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DIRETOS REAIS, IMOBILIÁRIOS E REGISTRAL Profª Juliana Leandra M.N. Guilen Desgualdo 20/02/17 Síntese do Plano de Ensino Posse Propriedade Direitos reais sobre coisas Garantias reais CONTINUADA Trabalho em sala DIREITOS REAIS É a área do Direito Civil que estuda as situações jurídicas envolvendo bens. “Relação jurídica só é realizado com pessoas. Não há relação jurídica entre o titular e a coisa.” O que ocorre é uma relação de poder. O bem não é sujeito, mas sim objeto. Numa relação jurídica há o sujeito, o bem e outro sujeito. Sujeito Bem (objeto) COLETIVIDADE – Dever negativo / abstenção / respeito A relação jurídica é com a coletividade inteira que tem um dever negativo em relação àquele que tem posse. DIREITOS PESSOAIS DIREITOS REAIS Origem Vontade Lei* (art. 1.225 CC) – Rol taxativo “numerus clausus” Objeto A própria prestação em si: Dar, fazer ou não fazer Poder – situação sempre positiva Formas de aquisição Contrato, tradição, vontade. NÃO SE ADQUIRE POR USUCAPIÃO Admite-se por usucapião Eficácia Entre as partes* Erga omnes – Gera uma outra consequência chamado de DIREITO DE SEQUELA – direito de buscar a coisa de quem quer que indevidamente a possua ou detenha. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS Previsão em lei Considerados “numerus clausulus” Envolvem sempre uma prestação positiva Admitem aquisição por usucapião Têm eficácia “erga omnes” Direito de sequela Os direitos reais são definidos independentemente da vontade de terceiros CONCEITO O direito real também é conhecido como direito das coisas. É o ramo do direito patrimonial cujas regras tratam do poder dos homens sobre as coisas apropriadas. Tudo o que posso me apropriar o direito real trata sobre ela. Art. 5º, XXII, 170, II – CF Ação reivindicatória – art. …? CLASSIFICAÇÕES DOS DIREITOS REAIS Considerar somente 3 DIREITOS REAIS EM NOME PRÓPRIO DIREITOS REAIS EM NOME ALHEIO DIREITOS REAIS EM GARANTIA DIREITOS REAIS EM NOME PRÓPRIO – jus Trata do direito que já é meu. É o direito real mais completo que temos. O sujeito ativo é o proprietário (PJ OU PF). O passivo é a Coletividade, determinada ou não. Todos têm que respeitar, determinado ou não. Exemplo: churrasco de fim de ano na casa dos amigos da turma. Só podem comparecer aqueles que foram convidados DIREITO REAL SOBRE COISA ALHEIA – jus in re aliena Exemplo: servidão, usufruto O direito é limitado, pois somente pode ser usufruído dentro dos limites acordados. DIREITOS REAIS EM GARANTIA Coisas que são dadas em garantia de algo. Se não cumprida a obrigação principal o credor irá dispor da coisa. Exemplo: alienação, hipoteca, penhor OBRIGAÇÃO PROPTER REM (por causa da coisa) Trata-se de obrigação real que são denominadas como obrigações híbridas ou ambulatórias por manter-se entre os direitos patrimoniais e os direitos reais, perseguindo a coisa onde quer que ela esteja, não decorrendo da vontade do titular. Em outras palavras: a obrigação propter REM é uma relação entre o atual proprietário e/ou possuidor do bem e a obrigação decorrente da existência da coisa. – Flávio Tartuce Exemplo: condomínio que decidiu pintar a fachada do prédio. O condômino, se é locatário, deverá pagar esta despesa. Exemplo: pode-se envidraçar a sacada se não houver previsão em condomínio? NÃO Pode-se envidraçar a sacada? DEPENDE. Se não houver previsão no condomínio não pode, mas se houver previsão pode-se envidraçar dentro das regras postas. Dever de não alterar a fachada: Art. 1.336. São deveres do condômino: III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; ATENÇÃO: REDE DE PROTEÇÃO não altera a fachada do prédio. É colocada na parte interna do apartamento Dever de indenizar Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. Exemplo – Imóvel vendido com IPTU atrasado. A obrigação persegue a coisa, logo o comprador que não analisou o débito deverá pagá-lo. Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. 03/03/17 POSSE *Posse em si não é um direito real. Posse não é o mesmo que propriedade. Uma pessoa pode ter a posse de um imóvel (locatário) mas a propriedade pertence ao locador. É um tema antigo (desde o império romano), mas o conceito de posse atual provém da revolução francesa. É uma situação de fato juridicamente relevante. É uma situação de fato pq nem sempre se tem um título jurídico. Ex: carro emprestado. O documento está em nome do dono e a posse pertence aquele que o conduz. Não é pré requisito da posse que haja fundamento jurídico. Não é necessário um documento que comprove a posse. É uma situação de fato pois não exige documento que comprove. Juridicamente relevante – teoria da aparência. Confere proteção independentemente de título. Aparência – aquilo que se mostra de determinada maneira A posse é o pré requisito para ajuizar ação de usucapião. NATUREZA JURÍDICA Savigny – Desenvolveu a teoria Subjetiva da posse. Para ele a posse ocorre verificando os elementos “corpus” + “animus domini”. Corpus porque posse se exerce sobre coisa corpórea e a intenção de ser dono tem a ideia de poder Subjetiva – analisar o sujeito Ihering – Teoria Objetiva. Necessita somente do elemento “corpus”. Tem a ideia de direito Posse (art. 1.196 CC) Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Poderes do proprietário Usar Gozar/Fruir Dispor - Reivindicar - proteção do direito de propriedade Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Quem exerce um ou mais direitos do 1.228 é possuidor POSSE X DETENÇÃO Detenção Posse Situação de fato juridicamente irrelevante – nem tudo que se reveste de uso confere a prerrogativa de possuir. Exemplo: Caseiro. Ele usa, mas não dá direito de posse, é mera detenção. Composse: é uma posse em conjunto (ex: cônjuges que exercem posse do imóvel). Ambos possuidores exercem posse ao mesmo tempo. Na doutrina de Savigni, configuraria o corpus, ou seja, somente a detenção Na doutrina de Ilhering é considerado o corpus menos a causa detentiones. É aplicado para que o uso não se torne posse. O vínculo de detenção impede a posse. 