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Organização e Metodologia do Ensino Fundamental - Resumo dos Temas 1 a 8

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Matéria: Organização e Metodologia do Ensino Fundamental 
Assunto: Temas 1 ao 8 
Curso de Pedagogia 
Licenciatura – 6º Período 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 2 de 25 
 
Vivem-se momentos de grandes mudanças em Educação no Brasil, são muitas as 
reformas educativas e é preciso compreender os fundamentos que explicam a 
evolução, seja pedagógica, seja no aspecto legal para que se possa ter uma visão mais 
crítica sobre o processo ensino aprendizagem. 
Inicialmente era desenvolvida uma educação tradicional voltada aos valores 
conteudistas e acadêmicos. O ensino era pautado em uma visão dogmática na qual o 
professor utilizava método expositivo acreditando que o aluno era um ser passivo. 
A avaliação era uma medida, pois o aluno deveria devolver o que recebeu em termos 
de conhecimentos transmitidos pelo seu professor. Existia uma visão de avaliação 
classificatória que colocava o aluno numa situação de exclusão. 
Por muito tempo, a educação brasileira foi desenvolvida nesses moldes, mas, em 
1932, um grupo de educadores brasileiros propôs a mudança: saiu em praça pública 
reivindicando uma nova educação pautada nos ideais de uma nova escola. Esse 
movimento ficou conhecido como “Escola Nova” e teve em Anísio Teixeira, 
Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, entre outros educadores, uma nova visão em 
educação, visão esta retratada no Manifesto dos Pioneiros da Educação. O 
movimento ficou latente por vários anos em consequência do momento político no 
Brasil: estava-se em plena ditadura. 
O tempo passou e os ideais foram retomados na década de 1980 com a proclamada 
democratização do ensino. Uma década forte a de 1980 no Brasil, na qual se teve a 
promulgação da Constituição Federal de 1988, que trouxe significativos avanços em 
todos os segmentos sociais e, em especial, na educação. 
Além da Constituição Federal, teve-se a Constituição Estadual (1989) e o Estatuto da 
Criança e do Adolescente (1990) que pressionaram as mudanças em educação. 
Importante para toda a mudança educacional no mundo foi o Relatório para a 
UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, cujo 
coordenador foi Jacques Delors (1990). A proposta foi o desenvolvimento de uma 
educação com qualidade, centrada nos quatro pilares, sendo o aprender a conhecer, 
o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a ser (DELORS, 1990). Com 
isto, teve-se um forte impulso em direção à mudança educacional; não se podia 
esperar mais, uma vez que todos os países já se alinhavam em direção às reformas 
educacionais. 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 3 de 25 
Assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) que 
finalmente atualiza a educação brasileira e confirma as mudanças. Estava instalada 
a proposta de sistema educacional no Brasil. 
O Ensino Fundamental foi a modalidade que passou por mais mudanças, inclusive 
no que diz respeito à duração e à idade de ingresso. A LDB 9.394/1996 traz 
significativas mudanças, principalmente no artigo 32, que determina idade e 
duração. A educação básica passa a ser formada por três modalidades: Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio; o Ensino Fundamental ganha o 
caráter de obrigatoriedade para todos os alunos de 6 a 14 anos de idade. 
Merece destaque o estudo do artigo 32 da LDB nº 9.394/1996 como constatação das 
mudanças propostas e concretizadas: 
Art. 32 O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e 
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: 
I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o 
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 
II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; 
III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a 
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e 
valores; 
IV. o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. 
Desta forma, o Ensino Fundamental passa a contar com um ano a mais, sendo que a 
proposta de trabalho para os primeiros anos está centrada em atividades lúdicas, 
baseadas em jogos e atividades interativas. O letramento ganha espaço nesse 
contexto em um trabalho com leitura e escrita na visão sociointeracionista. 
Os anos finais do Ensino Fundamental têm como objetivo aprofundar os 
conhecimentos trabalhados nas primeiras etapas, visando à preparação para a 
cidadania. 
A partir dessas informações iniciais tem-se um panorama do Ensino Fundamental 
desde a educação tradicional até os dias atuais. Em seguida, você verificará como foi 
a implantação do Ensino Fundamental de nove anos na perspectiva pedagógica e da 
legislação escolar. 
FINALIZANDO 
Nessa aula, você viu que é importante ter uma ampla visão do cenário educacional 
desde o ensino tradicional até a época atual e também conseguiu situar o Ensino 
Fundamental e as relevantes mudanças ocorridas. Viu também que o Ensino 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 4 de 25 
Fundamental hoje tem duração de nove anos e visa a trabalhar a criança dentro dos 
princípios do socio interacionismo. 
 
 
Educação tradicional: tendência pedagógica que visa à transmissão dos 
conhecimentos prontos e acabados, sem que o aluno possa questionar. Tem como 
ponto de partida a figura do professor que é o centro do trabalho pedagógico. 
Pioneiros da educação: grupo de educadores brasileiros que defenderam um novo 
modelo de educação em contraposição à escola tradicional. Esse novo modelo 
recebeu o nome de Escola Nova e pregava uma educação diferenciada que objetivava 
a educação com visão crítica. 
Relatório para a UNESCO: documento da Comissão Internacional sobre Educação 
para o Século XXI, cujo coordenador foi Jacques Delors (1990). A proposta foi o 
desenvolvimento de uma educação com qualidade, centrada nos quatro pilares, 
sendo o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender 
a ser (DELORS, 1990). 
 
