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Como Cobrar por Projetos de Interiores

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Como cobrar por 
projetos de interiores? 
 
 
 
 
Roberta Vendramini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.construir.arq.br 
São Paulo, agosto de 2015. 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
©Copyright 2015 • Cursos Construir • www.construir.arq.br 
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Sumário 
 
 
Agradecimentos ................................................................................. 03 
Sobre a autora ................................................................................... 04 
Prefácio ............................................................................................. 05 
 
Introdução ......................................................................................... 06 
 
1. O que dizem os profissionais? ........................................................... 08 
 
2. A tabela de honorários da ABD – Associação Brasileira de Designers de 
Interiores (2009) ................................................................................ 11 
 
3. A tabela de honorários da AEAO – Associação dos Engenheiros e 
Arquitetos de Osasco (2012) ................................................................ 18 
 
4. A tabela do Guia de Orientação Profissional da AAI – Associação dos 
Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul (2011) ............................. 20 
 
5. A polêmica RT – Reserva Técnica ...................................................... 24 
 
6. Projetos de interiores on-line ............................................................ 33 
 
Considerações finais ........................................................................... 37 
 
Referências consultadas ...................................................................... 38 
 
 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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3 
 
 Agradecimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, por tudo que tem me proporcionado!! 
À minha mãe, pelo sacrifício que permitiu minha formação como arquiteta. 
Ao meu marido, Eduardo Vendramini, pelo amor e apoio incondicional. 
À toda equipe Construir, funcionários, estagiários e parceiros. 
 
e 
 
Aos meus queridos alunos, presenciais e virtuais!! Sem vocês, meu trabalho 
não teria sentido!! Obrigada, obrigada e obrigada!! 
 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
©Copyright 2015 • Cursos Construir • www.construir.arq.br 
4 
 
Sobre a autora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A professora e arquiteta Roberta Vendramini está hoje à 
frente da empresa Cursos Construir. Com sólida experiência 
em coordenação e compatibilização de projetos, trabalhou 
no renomado escritório de arquitetura Olegário de Sá, em 
São Paulo. Durante anos, atuou também como docente de 
AutoCAD, Desenho Arquitetônico, Legislação para Obras, 
Projeto e outras disciplinas, em faculdades de Arquitetura e 
também Construção de Edifícios. Atualmente, direciona todo 
seu tempo e know-how para treinamentos em DVD, 
videoaulas gratuitas, blogs e páginas no Facebook para 
cadistas, projetistas e alunos de arquitetura, engenharia e 
design. Seu primeiro blog, o AutoCAD para Construção de 
Edifícios, já recebeu mais de 6 milhões de visitas e seu 
canal no Youtube é um dos maiores da área, com mais de 
34 mil seguidores e 5 milhões de visualizações de vídeos. 
 
 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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Prefácio 
 
Os designers de interiores ou arquitetos de interiores são profissionais que fazem o projeto 
dos ambientes de uma residência, loja, escritórios, etc. Seu trabalho pode englobar desde a 
definição de acabamentos com a escolha de pinturas e materiais até modelos e localização 
dos móveis e pontos de iluminação. 
 
Muitos profissionais, no entanto, têm dúvidas de como cobrar por seus serviços enquanto 
muitos clientes tentam entender como os profissionais chegam até aquele valor. 
 
Para auxiliar a fixação dos valores, bem como o entendimento por parte dos clientes, há 
tabelas disponibilizadas pela ABD – Associação Brasileira de Designers de Interiores, que é 
a principal referência na área, embora a nova tabela de honorários do CAU – Conselho de 
Arquitetura e Urbanismo também inclua projetos de interiores. 
 
Há profissionais que praticam preços abaixo ou acima destas tabelas, influenciados pelos 
valores cobrados em sua região, seu prestígio no mercado, os custos fixos de seu escritório 
e equipe, o tipo de projeto, o poder aquisitivo do cliente. Neste e-book, compilei um material 
de ótima qualidade para auxiliar você que trabalha com design de interiores. 
 
Atualmente é grande a discussão em torno dos serviços que podem ser executados pelos 
arquitetos, designers de interiores e engenheiros, uma vez que a Resolução nº 51 do CAU-
BR define como atribuições privativas de arquitetos e urbanistas a arquitetura de interiores, 
projeto de arquitetura e reformas. Essa discussão está longe de acabar e somente será 
resolvida com a regulamentação da profissão de designer de interiores e um acordo entre o 
CREA e o CAU sobre as atribuições comuns dos arquitetos e engenheiros. 
 
Aqui neste e-book não entrarei no mérito dessas discussões; não foi considerei a parte legal 
envolvida nas atividades dos designers de interiores, apenas tenho a intenção de auxiliar na 
fixação dos honorários e na relação do profissional com o cliente. 
 
Abraços, 
 
 rta 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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6 
 
Introdução 
 
A série “Como cobrar?” é composta por 4 e-books: 
 
E-book 1: Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica? (lançado em 
junho/2015). 
E-book 2: Como cobrar por projetos de interiores? (este que você está lendo). 
E-book 3: Como cobrar por projetos de arquitetura? (será lançado em setembro/2015). 
E-book 4: Como cobrar por projetos de engenharia? (será lançado em outubro/2015). 
 
Criei este e-book com o objetivo de ajudar quem está iniciando na área e também para servir 
de parâmetro para aqueles que têm dúvidas ou sentem insegurança no momento de 
apresentar orçamentos de projetos de interiores. 
 
No Capítulo 1, demonstrarei os depoimentos dos profissionais que já estão há algum tempo 
no mercado (alguns de renome nacional), suas experiências e conselhos para os iniciantes. 
 
No Capítulo 2, explanarei a tabela de honorários da ABD – Associação Brasileira de 
Designers de Interiores, situando a experiências mencionadas no capítulo anterior dentro do 
que dispõe tal órgão. 
 
Prosseguindo com a análise de tabelas, no Capítulo 3, apresentarei a tabela de honorários 
da AEAO – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco, trazendo um exemplo 
prático de cálculo para a elaboração de um projeto de interiores de uma residência. 
 
No Capítulo 4, fecharei o tema das tabelas, analisando as determinações do Guia de 
Orientação Profissional da AAI – Associação dos Arquitetos de Interiores do Rio Grande do 
Sul (tabela de 2011). 
 
Nesse capítulo também compartilharei o método que considero mais coerente para a 
precificação de projetos de interiores, que é como faz, na prática, a designer carioca 
Eliana Todeschini, que possui um blog no qual dá dicas preciosas para quem está 
começando na área. 
 
No Capítulo 5, tratarei das polêmicas emtorno da famosa Reserva Técnica (RT), 
analisando o que dizem o CAU e a ABD, bem como as opiniões de profissionais das áreas 
de arquitetura e design de interiores. 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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Por fim, o Capítulo 6 traz novidades sobre projetos no campo on-line e as vantagens de se 
aventurar nesse universo, com indicações de sites que promovem profissionais iniciantes e 
também com dicas para quem deseja divulgar seu trabalho na Internet. 
 