06/03/17 TÓPICO III CLASSIFICAÇÃO DA POSSE QUANTO AO EXERCÍCIO Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Exemplo: Locador que abusa de seu direito de visitação periódica no imóvel. Dois possíveis exercícios de posse: Posse Direta – Aquele que está no uso imediato da coisa sem ser dono dela. Posse Indireta – Pertence aquele que não faz o uso imediato da coisa. Exemplo: pessoa que empresta um livro. O livro pertence ao possuidor, mas está em uso de outra pessoa. Posse Plena – aquele que reúne as qualidades do possuidor direto e indireto. Exemplo: Pessoa que mora em sua própria casa. É o dono e também faz uso da coisa. O proprietário é sempre possuidor. Não perde a qualidade de posse. QUANTO A LEGITIMIDADE Posse Justa - Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Posse Injusta – São 3 características: Violenta – por alguma forma de coação Clandestina – posse furtiva (que não é sabida pelo verdadeiro possuidor). Quando há posse clandestina a reivindicação só podeser feita quando do conhecimento do proprietário. Precária – é a posse abusiva Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. O sujeito tem direito, porém vai além do que poderia/deveria. Exemplo: Caseiro que não mais obedece ao dono do imóvel. Começa a fazer as coisas de sua vontade. Deixa de ser detentor e adentra como Posse injusta por prática abusiva. Quanto à aquisição de exercício Nestes dois casos há vícios que impedem a aquisição. A diferença entre eles Posse de boa fé – Refere-se à boa fé subjetiva (que é a intenção do sujeito). Há um vício que impede a aquisição. Nesta ocasião o possuidor ignora o vício Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Posse de má fé – A pessoa conhece o vício Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. Quanto aos efeitos processuais Posse ad interdicta – Proteção possessória (interditos) Posse ad usucapionem – Aquela que cumpre os requisitos para a aquisição da propriedade por meio de usucapião 10/03/17 Quanto ao tempo Posse nova – menos de ano e dia Posse velha – mais de ano e dia É muito importante esses termos, pois num exemplo de invasão à uma propriedade, a ação de reintegração de posse impetrada em tempo rápido pode ter uma liminar e a reintegração ser bem rápida. A prova é mais robusta do proprietário ante a posse nova. Já na posse velha não cabe liminar AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE Aquisição da posse A partir de que momento se adquire a posse? A posse tem início a partir do momento em que a coisa está sob o senhorio de alguém; este pode se valer de um ou mais direito de proprietário. Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Há a possibilidade de aquisição da posse por Ato material (ocupação) Ato jurídico – Decorre de uma ação humana que trás consequências jurídicas. CONSTITUTO POSSESSÓRIO – PROVA!!!E também OAB! Ocorre a TRADIÇÃO FICTA, pois não ocorre a entrega do bem em si, materializando-se no papel. Cláusula constituti – materializa-se no contrato por uma cláusula constituti. Nela se opera tradição ficta. Um exemplo é a venda sob documento. Esta cláusula deve ser EXPRESSA! Imissão na posse – ação na qual o proprietário quer ter a primeira posse. Não é uma ação possessória, ainda que tenha este nome. No caso do constituto possessório ele esvazia a primeira posse, ou seja, não caberia a imissão da posse, mas sim a REINTEGRAÇÃO, visto que a cláusula já o coloca em posse. TRADITIO BEVI MANU “Tradição de breve mão” É o sujeito que passa da condição de possuidor direto para possuidor pleno (é o contrário da situação anterior). Exemplo: inquilino que compra o imóvel TRANSMISSÃO DA POSSE Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Sucessão a título Universal – Mesmos caracteres Singular – Facultado unir sua posse ao antecessor. Exemplo: usucapião de Mesmos caracteres – significa que a posse se dá com as mesmas qualidades que estavam anteriormente. 13/03/17 PERDA DA POSSE Art. 1.223 e 1.224 É a perda do possuidor de um ou mais poderes do proprietário. Esta perda se dá em dois momentos: Fato da coisa – não há uma ingerência da coisa, mas ela acaba sendo perdida Ato do possuidor – coloca-se todas as possibilidades. Todas as formas que envolvam os atos do possuidor (tradição, venda, permuta, troca, doação... etc). EFEITOS DA POSSE EFEITOS DE DIREITO PROCESUAL Existem as ações chamadas Possessórias e as ações Petitórias. Não podem ser confundidas pois embora ambas sejam para proteger a posse o procedimento é diferente. Ação possessória - Jus possessionis. Protege a posse em si. Posse como situação de fato juridicamente relevante. Legitimidade: possuidor Ação petitória – Jus possidendi. É um direito que protege a posse fundada no título. Primeiro é o reconhecimento do título. Legitimidade: é uma ação que é própria do proprietário Ação que não é possessória, embora tenha no nome a “posse” Imissão na posse – É AÇÃO PETITÓRIA!!! – Pois confere ao proprietário a primeira posse Reivindicatória – (Art. 1.228 CC) INTERDITOS POSSESSÓRIOS Fungibilidade – Se o pedido for diverso daquele que é o cabível o juiz pode sanar este vício. Posse nova/velha – Tem que se ter atenção, pois pode se perder o direito de liminar de reintegração. Desforço pessoal e imediato Exercício de um direito que o possuidor mantém para ser reintegrado ou obstar a perturbação. Alguns doutrinadores denominam autotutela. É uma exceção, visto que a regra é o Estado proteger os direitos da sociedade. Trás uma noção de tempo muito curto entre a agressão e a ação do proprietário e a linha deste desforço é muito tênue, podendo o invasor ainda entrar com uma ação indenizatória. EFEITOS DE DIREITO MATERIAL – Art. 1214 CC Direito aos Frutos – rendimentos periódicos, renováveis Frutos pendentes são aqueles que ainda não foram colhidos Frutos antecipados- aqueles que foram forçados, foi colhido forçosamente Pendentes Percebidos Antecipados colhidos Boa fé do possuidor se Pafúncia estava de boa fé e percebeu/colheu, os frutos, terá direito a estes e Astolfo tem direito aos frutos pendentes Se Pafúncia antecipar o fruto deverá indenizar Astolfo. Má fé do possuidor Possuidor de má fé – aquele que tem ciência do vício e impede a aquisição. