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trabalho de psicologia organizacional (2)

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SANTOS, Ludmilla Cristine et al. Psicologia e profissão: neurose profissional e a atuação do psicólogo organizacional frente à questão. Psicol. cienc. prof. [online]. 2010, vol.30, n.2, pp.248-261. ISSN 1414-9893. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932010000200003.
Este artigo pretende fazer um levantamento bibliográfico sobre a neurose profissional, cujos sintomas são entendidos como a expressão simbólica de um conflito psíquico que se desenvolve a partir de uma situação organizacional ou profissional determinada. O diagnóstico é formado a partir das queixas mencionadas, da história de trabalho e da análise da situação de trabalho atual. Entende-se que condições estressantes de trabalho, associadas ao contexto social de desemprego e competitividade, contribuem para o aparecimento de doenças mentais como a neurose profissional. As formas de tratamento para essa doença, além da psicoterapia individual, envolvem a ação integrada de uma equipe multiprofissional capacitada para lidar com o sofrimento psíquico do trabalhador e com os aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho. Ressalta-se a carência de literatura sobre o tema estudado e a importância de se ampliar a discussão sobre os fatores de risco no trabalho, os determinantes psíquicos para o desenvolvimento da neurose profissional e o papel do psicólogo no contexto de prevenção e promoção da saúde mental.
FERDMAN, Bernardo M. et al. Experiêcia coletiva de inclusão, diversidade e desempenho em grupos de trabalho. RAM, Rev. Adm. Mackenzie (Online) [online]. 2010, vol.11, n.3, pp.6-26. ISSN 1678-6971. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-69712010000300003.
Este trabalho teórico se refere aos efeitos interativos presumidos da inclusão e diversidade do grupo de trabalho no seu desempenho. Com base na teoria e pesquisa anterior sobre inclusão no nível individual, propõe-se o construto experiência coletiva de inclusão, grau no qual membros de um grupo sentem-se valorizados, engajados e hábeis a se expressarem autenticamente dentro do grupo de trabalho tanto como indivíduos, como membros de múltiplos grupos sociais. Propõe-se que a experiência coletiva de inclusão seja positivamente associada a indicadores de desempenho do grupo, para que a relação seja moderada pela diversidade do grupo. Propõe-se que o aumento da diversidade aumenta os efeitos positivos da experiência coletiva de inclusão no desempenho. Por fim, propõe-se que a variação no grau em que os indivíduos experimentam inclusão no grupo, medido por meio de um índice de dispersão da experiência de inclusão, irá também moderar esse efeito, atenuando os resultados interativos positivos da experiência coletiva de inclusão e diversidade sobre o desempenho.
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CC	Maria Angélica Pinto da Silva Mai 23 em 3:35 PM
Haddad, Maria do Carmo Lourenço. Proposta de implantação de um Programa Interdisciplinar de Apoio ao Trabalhador de Enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, Dez 1998, vol.32, no.4, p.307-313. ISSN 0080-6234
 · resumo em português | inglês · texto em português
Revista da Escola de Enfermagem da USP
versão impressa ISSN 0080-6234
Resumo
HADDAD, Maria do Carmo Lourenço. Proposta de implantação de um Programa Interdisciplinar de Apoio ao Trabalhador de Enfermagem. Rev. esc. enferm. USP [online]. 1998, vol.32, n.4, pp.307-313. ISSN 0080-6234. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62341998000400004.
Este estudo tem por objetivos refletir sobre a psicodinâmica do trabalho da enfermagem hospitalar e propor a implantação de um Programa Interdisciplinar de Apoio ao Trabalhador de Enfermagem, com a finalidade de auxiliar esses profissionais na compreensão e resolução dos problemas sociais e administrativos enfrentados no desenvolvimento de seu trabalho.
Palavras-chave : Sofrimento no trabalho; Saúde mental; Psicologia organizacional; Interdisciplinaridade e administração em enfermagem.
Bastos, Antonio Virgílio Bittencourt et al. A imagem da psicologia organizacional e do trabalho entre estudantes de psicologia: o impacto de uma experiência acadêmica. Psicol. cienc. prof., 2005, vol.25, no.3, p.352-369. ISSN 1414-9893
Embora a Psicologia organizacional e do trabalho seja a segunda área de escolha de exercício profissional, os cursos de Psicologia, na sua maioria, ainda não a contemplam em toda a sua complexidade e dinâmica de transformação. Com isso, fortalecem-se esquemas cognitivos que representam esse campo de atuação profissional de forma limitada. O objetivo deste estudo foi o de caracterizar a imagem da Psicologia organizacional entre os estudantes de Psicologia e avaliar o impacto de uma experiência acadêmica sobre a mesma. A amostra consistiu de 150 alunos da única disciplina obrigatória do currículo relacionada à área, que responderam a um questionário aberto na primeira e na última semana do curso, no qual se pedia que escrevessem, espontaneamente, os conceitos e idéias que a área lhes evocava. Os resultados revelam alterações significativas na imagem, no início e no final do curso. Além de uma visão ampliada, os conteúdos evocados se tornaram mais positivos ao final do curso. Esses resultados apontam mudanças nos esquemas cognitivos dos estudantes, congruentes com as características e a filosofia que estruturavam a disciplina.