 
Em julho de 2004, a Secretaria de Educação Básica (SEB) lançou um documento como 
instrumento do programa ampliação do Ensino Fundamental para nove anos. 
Foram realizados vários encontros para discussão do tema, dada à necessidade de 
estruturar o sistema em atendimento ao Plano Nacional de Educação (PNE) - Lei 
Federal nº 10.172/2001, que já acenava para o Ensino Fundamental com duração 
maior que os oito anos de escolaridade. 
As discussões sobre o tema consideraram, como ponto de partida, algumas 
indagações, conforme seguem no documento Ensino fundamental de nove anos: 
orientações gerais, do Ministério de Educação/Secretaria de Educação Básica (2004): 
• Estrutura espacial. 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 5 de 25 
• Currículos e programas escolares. 
• Tempo escolar. 
Quanto à estrutura espacial foi considerado que é necessário repensar os espaços 
escolares como forma de garantir os agrupamentos de forma diversificada com o 
objetivo de favorecer a integração entre os alunos. 
Em relação aos currículos e programas foi abordada a necessidade da atualização em 
consonância com as mudanças do mundo atual; o currículo não pode mais ser 
tratado como um programa fechado, mas sim a partir de uma abordagem 
interdisciplinar. 
O tempo escolar também precisava ser revisto no Ensino Fundamental para que os 
alunos não ficassem condicionados ao toque das campainhas. 
Com a ampliação da duração, o segmento do ensino fundamental ganha novas 
possibilidades de um trabalho que integre as diversas disciplinas. 
Fica evidente que a proposta de renovação do Ensino Fundamental vem atender auma expectativa dos educadores que sonhavam com uma renovação pedagógica. A 
educação de qualidade que esteja conforme os princípios desta nova era deve ser 
centrada na qualidade social, tendo como foco a escola como polo irradiador de 
cultura e conhecimento e considerando o desenvolvimento do aluno como um 
cidadão que tem como papel social a transformação da presente realidade. 
Além da Lei Federal nº 11.274/2006, que institui o Ensino Fundamental de nove 
anos, é importante considerar a Resolução nº 3, de 3 de agosto de 2005, que define 
normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de 
duração. No seu artigo 2º, define que “A organização do Ensino Fundamental de 9 
(nove) anos e da Educação Infantil adotará a seguinte nomenclatura”: 
 
Etapa de ensino Faixa etária prevista Duração 
Educação Infantil Até 5 anos de idade 
Creche Até 3 anos de idade 
Pré-escola Até 4 e 5 anos de idade 
Ensino Fundamental Até 14 anos de idade 9 anos 
Anos iniciais 6 a 10 anos de idade 5 anos 
Anos finais 11 a 14 anos de idade 4 anos 
 
Constata-se a especial atenção dada ao Ensino Fundamental de nove anos, uma vez 
que houve a diminuição da Educação Infantil, que passou de seis para cinco anos de 
duração. 
Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, houve uma valorização dos saberes 
que ocorrem nos primeiros anos que tem como objetivo a alfabetização dos alunos 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 6 de 25 
como forma de garantir a aprendizagem das competências leitora e escritora que 
garantirão as outras aprendizagens. 
De 2005 até a presente data foram publicados diversos pareceres e resolução sobre o 
novo Ensino Fundamental ampliado para nove anos de duração, tais como: 
Pareceres CNE/CEB nos 6/2005, 18/2005, 45/2006, 5/2007, 7/2007, 21/2007 e 
22/2007 e Resolução CNE/CEB nº 3/2005. A maior preocupação diz respeito aos 
princípios e normas em relação aos procedimentos pedagógicos recomendados para 
a faixa etária dos seis aos oito anos. No item II, Voto do Relator do Parecer CNE/CEB 
nº 4/2008, publicado em 20 de fevereiro de 2001, há as seguintes normas que devem 
ser seguidas: 
1. O Ensino Fundamental ampliado para nove anos de duração é um novo 
Ensino Fundamental, que exige um projeto político-pedagógico próprio 
para ser desenvolvido em cada escola. 
2. O Ensino Fundamental de nove anos, de matrícula obrigatória para 
crianças a partir dos seis anos – completos ou a completar até o início do 
ano letivo – deverá ser adotado por todos os sistemas de ensino, até o ano 
letivo de 2010, o que significa dizer que deverá estar planejado e 
organizado até 2009, para que ocorra sua implementação no ano seguinte. 
3. […]. 
4. […]. 
5. […]. 
6. […]. 
7. Os três anos iniciais são importantes para a qualidade da Educação Básica: 
voltados à alfabetização e ao letramento, é necessário que a ação 
pedagógica assegure, nesse período, o desenvolvimento das diversas 
expressões e o aprendizado das áreas de conhecimento estabelecidas nas 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. 
8. Dessa forma, entende-se que a alfabetização dar-se-á nos três anos iniciais 
do Ensino Fundamental. 
9. A avaliação, tanto no primeiro ano do Ensino Fundamental, com as 
crianças de seis anos de idade, quanto no segundo e no terceiro anos, com 
as crianças de sete e oito anos de idade, tem de observar alguns princípios 
essenciais: […]. 
Assim, o Ensino Fundamental de nove anos tem como objetivo principal, nos textos 
legais, uma nova abordagem pedagógica que considere o aluno em seu processo de 
desenvolvimento. 
 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 7 de 25 
FINALIZANDO 
Ao estudar este tema, você viu que o Ensino Fundamental passou por grande 
reestruturação e foi ampliado para nove anos a partir da Lei Federal nº 11.276/2006. 
Também foi informado sobre todas as leis que regulamentam essa modalidade de 
ensino desde 2006 até a atualidade. Por fim, tomou ciência de que os alunos que 
ingressam nesta modalidade de ensino com seis anos de idade merecem um 
tratamento pedagógico diferenciado para que consigam desenvolver as 
aprendizagens. 
 