Espero que este e-book possa servir de referência ou colaborar de alguma forma toda que 
você, querido aluno e/ou leitor, precisar fazer um orçamento de projetos de interiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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1. O que dizem os profissionais? 
 
Não existe um consenso de como cobrar por um projeto de interiores, mas as dicas de 
alguns profissionais com carreira já consolidada no mercado podem ajudar e muito aqueles 
que estão começando agora! 
 
João Armentano, designer consagrado de celebridades como Adriane Galisteu e Eliana, em 
um bate-papo com os leitores da Revista Claudia, afirmou que, às vezes, o projeto de uma 
casa menor fica mais caro que o de uma construção maior. E qual seria o motivo? Confira a 
resposta do designer: 
 
 ...depende do tamanho da obra. É claro que um projeto maior, o coeficiente é 
menor e vice-versa. Costumo dizer que uma pequena casa tem do mesmo jeito 
que uma grande casa a cozinha, os dormitórios, etc, etc... Só mudam as 
dimensões. Resumindo, às vezes até as menores dão mais trabalho...” João Armentano, 
designer. 
 
 
Então, segundo João Armentano, o valor por metro quadrado de um projeto é inversamente 
proporcional ao tamanho da construção, ou seja, quanto maior a área abrangida pelo projeto, 
menor o custo do metro quadrado (do projeto). Então, essa é uma boa dica para você adotar 
em seus projetos quando elaborar um orçamento. Para uma casa de 800 m², por exemplo, o 
valor por metro quadrado seria menor em relação ao projeto de uma casa de 250 m². 
 
Para Claudia Bergamasco, jornalista e designer de interiores, o valor do projeto está 
vinculado tanto à área da construção quanto ao tipo de serviço oferecido e ainda é 
influenciado pelas práticas profissionais de cada região, variando de cidade para cidade. 
Veja o que disse a designer do EstúdioB2+ em maio de 2012: 
 
 O investimento depende da área a decorar. No Estado de São Paulo, o metro 
quadrado, em um apartamento pequeno (de 100 m²) não sai por menos de 65 
reais. Um profissional reputado pode chegar a cobrar 500 reais por metro – mas 
esse preço cai à medida que aumenta a área da residência. O valor também varia de 
acordo com o tipo de serviço oferecido – que pode ir de uma simples redistribuição 
dos móveis na casa até um projeto completo, da iluminação à escolha dos móveis e 
revestimentos. 
 
Em Jundiaí, os preços variam. Há quem cobre 10 reais o metro quadrado, caso o 
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Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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trabalho a ser feito seja muito simples. Na média, eu diria que hoje está entre 50 e 80 
reais o metro quadrado. Na verdade, tudo depende do projeto, de sua complexidade, 
de seu tamanho. Se você quiser que o designer faça as compras e/ou gerencie a obra, 
o custo será um pouco maior. Se o profissional não for da cidade onde você mora, 
também há que se computar os custos de deslocamento.” Claudia Bergamasco, designer e 
jornalista. 
 
 
Já a designer de interiores Jaqueline Ribeiro mantém um blog para ajudar quem está 
começando na área e defende que cada profissional deve criar sua própria tabela de 
honorários. Acompanhe as preciosas dicas da blogueira: 
 
 Muitas pessoas que estão no início de sua atuação na área de interiores ou estão 
curiosos para saberem se entram ou não na área têm me pedido uma tabela de 
valores, mas o que eu sempre digo a todos é que na verdade a tabela quem faz 
é o profissional, de acordo com as características de seus clientes e da sua 
região. Para fazer a minha me baseei na tabela da ABD – Associação Brasileira de 
Designer de Interiores. Eu não disponibilizo a minha tabela de valores já que preços 
cobrados são muito particulares de cada profissional. O que sugiro sempre, tanto 
aqui pelo blog ou quando respondo as pessoas por e-mail é que procurem por esta 
tabela da ABD, mas que, como eu, façam uma pesquisa em sua região para saber se o 
que pretendem cobrar é muito ou pouco demais. Com o tempo você vai vendo a 
aceitação dos orçamentos e já percebe se seus valores estão muito caros ou não. 
Então, a todos que tiverem dúvidas sobre como cobrar, procurem por esta tabela 
onde os valores já estão estipulados por região. Ficará muito mais fácil e já será uma 
luz sobre quais são os valores cobrados. Claro que não há regras para a cobrança, os 
valores são particulares de cada profissional, então é preciso entender bem as 
características de com quem e onde irá atuar.” Jaqueline Ribeiro, designer e blogueira (grifo 
nosso). 
 
 
Por outro lado, há quem considere a tabela da ABD exorbitante, fora da realidade de muitos 
profissionais que estão começando ou mesmo consolidados no mercado. No próximo capítulo, 
explanaremos essa tabela com mais detalhes. O especialista em design de lighting, Paulo 
Oliveira, dá sua opinião: 
 
 Bem, não há como querer seguir os valores colocados na tabela da ABD. 
São surreais e só quem deve conseguir aplicá-los são as estrelinhas da 
mídia. Os profissionais normais e mortais não conseguem. Outro problema é 
que a tabela contempla o valor por m² e não considera a complexidade do projeto. 
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Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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Se por um lado temos este problema dos valores muito altos da tabela, por outro 
temos os profissionais que não a respeitam e cobram valores bem abaixo do mínimo 
desejável para manter a saúde do mercado.” Paulo Oliveira, especialista em lighting design (grifo 
nosso). 
 
 
Assim, por tais depoimentos, pode-se ter noção que o que mais implica em fixar um 
orçamento, é a realidade de cada projeto, as condições financeiras do cliente e o 
posicionamento do profissional no mercado. Um tanto subjetivo, mas sempre deve levar em 
conta também o aspecto objetivo, ou seja, se há ou não obra envolvida no projeto, quando 
então o profissional deverá adequar seu preço. 
 O quanto se gasta depende muito do que será feito, se haverá obra, se vai só 
decorar ou não. Só pra decorar, depende do material... os valores variam muito 
porque é possível chegar a soluções charmosas mais baratas, mas também usar 
fartamente tecidos importados.” Claudia Bergamasco, resumindo as orientações da designer de 
interiores Rosa May Sampaio. 
 
 
Dessa forma, o que vai determinar o preço do projeto é, além de tudo isso, a negociação 
entre o profissional e o cliente, quanto cada um entende justo pelo trabalho executado. O 
profissional não deve, no entanto, nivelar seu trabalho abaixo do que vem sendo praticado no 
mercado de sua região, para que não se desvalorize, nem desvalorize a classe. Uma boa 
atitude é fixar um percentual por metro quadrado, entretanto, a negociação sempre ditará o 
orçamento e o contrato: 
 
 Os honorários de um decoradornão têm custo definido. Dependem de dados 
como: 1) projeto com custo por metro quadrado; 2) percentual definido entre as 
partes sobre os gastos gerais da obra e projeto executado; 3) negociação geral 
entre as partes. Antonio Carlos Gouveia Junior, editor do Decor Year Book Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. A tabela de honorários da ABD – Associação 
Brasileira de Designers de Interiores (2014) 
(Link para se associar à ABD a fim de acessar a tabela atualizada: http://www.abd.org.br/novo/associe-se.asp) 
 
 
A Associação Brasileira de Designers de Interiores - ABD, entidade que organiza o exercício 
da profissão e conta com mais de 4 mil associados, é hoje a referência para consumidores 
conhecerem melhor esse crescente mercado. 
 