Brant, Luiz Carlos e Gomez, Carlos Minayo O sofrimento e seus destinos na gestão do trabalho. Ciênc. saúde coletiva, Dez 2005, vol.10, no.4, p.939-952. ISSN 1413-8123
No presente estudo, buscamos definir o sofrimento a partir da perspectiva freudiana e circunscrever os seus destinos, quando manifestado no trabalho. Foram realizadas entrevistas abertas com trabalhadores, gestores e profissionais da saúde de uma empresa pública de grande porte, do setor de serviços, em processo de reestruturação, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, bem como com familiares dos trabalhadores. Para a análise dos relatos, recorremos ao método hermenêutico-dialético. Constatamos a existência, na gestão do trabalho, de um processo de transformação do sofrimento em adoecimento. A somatização, psiquiatrização, medicalização, licença médica, internação hospitalar e a aposentadoria por invalidez figuraram como alguns dos destinos do sofrimento nesse processo. Partindo do pressuposto de que o sofrimento é uma reação do sujeito diante da diversidade da vida, transformá-lo em adoecimento parece constituir, portanto, uma estratégia de quebra da resistência na gestão do trabalho.
Silva, Patrícia Costa da e Merlo, Álvaro Roberto Crespo Prazer e sofrimento de psicólogos no trabalho em empresas privadas. Psicol. cienc. prof., Mar 2007, vol.27, no.1, p.132-147. ISSN 1414-9893
Este artigo visa a problematizar as vivências de psicólogos que trabalham em empresas privadas. Discutem-se suas práticas profissionais, experiências associadas ao prazer e ao sofrimento em seu cotidiano e concepções teóricas que embasam seu trabalho. Trata-se de um estudo qualitativo, no qual se utilizou, como procedimento, a realização de entrevistas semi-estruturadas com dez psicólogos assalariados de empresas privadas de Porto Alegre e Grande Porto Alegre. Teve-se, como referenciais teóricos principais, a psicodinâmica do trabalho, a abordagem da subjetividade e trabalho e, para a análise das entrevistas, foi utilizada a análise de conteúdo. Os resultados indicam que os profissionais têm como atividades prioritárias as ligadas à Psicologia organizacional. Não foram encontrados casos em que eles interviessem na visão institucional ou tivessem ações ligadas à saúde mental de trabalhadores. Suas falas sugerem serem psicólogos com estilo dinâmico de trabalho, revelam certo "apaixonamento" pelo mesmo, acreditam na sua atuação e apreciam suas atividades ligadas ao desenvolvimento de pessoas na organização. Sentem-se satisfeitos com o reconhecimento das pessoas e por ter espaço para atuar conforme acreditam. Suas fontes de sofrimento são a carga excessiva de trabalho, os possíveis conflitos entre os valores da empresa e os pessoais, os cerceamentos da organização,a falta de reconhecimento e sua percepção de que pertencem a uma categoria profissional desprovida de força.
R
SANTOS, Ludmilla Cristine et al. Psicologia e profissão: neurose profissional e a atuação do psicólogo organizacional frente à questão. Psicol. cienc. prof. [online]. 2010, vol.30, n.2, pp.248-261. ISSN 1414-9893. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932010000200003.
Este artigo pretende fazer um levantamento bibliográfico sobre a neurose profissional, cujos sintomas são entendidos como a expressão simbólica de um conflito psíquico que se desenvolve a partir de uma situação organizacional ou profissional determinada. O diagnóstico é formado a partir das queixas mencionadas, da história de trabalho e da análise da situação de trabalho atual. Entende-se que condições estressantes de trabalho, associadas ao contexto social de desemprego e competitividade, contribuem para o aparecimento de doenças mentais como a neurose profissional. As formas de tratamento para essa doença, além da psicoterapia individual, envolvem a ação integrada de uma equipe multiprofissional capacitada para lidar com o sofrimento psíquico do trabalhador e com os aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho. Ressalta-se a carência de literatura sobre o tema estudado e a importância de se ampliar a discussão sobre os fatores de risco no trabalho, os determinantes psíquicos para o desenvolvimento da neurose profissional e o papel do psicólogo no contexto de prevenção e promoção da saúde mental.
FERDMAN, Bernardo M. et al. Experiêcia coletiva de inclusão, diversidade e desempenho em grupos de trabalho. RAM, Rev. Adm. Mackenzie (Online) [online]. 2010, vol.11, n.3, pp.6-26. ISSN 1678-6971. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-69712010000300003.