 
Com todas as mudanças propostas para o Ensino Fundamental desde 1988, havia a 
necessidade de atualizar o currículo escolar que é a ferramenta básica do trabalho 
dos professores. 
A Constituição Federal de 1988 já trouxe algumas e significativas mudanças no que 
diz respeito a currículo escolar, principalmente no artigo 210 que define o que segue: 
Art. 210 - Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental de maneira 
a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais. 
§ 1º - O ensino religioso de matrícula facultativa constituirá disciplina dos 
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. 
§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, 
assegurada as comunidades indígenas também a utilização de suas línguas 
maternas e processos próprios de aprendizagem. 
Com a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos em 2006, havia 
necessidade de se estabelecerem as bases de um currículo voltado para as exigências 
da atualidade. Desta forma, a Resolução nº 1, de 14 de janeiro de 2010, definiu as 
diretrizes operacionais para a implantação do Ensino Fundamental de nove anos. De 
acordo com o Parecer CNE/CEB no. 22/2009, que reafirmou as diretrizes 
operacionais para o Ensino Fundamental, O Ensino Fundamental ampliado para 9 
(nove) anos de duração é um novo Ensino Fundamental, que exige uma proposta 
pedagógica própria, um projeto pedagógico próprio para ser desenvolvido em cada 
escola (Parecer CNE/ CEB n° 4/2008). Essa proposta deve contemplar, por exemplo: 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 8 de 25 
a) os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino (Lei nº 
9.394/96; Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental; 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental); 
b) as áreas do conhecimento (Lei nº 9.394/96, art. 26; Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental); 
c) matriz curricular definida pelos sistemas de ensino (Lei nº 9.394/96, art. 
26); 
d) oferta equitativa de aprendizagens e consequente distribuição equitativa 
da carga horária entre os componentes curriculares. (Lei nº 9.394/96; 
Parecer CNE/CEB nº 18/2005); 
e) as diversas expressões da criança (Ensino Fundamental de 9 (nove) anos: 
orientações pedagógicas para a inclusão das crianças de 6 (seis) anos de 
idade); 
f) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos (Lei nº 9.394/96; Parecer 
CNE/CEB nº 4/2008; Ensino Fundamental de 9 (nove) anos: orientações 
pedagógicas para a inclusão das crianças de 6 (seis) anos de idade); 
g) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos; 
h) os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos e nos 
procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização. 
Com as regulamentações legais já definidas era necessário orientar a organização do 
currículo escolar no que diz respeito aos aspectos pedagógicos. Em 1998, o 
Ministério da Educação e Cultura publica os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN) que vieram com o objetivo de auxiliar o professor na sua tarefa de assumir, 
como profissional, o lugar que lhe cabe pela responsabilidade e importância no 
processo de formação do povo brasileiro. 
Analisando os princípios e fundamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, 
observa-se que no processo ensino aprendizagem é necessário que sejam explorados 
os seguintes aspectos: 
• Autonomia. 
• Dinâmica de ensino. 
• Espírito crítico. 
• Argumentação. 
• Metodologia. 
O professor que atua no Ensino fundamental deve realizar seu trabalho voltado para 
o desenvolvimento dos princípiosque norteiam essa modalidade de ensino. 
Também é necessária uma abordagem em relação aos temas transversais que 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 9 de 25 
constituem assuntos que devem ser levados à sala de aula como elemento 
fomentador das temáticas atuais. 
Os temas transversais do Ensino Fundamental são os seguintes: 
- Ética 
- Saúde 
- Pluralidade cultural 
- Meio ambiente 
- Orientação sexual 
Os referidos temas transversais tratam de assuntos que merecem um tratamento 
didático para serem levados à discussão com os alunos em sala de aula. São temáticas 
atuais que precisam ser discutidas para chegar-se às alternativas de solução; são 
relevantes para a sociedade, uma vez que estão no cotidiano dos alunos; são urgentes 
no sentido de que devem ser tratados agora como forma de prevenção diante dos 
graves problemas sociais. 
Certamente fica evidenciada, aqui, a importância de definição de currículo escolar, 
uma vez que direciona o trabalho do professor no que diz respeito aos conteúdos a 
serem abordados e mais, às intenções que estão contidas em cada recorte feito pelos 
especialistas. De acordo com Sacristán (1998, p. 126), 
o conceito de currículo é bastante elástico; poderia ser qualificado de impreciso 
porque pode significar coisas distintas, segundo o enfoque que o desenvolva, mas a 
polissemia também indica riqueza neste caso porque, estando em fase de elaboração 
conceitual, oferece perspectivas diferentes sobre a realidade do ensino. 
É preciso, assim, considerar que o currículo escolar do Ensino Fundamental vem 
passando por atualizações para atender às demandas de cada época. 
FINALIZANDO 
Você aprendeu que é muito importante a definição de currículo para o Ensino 
Fundamental de nove anos. Com todas as mudanças ocorridas na legislação, havia 
necessidade de reformular os conteúdos dando um enfoque interativo e crítico. Para 
tanto foram aprovadas as Diretrizes Curriculares Nacionais que fundamentaram as 
atualizações curriculares. Importante também foi a publicação dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais em 1998, que deu um suporte metodológico aos professores, 
além de definir os blocos de conteúdos para cada ciclo de aprendizagem. 
 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 10 de 25 
 
Diretrizes Curriculares Nacionais: Legislação que organizou e definiu os 
procedimentos para o Ensino Fundamental de nove anos no que diz respeito à 
definição de currículo escolar. 
Parâmetros Curriculares Nacionais: publicação do MEC (1998) constituído por dez 
cadernos que detalham o currículo escolar do Ensino Fundamental em todas as 
disciplinas da base nacional comum. 
Temas transversais: são cinco temáticas de relevância social e que, portanto, 
precisam ser discutidas em sala de aula dos anos iniciais do Ensino Fundamental de 
nove anos. 
 