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. A pafúncia, se de má fé, responde pelos frutos colhidos, pelos frutos que não puderam ser colhidos por Astolfo, mas pela lógica, Astolfo tem os frutos e não gastou nada por eles, logo, Pafúncia que deu um duro para ter o fruto tem o direito de receber as despesas de produção e custeio. Ressarcimento por Danos Boa fé: Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Má fé: Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Direito à indenização por benfeitorias Boa fé Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. São indenizáveisNecessárias Úteis Voluptuárias - se não for paga, poderá levantá-la Má fé Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Somente as benfeitorias necessárias, não tem direito de retenção nem de levantar as voluptuárias. Quanto à atualização Boa fé – valor atual Má fé – o reivindicante escolhe: pelo custo ou valor atual 20/03/17 EFEITOS DA POSSE A posse como hoje conhecemos provém da ideia da revolução francesa que lutou contra o Estado absolutista. O código civil de 1916 era baseado no código napoleônico e nele trazia poderes ilimitados na propriedade (art. 527). Com o surgimento do Liberalismo ocorreram os abusos e, por conta disso, há uma limitação à propriedade. O art. 5º, logo em seu caput, traz o direito de propriedade, bem como no inciso XXII, porém a limitação vem no inciso XXIII. A função social a que se presta uma propriedade é que o seu proprietáriodeve dar uso devido à sua propriedade Propriedade é o poder que um sujeito exerce sobre determinado objeto. Direito de propriedade é aquele que externa a proteção da propriedade. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA PROPRIEDADE ELEMENTO EXTERNO – Corresponde à coisa e o poder exercido sobre ela ELEMENTO INTERNO – Direitos do proprietário Limitada É aquela com restrição que pode ser: Voluntária – aquela que decorre da vontade. É uma limitação contratual Administrativa – quando o poder público estabelece os limites ao proprietário Civil – direito de vizinhança – Direito à segurança, à saúde, o sossego Constitucional – Não se pode ir além do que permite o atendimento da função social. Plena Não tem restrição CONTINUADA – 07/04 Tipos de questão: Mèvio tem 68 anos de idade, é aposentado e reside na rua “x”, nº 123 em Campinas a quase 20 anos. Nessa casa, Mévio construiu uma edícula, plantou uma pequena horta e cria algumas galinhas. A posse nunca foi questionada até agora. Xavier ajuizou contra Mévio uma ação de reintegração de posse pedindo indenização pelos frutos colhidos neste período. Xavier tem direito à posse e a indenização por frutos? Justifique e fundamente juridicamente a resposta. RESPOSTA Xavier, por força do art. 1238, p.ú - cc, perdeu sua propriedade para Mévio, visto que Mévio preencheu todos os requisitos da legislação para a aquisição da propriedade por usucapião, podendo requerer ao Juiz que assim o declare por sentença (art. 1238, caput). Quanto aos frutos, o art. 1.214 assegura a Mévio os frutos percebidos, sendo possuidor de boa fé. Xavier não tem mais direito à posse e à propriedade bem como a indenização dos frutos. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE Imóvel é o solo e tudo o que nele se adere de forma natural ou artificial. Pode ser uma construção, uma plantação, etc. A mesma sorte que tem o terreno tem a construção. Dois modos de aquisição da propriedade imóvel MODO ORIGINÁRIO – A propriedade não tem relação com a propriedade anterior, com titular anterior. Não tem vinculação com o titular atual com o anterior. Decorre de um fato (o fato da posse). MODO DERIVADO – Decorre de uma relação jurídica. Pode ser uma compra e venda, doação, sucessão. Formas originárias de aquisição de propriedade imóvel. Formação de ilhas – Art. 1248 /1249 Havendo Aluvião e Avulsão Aluvião – é quando há um sedimento de terra que sai de uma propriedade e passa a outra de maneira sutil, lento e imperceptível Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Avulsão – quando há um deslocamento de terra que passa a uma propriedade mas de forma abrupta, repentina. 