Este trabalho teórico se refere aos efeitos interativos presumidos da inclusão e diversidade do grupo de trabalho no seu desempenho. Com base na teoria e pesquisa anterior sobre inclusão no nível individual, propõe-se o construto experiência coletiva de inclusão, grau no qual membros de um grupo sentem-se valorizados, engajados e hábeis a se expressarem autenticamente dentro do grupo de trabalho tanto como indivíduos, como membros de múltiplos grupos sociais. Propõe-se que a experiência coletiva de inclusão seja positivamente associada a indicadores de desempenho do grupo, para que a relação seja moderada pela diversidade do grupo. Propõe-se que o aumento da diversidade aumenta os efeitos positivos da experiência coletiva de inclusão no desempenho. Por fim, propõe-se que a variação no grau em que os indivíduos experimentam inclusão no grupo, medido por meio de um índice de dispersão da experiência de inclusão, irá também moderar esse efeito, atenuando os resultados interativos positivos da experiência coletiva de inclusão e diversidade sobre o desempenho.
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addad, Maria do Carmo Lourenço. Proposta de implantação de um Programa Interdisciplinar de Apoio ao Trabalhador de Enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, Dez 1998, vol.32, no.4, p.307-313. ISSN 0080-6234
 · resumo em português | inglês · texto em português
Revista da Escola de Enfermagem da USP
versão impressa ISSN 0080-6234
Resumo
HADDAD, Maria do Carmo Lourenço. Proposta de implantação de um Programa Interdisciplinar de Apoio ao Trabalhador de Enfermagem. Rev. esc. enferm. USP [online]. 1998, vol.32, n.4, pp.307-313. ISSN 0080-6234. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62341998000400004.
Este estudo tem por objetivos refletir sobre a psicodinâmica do trabalho da enfermagem hospitalar e propor a implantação de um Programa Interdisciplinar de Apoio ao Trabalhador de Enfermagem, com a finalidade de auxiliar esses profissionais na compreensão e resolução dos problemas sociais e administrativos enfrentados no desenvolvimento de seu trabalho.
Palavras-chave : Sofrimento no trabalho; Saúde mental; Psicologia organizacional; Interdisciplinaridade e administração em enfermagem.
Bastos, Antonio Virgílio Bittencourt et al. A imagem da psicologia organizacional e do trabalho entre estudantes de psicologia: o impacto de uma experiência acadêmica. Psicol. cienc. prof., 2005, vol.25, no.3, p.352-369. ISSN 1414-9893
Embora a Psicologia organizacional e do trabalho seja a segunda área de escolha de exercício profissional, os cursos de Psicologia, na sua maioria, ainda não a contemplam em toda a sua complexidade e dinâmica de transformação. Com isso, fortalecem-se esquemas cognitivos que representam esse campo de atuação profissional de forma limitada. O objetivo deste estudo foi o de caracterizar a imagem da Psicologia organizacional entre os estudantes de Psicologia e avaliar o impacto de uma experiência acadêmica sobre a mesma. A amostra consistiu de 150 alunos da única disciplina obrigatória do currículo relacionada à área, que responderam a um questionário aberto na primeira e na última semana do curso, no qual se pedia que escrevessem, espontaneamente, os conceitos e idéias que a área lhes evocava. Os resultados revelam alterações significativas na imagem, no início e no final do curso. Além de uma visão ampliada, os conteúdos evocados se tornaram mais positivos ao final do curso. Esses resultados apontam mudanças nos esquemas cognitivos dos estudantes, congruentes com as características e a filosofia que estruturavam a disciplina.
Brant, Luiz Carlos e Gomez, Carlos Minayo O sofrimento e seus destinos na gestão do trabalho. Ciênc. saúde coletiva, Dez 2005, vol.10, no.4, p.939-952. ISSN 1413-8123
No presente estudo, buscamos definir o sofrimento a partir da perspectiva freudiana e circunscrever os seus destinos, quando manifestado no trabalho. Foram realizadas entrevistas abertas com trabalhadores, gestores e profissionais da saúde de uma empresa pública de grande porte, do setor de serviços, em processo de reestruturação, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, bem como com familiares dos trabalhadores. Para a análise dos relatos, recorremos ao método hermenêutico-dialético. Constatamos a existência, na gestão do trabalho, de um processo de transformação do sofrimento em adoecimento. A somatização, psiquiatrização, medicalização, licença médica, internação hospitalar e a aposentadoria por invalidez figuraram como alguns dos destinos do sofrimento nesse processo. Partindo do pressuposto de que o sofrimento é uma reação do sujeito diante da diversidade da vida, transformá-lo em adoecimento parece constituir, portanto, uma estratégia de quebra da resistência na gestão do trabalho.