 
As escolas de ensino fundamental passaram por mudanças conforme analisamos 
nos temas anteriores, principalmente no que diz respeito à idade de ingresso que 
passou de 7 para 6 anos. Não tratou apenas de uma simples mudança de idade, mas 
sim de toda mudança de concepção na forma de trabalhar com as crianças 
desenvolvendo as habilidades e competências necessárias sem, contudo, 
desrespeitar as fases de desenvolvimento dos alunos. Assim, será estudado o tema 
com um grande enfoque no sistema educacional brasileiro na abordagem 
fenomenológica. Será feita a análise da estrutura do homem na sua formação; para 
isso serão descritos os elementos que caracterizam o referido homem. 
O embasamento do estudo será feito a partir da análise de um caso descrito no Livro 
Texto, página 35, no qual é analisada a situação de uma criança de 7-12 anos que está 
em processo de aprendizagem. O professor precisa saber como pode influenciar 
positivamente a criança e, portanto, deve considerar várias perspectivas dentro da 
visão do “homem como ser natural”: 
1. Perspectiva Física: 
• Materialismo Pedagógico. 
2. Perspectiva Biológica: 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 11 de 25 
• Pragmatismo Pedagógico. 
3. Perspectiva Psicológica: 
• Psicologismo Pedagógico. 
4. Naturalismo Pedagógico. 
Também será considerada a visão do “homem como ser cultural” (Livro-Texto, 
p.45): no enfoque do Sociologismo Pedagógico de Durkheim ( 1965). 
A “liberdade humana” deve ser estudada na visão de Saviani (2008), uma vez que a 
criança com a qual o professor interage é um sujeito situado num contexto, mas que 
também reage às diversas situações apresentadas. Nesse sentido serão estudados: 
1. Moralismo Pedagógico. 
2. Liberalismo Pedagógico. 
O Livro-Texto (p. 58) faz uma explicação sobre a consciência humana mostrando 
que a criança com idade de 7-12 anos também tem noção da sua participação nas 
atividades e precisa que suas verdades sejam aceitas pelos outros. Para tanto há 
teorias que explicam essa característica humana: 
1. Intelectualismo Pedagógico. 
2. Escola Nova. 
Na sequência dos estudos trabalha-se a reorganização do tempo com crianças de 6 
anos no ensino fundamental mostrando que precisam de atendimento diferenciado 
em função das suas condições de desenvolvimento. A criança de 6 anos precisa 
desenvolver a percepção de tempo a partir da percepção sobre a sequência dos 
eventos de sua rotina e de sua duração: 
a) Ideia de sequência: a criança pequena ainda não tem noção de sequência e 
somente irá construí-la com o desenvolvimento de rotinas para seu dia a 
dia. É importante que o professor construa sequências diárias com as 
crianças elaborando calendários e pautas das atividades a serem 
desenvolvidas. 
b) Noção de duração: a criança desenvolve o sentido de duração do tempo a 
partir da rotina diária; essa necessidade ajuda os seres humanos a pensar 
em prazos e a planejar. 
Será interessante aqui o estudo da Resolução CEB no. 1/1999 que trata das Diretrizes 
Curriculares da Educação Infantil: 
VIII – As Propostas Pedagógicas e os regimentos das Instituições de Educação 
Infantil devem, em clima de cooperação, proporcionar condições de funcionamento 
das estratégias educacionais, do uso do espaço físico, do horário e do calendário 
escolar, que possibilitem a adoção, execução, avaliação e o aperfeiçoamento das 
diretrizes. 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 12 de 25 
Finalizando serão analisados os espaços escolares (escola e sala de aula) no sentido 
de rever a organização do trabalho considerando entorno escolar como fonte de 
estudo e pesquisa. 
A Resolução CEB no. 2/1998 destaca a importância do trabalho com a comunidade: 
V - As escolas deverão explicitar em suas propostas curriculares processos de ensino 
voltados para as relações com sua comunidade local, regional e planetária, visando 
à interação entre a educação fundamental e a vida cidadã; os alunos, ao aprenderem 
os conhecimentos e valores da base nacional comum e da parte diversificada, 
estarão também constituindo sua identidade como cidadãos, capazes de serem 
protagonistas de ações responsáveis, solidárias e autônomas em relação a si 
próprios, às suas famílias e às comunidades. 
Desta forma fica evidente que o professor do ensino fundamental deve propor 
atividades que explore o entorno da escola como forma de explorar espaços 
significativos para os alunos. 
Aqui é proposta uma atividade de trabalho de campo: cada grupo de alunos deve 
elaborar uma atividade que explore os espaços em volta de uma escola que pode ser 
a escolhida para realização do estágio supervisionado. A proposta deve conter todas 
as etapas de um plano de aula e estará especificada no ponto de partida. A sugestão é 
de apresentação da atividade por cada grupo de alunos. 
Como conclusão do tema cinco fica evidente a importância do professor que 
trabalha seus alunos considerando seu nível de desenvolvimento,bem como 
reorganiza o tempo e espaços de ensino. 
FINALIZANDO 
Você aprendeu que existe uma renovação pedagógica com a criação do ensino 
fundamental de 9 anos e que a fase agora é de concretização de ações voltadas para 
um ensino eficaz. De acordo com a Resolução CNE/CEB no, 1/1999 é necessário que 
as propostas curriculares contemplem os tempos e espaços escolares considerando 
o nível de desenvolvimento das crianças. O embasamento teórico do tema quatro 
são as concepções de estrutura de homem do ponto de vista filosófico e pedagógico. 
 