1 – indenização 2 – Sem indenização, passado 1 ano 3 – Devolução da terra É uma obrigação propter rem, prevista em lei Abandono de álveo É quando havia águas e há seca. O rio que seca deixa a sua área exposta e assim os ribeirinhos tem, em suas testadas, o direito de propriedade até a sua metade. Construções e plantações É um meio de acessão de forma artificial. Ocorre quando aquele que planta ou constrói não é o dono do terreno. Ocorre quando o construtor ou que planta e o dono do terreno não são os mesmos. O acessório segue o principal. Se uma pessoa tem em seu terreno uma construção ela pertence ao proprietário. Tem que se observar se aquele que construiu ou plantou agiu de boa fé LIÇÃO DE CASA – Ler os artigos 1257 a 1259 CC. 31/03/17 REGISTRO DE IMÓVEIS PRINCÍPIOS Da inscrição e da Publicidade Qualquer constituição, transmissão se dá através da inscrição do registro. Por ato intervivos, a constituição, transmissão e extinção de direitos reais sobre imóveis só se dá mediante inscrição no registro. A publicidade é para que se saiba a quem pertence a propriedade do imóvel Da presunção e de fé pública É válido o direito que está escrito. O cartorário tem fé publica, logo, tem que se verificar o documento por ele produzido pois é Da propriedade (anterioridade) Diz respeito ao registro propriamente dito. É por ordem de chegada. O que é encaminhado primeiramente para se dar o registro é aquilo que foi protocolado primeiramente. Exemplo: protocolou-se uma escritura. Uma venda nom domino da mesma propriedade foi feita. Se o documento da compra e venda nom domino foi registrada primeiro ele terá prioridade. Assim sendo, o judiciário que verificará a quem pertence a propriedade, se ao que tem a escritura não registrada ou àquele que comprou e registrou primeiro. Da especialidade Matrícula individual para cada imóvel, detalhada, exclusiva e designada por número. Deve-se detalhar o máximo para que não haja confusão alguma. Tem que ser MUITO específico. Da legalidade Requisitos de validade geral do negócio que cabe ao registrador Da continuidade Registro de imóveis se dá de maneira contínua. O proprietário transmite este poder ao comprador e o comprador Somente a usucapião quebra a continuidade Da instância Provocação. A matricula ou registro de imóveis tem que ser feita por alguém Matrícula – é um registro geral e permanente do imóvel. É realizado no cartório de registro de imóvel. Na matrícula são feitos os registros dos títulos que transferem o imóvel ou mesmo aqueles títulos que constituem, modificam ou extinguem os direitos. A necessidade do cartório é para que haja segurança jurídica. TÍTULO – é todo o documento hábil a transmissão de direitos e deveres. PROPRIEDADE MÓVEL Formas de aquisição e perda 1 – Modalidades originárias Ocupação – aplica-se para bens móveis, semoventes ou sem dono Ocupação própria – Também chamado ocupação dita – é em relação à caça e a pesca Descoberta – Art. 1233 a 1237 CC– Há duas formas: quando a pessoa coloca o valor (nesse caso a pessoa deve o pagamento). E o código fala em 5%. Tesouro – necessita estar em oculto, não saber quem é o dono e ser valioso. A divisão é feita da seguinte forma: 50% é do descobridor e 50% pertence ao proprietário do terreno. – Art. 1264 CC Atenção: este tópico geralmente é cobrado em prova!!! Usucapião Divide-se em duas formas Usucapião ordinário – a pessoa precisa ter posse do bem por mais de 3 anos, justo título e boa fé. Art. 1260 CC.[1: Justo título – algum documento que indique a propriedade] Usucapião Extraordinário – o único requisito é a posse por 5 anos ou mais. Art. 1261CC 2 – Modalidades Derivadas Especificação Transformação em coisa nova, por ato humano, seja por trabalho manual ou industrial, não sendo possível retornar a forma primitiva. Art. 1269 CC. Ex: madeira que foi transformada em um banco, a joia que foi lapidada. Quem de boa fé realizou a especificou tem o direito de ficar com a coisa. Se de má fé há duas possibilidades: O dono da matéria prima fica com a coisa Indenizar o dono da matéria prima Confusão Mistura com líquidos, que não sejam possível a separação. Como se resolve: divide a quantidade Se uma das coisas for o principal, o dono do principal tem o direito da coisa, mas deve indenizar o dono do acessório – Art. 1272 CC Ex: Etanol e gasolina Comistão Art. 1.272 CC – É algo que não pode separar, mas o objeto não é líquido. Exemplo: Café, grãos Adjunção Também chamada de Justaposição, é o acessório com o principal. Exemplo: camisa com estampa. A camisa é o principal e a estampa o acessório. Album de figurinhas; o álbum é o principal e as figurinhas são acessórias. A quem pertence? Ao dono do principal Da tradição Quando a pessoa casa-se (a não ser em regime de separação total de bem) adquire os bens e estes são dos cônjuges. Art. 1260 CC A tradição é uma modalidade derivada de aquisição de propriedade móvel, ou seja, no regime padrão de casamento previsto no ordenamento jurídico (comunhão universal), os bens adquiridos são do casal independente de quem os adquiriu. 10/04/17 É necessário que o imóvel, quandosofrer alguma reforma, deve constar no registro do imóvel. Toda e qualquer mudança no imóvel tem que constar no registro do imóvel (inclusive o nome da rua, alteração de numeração, etc). O registro gera uma presunção relativa de propriedade. Se o escrevente encontrar uma discrepância entre o registro e o documento a ser registrado (escritura pública, partilha, etc). Quando há a diferença entre o título e o registro o oficial tem o prazo de 30 dias para registrar ou apresentar os motivos para não registrar. Dúvida Registral É o pedido de natureza administrativa, formulado pelo oficial, a requerimento do apresentante do título, para que o juiz competente decida sobre a legitimidade de exigência feita, como condição de registro pretendido – Walter Ceneviva. Tem que ser especifica, razoável, escrita e tem que procurar esgotar todas a eventuais irregularidades para que haja eficiência para sanar esta dúvida (evitar idas e vindas ao cartório). Quando há divergência entre a exigência e o apresentante do título, pede-se ao judiciário para que decida sobre este conflito, pede que se suscite a Dúvida Registral. Quem manda a dúvida registral ao judiciário é o próprio cartório. A decisão é proferida por um juiz com função de corregedor e, embora seja judicial, é de natureza administrativa. Esta decisão pode ter dois