Silva, Patrícia Costa da e Merlo, Álvaro Roberto Crespo Prazer e sofrimento de psicólogos no trabalho em empresas privadas. Psicol. cienc. prof., Mar 2007, vol.27, no.1, p.132-147. ISSN 1414-9893
Este artigo visa a problematizar as vivências de psicólogos que trabalham em empresas privadas. Discutem-se suas práticas profissionais, experiências associadas ao prazer e ao sofrimento em seu cotidiano e concepções teóricas que embasam seu trabalho. Trata-se de um estudo qualitativo, no qual se utilizou, como procedimento, a realização de entrevistas semi-estruturadas com dez psicólogos assalariados de empresas privadas de Porto Alegre e Grande Porto Alegre. Teve-se, como referenciais teóricos principais, a psicodinâmica do trabalho, a abordagem da subjetividade e trabalho e, para a análise das entrevistas, foi utilizada a análise de conteúdo. Os resultados indicam que os profissionais têm como atividades prioritárias as ligadas à Psicologia organizacional. Não foram encontrados casos em que eles interviessem na visão institucional ou tivessem ações ligadas à saúde mental de trabalhadores. Suas falas sugerem serem psicólogos com estilo dinâmico de trabalho, revelam certo "apaixonamento" pelo mesmo, acreditam na sua atuação e apreciam suas atividades ligadas ao desenvolvimento de pessoas na organização. Sentem-se satisfeitos com o reconhecimento das pessoas e por ter espaço para atuar conforme acreditam. Suas fontes de sofrimento são a carga excessiva de trabalho,os possíveis conflitos entre os valores da empresa e os pessoais, os cerceamentos da organização, a falta de reconhecimento e sua percepção de que pertencem a uma categoria profissional desprovida de força.
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Psicologia & Sociedade; 20 (2): 155-164, 2008 165 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO NO BRASIL: DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO CONTEMPORÂNEO Aline Maria Tonetto Mayte Raya Amazarray Sílvia Helena Koller William Barbosa Gomes Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
Desde 1990, profissionais dedicados à pesquisa e à formação em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), reúnem-se, a cada dois anos, por ocasião dos Simpósios da Associação Nacional de Pesquisa e PósGraduação em Psicologia (ANPPEP) para tratar de temas específicos da área (Borges-Andrade, 2002). Dentre outros fatores, o grupo visa a trocar experiências e articular-se, a fim de obter maior visibilidade diante da comunidade científica (Bastos, 2003). Apesar de ser um grupo recente, relativamente jovem (tempo médio de conclusão do doutorado de 11 anos) e bastante restrito [cerca de 7,2% do total de bolsistas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área de psicologia], o mesmo tem obtido êxitos na consolidação da área como uma disciplina científica (Zanelli & Bastos, 2004). Como principais marcos desse movimento, têm-se a criação da Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho e da Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, ambas em 2001 (Bastos, 2003). O termo Psicologia Organizacional e do Trabalho, empregado desde a década de 90, tem por objetivo contemplar a atual diversidade da área, de modo a propor a existência de dois grandes eixos de fenômenos que envolvem aspectos psicossociais: as organizações, enquanto ferramenta social formadora de coletivos humanos e o trabalho, enquanto atividade básica do ser humano reprodutora de sua própria existência e da sociedade (Bastos, 2003). Psicologia & Sociedade; 20 (2): 165-173, 2008 Tonetto, A. M.; Amazarray, M. R.; Koller, S. H. e Gomes, W. B. “Psicologia Organizacional e do Trabalho no Brasil: desenvolvimento ...” 166 Neste sentido, os fenômenos organizacionais são considerados como processos psicossociais, que estruturam a vida dos indivíduos e o funcionamento das sociedades (Zanelli & Bastos, 2004). De modo semelhante, o trabalho é concebido enquanto elemento transformador não apenas da matéria, mas também da vida psíquica, social, cultural, política e econômica (Malvezzi, 2004). Um dos principais desafios na área de POT é compreender como interagem os múltiplos aspectos que integram a vida das pessoas, grupos e organizações em um mundo em constante transformação, de modo a propor formas de promover, preservar e restabelecer a qualidade de vida e o bem-estar (Zanelli & Bastos, 2004). Dentre outros aspectos, é preciso evitar que as pessoas tenham que se adaptar a condições que ultrapassem seus próprios limites, como aprender habilidades em prazos mais curtos do que o necessário ou mesmo alterar aspectos de sua identidade (Malvezzi, 2004). Para tanto, faz-se necessária estreita interface com outras áreas do conhecimento, tais como sociologia, antropologia, ciências políticas, educa- ção, economia e administração (Bastos, 2003). Dado o papel central da investigação científica diante dos desafios que a área enfrenta, o propósito deste estudo consiste em levantar informações sobre a produ- ção científica contemporânea em POT, publicada especificamente em veículos nacionais da psicologia. Nesse sentido o presente estudo propõe-se a identificar: o volume de publicações da área de POT veiculado nos principais periódicos de psicologia; as temáticas priorizadas pelas pesquisas nessa área; se a produção de conhecimento tem contemplado ambos os eixos que constituem a área (organizações e trabalho); se há diversidade metodológica que propicie o desenvolvimento da área; se são basicamente psicólogos