 
 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 13 de 25 
 
O professor do ensino fundamental de nove anos é o alvo dos estudos do tema cinco, 
com especial enfoque nos desafios da docência na atualidade. Ao se considerar a 
complexidade do processo ensino aprendizagem é necessário o estudo do caráter 
dialético da estrutura do homem. O Livro-Texto (p.65) traz um detalhamento da 
estrutura do homem descrevendo os principais elementos que compõem tal rede 
estrutural: 
1. Situação com dois polos: natureza e cultura. 
2. Liberdade com dois polos: de adesão e de opção. 
3. Consciência com dois polos: irreflexão e reflexão. 
Deve ser considerada a interpenetração dos aspectos que compõem essa estrutura, 
uma vez que o homem está em processo de transformação contínua e vai se 
aprimorando com as análises das mudanças ocorridas no seu cotidiano e em esferas 
mais complexas. 
Na página 70 do Livro-Texto inicia-se um importante estudo sobre a filosofia como 
mediação entre a ação assistemática e a ação sistemática em educação. Fica evidente 
a análise que deve ser feita sobre o “problema” que perpassa o cotidiano escolar. 
É preciso fazer uma detalhada análise sobre o problema que merece uma reflexão 
filosófica que deve ser: 
1. Radical. 
2. Rigorosa. 
3. De conjunto. 
O professor da atualidade deve, portanto, agir de forma sistematizada, fazendo suas 
reflexões sobre a prática pedagógica (Saviani, 2008). Para tanto precisa: 
1. Tomar consciência da situação. 
2. Captar os seus problemas. 
3. Refletir sobre eles. 
4. Formulá-los em termos de objetivos realizáveis; 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 14 de 25 
5. Organizar meios para atingir os objetivos propostos. 
6. Intervir na situação, pondo em marcha os meios referidos. 
7. Manter ininterrupto o movimento dialético ação- reflexão- ação. 
É perceptível, a partir das considerações sobre reflexão filosófica e pedagógica, que 
o professor precisa ter a formação inicial e continuada de acordo com as exigências 
do mundo moderno. 
A formação inicial vem sendo discutida por vários autores desde a promulgação da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº. 9394/1996) que no seu artigo 
62 define os critérios para a docência na educação básica. Muitos anos se passaram e 
ainda há regiões do Brasil que contam apenas com professores leigos ou sem a 
formação mínima para a docência. Gatti( 2009) lançou uma pesquisa que foi 
publicada com o título “Professores do Brasil: impasses e desafios” e que traz os 
seguintes temas analisados: condições de trabalho docente, formação inicial e 
continuada, a carreira, a remuneração, além de questões críticas do cenário das 
políticas da contemporaneidade. O estudo de tais resultados de pesquisa é 
importante para que se considere a realidade do professor que atua no cotidiano 
escolar. 
A formação continuada também é fundamental para o trabalho do professor de 
educação básica; quem trabalha com ensino fundamental de nove anos precisa de 
conhecimentos pedagógicos específicos sobre a fase de desenvolvimento das 
crianças. As teorias estão avançando cada vez com mais aceleração e o professor 
precisa acompanhar as mudanças de uma sociedade em mutação. Neste estudo é 
fundamental retomar as dez competências de Perrenoud (1996): 
1. Organizar e estimular situações de aprendizagem. 
2. Gerar a progressão das aprendizagens. 
3. Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação evoluam. 
4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e no trabalho. 
5. Trabalhar em equipe. 
6. Participar da gestão da escola. 
7. Informar e envolver os pais. 
8. Utilizar as novas tecnologias. 
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. 
10. Gerar sua própria formação contínua. 
Além disso é preciso estudar Pedagogia da Autonomia de Freire (1997) e Morin 
(2000) sobre os saberes dos professores. 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 15 de 25 
O professor é importante no processo de formação dos alunos e deve ser uma pessoa 
participativa e engajada nas questões sociais e pedagógicas. O regimento escolar é 
um documento importante que define as regras, regulamentos, direitos e deveres de 
cada um e, portanto, precisa ser analisado em sala de aula, considerando toda a 
legislação que ampara esses procedimentos. 
Aqui será feita a análise de um regimento escolar que certamente será estudado 
durante a realização do estágio supervisionado. Recomenda-se que seja analisados 
em grupos de alunos os artigos do regimento escolar que tratam “Do corpo docente”, 
destacando: direitos, deveres e punições. A partir da leitura, serão feitos 
comentários e sanadas dúvidas com o tutor presencial; em seguida os alunos 
socializarão suas análises. 
O tema é finalizado com as conclusões sobre a grande importância do papel do 
professor em sala de aula como mediador do processo de ensino aprendizagem. Sua 
formação é fundamental para a boa condução do trabalho pedagógico. 
FINALIZANDO 
Você aprendeu que é de grande importância o papel do professor do ensino 
fundamental de nove anos, uma vez que forma pessoas para um mundo em 
mudanças. É necessário, assim, analisar a estrutura do homem sob o ponto de vista 
da filosofia. Com o estudo das competências do professor comprova-se a 
importância não só da formação inicial, mas principalmente da formação 
continuada no trabalho do professor. 
 