Na hora de contratar um designer de interiores, a ABD recomenda que o cliente fique atento 
às seguintes orientações: 
 
• o arquiteto ou designer de interiores pode criar apenas o projeto e a execução pode ser 
feita por outro profissional de escolha do cliente; 
 
• caso o cliente opte por um serviço personalizado, pode contratar o profissional para 
desenvolver o projeto e cuidar de toda a fase pré-execução: como seleção e compra de 
produtos, contratação de prestadores de serviço (pintores, gesseiros, eletricistas…), 
bem como pode cuidar da efetiva execução do projeto, com ou sem reforma do 
ambiente interno. 
 
O valor dos honorários profissionais poderá diferir em cada caso: em geral o projeto é 
cobrado em função do tamanho do espaço a ser decorado ou reformado, quantia que pode 
ser aumentada em relação à complexidade da intervenção, como a quantidade de desenhos 
e horas/homens trabalhadas. 
 
Além disso, se o trabalho envolver a administração da obra como um todo, é comum o 
designer ou arquiteto cobrar um percentual sobre todas as compras realizadas em 
fornecedores e prestadores de serviço. 
 
Para definir a sua remuneração, os arquitetos e designers de interiores têm como referência 
a Tabela de Honorários da ABD. No mercado você encontrará situações de preço abaixo ou 
acima desta tabela. Os valores dependem do currículo do profissional e da sua posição atual 
no mercado. A remuneração do designer de interiores também varia em função da 
abrangência do projeto e do tamanho da obra a ser realizada: 
 
 
 
 
 
 
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Por fim, a remuneração do designer de interiores, de acordo com a ABD, pode ser feita de 4 
formas distintas pelo seu trabalho ou de forma combinada: 
 
1. Por projeto (metro quadrado) 
2. Consulta 
3. Hora técnica 
4. Acompanhamento da Obra 
 
Vejamos cada uma delas em rápidas pinceladas!! 
 
 
1. Remuneração por projeto (metro quadrado) 
 
O maior problema que vejo nesta modalidade de remuneração é que não se leva em conta a 
complexidade do projeto ou dos serviços que serão desenvolvidos. O profissional, por 
exemplo, pode entregar apenas o projeto de decoração ou o projeto de arquitetura de 
interiores, incluindo, ou não, o projeto de móveis. Veja as diferenças: 
 
• projeto de decoração: desenho e planta detalhada, com mobiliário, pisos, tecidos, 
revestimentos, iluminação, entre outros. A concepção arquitetônica original é mantida, 
pois não há reformas ou demolições como, por exemplo, intervenção em paredes, 
estruturas ou instalações; 
 
• projeto de arquitetura de interiores: “intervenção em ambientes internos ou externos 
de edificação, definindo a forma de uso do espaço em função de acabamentos, 
mobiliário e equipamentos, além das interfaces com o espaço construído – mantendo 
ou não a concepção arquitetônica original –, para adequação às novas necessidades de 
utilização. Esta intervenção se dá no âmbito espacial; estrutural; das instalações; do 
condicionamento térmico, acústico e lumínico; da comunicação visual; dos materiais, 
texturas e cores; e do mobiliário.” (definição dada pela Resolução 51 do CAU/BR). 
 
A ABD disponibilizou a Tabela 1 referente às fases do projeto de interiores, o qual pode ser 
dividido em percentuais que, somados, totalizam o projeto (100%) a ser feito. O valor total 
correspondente ao projeto terminado poderá ser dividido em percentuais nas diferentes 
fases, de acordo com as necessidades profissionais. 
 
Na prática, recebe-se cada parcela na entrega dos documentos gráficos referentes a cada 
fase do projeto, mas há profissionais que não vinculam o pagamento às entregas, mas 
simplesmente estipulam um dia do mês para recebimento de cada parcela. 
 
No início de minha carreira, fiz muitos estudos sem cobrar nada e somente depois da ideia 
inicial aprovada é que negociava o valor do projeto. Foi um erro que cometi durante anos por 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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pura insegurança e, muitas vezes, trabalhei de graça, pois o cliente em potencial era apenas 
um curioso que “estava pesquisando”. Depois, mais experiente e mais conhecida em minha 
região, passei a exigir o pagamento de uma parcela inicial para começar a trabalhar. Então, 
segue uma sugestão de como dividir o recebimento de seus honorários: 
 
• na assinatura do contrato: 20%; 
• na entrega do estudo preliminar: 20%; 
• na entrega do anteprojeto: 20%; 
• na entrega do projeto pré-executivo: 15%; 
• na entrega do projeto executivo: 25%. 
 
Veja na Tabela 1 os serviços que serão desenvolvidos e entregues em cada fase do projeto: 
 
TABELA 1 - FASES DO PROJETO 
 ESTUDO 
PRELIMINAR 
ANTEPROJETO PRÉ-EXECUTIVO EXECUTIVO 
FASE Fase de concepção 
do Projeto 
Fase de 
concretização das 
ideias 
Fase de 
justaposição 
Fase de 
detalhamento 
O QUE ENGLOBA Representação 
gráfica do conjunto 
das necessidades do 
cliente e do espaço 
Croquis e esboços 
da concepção 
Proposta de 
prestação de serviço 
Definição do 
partido e ajustes 
Coordenação de 
projetos 
complementares e 
definições técnicas 
(projetos de 
hidráulica, 
elétrica, 
iluminação, 
acústica etc., com 
profissionais 
especializados). 
Definições dos 
detalhes 
construtivos; 
Acabamentos, 
revestimentos, 
mobiliário, 
objetos etc. 
DOCUMENTAÇÃO Estimativa de custos 
(orçamento 
estimado); 
Estimativa de prazos 
do projeto 
(cronograma 
estimado do 
projeto). 
Documentação 
gráfica em escala e 
tecnologias 
construtivas; 
Aprovação/aceite 
do cliente. 
Documentação 
gráfica com 
definições finais. 
Conclusão do 
projeto com 
documentação 
gráfica para o 
início da obra; 
Orçamentos 
finais e 
Memoriais 
Descritivos. 
100% 
Fonte: Associação Brasileira de Designers de Interiores (2014, apud CARDOSO, 2015) 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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A Tabela 2 apresenta os honorários que serão aplicados à elaboração de projetos de 
interiores em função do metro quadrado e varia de acordo com a região. Perceba que a 
diferença do valor é grande entre algumas regiões e chega a ser exorbitante em alguns 
casos: um projeto de interiores com mais de 1000m² custaria R$ 116,00 o m² no Estado do 
Rio de Janeiro e menos da metade no Espírito Santo e em Minas Gerais (R$ 56,00 o m²). 
 