resultados: O juiz concorda com a exigência – o apresentante deve regularizar. O apresentante não concorda com a decisão: quem julga o recurso é o Conselho Superior da Magistratura. Se o juiz discorda com a exigência o escrevente deve acatar a decisão Administrativa do juiz. RETIFICAÇÃO DE REGISTRO DE IMÓVEIS Trata-se da alteração do registro do imóvel, daquilo que consta na matrícula do imóvel. Toda a vez em que houver discrepância entre o registro e a realizade. Há alterações que são simples e podem ser feitas de maneira administrativa (mudança de rua. Porém há outras que são mais complexas e podem ser de maneira Judicial ou Extra Judicial. Judiciária – para casos de alteração de área, que precise de perícia INDEPENDENTE do número (diferença de 1cm tem que ser alterado o registro). Extrajudicial – Quando há uma compra de um grupo de casas para que haja uma incorporação é necessário que o registro destas casas, que se tornaram um só terreno, sejam unificados em um novo e único registro. 17/04/17 USUCAPIÃO É uma forma originária de aquisição. Requisitos objetivos Posse, que deve ser mansa, pacífica e ininterrupta (ou contínua). Posse não se confunde com detenção. Atos de mera tolerância não induz à posse. Mansa e pacífica – é uma posse que não foi contestada. Contínua – é a continuidade, estabilidade que vai gerar o direito de aquisição. Tempo definido em lei – para cada modo de usucapião o tempo varia. O prazo varia entre as modalidades. Usucapião e o direito social – o usucapiente é aquele que aparenta ser o dono, ele atende a função social do imóvel. Que o bem esteja em comércio Bem em comércio – aquele que está em negócio, disponível no mercado. É aquele que pode ser objeto de comércio, permite a disposição jurídica. Bem fora de comércio é aquele que não pode ser comercializado – Direitos da personalidade, que não pode ser comercializado. Direitos da personalidade são equiparáveis a bens móveis, porém são inegociáveis. REQUISITOS SUBJETIVOS Capacidade do usucapiente Civil Legitimação do usucapiente – pois não é tudo que pode ser objeto de usucapião. O problema é quando há o comodato verbal. Muito comum entre familiares. Há certas situações que são limitadas, como o herdeiro necessário, no caso de filhos. Animus domini – ânimo de ter a coisa, o domínio. Se a pessoa tem a posse mas não se comporta como quem quer ter o domínio. Numa ação é buscado as características através de uma perícia. Através do processo adquire-se a sentença que servirá como título e este será usado para o registro do imóvel. Usucapião Administrativa Necessário uma perícia, a citação dos confinantes, mas para fins administrativos. Art. 1071 – CPC / Art. 216 – 6015/73 – LRP Modalidades Requisitos Extraordinária 1238 caput – CC Extraordinária habitacional Constitucional Art. 1239-CC Especial individual Urbana – 1240 CC / Art. 9º - 10257/01 Especial urbana coletiva Art. 10 – 10.257/01(estatuto da cidade Usucapião ordinária 1242 caput POSSE ANIMUS DOMINI PRAZO 15 anos 10 anos 5 anos 5 anos 5 anos 10 anos OUTROS REQUISITOS ESPECÍFICOS Não há. Moradia ou serviços relevantes Não ser proprietário de nenhum outro imóvel, imóvel tem que ser rural, moradia sua ou de sua família, não superior a 50 hectares, a área tem que ser produtiva Área urbana até 250m², sua moradia ou de sua família, não ser proprietário de outro imóvel Área superior a 250m². População de baixa renda, para moradia, não possuidores de outro imóvel, Justo título e boa fé – ignora o vício CONDOMÍNIO Domínio exclusivo sobre bem indivisível. É uma propriedade comum a todos. CONDOMÍNIO GERAL 1314 – CC Há uma pluralidade de sujeitos que detém direitos sobre o bem comum. Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. O condomínio pode ser Voluntário ou Legal/Necessário CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO Quando constituído por vontade dos condôminos. CONDOMÍNIO LEGAL/NECESSÁRIO É a lei que obriga a forma condominial. Exemplos de condomínio legal/necessário: Cercas e muros divisórios. A lei determina que essa situação é de condomínio. Herança – até a partilha. Os herdeiros estão em condição de condôminos em relação aos bens deixados em herança. Se não houver partilha (os herdeiros quiserem permanecer com o condomínio sobre determinado bem) já não se configura condomínio legal/necessário, mas sim voluntário. 28/04/17 – Não houve aula – Greve! 01/05/17 - Feriado 05/05/17 CONDOMÍNIO EDILÍCIO Incorporação Imobiliária A princípio, deve ser o possuidor de todos os imóveis que irá construir. É regida pela lei 4591/64. Estabelece algumas etapas para que seja possível o condomínio 1 – a incorporação deve ser proprietária de todos os imóveis que irá construir – se desapropriar 5 imóveis deve constar nestas matriculas a sua propriedade, bem como a unificação destas matrículas em uma só, que é o novo empreendimento. 2 – contrato de incorporação imobiliária – deve constar as informações minuciosas do empreendimento (a área do terreno, quantas torres, andares, apartamentos, sua metragem...). Enquanto não houver o registro não pode ser vendido nenhuma unidade, pois é crime, mas há estratégias: pede um preenchimento de um cadastro e não faz uma venda, escolhendo assim para quem quer vender as melhores unidades. 3 – depois de o prédio pronto, busca-se junto à previdência a CND, o laudo do Corpo de Bombeiros e, posteriormente, o Habite-se – expedido pela prefeitura. 4 – Realização da convenção de condomínio – tem que haver uma ata de convocação e nela constar os tópicos a serem tratados. Atenção: tem que verificar a planta das vaga de garagem Uma vez aprovada a Assembleia ela torna-se válida desde este momento, não necessitando o registro em cartório. Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. § 1o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. (Redação dada pela Lei nº 12.607, de 2012)Áreas comuns não podem ser obstadas aos condôminos inadimplentes (elevador, piscina, etc). Terraço também é área comum (§5º, art. 1331). Os direitos do condômino constam no art. 1335 CC Restrição ao devedor de condomínio Não pode participar de assembleia de condomínio. Atenção: o Código Civil sobrepõe-se à lei de condomínio. 08/05/17 Deveres dos condôminos Multa por infringência de Norma de condomínio (Regulamento Interno, aprovado em convenção). É importante que haja previsão na convenção de condomínio, senão não poderá ser cobrada. A convenção terá que prever as etapas que será feito essa cobrança (Exemplo: aviso, advertência e depois a multa). A multa por infringência em regra é do valor do condomínio, podendo chegar até 5 vezes esse valor e até 10x para aquele que é denominado Condômino Antissocial. É assegurado a ampla defesa na próxima reunião. Deve constar na convenção. Ele é o condômino NOCIVO, prejudica o condomínio. Um exemplo: Pessoa que recolhe animais de rua. Há uma limitação para que se tenha animais no imóvel (em regra, até 10 animais). Isso torna-se um risco à saúde das pessoas. Súmula 449 STJ – A vaga de garagem que possui matricula própria não é bem de família. A vaga que esteja em conjunto A vaga de garagem extra também não é protegida. Um problema é quando a vaga é levada a leilão e um terceiro estranho ao condomínio a arremata. O condomínio tem personalidade jurídica reconhecida pelo CC, CPC , mas é um condomínio de personalidade sui generis. A doutrina também entende que deve ser considerada PJ o condomínio, porém não se tem ‘afecto societatis’. Tudo é resolvido por assembleia. Administração do Condomínio É feita pelo síndico, que pode ter o auxílio de um subsíndico e um conselho fiscal (que serve para somente fiscalizar as contas, não tem função deliberativa). O síndico tem autonomia que a convenção lhe permite, porém há assuntos que devem ser resolvidos por convenção coletiva. Em regra os condomínios contratam uma administradora para que haja um controle dos gastos com as NF’s, guarda de documentos, alvarás, pagamentos, etc. todos os anos deve-se fazer uma assembleia geral ordinária, até abril, para aprovação das contas (prestação de contas e aprovação). A cada ano (ou dois) que haja eleição de sindico, subsíndico e conselho fiscal e a previsão orçamentária do ano que se adentra. Se necessário convocar os condôminos para tratar um assunto de urgência ou outras questões relacionadas ao condomínio será convocada uma Assembleia Extraordinária. Pode ser convocada pelo síndico ou por ¼ dos condôminos. Toda a assembleia tem que constar uma pauta de assuntos a serem tratados. 12/05/17 EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO As hipóteses de extinção são 1 – Destruição – pode acontecer por fatores extraordinários (incêndio) 2 – Demolição voluntária – Precisa ser votado em assembleia 3 – Desapropriação – uma das formas da propriedade em si (seja por necessidade pública, utilidade pública ou interesse social). 4 – Confusão – se um dos condôminos torna-se proprietário. Tem a qualidade de credor e devedor. Se ele compra todo o prédio então o condomínio se extingue. PARCELAMENTO DO SOLO URBANO É regulamentado pela lei 6766/79 É o processo de urbanificação de uma gleba mediante sua divisão ou redivisão em parcelas destinadas ao exercício das funções elementares urbanísticas. Gleba – uma porção de terra sem uso, sem divisão a qual vai ser determinada uma atividade a ela. Conceito de cidade – é o núcleo urbano qualificado por um conjunto de sistemas político-administrativo, econômico não agrícola, familiar e simbólico como sede de governo municipal, qualquer que seja sua população. – José Afonso da Silva Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. O plano diretor vai determinar como se dará o uso do solo. É preciso que seja revisto periodicamente devido a mudança constante e a dinâmica da cidade. O parcelamento do solo é feito pelo particular, porém cabe ao município a sua verificação, visto que causará impacto de diversos aspectos (paisagístico, Usos podem ser;residenciais, não residenciais, industriais, comerciais (de baixa, média ou alta densidade). Baixa densidade quando correspondentes ao mínimo indispensável. São de uso local (mercearia, mercadinho), não atrai pessoas de fora. Uma área de alta densidade causará impacto viário, de transporte público, pois atrai pessoas fora da localidade (ex: Shopping Center). Tem que ter uma previsão de público, impacto no transporte, impacto viário, etc. Tipos de parcelamento do solo Loteamento É a divisão de quadras em lotes com frente para logradouro público indicando as zonas de uso admitido e recuos. Desmembramento Divisão de uma quadra em lotes com o aproveitamento das vias existentes Desdobro Divisão de um lote maior em lotes menores Taxa condominial é previsto em lei, mas não é o caso nas condições de loteamento. Pode entrar como condomínio voluntário, ou geral. Um loteamento tem pagamento de contribuição associativa. Para que se cumpra os requisitos legais. Logo que se faz o loteamento é constituída a associação. A jurisprudência aceita mais pacificamente que seja desta forma. DIREITOS DE VIZINHANÇA Traz limitações civis ao direito de propriedade. Prédios contíguos – construções que estão imediatamente juntas umas às outras. 