Caráter dialético da estrutura do homem: conceito filosófico sobre a formação do 
homem enquanto ser social. 
Regimento escolar: documento que organiza e estrutura as normas e regras da escola 
em relação aos direitos, deveres e punições, bem como normas de convivência. 
 
 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 16 de 25 
 
O tema aborda a noção de sistema após uma longa discussão sobre a sua existência 
ou inexistência. De acordo com Saviani (Livro-Texto, p. 76) existem algumas “notas” 
que caracterizam a noção de sistema: 
• Intencionalidade: implica os pares antitéticos sujeito-objeto, consciência- 
situação. 
• Unidade: se contrapõe à variedade, mas também se contrapõe com ela para 
formar o conjunto. 
• Variedade. 
• Coerência interna: só pode se sustentar desde que articulada com a coerência 
externa. 
• Coerência externa: os sistemas tendem a se desvincular do plano concreto 
esvaziando-se em construções teóricas. 
Considera-se que existe uma dialética grande na noção de sistema, o que gera dúvida 
em relação a sua organização e concretização. Aqui se tem a noção de estrutura 
(Livro-Texto, p.81) que revela a proximidade com o termo sistema, os que, muitas 
vezes, faz com que os atores do processo educacional o utilizem como sinônimos. 
A noção de sistema educacional é concluída no Livro-Texto, p.83, através de 
temáticas que são debatidas e que devem ser estudadas em sala de aula: 
• Como se pode sistematizar a educação. 
• Sistema educacional. 
• O sentido da Filosofia da Educação. 
• Precisões Terminológicas. 
Dessa forma, fechando a noção de sistema educacional, fica evidente como é difícil 
definir o processo de ensino aprendizagem em se considerando o desenvolvimento 
do aluno como um ser cognitivo, afetivo e social. Quando o próprio sistema 
educacional se apresenta como dúbio,complexo e muitas vezes indefinido, fica o 
desafio de estruturar um trabalho pedagógico voltado para as condições de 
aprendizagem dos alunos. Como considerar o aluno como centro do processo 
pedagógico a partir das concepções construtivistas de aprendizagem nesse 
contexto? 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 17 de 25 
A partir do exposto fica explícita a importância da postura do professor que deve 
estar atento ao desenvolvimento do aluno, dos pontos de vista cognitivo, afetivo e 
social a partir das teorias de aprendizagem na visão de Piaget, Wallon e Vygotsky. A 
retomada dos estudos sobre teorias de aprendizagem será necessária para a 
visualização do processo de desenvolvimento dos alunos, considerando: 
a) Teoria Piagetiana: cujo enfoque é a visão estruturalista com base na 
cognição. 
b) Teoria Walloniana: cujo enfoque é a afetividade que permeia o processo de 
aprendizagem na relação professor- aluno. 
c) Teoria Vygotskiana: cujo enfoque é o histórico social dos alunos, o que 
interfere no processo de aprendizagem. 
Também será necessária a análise da matriz de competências cognitivas na visão de 
Jean Piaget que aponta três grupos de competências: 
a) Observar. 
b) Registrar. 
c) Compreender. 
O processo de aprendizagem muitas vezes é prejudicado por causas externas que 
passam a interferir na caminhada pedagógica dos alunos. Um dos fatores mais 
apontados pelos professores é a disciplina escolar, ou melhor expondo, a indisciplina 
escolar que assola as salas de aula e passa a ser a verdadeira vilã de todo processo 
pedagógico. Muitos são os professores que fazem a denúncia da indisciplina escolar 
como a responsável pelo fracasso escolar. Aqui será analisada a temática sob o ponto 
de vista de um grande estudioso sobre o assunto, Yves de La Taille (2009). De acordo 
com o autor os educadores reclamam que as salas de aula estão cada vez mais 
incivilizadas e que é preciso dar um basta. 
Muitas escolas recorrem a regras de controle e punição. “É legitimo, mas é pouco. É 
preciso criar uma lei para coibir algo que o bom senso por si só deveria banir?”, 
questiona Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de 
São Paulo, especialista em Psicologia Moral. O autor acredita que as escolas deveriam 
formar pessoas com capacidade para resolver conflitos num processo coletivo (ele 
defende que a escola ajude a formar pessoas capazes de resolverem conflitos com 
base no respeito aos princípios e valores de cada um e a formação ética pode ser um 
caminho alternativo na busca dessa superação, bem como e os temas transversais). 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei Federal 8069/1990 também 
aborda, entre vários aspectos, os deveres e direitos das crianças e dos jovens. Trata 
dos direitos de todos os adolescentes e crianças, inclusive as que cometerem 
infrações. Aos menores a lei não trata os delitos cometidos como crime, mas como 
ato infracional. 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 18 de 25 
Aqui será importante a leitura do Estatuto da Criança e do Adolescente, em especial 
os artigos 53 a 59 que tratam da Educação e que reforçam, mais uma vez , a 
importância do trabalho voltado ao desenvolvimento das capacidades de crianças e 
adolescentes. 
O tema é finalizado com a análise de regimento escolar da escola foco de observação 
no estágio supervisionado. Cada grupo de alunos deve ler e analisar os artigos do 
regimento escolar que tratam dos direitos, deveres e punições do corpo discente. A 
síntese das discussões deve ser apresentada à classe. 
FINALIZANDO 
No tema seis você aprendeu que é preciso considerar o aluno como centro do 
processo pedagógico a partir das concepções construtivistas de aprendizagem. 
Também é importante a consciência de que o professor deve estar atento ao 
desenvolvimento do aluno, dos pontos de vista cognitivo, afetivo e social partir das 
teorias de aprendizagem na visão de Piaget, Wallon e Vygotsky. Ainda é preciso 
conhecer teorias que explicam a disciplina/indisciplina na escola, pois se vive uma 
fase de violência tanto de forma explícita quanto implícita e o professor precisa 
procurar caminhos para essa superação. 
 