Observe também que quanto maior a área de intervençãodo projeto, menor o preço por 
metro quadrado. Esta tabela é referente ao mês de março de 2014. A versão mais atualizada 
da tabela de honorários está disponível apenas aos associados da ABD. 
 
TABELA 2 - HONORÁRIOS POR PROJETO DE INTERIORES (COMPLETO) 
VALOR MÉDIO COBRADO POR METRO QUADRADO (REF.: MARÇO DE 2014) 
ESTADOS 
DE 10 a 
59m² 
De 60 a 
99m² 
De 100 a 
300m² 
De 301 a 
500m² 
De 501 a 
700m² 
De 701 a 
999m² 
Acima de 
1000m² 
SP R$ 133,00 R$ 124,00 R$ 114,00 R$ 107,00 R$ 103,00 R$ 96,00 R$ 91,00 
RJ R$ 151,00 R$ 140,00 R$ 131,00 R$ 126,00 R$ 123,00 R$ 123,00 R$ 116,00 
ES, MG R$ 119,00 R$ 103,00 R$ 86,00 R$ 74,00 R$ 65,00 R$ 61,00 R$ 56,00 
DF, GO, 
MT, MS 
R$ 109,00 R$ 105,00 R$ 98,00 R$ 91,00 R$ 89,00 R$ 86,00 R$ 86,00 
AL, AM, 
BA, CE, PB, 
PE, PI, RN, 
RO, SE, PA, 
TO, AP, AC, 
MA, RR 
R$ 123,00 R$ 119,00 R$ 103,00 R$ 89,00 R$ 79,00 R$ 72,00 R$ 65,00 
PR, RS, SC R$ 133,00 R$ 130,00 R$ 121,00 R$ 109,00 R$ 105,00 R$ 103,00 R$ 98,00 
Fonte: Associação Brasileira de Designers de Interiores (2014, apud CARDOSO, 2015) 
 
Muitos profissionais cobram por metro quadrado conforme a Tabela 2 da Associação 
Brasileira de Designers de Interiores. Mas há quem prefira cobrar por porcentagem dos 
gastos da decoração, ou que cobre o valor do metro quadrado de acordo com o CUB (Custo 
Básico Unitário). O CUB é uma tabela que padroniza os valores dos custos unitários da 
construção, avaliação da obra e execução. Cada Estado possui seu CUB e deve ser 
consultado. 
 
 
 
 
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A metragem pode ser cobrada de acordo com o ambiente em que o designer ou arquiteto de 
interiores irá trabalhar ou com o metro quadrado da casa, caso se faça um projeto para ela. 
O valor do projeto pode diferenciar também de acordo com alguns itens: caso o profissional 
lide também com projeto de iluminação, será acrescido um valor ao projeto, e outro valor 
pode ser cobrado caso tenha que lidar com mobiliário e não apenas acabamento. 
 
 
2. Consulta 
 
É uma orientação sem a contratação efetiva para o desenvolvimento do projeto. Por 
exemplo, quando o cliente solicita uma orientação profissional para a escolha das cores e 
papéis de parede de um ambiente. Ou, ainda, orientação profissional sobre algum assunto 
técnico. Pode-se cobrar de R$ 500,00 a R$ 600,00 por uma consulta de até 3 horas (ref.: 
março/2014). 
 
 
3. Hora Técnica 
 
O designer de interiores pode estipular o valor de sua hora técnica para serviços específicos 
e não contemplados inicialmente no projeto. Por exemplo, quando o cliente contrata apenas 
o projeto e depois solicita uma visita à obra para resolver um determinado assunto. Neste 
caso, lembre-se que sua hora técnica inicia no momento em que você sai do escritório. Se a 
obra for em outra cidade, o tempo de trajeto (ida e volta) é considerado como hora técnica, a 
não ser que seja negociado de outra forma com o cliente. A ABD sugere que se cobre entre 
R$ 270,00 e R$ 380,00 por hora técnica (ref.: março/2014). 
 
 
4. Acompanhamento da obra 
 
Neste caso, o projeto é cobrado à parte e o profissional fixa um percentual sobre os custos 
da obra para administrá-la, geralmente de 10% a 15% do custo estimado, com negociação 
em função da complexidade da obra. Envolve o valor de todos os produtos e serviços 
necessários para a realização do projeto de interiores. 
 
 
Quanto à influência do perfil do cliente nos honorários do designer ou arquiteto, em maio de 
2004, a ABD publicou um artigo com o título “Como cobrar honorários. Quem tem a saída?”. 
O interessante é que, apesar da ABD ter uma tabela com preços mínimos, o artigo 
alertou sobre a importância de se considerar o perfil do cliente na composição do 
 
 
 
Como cobrar por projetos de interiores? 
 
 
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valor do projeto e não se prender apenas aos custos diretos e indiretos. Veja este 
trecho: 
 
 Se você ainda estabelece honorários tomando como base apenas os seus custos, 
desconsiderando o perfil de cada cliente, cuidado. Na nova ordem, é 
recomendável que o preço seja decorrência da total personalização do serviço e 
da oferta. Ou seja, a cada cliente você deve ser capaz de gerar uma condição única 
que permita que ele (cliente) acesse o seu produto. 
 
Isso quer dizer que você pode ter preços diferentes para serviços idênticos? Não 
exatamente. 
 
A sua habilidade está em compreender o processo pelo qual aquele cliente vai tomar 
a sua decisão de compra. Avaliar quais alternativas à sua proposta ele está 
considerando. Quais aspectos da sua oferta estão mais próximos ou mais distantes 
das expectativas do cliente. 
 
Uma boa alternativa é sempre agregar na sua oferta àquilo que o cliente espera como 
benefício do seu produto (serviço). Por exemplo: o cliente tem a experiência de que 
uma reforma causa enormes desconfortos em função de um planejamento 
inadequado. Inclua na sua oferta uma condição que garanta o transcorrer da obra 
dentro da expectativa do cliente. Defina pontos de controle e certifique o cliente do 
seu preparo para lidar com essa condição de trabalho. Quem sabe não dá pra cobrar 
mais caro por isso? 
 
 
O importante, na hora de apresentar seu projeto, é aliar os conhecimentos adquiridos aos 
diferenciais que podem agradar o cliente e que imprimem a característica única do 
profissional. 
 
 Creio que cada profissional tem o seu preço, seu valor, como também o cliente. 
Pois, existem clientes que têm condição de pagar um valor de ‘tabela’, outros 
com um poder aquisitivo menor. Para todos mais, vale o bom senso, a ética, o 
combinado, um valor justo para ambas as partes. Não deixando de desmerecer a 
capacidade do profissional, habilidades e talentos e tão pouco deixar de atender o 
cliente... Para tudo, certo é que quando combinado deve-se fazer com dedicação, 
respeito e valor ao cliente... Cristiano Sanluigi Pontone, decorador na empresa Designer de Interiores. 
 