que têm publicado sobre POT nos periódicos de psicologia; se a literatura consultada é atual e acompanha o desenvolvimento da área no âmbito internacional; e se a produção contemporânea prioriza a abordagem multidisciplinar conforme a área exige. Estudos sobre Produção Científica em POT A partir da revisão da literatura nacional, foram encontrados três estudos dedicados ao exame da produ- ção científica relacionada à área de POT. O primeiro deles foi realizado por Bastos, França, Pinho e Pereira (1997). Os autores examinaram a produção científica sobre comportamento organizacional divulgada em periódicos de administração, de psicologia e de anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD) entre os anos de 1985 e 1995. Foram encontrados 200 artigos. A área de maior contribuição foi a administração e, em segundo lugar, a psicologia, com 17% de autoria dos trabalhos. Os temas mais pesquisados foram: cultura organizacional (14%) e impacto de novas tecnologias (14%), seguidos de processos decisórios, comportamento gerencial, poder e conflito, comprometimento no trabalho e clima organizacional. Com base nesses resultados, os pesquisadores afirmam que houve mudanças nos temas pesquisados entre os anos 80 e 90. Nos anos 80 pesquisava-se sobre clima, motivação, satisfação e produtividade. Na década 90 cresceu o interesse por temas que exploravam os impactos tecnológicos, e o comprometimento e saúde no trabalho. O segundo estudo foi desenvolvido por BorgesAndrade, Oliveira-Souza, Pilati, Nonato, Silvino e Gama (1997) e também se restringiu à análise do comportamento organizacional. Este estudo, porém, voltou-se à análise de teses e dissertações de psicologia e administra- ção, defendidas entre 1980 e 1995, disponíveis no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No total, foram analisados 186 resumos, dentre os quais 55 eram de psicologia. Foi verificada predominância de investigações sobre saúde do trabalhador (22 trabalhos), o que reafirma o crescente interesse por esta temática, tal como identificado pelo estudo de Bastos et al. (1997). Os outros estudos versavam sobre percepção/comunicação (8), comprometimento (7), desempenho (7), comportamento gerencial (6) e organiza- ção do trabalho (5). Por último, Tonelli, Caldas, Lacombe e Tinoco (2003) analisaram a produção científica divulgada nos principais periódicos de administração e anais do EnANPAD entre 1991 e 2000. Nessa publicação, não foi identificada a área de formação e inserção dos autores. Os resultados revelaram expressivo crescimento da produção científica na área de recursos humanos nos últimos anos. No que se refere às temáticas, houve redução de trabalhos sobre funções de RH (avaliação de desempenho, recrutamento e seleção, cargos e salários) e crescimento de estudos que analisam políticas de RH (qualidade de vida no trabalho, qualificação, gestão de competências, programas de qualidade, gestão participativa, dentre outros). Aumentaram estudos sobre comportamento organizacional (comprometimento, estresse, aprendizagem, gênero, saúde), os quais se tornaram dominantes a partir de 1998. Os autores atribuíram tal fato à redescoberta dessa área por parte dos psicólogos como um veículo fértil e receptivo para a apresentação e publicação de suas pesquisas (Tonelli et al., 2003). Tendo em vista que a maioria dos estudos utilizava uma metodologia que buscava apenas ilustrar teorias consolidadas, os autores concluíram que ainda há muita reprodução do que é publicado fora do país. Os estudos de Bastos et al. (1997), Borges-Andrade et al. (1997) e Tonelli et al. (2003) ofereceram informa- ções relevantes, mas não trouxeram uma visão geral da produção científica em POT. A revisão de Bastos et al. limitou-se a um único periódico de psicologia e a de Psicologia & Sociedade; 20 (2):165-173, 2008 167 Borges-Andrade et al. considerou apenas dissertações e teses. Ambos os estudos foram realizados na década de 1990, indo até o ano de 1995.O levantamento de Tonelli et al. foi mais recente, porém restrito à produção divulgada em periódicos de administração. Assim sendo, o objetivo do presente estudo é realizar um levantamento amplo e detalhado da produção científica nacional contemporâ- nea na área de POT publicada nos principais periódicos de psicologia nos últimos anos. Método Os dados do presente estudo constituíram-se dos artigos publicados no período de 2001 a 2005, nos peri- ódicos de Psicologia, disponíveis no Portal SciELO (http:/ /www.scielo.br), em agosto de 2006. Desse modo, os veículos de divulgação analisados foram: Estudos de Psicologia, Psicologia e Sociedade, Psicologia em Estudo, Psicologia: Reflexão e Crítica, Psicologia: Teoria e Pesquisa e Psicologia USP. Apesar de não estar disponível no referido portal, também foi analisada a Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, por constituir-se em uma publicação específica da área no Brasil. A inclusão das publicações na área de POT foi definida a partir da análise dos títulos, resumos e palavraschave dos artigos publicados nos referidos periódicos. Nos casos em que isso não foi suficiente para definir o enquadre das publicações, realizou-se a leitura do texto na íntegra. A classificação das publicações foi realizada a partir de uma compreensão bastante ampla da área de POT, sendo considerado como de seu escopo contribui- ções teórico-metodológicas e resultados de pesquisas que envolvessem, de alguma forma, o trabalho e/ou as organizações. Foram excluídos da análise resenhas