 
Matriz de competências: Documento que define as competências que devem ser 
desenvolvidas no aluno (sob a visão da teoria de Jean Piaget, psicólogo suíço). 
 
 
O estudo da disciplina Organização e Metodologia do Ensino Fundamental chega 
numa abordagem muito significativa que é a “A Metodologia como forma de 
concretizar o trabalho docente”. Os conteúdos aqui abordados farão referência ao 
fazer pedagógico que é a essência do trabalho do professor. 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 19 de 25 
Um estudo inicial aponta a importância de se conhecer o conceito de “sistema” na 
LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no. 9394/1996.Com base no PLT 
(PP. 93 a 107) será analisada a referida lei e suas implicações no trabalho 
metodológico da sala de aula. 
Os tópicos que serão estudados sobre o conceito de “sistema” na LDB são: 
1. Função sistematizadora de uma lei de diretrizes e bases. 
1.1. Sentido da expressão “diretrizes e bases”. 
1.2. Lei de Diretrizes e Bases e Sistema Educacional. 
2. A LDB brasileira e a função sistematizadora. 
2.1. O uso do termo “sistema” na lei. 
2.2. A LDB face à noção de sistema educacional. 
A abordagem aqui desenvolvida ainda reforça a condição do sistema como um 
conceito a ser resolvido na legislação e na prática educacional. Aponta as diretrizes 
que constituem-se em procedimentos, normas, regulamentos dentro de uma 
organização chamada sistema. 
Dentro da visão de sistema existe um fazer pedagógico que pode ser fundamental na 
vida escolar dos alunos: uma metodologia que é praticada na sala de aula e que pode 
contribuir para o sucesso escolar. A metodologia trabalhada pelo professor precisa 
ser definida com base na Proposta Pedagógica da escola, no conjunto dos 
professores, dentro dos princípios definidos nos marcos referenciais do referido 
documento. Não pode tratar-se de mera opção particularizada do professor, o que 
não faria sentido pensar nas linhas metodológicas de cada unidade escolar. 
O estudo de métodos de ensino será necessário para que se possa ter o conhecimento 
das possibilidades de ação em sala de aula. Muitos professores conhecem apenas os 
métodos básicos como o expositivo ou o trabalho em grupo, sem saber, contudo, que 
existem várias possibilidades de atuação na sala de aula. Há muitos caminhos a 
serem percorridos quando refletimos sobre metodologia de ensino. 
É importante considerar que a escolha do método deve contemplar: concepção de 
homem, de sociedade, de cultura, economia e educação, entre outros. De acordo com 
Turra (1975) a escolha da metodologia deve considerar, portanto, a intrínseca 
relação entre os meios e procedimentos de ensino e desses com os objetivos ou 
resultados propostos. Cabe perfeitamente aqui as palavras do antigo educador 
Mattos ao afirmar que o método “é o relacionamento prático, mas inteligente, dos 
meios e procedimentos com os objetivos ou resultados propostos”. 
Desta forma é necessário que o professor, ao empregar certo método de ensino, 
esteja consciente de que não se trata de apenas empregar uma estratégia de trabalho 
aleatória; precisa, sim saber que sempre tem um conceito teórico que sustenta essa 
metodologia vinculada “a uma visão de homem e de mundo que responde a 
interesses de classes”(Turra). 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 20 de 25 
Desta forma o professor poderá ter uma visão mais adequada e abrangente de seu 
ensino e de suas escolhas didáticas. 
A visão de Arroyo( 2000) remete este estudo a uma visão muito abrangente sobre o 
trabalho do professor. Em sua obra“Oficio de Mestre: Imagens e Autoimagens” traz 
um panorama sobre o professor e seu trabalho na sala de aula em dez temas que são 
desenvolvidos numa visão crítica: conversas sobre o oficio de mestre, um modo de 
ser, um dever ser, a humana docência, conteúdo da humana docência, 
intranquilidade nos quintais do conhecimento, parâmetros e ausências, subsolo 
comum de nossa docência, o aprendizado do ofício, aprendendo nas transgressões. 
Ainda é importante analisar as ideias de Assmann (2001) sobre as metáforas novas 
para reencantar a educação, nas quais o autor analisa os vários aspectos importantes 
relacionados com a qualidade cognitiva e social da educação. 
Para ele o processo educacional, a melhoria pedagógica e o compromisso social têm 
que caminhar juntos. Assim, a escola não deve ser apenas aquela que repassa os 
conhecimentos prontos como no ensino tradicional, mas sim aquela que inventa e 
reinventa o ensino para atender a realidade de uma sociedade moderna. 
O trabalho em sala de aula deve ser pautado na matriz de competências e habilidades 
com base nas sequências didáticas que são um conjunto de atividades ligadas entre 
si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizadas de acordo 
com os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem de seus alunos, 
elas envolvem atividades de aprendizagem e avaliação. 
É importante que o professor planeje suas aulas e faça previamente a seleção de 
materiais que serão utilizados no decorrer dos trabalhos. Além disso, é preciso 
considerar que cada aula deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão. O fazer 
pedagógico implica planejar, executar e avaliar. 
 