Busque fortalecer o seu valor no mercado de trabalho a fim de gerar um diferencial em meio 
à concorrência de diferentes áreas – arquitetos, designers e autodidatas. É esse diferencial 
que estabelecerá credibilidade na sua relação com o cliente. 
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Segundo a ABD, em 2008, havia 50 mil designers de interiores atuando no Brasil. Contudo, 
esse parâmetro envolvia somente profissionais registrados. O número efetivo atualmente é 
bem maior, com certeza. E também, como se sabe, a qualidade/qualificação dos 
profissionais varia muito. 
 
E fique tranquilo se você é iniciante na área, pois a questão dos valores a cobrar também é 
um tabu para muitos professionais experientes, como se pode ver no depoimento abaixo: 
 
 ...mas sempre fico muito apreensivo... será que o cliente achou caro? 
rsrs...trabalho com design de interiores... e sempre fico apreensivo nessa hora, e 
na maioria das vezes o cliente contrata o profissional sem ter nem uma base de 
quanto esse tipo de trabalho é cobrado... Afonso Neto, General Manager na empresa Cariri Design. 
 
E, infelizmente, o cenário brasileiro atual é de desvalorização profissional. Salvo os poucos 
profissionais renomados, a realidade é que os diferenciais de um designer de interiores nem 
sempre são valorizados pelo cliente, que na maioria das vezes quer preço em detrimento da 
qualidade do trabalho. 
 
Contudo, mesmo em meio a um mercado tão competitivo, deve-se ter em menteque atuar 
com transparência, profissionalismo e muita ética é o primeiro passo para se estabelecer no 
mercado e, com o tempo, se destacar na profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. A tabela de honorários da AEAO – Associação dos 
Engenheiros e Arquitetos de Osasco (2012) 
(Link para acessar a tabela completa: http://www.aeaosasco.org.br/?pg=noticias&id=100) 
 
 
A tabela de honorários mínimos profissionais do município de Osasco, na Grande São Paulo, 
abrange praticamente todos os tipos de projetos, incluindo arquitetura, engenharia, 
paisagismo e design de interiores. Este último é o qual nos interessa. 
 
Cada tipo de projeto resultará em uma remuneração correspondente ao percentual do custo 
de construção da obra, disposto em uma tabela pré-estabelecida. 
 
Para se calcular o custo estimado da obra a ser planejada, multiplica-se a área do projeto 
pelo valor do índice PINI ou pelo valor do CUB – custo unitário básico SINDUSCON, que 
varia de acordo com o tipo e região da obra. 
 
Caso a condição socioeconômica da região seja muito diversificada, estabelece-se um fator 
redutor de 50% a ser aplicado nos valores obtidos com a aplicação da Tabela de Honorários 
Mínimos para os Serviços Técnicos. 
 
Assim, utilizaremos a seguinte fórmula: 
 
VO = AP X PINI ou CUB 
VPI = VO X PORCENTAGEM DO CUB OU PINI/m² 
 
AP: Área prevista para edificação a ser planejada 
CUB: Valor vigente do Custo Unitário Básico para o m² da construção 
VPI: Valor do projeto de interiores 
 
 
Como exemplo, calcularemos o projeto de interiores para uma residência na cidade de 
Osasco com área de 190 m², padrão R1-N (construção residencial unifamiliar padrão 
normal). 
 
 
 
 
 
 
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1. Calcular o valor da obra: 
 
Área prevista – 190 m² (Padrão normal) 
CUB ou PINI estimado da obra a ser projetada (Jul/2015): R$ 1.491,25 m² 
(Consultar valor atualizado e adequado à obra em questão) 
 
VO = AP X CUB ou PINI 
 
VO = 190 m² x R$ 1.491,25 
 
VO = R$ 283.337,50 
 
 
2. Com o valor estimado da obra, calcularemos o valor do projeto de interiores 
segundo a tabela abaixo: 
 
TABELA 3 - HONORÁRIOS PARA ARQUITETURA DE INTERIORES 
ÁREA PORCENTAGEM DO CUB OU PINI/m² 
Até 50m² 20% 
50 a 100m² 15% 
100 a 200m² 10% 
Acima de 200m² 7% 
Fonte: Associação dos Arquitetos e Engenheiros de Osasco (2012) 
 
VPI = VO x PORCENTAGEM DO CUB OU PINI/m² 
 
VPI = R$ 283.337,50 x 10% 
 
VPI = R$ 28.333,75 
 
Esse valor de projeto não inclui o acompanhamento da obra. Para esse serviço, a tabela de 
honorários da AEAO – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco recomenda que 
o profissional cobre 10% do valor da obra. 
 
 
 
 
 
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4. A tabela do Guia de Orientação Profissional da 
Associação dos Arquitetos de Interiores do Rio 
Grande do Sul (2011) 
(Link para adquirir o material completo atualizado: http://www.aairs.com.br/gop.htm) 
 
 
O GOP - Guia de Orientação Profissional AAI-RS (Associação dos Arquitetos de Interiores 
do Rio Grande do Sul) é um manual indicativo de procedimentos uniformes para uma melhor 
e mais segura atuação dos profissionais da arquitetura. É uma publicação com atualização 
bianual dirigida aos arquitetos e atualmente está na 8ª edição. 
 
Essa orientação traz diversas publicações que, dentre outras possibilidades, auxiliam na 
estimativa do valor dos honorários dos profissionais de interiores: 
 
• método de cálculo de honorários profissionais pelo valor hora; 
• modelos de contratos de trabalho para projeto; 
• execução e fiscalização de arquitetura de interiores; 
• honorários para desenho de produto; 
• modelo e pesquisa para avaliação pós-ocupação (com um estudo de caso em 
arquitetura comercial) e pesquisa de satisfação do cliente. 
 
Apesar de ser uma prática aconselhada pelos órgãos regulamentadores da profissão, Eliana 
Todeschini, que atua como designer de interiores no Rio de Janeiro, tem ressalvas quanto à 
prática de cobrar projetos de interiores por metro quadrado: 
 
 Podemos cobrar de várias formas, inclusive pelo m². O que vi no mercado de 
trabalho é que isso facilita o modo de compreensão das pessoas quanto aos 
nossos serviços, mas eu não faço dessa forma, uma vez que a complexidade do 
serviço nunca entra nessa conta. 
 
A forma que uso para fazer o orçamento requer o uso de duas tabelas e geralmente o 
cliente não entende como foi feito, contudo foi o melhor jeito que encontrei de fazer 
um orçamento justo porque leva em consideração ‘quanto’ trabalho teremos para 
executá-los. Por exemplo, o valor cobrado para projetar uma cozinha ou banheiro é 
diferente do cobrado por quem vai fazer um quarto ou sala, pois o nível de 
complexidade de cada projeto é considerado nessa conta” Eliana Todeschini, designer. 
 