e relatos de experiência. Os artigos foram analisados por meio de um formulário elaborado com a finalidade de reunir informa- ções sobre: temática; perfil metodológico, origem das referências bibliográficas e áreas de formação e atuação do primeiro autor. A leitura e o preenchimento dos formulários foram divididos entre dois juízes e, posteriormente, revistos por ambos simultaneamente. No que diz respeito à temática, os critérios de classificação foram estabelecidos a partir das áreas de abrangência do II Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (http://www.sbpot.org.br/ iicbpot), realizado pela Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho em julho de 2006. Neste evento, as áreas temáticas encontravam-se divididas em três blocos: 1. Formação e políticas (formação em POT; política, produção e divulgação de conhecimento; políticas públicas de trabalho e emprego). 2. Organizações (avaliação e medidas; comportamento do consumidor; comportamento organizacional; diversidade nas organizações e responsabilidade social; gestão de pessoas). 3. Trabalho (ergonomia; qualidade de vida; trabalho e saúde; trabalho, família e outras esferas da vida; trabalho, identidade e subjetivação; trabalho, violência e exclusão). As áreas de abrangência do referido congresso foram tomadas apenas como base, tendo sido necessárias algumas adaptações para contemplar os conteúdos analisados. Desse modo, foram criadas nove categorias temáticas: 1. Comportamento organizacional (dinâmica da organização; relações interpessoais; atitudes no trabalho). 2. Avaliação e medidas (construção e valida- ção de instrumentos). 3. Gestão de pessoas (recrutamento e sele- ção; treinamento e desenvolvimento; aconselhamento de carreira; orientação profissional). 4. Trabalho, identidade e subjetivação (trabalho como formador do psiquismo). 5. Trabalho e saúde (bem-estar; adoecimento e sofrimento psíquico associados ao trabalho). 6. Trabalho infanto-juvenil (atividade de crianças e adolescentes). 7. Trabalho e gênero (relações de gênero; exercício da dupla ou tripla jornada das mulheres). 8. Trabalho, violência e responsabilidade social (processos de exclusão; desemprego; igualdade no trabalho; meio ambiente). 9. Formação e atuação profissional (forma- ção universitária e práticas de categorias profissionais). Quanto à variável perfil metodológico, procedeu-se a classificação dos artigos em teóricos ou teórico-empíricos. Verificou-se, ainda, a abordagem utilizada, se qualitativa, quantitativa ou ambas, a partir do exame de participantes, instrumentos de coletas de dados e estratégias de análises empregadas. Por último, em uma amostra randômica de 25% das publicações em POT de cada periódico, realizouse uma análise da origem das referências bibliográficas e das áreas de formação e atuação do primeiro autor, por considerá-lo diretamente implicado na produção do artigo. Em relação às referências, verificou-se o número total e a porcentagem de literatura em português e inglês. Também foram analisadas as fontes consultadas, uso de livros e de artigos, assim como o ano de publicação, ou seja, referente aos últimos dez anos ou anterior a este período. Além disso, foi verificado em todos os artigos quais as principais áreas de conhecimento consultadas, a partir das obras listadas nas referências. Por último, foram examinadas as áreas de formação e atuação do primeiro autor por meio de consulta ao Currículo Lattes.
Referências
Athayde, M. (1999). Psicologia e trabalho: Que relações? In A. M.
Jacó-Vilela & D. Mancebo (Eds.), Psicologia social: Abordagens
sócio-históricas e desafios contemporâneos (pp. 195-219). Rio
de Janeiro, RJ: Editora da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro.
Bastos, A. V. B. (1997). Mudanças tecnológicas, cultura e indivíduo
nas organizações: O desafio de construir sistemas de trabalho de
alto desempenho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 13(3), 317-327.
Bastos, A. V. B. (2003). Psicologia organizacional e do trabalho: Que
respostas estamos dando aos desafios contemporâneos da sociedade
brasileira? In O. H. Yamamoto & V. V. Gouveia (Eds.),
Construindo a psicologia brasileira: Desafios da ciência e da
prática psicológica (pp. 139-166). São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.
Bastos, A. V. B., França, A., Pinho, A. P. M., & Pereira, L. (1997).
Pesquisa em comportamento organizacional no Brasil: O que foi
divulgado nos nossos periódicos científicos? [Resumo]. In Sociedade
Interamericana de Psicologia (Ed.), Anais, XXVI Congresso
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Aline Maria Tonetto é graduada em Psicologia pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mestre
em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e doutoranda
em Psicologia pela mesma universidade. Endereço para
correspondência: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-
Graduação em Psicologia, Av. Ramiro Barcelos, 2600,
sala 113, Santana, Porto Alegre, RS, 90035-003. Tel.: (51)
3308 5115.
alinemtonetto@gmail.com
Mayte Raya Amazarray possui graduação em
Psicologia pela UFRGS, mestrado em Psicologia Social e
Institucional pela mesma universidade e especialização
em Gestão de Serviços Sociais pela Universidad
Complutense de Madrid. Atualmente, é doutoranda em
Psicologia na UFRGS. Endereço para correspondência:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de
Psicologia, Av. Ramiro Barcelos, 2600, sala 104, Santana,
Porto Alegre, RS, 90035-003. Tel.: (51) 9233 9808.