15/05/17 Os direitos de vizinhança constam a partir do art. 1257 CC. Visa preservar direitos entre prédios contíguos (aqueles que são limítrofes entre si). Visa preservar estes direitos (3 “S”): Saúde Sossego Segurança Os direitos de vizinhança são uma das limitações impostas ao direito de propriedade. Quando há uma violação dizemos que há um USOANORMAL DA PROPRIEDADE. É um ato ilícito pois é abusivo. Ato Emulativo – é o ato ilícito do art. 187 – Abuso de Direito Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. O uso irregular do solo é um ato ilícito. Um exemplo: Um proprietário retira 1 caminhão de terra. Isso pode prejudicar as construções contíguas. Caso haja dano ou perigo de dano, pode ocorrer a ação de Dano Infecto – Art. 1277 combinado com 1280 CC. Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. Condena que seja prestada uma caução para que, em caso de dano, converta para a indenização. Outra tutela é a AÇÃO DEMOLITÓRIA. Presta-se a demolição de construção, podendo ser total ou parcial – Art. 1280. O escopo não é preventivo. O dano já é ocorrido e pede-se a intervenção com a demolição. A obra pode até mesmo está regular, mas em determinado momento pode colidir com o direito de vizinhança. É ação que ocorre quando não há a possibilidade de manter o prédio ou parte dele. Exemplo: Bahamas – Obra regular, aprovada, mas que estava no limite Nunciação de Obra Nova – Embarga a obra Exemplo: A pessoa reclama, pois ao seu lado é construído um grande prédio e isso irá o prejudicar. O sossego não está relacionado só ao silêncio, mas também aos cheiros. Um exemplo são os comércios (restaurante, peixaria). Questões específicas trabalhadas pelo CC: Árvores limítrofes – São árvores que dividemas áreas vizinhas Seção II Das Árvores Limítrofes Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. – Ambos tem que arcar com as despesas decorrentes desta árvore. Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. Passagem Forçada – não confundir com Servidão de passagem Passagem Forçada é quando alguém tiver o prédio encravado e sem acesso a logradouro público. Desta forma o vizinho tem o direito que haja uma passagem cedido ao vizinho, desde que haja um pagamento de indenização. Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. § 1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. § 2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. § 3o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra. Servidão de passagem – é direito real sobre coisa alheia. Mas está sujeito à inscrição, ou seja, tem que haver registro. É proveniente de acordo entre os proprietários, que pode ser revisto. Passagem de cabos e tubulações Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel. Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança. Passagem de águas – Art. 1288 ao 1296 Ás águas são consideradas como bens de domínio público e recurso natural de valor econômico. Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior. Lei de recursos hídicos 9433/97 – O CC visa tratar das águas entre vizinhos. Tem o objetivo de proteger o acesso às águas, bem como cuidar de que estas águas não sejam contaminadas. Direito de Tapagem Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. Direito de exigir do vizinho que tape o muro, conserte a cerca, etc... Visando à segurança, tanto patrimonial quanto à saúde, visto que se não houver uma divisória pode haver entrada de animais, descarte de lixo, etc. Colocação de Ofendículas Colocação de cerca elétrica, arame farpado, etc. Tem que haver aviso, senão haverá abuso de direito. Muro divisório – Caso algum dos vizinhos queira colocar ofendícula de qualquer espécie em muro divisório deverá ter acordo. Direito de Construir Estabelece limitações que garantam a privacidade, a saúde. Há varias limitações por parte de lei, prefeitura, zoneamento e estas são limitações Administrativas. As limitações constantes do Código são limitações CIVIS. PERDA DA PROPRIEDADE “Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; - A renúncia tem que ser expressa. Se para imóveis tem que haver em escritura pública, com registro e que se observe a boa fé. A renúncia deve ser interpretada de forma restritiva. III - por abandono; - o abandono é uma ação tácita. Há o silêncio e, na hipótese de imóvel a primeira hipótese é findo os atos de posse. Para os imóveis é possível que o Estado faça a sua arrecadação – quando um proprietário morre e não possui herdeiro a herança é considerada vaga. O mesmo ocorre com o abandono (mesmo que tenha herdeiros). IV - por perecimento da coisa; que pode se dar fisicamente como juridicamente. Vale tanto para bens móveis quanto para os imóveis. V - por desapropriação – dá-se por necessidade pública, utilidade pública ou interesse social. O interesse social inclui, dentre outras hipóteses, o não cumprimento da função social. DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS Direitos reais de uso e fruição Direitos reais de aquisição Para que se tenha o direito real tem que ter o registro. Implica nos direitos de usar e fruir: Superfície – é o direito real que possibilita a uma pessoa a construção de sua edificação ou plantação em imóvel alheio por tempo determinado. Nu proprietário – a pessoa que tem a Fica responsável por toda a onerosidade decorrente de sua transformação. Servidão – É ônus real, voluntariamente imposto a um prédio (serviente) em favor de outro (dominante), em virtude do qual o proprietário do primeiro perde o exercício de algum de seus direitos sobre o prédio, ou tolera que dele se utilize o proprietário do segundo, tornando este mais útil. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Usufruto Uso Habitação Usufruto é um direito real pessoal, impenhorável, para uso e desfrute dos frutos, como se fosse próprio, sem alterar a sua substância. Usufrutuário é o usuário do direito real. Ele pode fazer o uso dadquele bem como também ter direito aos frutos. É de caráter alimentar – ex: um idoso faz a doação, mas com cláusula de usufruto vitalício. Com isso cria condições de sua subsistência. Tem caráter alimentar, assistencial e, em algumas doutrinas, caráter ambulatorial. É um direito personalíssimo Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. O locador não é necessariamente o dono. Locador é aquele que tem o poder de locar. Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. O usufrutuário é chamado de nu proprietário. Todas as despesas ficam por conta do usufrutuário. O uso e a habitação são direitos reais assim como o usufruto e são direitos personalíssimos. Uso É o direito temporário, indivisível, intransmissível, personalíssimo, aplicável para bens móveis ou imóveis. Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto. São concedidas 2 prerrogativas do proprietário: Uso e fruição. O direito de uso é um direito menor, porém não é um pequeno direito. O poder público pode ceder o direito de uso a um privado, mas baseado nas regras do Estatuto da Cidade, pois quando se trata de bem público há um maior rigor da lei. Direito de Habitação É umdireito de uso limitado à habitação que permite ao titular residir gratuita e temporariamente em imóvel alheio. Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. DIREITO REAL DE AQUISIÇÃO Vem tratado no CC como Direito do Promitente Comprador – art. Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: ... III - forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Quando se vai adquirir um imóvel na planta assina-se um pré contrato. É contrato, mas não é definitivo. O objetivo do contrato preliminar é a celebração do contrato definitivo. Esse contrato pode ser feito por instrumento particular para posteriormente lavrar o registro. Este contrato gera compromisso se houver cláusula de irretratabilidade (não se admite arrependimento), de irrevogabilidade. Portanto, sendo irrevogáveis e irretratáveis, somados esses elementos ao registro de compromisso no cartório de registro de imóveis, junto à matricula do imóvel, então se constitui direito real sobre coisa alheia. Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. Adjudicação compulsória – se o promitente comprador realiza o pagamento e não é transferido a titularidade por escritura definitiva cabe esta ação. Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. A adjudicação é uma ação real, exigindo requisitos específicos, como a competência e etc. Caso não haja o cumprimento e não houver a vontade emitida ela pode ser suprimida excepcionalmente por decisão judicial. Súmula 239 STJ – Permite a ação de adjudicação compulsória mesmo sem o registro, não se limita ao registro do contrato de compra e venda no cartório de Imóveis. Há interpretação diversa: Os juízes divergem, bem como os doutrinadores: Venosa defende a validade da súmula 239. Para Senise é necessário o registro e a obrigação torna-se pessoal, gerando a obrigação de fazer. Para a prova: atentar o que diz o enunciado. 26/05/17 DIREITOS REAIS DE GARANTIA A garantia incide sobre um bem determinado. Se a garantia é um direito real deve atender a alguns princípios: Legalidade Especialização – estabelece que o bem que é objeto da garantia real deve ser individualizado. Ex: hipoteca que recaia sobre bem imóvel tem que ser especificado, discriminando- o para que seja exato e específico. Deve ter a dívida especificada também. Deve ter a relação obrigacional de forma clara e precisa. As espécies de direitos reais em garantia são Penhor, Hipoteca e Anticrese. Penhor Bens móveis Hipoteca Bens Imóveis PENHOR Ocorre o EMPENHO. A penhora é uma constrição do bem e o EMPENHO o bem fica como garantia para pagamento de uma dívida. HIPOTECA Utilizada como regra geral para imóveis SFH – Sistema Financeiro de Habitação Tem o objetivo de dar condições para as pessoas adquirirem imóvel. O governo dita as regras deste financiamento (utilização do FGTS, etc). Os recursos que mantém este programa provém da poupança. O contrato a garantia deste financiamento é através da hipoteca. Súmula 308 – STJ – A hipoteca entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. Quando a construtora realiza um empreendimento financiado ela hipoteca todo o empreendimento (terreno e também as unidades). O problema é que o adquirente geralmente também financia sua unidade, ao passo que haverá duas hipotecas ligadas a só um bem imóvel. Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida. SFI – Sistema de Financiamento Imobiliário – Lei 9514/97 Instituiu a Alienação Fiduciária – serve para bens móveis e imóveis. Lida com a propriedade resolúvel (art. 1359 CC). SFH SFI REGRAS governamentais Regras de mercado Recursos da Poupança Recursos livremente captados no mercado Maior margem de negociação Atende determinado perfil de consumidor É democrático, atende a quaisquer consumidor Comprometimento da renda em 30% do valor líquido Comprometimento da renda em 30% do valor líquido Garantia: Hipoteca Garantia: Alienação Fiduciária – neste caso a financiadora é que é a proprietária ANTICRESE Permite ao credor receber o pagamento da dívida em função dos frutos do bem do devedor. PROVA Direitos reais em garantia não cai (pode cair no exame) Concentrar em Direitos Reais da Propriedade – todo o conteúdo Informar PRECISAMENTE a nota da unificada 3 questões Haverá uma questão mais objetiva 1 ou 2 mais contextualizadas Responder “sim” ou “não” quando a questão assim pedir Pode responder fora de ordem Haverá concessão de 0,5 ponto para livrar de exame ou DP Disponibilizará as notas antes de lançá-las no sistema Segunda-feira – esclarecimento de dúvidas
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