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A designer carioca usa uma combinação bem interessante entre a tabela do Guia de 
Orientação Profissional que é produzido pela Associação de Arquitetos de Interiores do Rio 
Grande do Sul e a tabela do CUB que pode ser baixada no site do Sinduscon. Eu analisei o 
exemplo que ela postou em seu blog e acho que vale a pena conferir o passo a passo do 
método acessando o artigo “Como o profissional de design de interiores pode cobrar por 
seus projetos?”.(http://innteriores.wordpress.com/2011/11/14/como-o-profissional-do-design-
de-interiores-pode-cobrar-por-seus-servicos/) 
 
Como exemplo, calcularemos o valor do projeto de interiores para a mesma residência de 
190m² do item anterior, lembrando que, hipoteticamente, ela está localizada na cidade de 
Osasco, região metropolitana de São Paulo. 
 
 
1. Primeiramente, é necessário verificar na Tabela 4 a qual grupo pertence o projeto. 
Consideraremos que o projeto será completo, ou seja, pertencente ao GRUPO I. 
 
TABELA 4 - SERVIÇOS ENTREGUES EM CADA GRUPO 
GRUPO I GRUPO II GRUPO III 
Projeto de arquitetura de 
interiores 
Projeto de arquitetura de 
interiores 
Layout de distribuição de 
móveis 
Escolha de acabamentos 
Distribuição e localização de 
pontos elétricos e hidráulicos 
 
Detalhamento de banheiros e 
cozinhas 
 
Detalhamento de mobiliário Detalhamento de mobiliário Detalhamento de 1 ou 2 
móveis 
Escolha de tecidos, móveis, 
revestimentos e luminárias 
Escolha de tecidos, móveis, 
revestimentos e luminárias 
Escolha de tecidos, móveis, 
revestimentos e luminárias 
Detalhamento de forro 
Fonte: Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul (2011, apud TODESCHINI, 2011) 
 
Então, o cliente receberá os seguintes itens para todos os ambientes da residência: salas, 
cozinha, dormitórios, banheiros e lavabo: 
 
• projeto de arquitetura de interiores; 
• escolha de acabamentos; 
• distribuição e localização de pontos elétricos e hidráulicos; 
• detalhamento de banheiros e cozinhas; 
• detalhamento de mobiliário; 
 
 
 
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• escolhade tecidos, móveis, revestimentos e luminárias; 
• detalhamento de forro. 
 
Se você for calcular os honorários para elaborar o projeto de interiores para um ou mais 
ambientes, verifique a qual grupo pertencerá. A designer Eliana Todeschini dá as seguintes 
dicas para encontrar na tabela a qual grupo cada ambiente pertence: 
 
 Cozinha e banheiro: GI. 
Sala de estar: poderá estar no GII ou GIII. Nesse caso, pode-se definir pela 
complexidade do projeto. Caso tenha quebras e construções, ele é do GII, 
contudo, mesmo que não tenha quebras e construções, se possuir 2 detalhamentos de 
móveis unidos com detalhamento de forro e elétrica, ele passa para o GI.” Eliana 
Todeschini, designer. 
 
 
Portanto, mesmo que um ambiente não possua pontos de hidráulica e esgoto, como é o caso 
de salas e dormitórios, poderá se enquadrar no Grupo I em função da complexidade do 
projeto. Esta análise deverá ser feita cuidadosamente pelo autor do projeto após receber o 
briefing do cliente. 
 
 
2. Checar no site do Sinduscon o CUB atualizado para o tipo de construção e região onde o 
projeto será desenvolvido: 
 
CUB São Paulo Jul/2015 – Residência Padrão Normal R1 = R$ 1.491,25 o m² 
 
 
3. Encontrar o fator de multiplicação na Tabela 5 de acordo com a área do projeto: 
 
TABELA 5 - GRUPOS DE ACORDO COM A ÁREA DO PROJETO 
ÁREA GRUPO I GRUPO II GRUPO III 
0 a 6m² 0,33 0,22 0,165 
7 a 15m² 0,30 0,20 0,15 
16 a 30m² 0,256 0,17 0,128 
31 a 60m² 0,226 0,15 0,113 
61 a 100m² 0,18 0,12 0,09 
101 a 200m² 0,15 0,10 0,075 
Mais de 200m² 0,12 0,08 0,06 
Fonte: Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul (2011, apud TODESCHINI, 2011) 
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No caso de nosso exemplo, para um projeto com 190 m² e pertencente ao Grupo I, o fator de 
multiplicação é igual a 0,15. 
 
 
4. Calcular o valor do projeto de interiores de acordo com a fórmula a seguir: 
 
VPI = ÁREA X CUB X FATOR TABELA AAI-RS 
 
VPI = 190 x 1.491,25 x 0,15 
 
VPI = R$ 42.500,62 
 
 
Eliana Todeschini ressalta que essa foi a melhor forma que encontrou para fazer o 
orçamento de seus projetos, pois pode considerar a complexidade de cada trabalho, 
flexibilidade que não encontramos em outros métodos estudados. 
 
Ainda segundo a designer, esse valor incluiria o acompanhamento da obra e visitas a 
lojas junto com o cliente para escolha de mobiliário, luminárias e outros itens de 
decoração. E, se não incluir o valor para visitas à obra, podem ser descontados 40% do 
valor do projeto e entregar ao cliente o projeto executivo e memorial descritivo dos itens 
contratados. 
 
Perceba que, se descontarmos 40% dos honorários como sugerido pela designer, o valor do 
projeto usado como exemplo cairia de R$ 42.500,62 para R$ 25.500,37. Se compararmos 
com o valor de R$ 28.333,75 que calculamos com base na tabela de honorários da AEAO – 
Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco, seria uma diferença de quase R$ 
3.000,00 entre os valores de uma tabela e outra, ou seja, apenas 10%. 
 
Assim, concluímos que não há uma diferença exorbitante entre um método e outro, pelo 
menos para uma residência de 190m². De qualquer forma, sugiro que faça outras simulações 
e tire suas próprias conclusões. 
 
Enfim, de todos os métodos pesquisados, considero o proposto pela designer o mais 
coerente, considerando a complexidade do projeto. 
 
 
 
 
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5. A polêmica RT – Reserva Técnica 
 
 
A famosa RT – Reserva Técnica é uma comissão que um profissional recebe por indicar os 
produtos de uma determinada empresa parceira. Ela existe entre arquitetos, engenheiros, 
designers de interiores e também em outras categorias profissionais. As lojas de móveis são 
as empresas campeãs na distribuição de RTs entre arquitetos e designers de interiores 
sendo que, algumas, dão a comissão também em produtos ou premiam com viagens. 
 
O grande problema da RT é se ela é legal ou não, se é ético ou não recebê-la. Mas temos 
também outros problemas paralelos: 
 
• muitos profissionais indicam produtos ou serviços apenas por causa da RT: o 
fornecedor que pagar a comissão mais alta, ganha a “concorrência”; 
• muitos clientes desconfiam dos arquitetos e designers por causa dessa prática, o que 
acaba comprometendo o bom andamento do projeto; 
• formação de cartéis em licitações de obras públicas; 
• desvalorização da arte de projetar, pois alguns profissionais jogam o valor do projeto “lá 
embaixo” contando com o recebimento de RT. 
 