maytepsi@gmail.com
Sílvia Helena Koller é psicóloga, professora da UFRGS
e coordenadora do Centro de Estudos Psicológicos
sobre Meninos e Meninas de Rua (CEP-RUA) desta
Segunda parte
Psicologia: Teoria e Pesquisa Mai-Ago 2004, Vol. 20 n. 2, pp. 201-202 1 Endereço: SQN 210 Bloco H ap. 109, Brasília, DF, Brasil 70862-080. E-mail: jaques@unb.br Resenha: Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil Jaques-Jesus1 Universidade de Brasília Book Review: Psychology, Organizations and Work in Brazil Conceito e Perspectivas de Estudo das Organizações, de Bastos e cols., separa as definições de organizações do senso comum das do campo científico, explorando a importância do conceito nas visões propostas: cognitivista, culturalista, institucionalista e neo-institucionalista (abordagens francesa e anglo-saxônica). As principais dimensões do conceito de organização são sintetizadas. Neste capítulo, os autores realizam uma elaborada síntese do que são as organiza- ções como produtos do trabalho humano, o que deve ser levado em conta como um importante suporte teórico para a formulação de estratégias para as organizações contemporâneas, caracterizadas pela progressiva complexidade de sua dinâmica. Com Aprendizagem Humana em Organizações de Trabalho, Abbad e Borges-Andrade definem aprendizagem e competências, aprofundando-se, a partir das teorias de aprendizagem, no detalhamento dos sistemas de classificação e hierarquização de resultados de aprendizagem, abordando, ainda, os domínios de aprendizagem de Bloom (cognitivo, afetivo e psicomotor) e as categorias de capacidades humanas treináveis de Gagné (habilidades intelectuais, informação verbal, estratégias cognitivas, habilidades motoras e atitudes). O capítulo reproduz, na sua própria estrutura, o tema que aborda, voltando-se para a modificação do comportamento do leitor e assinalando a importância da compreensão do fenômeno da aprendizagem para as organizações e as condições para a sua efetividade. Em Saúde Mental e Trabalho, Codo e cols. apontam a indispensabilidade da Psicologia na explicação e interven- ção sobre os fatores de saúde do trabalhador “invisíveis” à fisiologia e à bioquímica médicas. Esses fatores são ressaltados pelas particularidades dos casos, que se desdobram no contexto das teorias de estresse, psicodinâmica do trabalho e abordagem epidemiológica e/ou diagnóstica. Socialização Organizacional, de Borges-Andrade e Albuquerque, disserta acerca do processo organizacional de aprendizagem da cultura, dos valores, dos objetivos, das estratégias de contato interpessoal – processo entendido de modo sistêmico. Tem-se a compreensão de que os resultados da socialização organizacional são paulatinamente construí- dos na co-responsabilidade entre os agentes envolvidos. Poder nas Organizações, de Paz e cols., aborda o fenômeno do poder organizacional a partir das percepções preponderantes, das dimensões positivas e negativas de poder e dos marcos teóricos, enfocando os componentes das teorias contemporâneas (poder organizacional, poder grupal, poder individual, jogos políticos) e compreendendo o poder como componente da cultura organizacional. Como bem atestam os autores, o fenômeno do poder, por ser multifacetado, apresenta ambigüidades e contradições O livro Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil (Zanelli, Borges-Andrade & Bastos, 2004) é o produto da colaboração entre a experiência e o conhecimento de vários autores que pesquisam as organizações e o trabalho, nacional e internacionalmente. Desde a sua publicação, revela-se como um handbook essencial para a compreensão da história, do contexto, dos temas atuais e perspectivas da Psicologia Organizacional e do Trabalho em território nacional. É importante ressaltar que as pesquisas acerca da categoria trabalho são fundamentais para o conhecimento e a transformação da realidade brasileira, na qual demandas sociais requerem a produção de conhecimentos científicos aplicáveis às organizações. Nesse sentido, a contribuição de profissionais com práticas e saberes nativos, que respondam às peculiaridades brasileiras, pode ser entendida como um compromisso ético. Vale lembrar que a Psicologia Transcultural critica a Psicologia Organizacional e do Trabalho em razão da sua tendência a assumir o viés ocidental do corpus teórico e da metodologia das metrópoles econômicas (Bhagat, Kedia, Harveston & Triandis, 2002; Schaubroeck & Lam, 2002; Torres & Ferdman, no prelo; Van der Vijver & Leung, 2000), em especial estadunidenses, o que prejudica a fidedignidade das pesquisas, além de menosprezar a consistente base empírico-conceitual nacional caracterizada, como indicam Faria e Alencar (1996), por elevado grau de criatividade, apesar da exigüidade de recursos tecnológicos avançados e de suporte estrutural. Foi meta dos autores de Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil reunir profissionais acadêmicos em torno do objetivo comum de viabilizar ações significativas, relevantes e auto-realizadoras. Desse modo, os capítulos foram articulados segundo temas cruciais relativos ao trabalho nas organizações. Uma breve descrição de alguns deles pretende demonstrar a importância do conjunto, constituindo-se em um incentivo à leitura e ao estudo da obra completa. Em O Mundo do Trabalho, Borges e Yamamoto delineiam uma mito-história do trabalho, entendido pelos antigos romanos como tripalium, trabicula - um tipo de tortura - passando por Marx, que concebeu o valor intrínseco da intencionalidade no produto do trabalho humano. O modelo tayloristafordista é criticado em função de seu esgotamento frente aos novos paradigmas laborais. Este capítulo configura-se como uma instigante introdução ao livro; ao movimentar-se habilmente através de referências literárias, históricas e filosóficas, analisando as dimensões do trabalho com profundo conhecimento e reflexão. 