão contidos vários temas relacionados à brincadeira na Educação Infantil, como jogos matemáticos, alfabetização de forma lúdica e linguagem e expressão. Para esse ano, estão programando um encontro com as professoras para apresentação de um Relato de experiência em Educação Infantil do município de São Bernardo do Campo e uma oficina de jogos.
Outra proposta é o Programa de formação de serventes, auxiliares e merendeiras, que já está acontecendo e tem o objetivo de contribuir para a formação desses profissionais dentro do contexto educativo.
 	Sobre a utilização das “folhinhas” mimeografadas nas escolas de Educação Infantil, as pedagogas dizem ter grande preocupação e, por isso, buscam orientar as professoras em seus encontros bimestrais para planejamento. Como disse Elizabeth: “Há muito tempo que a gente vem falando para evitarem o uso da folhinha, mas existem professoras resistentes. Na verdade, é muito mais fácil para elas trabalhar assim”.
A entrevista foi muito produtiva e satisfatória. Esperamos que este trabalho possa influenciar positivamente de alguma forma para que todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem da Educação Infantil entendam e utilizem essa “ferramenta” indispensável para o desenvolvimento infantil, que é a brincadeira.
Em outro dia determinado, retornamos à instituição para fazer a culminância do projeto com as professoras e a diretora, onde realizamos uma palestra
A pedagoga falou um pouco sobre a teoria de Vygotsky e desenvolvimento infantil, enfocando a importância da brincadeira como representação da realidade e, portanto, como construtora de conhecimento.
O encontro seguiu com um comentário sobre o projeto desenvolvido e os benefícios que o mesmo trouxe para as turmas envolvidas. Uma professora disse: “Gostei, agora vou procurar usar mais as brincadeiras no meu dia a dia com os alunos”. Nossa colaboradora faz, também, um apanhado no RCNEI (Referenciais Curriculares Nacional da Educação Infantil) explanando um pouco o que o mesmo fala sobre o assunto em discussão e como podemos utilizá-lo como instrumento de trabalho.
Encerramos a palestra agradecendo a cooperaçãoe participação de todas distribuindo uma coletânea de brincadeiras que podem estar sendo utilizadas por todas as professoras, lembrancinhas e um lanche.
CONCLUSÃO
O estudo sobre o brincar como finalidade pedagógica nos leva a uma reflexão acerca do relevante papel que o Educador Infantil tem a desempenhar nesse aspecto, proporcionando possibilidades e oportunidades para que a criança brinque e, ao mesmo tempo, aprenda, dentro de um contexto planejado e equilibrado entre a ação do educador e a espontaneidade do educando com o máximo de aproveitamento em prol do desenvolvimento integral da criança.
Compreendida dessa forma, a brincadeira infantil passa a ter uma importância fundamental na perspectiva do trabalho pé-escolar, tendo em vista a criança como ser histórico e social. Se a brincadeira é efetivamente, uma necessidade de organização infantil, ao mesmo tempo em que é o espaço da interação das crianças, então esta brincadeira se transforma em fator utilizado pela criança para sua organização e trabalho. No entanto, “essa atividade não surge espontaneamente, mas sob a influência da educação” (WAJSKOP, 1997, p. 37).
Assim, no que diz respeito ao tema abordado, fica claro que o brincar é parte integrante do desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança, onde ela tem a oportunidade de, através do imaginário, expressar suas angústias, sentimentos e emoções. Através da brincadeira, a criança irá construir uma base de compreensão de sistemas simbólicos, habilidades de criar, satisfações, dificuldades e, acima de tudo, desafios.
Durante a elaboração dessa pesquisa, notamos que a preocupação com o trabalho envolvendo brincadeiras ultrapassa gerações. Mesmo sendo uma característica primordial no ser humano, ainda é ignorada nas escolas de Educação Infantil sendo colocada sempre em segundo plano, ficando no pedestal o preparo para a alfabetização de maneira tradicional e não levando em conta o desenvolvimento da criança em todos os sentido através do lúdico.
Torna-se urgente o desenvolvimento das brincadeiras no cotidiano escolar das crianças e este é o ponto em que o grupo procurou relevar para ater o desempenho dos educadores. Para que isso se torne possível, é importante que todas as pessoas envolvidas com o desenvolvimento das crianças tenham consciência do que o brincar pode significar na vida do aluno.
Cabe à escola oportunizar situações destinadas às brincadeiras, onde o educando possa conhecer e explorar atividades com o próprio corpo, com a imaginação e criatividade, interando-se consigo mesmo e com os outros, favorecendo assim, o seu crescimento e a construção da sua aprendizagem, satisfazendo suas curiosidades e anseios diante de situações vividas no seu dia-a-dia.
Segundo a teoria de Vygotsky, alicerce do nosso trabalho, podemos concluir que existe a extrema necessidade de colocarmos a brincadeira como ponto de partida para todas as outras áreas de conhecimento, pois brincar é o que a criança sabe fazer melhor e, especialmente, com prazer.
REFERÊNCIAS
BRASIL, MEC – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil.Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1998.
CENTRO DE ENSINO TECNOLÓGICO DE BRASÍLIA. Programa de capacitação em Educação Infantil. Brasília, 2002.
FORTUNA, Tânia Ramos. O brincar na Educação Infantil. Revista Pátio – Educação Infantil. Ano 1 nº 3. Dezembro de 2003/março de 2004. ed. Artmed. P. 7-10.
GIL, Antônio Carlos. Técnicas de pesquisa em economia e elaboração de monografias.3 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação Infantil. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002.
LANA, Adriana Venturim. Uma maneira lúdica de ensinar matemática para crianças com dificuldades de aprendizagem.Trabalho de Conclusão de Curso. Guarapari, ES: FIPAG, 2004
MACEDO, Lino de. Faz-de-conta na escola: a importância do brincar. Revista Pátio – Educação Infantil. Ano 1 nº 3. Dezembro de 2003/março de 2004. ed. Artmed. P. 10-13
MARIN, Imma; PENÓN, Silvia. Que brinquedo escolher? Revista Pátio – Educação Infantil. Ano 1 nº 3. Dezembro de 2003/março de 2004. ed. Artmed. P. 29- 32.
MOYLES, J. R. Só brincar? O papel do brincar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
OLIVEIRA, Zilma de M. Ramos. A criança e seu desenvolvimento, perspectiva parase discutir a educação infantil. 2 ed. São Paulo, 1998.
Rabioglio, M.B. Jogar: um jeito de aprender. Dissertação de Mestrado, USP: São Paulo, 1995. capturado em http://www.usp.br
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-político cultural da educação. 13 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 5 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
WAJSKOP, Gizela. Birncar na Pré-escola. 2 ed. São Paulo: Cortez Editora, 1997

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