Para os arquitetos e urbanistas, o recebimento de RT foi expressamente proibido pela 
Resolução n° 52, de 6 de setembro de 2013, que aprovou o Código de Ética e Disciplina do 
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). Veja o que diz os itens 3.2.16, 
3.2.17 e 3.2.18 do capítulo 3 - Obrigações para com o contratante. Atenção especial para 
o item 3.2.16, pois é o que trata diretamente da RT, embora com outras definições: 
 
3.2.16. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber, sob qualquer pretexto, 
qualquer honorário, provento, remuneração, comissão, gratificação, vantagem, 
retribuição ou presente de qualquer natureza – seja na forma de consultoria, produto, 
mercadoria ou mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de insumos de seus 
contratantes, conforme o que determina o inciso VI do art. 18 da Lei n° 12.378, de 2010. 
 
3.2.17. O arquiteto e urbanista proprietário ou representante de qualquer marca ou 
empresa de material de construção, componente, equipamento ou patente que venha a 
ter aplicação em determinada obra, não poderá prestar, em virtude desta qualidade, 
serviços de Arquitetura e Urbanismo a título gratuito ou manifestamente sub-
remunerados. 
 
3.2.18. O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber honorários, pagamentos, ou 
vantagens de duas partes de um mesmo contrato vigente. 
 
 
 
 
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A Associação Brasileira de Designers de Interiores - ABD, por outro lado, defende a Reserva 
Técnica como uma forma de valorização do profissional especificador e possui até uma 
carta de intenções sobre o assunto para seus associados: 
 
Empresários e profissionais ligados à ABD estabelecem um compromisso 
consubstanciado nesta Carta de Intenções, com a finalidade de aperfeiçoar o 
comissionamento destinado única e exclusivamente aos profissionais com efetiva 
atuação no mercado da Decoração. 
 
A Reserva Técnica deve ser vista como uma justa remuneração quando da prestação de 
um serviço (especificação), não devendo ser paga apenas pela “intermediação” da 
compra. A ABD como promotora do compromisso assume a responsabilidade de zelar 
pela sua efetivação e aplicação segundo os princípios aqui estabelecidos: 
 
- transformar a Reserva Técnica em uma prática ética e justa, que valorize a relação de 
parceria entre Empresários e Profissionais; 
 
- regulamentar o pagamento da Reserva Técnica garantindo seu acesso aos 
profissionais que atual de forma regular no mercado de Design de Interior; 
 
- eliminar as dificuldades e o constrangimento dos estabelecimentos comerciais no 
sentido de pagarem a Reserva Técnica às pessoas que não exerçam a atividade de 
Designer de Interiores. 
 
 
A RT entre designers de interiores e arquitetos está tão disseminada no mercado, que várias 
lojas de móveis têm regulamentos para cadastro e recebimento dascomissões em espécie 
ou em produtos. A loja Tok&Stok, por exemplo, só aceita cadastro de profissionais 
associados a entidades de classes como o CAU, CREA e ABD. E, para receber em dinheiro, 
o profissional deverá fornecer nota fiscal de serviços, pois especificou os produtos da loja e 
essa atividade é reconhecida pelo fornecedor como uma prestação de serviço. O 
fundamental no caso da Tok&Stok é que se o cliente comprar sem o acompanhamento de um 
profissional, o valor da RT não é descontado do total a ser pago pelos produtos adquiridos. 
Então, não há ônus para o cliente, uma vez que pagará o mesmo valor com ou sem a 
indicação de um arquiteto ou designer de interiores. 
 
Veja na tabela 6 os percentuais de RT oferecidos pela loja Tok&Stok aos profissionais 
especificadores cadastrados em seu site. A indicação só vale se for feita nas lojas físicas, 
pois é necessário que o profissional se identifique no momento da confecção do pedido de 
venda na loja. Compras feitas pela internet não geram RT. 
 
 
 
 
 
 
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TABELA 6 - PERCENTUAIS DE RT OFERECIDA PELA LOJA TOK&STOK 
PONTOS RESERVA TÉCNICA 
Valor em R$ das vendas especificadas no últimos 
12 meses + bônus 
em R$ em produtos 
2.500 a 10.000 5% 8% 
10.000,01 a 20.000 6% 10% 
20.000,01 a 40.000 7% 12% 
40.000,01 a 60.000 8% 14% 
60.000,01 a 80.000 9% 16% 
80.000,01 a 100.000 10% 18% 
Acima de 100.000,01 12% 20% 
Fonte: Tok&Stok (2014) 
 
 
A ABD recomenda aos fornecedores que ofereçam RT apenas a profissionais que 
comprovem atuação na área bem como seja um associado do conselho de classe. Porém, 
algumas lojas pelo Brasil não exigem qualquer tipo prévio de cadastro e não importa se o 
estudante ou profissional é cadastrado na ABD. Indicou um produto ao cliente, recebe a 
comissão. Veja o depoimento de um aluno de uma faculdade de arquitetura em Salvador: 
 
 Estou no quarto ano de arquitetura e trabalho com marcenaria e projetos de 
interiores e gostaria de dar minha humilde opinião. Como cristão, não obrigo e 
nem acho justo cobrar comissão de 10% para indicar um marceneiro, pedreiro 
ou pintor como acontece muito aqui em Salvador. Concordo menos ainda em alterar 
o valor do serviço que recebo de um fornecedor antes de passar ao cliente. Porém, as 
lojas me dão uma comissão que varia entre 5 e 15% por indicar determinado 
produto. Daí eu aceito e não vejo problemas, pois se a loja quer dar bonificação, o 
problema é dela. Não obrigo o cliente a comprar nas lojas parceiras, ele é livre para 
comprar onde quiser, contanto que seja o material especificado. Não vejo como RT, 
independente disso, vejo como uma comissão que a loja me oferece.” Alan Oliveira, 
estudante de arquitetura em Salvador/BA. 
 
 
Mas, se o CAU proíbe e a ABD recomenda, devo cobrar ou não RT de meus clientes?? 
 
Eu diria que depende... como arquiteta, eu não cobraria, pois vai contra o código de ética de 
meu conselho de classe (CAU). Se eu fosse designer de interiores associada à ABD, 
cobraria, pois não estaria ferindo nenhuma regra, muito pelo contrário. 
 
Ah, como seria bom se a resposta fosse tão simples assim! A RT envolve muito mais que 
“
 
 
 
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uma simples comissão. Precisamos entender bem a diferença entre comissão pela simples 
indicação de um fornecedor e honorários pela prestação de serviço pelo estudo, 
especificação e acompanhamento do cliente à loja. 
 
A questão é polêmica. Lembro-me que fiz um curso, em 2010, chamado “Projetos de 
Interiores para Residências” e o professor era um arquiteto de interiores. Ele cobrava e 
defendia veementemente a cobrança de RT, desde que o cliente tivesse ciência das regras e 
estivesse prevista em contrato. Para ele, funcionava assim: o cliente pagaria o projeto + 20% 
de RT sobre toda compra de produtos e contratação de serviços para execução do projeto. E 
dava duas opções ao cliente: pagar 10% de RT e comprar apenas nos fornecedores 
indicados por ele ou 20% se comprasse em lojas de sua livre escolha. A ideia era que o 
cliente pagasse 10% de RT e o fornecedor parceiro os outros 10%. Caso o cliente 
escolhesse o próprio fornecedor, arcaria com o valor total da comissão. 
 