202 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Mai-Ago 2004, Vol. 20 n. 2, pp. 201-202 Jaques-Jesus que problematizam sua definição e investigação e acabam por estimular a produção de várias teorias que constroem um panorama da questão. Diversidade Cultural no Contexto Organizacional, de Torres e Pérez-Nebra, propicia a discussão sistematizada do tema da diversidade cultural. Um modelo de compreensão e uma proposta de avaliação da diversidade organizacional sãoapresentados e analisados à luz de teorias transculturais de contato intergrupal. São igualmente exploradas as perspectivas do gerenciamento e das pesquisas em diversidade no Brasil. Uma das maiores contribuições do capítulo se deve a um fator externo, mas não alheio ao livro: a psicologia brasileira tem um potencial extraordinário, ainda não reconhecido, de produção de conhecimentos e técnicas sobre a diversidade cultural, porque se estabelece no bojo dos cinco séculos do melting pot brasileiro, cuja diversidade tem sido tão mal administrada ao longo de gerações de cidadãos condenados a estereótipos, discriminações e opressões. No Brasil, gerenciar adequadamente a diversidade cultural, mais do que uma questão de justiça, de aprendizagem ou de lucro, é uma questão de sobrevivência. Inserção Profissional do Psicólogo em Organizações e no Trabalho, de Zanelli e Bastos contribui para o conhecimento dos focos de trabalho dos psicólogos organizacionais, na perspectiva histórica da construção de campos e sub-campos de atuação relevantes. O capítulo apresenta uma conclusão apropriada para se ter um enfoque contextualizado não apenas das demandas apresentadas ao psicólogo organizacional, mas igualmente do aproveitamento de suas práticas, que têm sido modificadas com o tempo, através da incorporação de novas intervenções e ampliação dos objetivos de determinados trabalhos. Borges-Andrade e Zanelli, em Psicologia e Produção de Conhecimento em Organizações e Trabalho, identificam a conjuntura teórico-prática referente à produção científica de psicólogos. Tópicos de pesquisa são descritos e analisados por região geográfica e universidade. Descrevem-se, igualmente, os periódicos científicos brasileiros que publicam artigos em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Ao concluir o livro, os autores esboçam o futuro da ciência psicológica na conjuntura organizacional, evidenciando a importância da difusão dos conhecimentos gerados pelos resultados da pesquisa em Psicologia para a formação de profissionais capazes de desenvolver medidas e estratégias apropriadas para a solução dos problemas que surgem continuamente nas organizações de trabalho. Em suma, ao buscar relevância social para o contexto brasileiro, a obra alcança uma adequação maior, em relação à conjuntura latino-americana, do que outras produções redigidas e voltadas para as nações em pleno desenvolvimento econômico. O surgimento desta coletânea vem suprir a carência de divulgação do conhecimento acumulado durante décadas pela Psicologia Organizacional no Brasil, que, ao reverberar na formação de futuros profissionais, promoverá avanços na práxis organizacional e contribuirá para uma sociedade mais justa.
 Referências Bhaghat, R. S., Kedia, B. L., Harveston, P. D. & Triandis, H. C. (2002). Cultural variations in the cross-border transfer of organizational knowledge: An integrative framework. The Academy of Management Review, 27(2), 204-221. Faria, M. F. B. & Alencar, E. M. L. S. (1996). Estímulos e barreiras à criatividade no ambiente de trabalho. Revista de Administração, 31(2), 50-61. Schaubroeck, J. & Lam, S. S. (2002). How similarity to peers and supervisors influences organizational advancement in different cultures. The Academy of Management Journal, 45(6), 1120-1136. Torres, C. V. & Ferdman, B. M. (no prelo). American and Brazilian leadership style preferences: A research-based comparison in San Diego and Rio de Janeiro. Journal of Cross-Cultural Psychology. Van der Vijver, F. J. R. & Leung, K. (2000). Methodological issues in psychology research on culture. Journal of Cross-Cultural Psychology, 31, 33-51. Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E. & Bastos, A. V. B. (2004). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed. Recebido em 28.05.2004 Primeira decisão editorial em 23.06.2004 Versão final em 01.07.2004 Aceito em 09.07.2004

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