 
FINALIZANDO 
Com o estudo realizado no tema sete você conheceu o conceito de sistema na LDB no. 
9394/1996 e suas implicações pedagógicas. Também analisou textos sobre método 
de ensino e entendeu o processo ensino-aprendizagem como centro do trabalho do 
professor, partindo do pressuposto de que é necessária uma abordagem sobre 
métodos de ensino. 
Teve um trabalho prático analisando sequências didáticas planejadas para classes de 
ensino fundamental e até elaborou uma sequência como forma de exercitação nessa 
prática. 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 21 de 25 
 
Metodologia de ensino: conjunto de métodos ancorados nos marcos referenciais 
definidos pela equipe escolar. 
Sequências didáticas: são um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para 
ensinar um conteúdo, etapa por etapa. 
 
 
O tema oito desenvolve no aluno conclusões e perspectivas futuras (PLT p.109 a 120) 
considerando a árdua tarefa dos educadores brasileiros atuais no sentido da efetiva 
melhoria da qualidade de ensino. 
Para analisar as perspectivas futuras serão abordados os assuntos: 
1. Ausência de sistema educacional no Brasil. 
2. Hipóteses explicativas da ausência de sistema. 
3. As novas diretrizes e Bases para o ensino de 1º. e 2º. Graus. 
A partir dessas considerações é feito um paralelo com a nova LDB nº. 9394/1996, 
principalmente no que diz respeito à avaliação escolar no artigo 24, inciso V: 
A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: 
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com 
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos 
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; 
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do 
aprendizado; 
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 22 de 25 
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao 
período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem 
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº. 9394/1996), determina, 
assim, que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos 
prevaleçam sobre os quantitativos. 
Da mesma forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar 
devem ser mais valorizados que a nota da prova final. 
Desta forma é necessário proceder a uma análise da legislação comprovando a 
importância do tema avaliação , dada a sua presença no cotidiano da sala de aula. 
Em seguida é feito o estudo do tema a partir de uma visão pedagógica na abordagem 
de Hoffmann (2006) que nos remete ao modelo de praticado no Brasil ainda nos dias 
atuais. 
Avaliação sempre foi mito no sentido de que ainda é vista como um momento no 
qual o aluno deve “provar” que sabe, que aprendeu a lição nos moldes em que o 
professor transmitiu. Também deve-se abordar o desafio que gera uma avaliação na 
concepção sociointeracionista, que considera o aluno como um ser total, com sua 
história, com sua vivência e suas particularidades. 
A proposta é a de uma avaliação em processo que acompanha o aluno em toda a 
aprendizagem, e, acima de tudo, que propõe intervenções pedagógicas. Na 
concepção de Hoffmann (2006), é preciso uma avaliação mediadora na qual o 
professor tem um papel especialmente importante, uma vez que é o mediador entre 
o aluno e o conhecimento. 
Para tanto, é necessária a criação de situações educativas que realmente provoquem 
os alunos e que tenham como objetivo o pleno desenvolvimento. A busca é por uma 
avaliação dialética que envolva aluno e professor num processo de mediação 
pedagógica. 
Este tema é finalizado com a concepção de Vasconcellos (2009), enfocando a 
avaliação dialética em uma abordagem libertária: 
Se buscamos uma escola que não seja uma preparação para a vida, mas que seja ela 
mesma uma rica experiência de vida, se buscamos uma escola que não seja 
reprodutora dos modelos sociais discriminatórios, mas promotora do 
desenvolvimento integral de todos os alunos, temos de repensar a avaliação. 
Para o autor a avaliação da aprendizagem está estreitamente ligada ao projeto 
político-pedagógico da escola; deve, assim, ter um caráter político no sentido de 
contemplar as concepções filosóficas de homem, de educação e de sociedade. Para 
tanto, será necessária uma profunda reflexão da equipe escolar, bem como a 
preparação de estratégias que visem a concretização de práticas avaliativas 
coerentes com os ideais pedagógicos. 
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O papel do professor nesse processo é fundamental, pois é ele o responsável pela 
elaboração, aplicação e correção das provas, assim chamadas de avaliação. Compete 
ao professor tomar decisões no sentido de selecionar estratégias de avaliação e 
também de recuperação da aprendizagem. 
Dentre as estratégias que podem ser utilizadas pelo professor, é possível considerar: 
• Metodologia diversificada que vai gerar avaliação diversificada. 
• Atendimento aos diferentes ritmos de aprendizagem. 
• Diferentes modelos de prova. 
• Avaliação global, considerando as habilidades dos alunos. 
• Utilização de matriz de competências. 
• Avaliação de todas as expressões do aluno, não somente prova escrita. 
• Avaliação em processo. 
Finalizando o tema, é importante considerar, nessa visão sociointeracionista de 
avaliação ganha força o Conselho de classe/Série que tem como função principal 
decidir e definir a situação escolar dos alunos. Este momento deve ser cuidado pela 
equipe escolar para que realmente se proceda à avaliação com o sentido formativo. 
 
FINALIZANDO 
Na última aula você aprendeu que é preciso desenvolver conclusões e perspectivas 
futuras considerando a árdua tarefa dos educadores brasileiros atuais no sentido da 
efetiva melhoria da qualidade de ensino do sistema educacional brasileiro. Também 
estudou a avaliação como um processo a ser considerado em uma visão 
construtivista, em oposição ao enfoquetradicional e classificatório que vem sendo 
cultivado no sistema educacional brasileiro. Ainda analisou a avaliação escolar e o 
importante papel do professor como profissional que planeja, executa e avalia o 
processo educacional. 
 
 
Conselho de Classe/Série: grupo formado pelos professores de uma classe e/ou série 
que tem como função analisar, decidir e definir a situação dos alunos na avaliação 
escolar. 
 
 Anhanguera Pedagogia – Organização e Metodologia do Ensino Fundamental – Temas 1 ao 8 ......... Página 24 de 25 
 
 
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