O problema é que muitos profissionais recebem a RT por “baixo dos panos”, como se 
estivesse recebendo propina ou fazendo algo ilícito. Quando praticada dentro de normas 
estabelecidas pela ABD, a comissão é defendida abertamente por profissionais de renome 
no mercado. Veja o que disse Roberto Duailib em uma palestra durante a CONAD 2008 - 
Congresso Nacional de Design de Interiores: 
 
 O profissional tem todo direito de receber comissão por um produto que indica. 
Afinal, vocês são responsáveis por tudo que colocam dentro da casa de seus 
clientes, se algo der errado, o cliente vai ligar para você. Então, nada mais justo 
que vocês sejam remunerados por essa responsabilidade. No entanto, é preciso 
estabelecer regras, porcentagens fixas e sem dúvida, obedecer a normas de uma 
associação, como a ABD, por exemplo, que crie parâmetros para a prática da RT.” 
Roberto Duailib, sócio-diretor da agência de publicidade DPZ 
 
 
A designer Claudia Bergamasco concorda com Duailib e ainda afirma que o cliente não pode 
ter prejuízo em hipótese alguma na cobrança de RT: 
 
 Alguns designers de interiores adotam como prática o recebimento de 
fornecedores uma remuneração denominada Reserva Técnica (RT) pela 
especificação de seus produtos e serviços. Essa prática é aprovada pela ABD, 
mas deve acontecer sob rígidas condições éticas e não implicar em qualquer prejuízo 
de ordem técnica ou econômica para o cliente.” Claudia Bergamasco, designer e jornalista. 
 
Quando o profissional recebe RT fora das normas da ABD, indicando produtos e serviços 
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apenas pela comissão, sem se preocupar com a qualidade e experiência do fornecedor, o 
resultado pode ser desastroso, pois o cliente perde a confiança e se sente enganado. E as 
consequências serão maiores se, além do profissional, o cliente também é famoso. Foi 
exatamente o que aconteceu com Walcyr Carrasco, jornalista e conhecido autor de novelas 
da Rede Globo, que contratou um profissional de renome no mercado, não ficou satisfeito 
com o serviço prestado e escreveu uma matéria intitulada “Arquiteto, designer & propina”, 
publicada pela Revista Época, edição 8 de outubro de 2012. Confira um trecho da matéria 
que “queimou” a imagem de nossa categoria por causa da atitude de um mau profissional: 
 
A remuneração dos arquitetos e designers costuma ser na base de uma percentagem 
do que é gasto, entre 10% e 20%. Ou seja: quanto mais faz o cliente gastar, mais ele 
ganha. Vejo aí um conflito de interesses. Outros profissionais cobram percentagens, 
como os advogados. Mas é justo, porque ganham em cima do que conseguem para um 
cliente numa causa, ou sobre aquilo que o cliente deixa de pagar em outra. Muitos 
designers e arquitetos tornam-se vendedores de luxo. Querem que a gente jogue tudo 
fora e bote novo. Quanto mais, melhor. 
 
Há coisa bem pior. A famigerada RT – Reserva Técnica. É a percentagem que a loja dá 
diretamente ao designer ou arquiteto sobre quanto o cliente gastou. Em algumas, 
começa com 10%. Noutras, o céu é o limite. Há uma romaria às lojas mais caras, onde 
a RT costuma ser maior. 
 
Só para dar uma ideia: pedi a três empresas respeitadas que orçassemarmários e 
cozinha. Depois, negociei pessoalmente: 
– Não há arquiteto, nem vocês terão de pagar RT. Quero desconto. 
 
Todas começaram oferecendo 40%! Suponho que era a margem da RT. Soube de 
casos, à boca pequena, entre os mais estrelados, em que a RT é de 100%. 
Sinceramente, acho o nome RT pouco apropriado. Melhor seria propina. Do que se trata 
a tal RT, senão de uma propina paga pelo fornecedor ao profissional? 
 
Nem todos os profissionais agem assim. Mas a prática tornou-se comum. Pior: admitida. 
De fornecedores de vasos sanitários a galerias de arte, todo mundo dá propina. Está na 
hora de moralizar a relação entre cliente, designer e arquiteto. Seria preciso proibir a RT, 
com penalidades. E acabar com a cobrança por percentagem. Na obra e na decoração, 
o preço deveria ser por metro quadrado, como ao fazer a planta. 
 
É claro que a matéria do novelista repercutiu nacionalmente e a ABD viu-se obrigada a se 
pronunciar sobre o assunto, posicionando-se oficialmente a favor da RT, desde que o 
repasse seja feito de forma justa e ética: 
 
Sobre a Reserva Técnica, a ABD repudia qualquer outra denominação para o repasse, 
bem como o livre comércio de serviços e produtos desapegado da ética de mercado, 
opondo-se a quem favorece somente o lucro acima de tudo e de todos renegando 
 
 
 
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aqueles que dedicaram tempo e intelecto em prol do desenvolvimento e evolução do 
designer ou arquiteto de interiores. 
 
A associação entende que a RT é uma ferramenta que visa difundir a importância do 
papel do profissional de design de interiores no contexto da economia nacional, dando o 
reconhecimento que lhe é de direito, correspondente a sua formação, especialização e 
trabalho, e também da sua dedicação a esta profissão que escolheu para sua carreira. 
Além disso, defende o repasse de uma RT de forma justa e ética, em que o receptor 
deste valor seja capacitado (merecedor) para tanto, através de uma formação técnico-
científica, devidamente reconhecida por algum documento que corrobore essa 
graduação e que o reconheça como um verdadeiro profissional, considerando sua 
experiência prática. Como em todas as áreas, há regras de mercado a serem 
cumpridas. Não são os profissionais que assim determinam e sim o mercado. É dever 
tanto do profissional quanto do cliente esclarecer todos os pontos que envolvem as 
responsabilidades, leia-se direitos e deveres, de cada uma das partes e deixarem 
estabelecidas suas opiniões e flexibilidades, ou não, sobre cada uma delas. 
Transparência é algo defendido e empregado pela ABD, que repassa tais valores a seus 
associados. 
 
 
Alguns profissionais dão ao cliente duas opções: 
 
• valor do projeto com desconto + RT; 
• valor do projeto sem desconto e sem RT. 
 
Se o cliente resolve pagar RT, então se estuda um desconto para os honorários referentes ao 
projeto. Mas até aqui existe polêmica. O arquiteto André Lenza, em entrevista ao site 
CasaPRÓ, ressaltou que diminuir o valor do projeto em função de recebimento de RT é se 
desvalorizar como profissional. Veja sua resposta quando indagado se é a favor da RT: 
 
 Sim, mas com ressalvas. A partir do momento em que se diminui o valor 
cobrado do projeto, porque está se levando em conta a RT que será ganha no 
projeto, é errado. Você se diminui como profissional. Também sou contra 
indicar um material de qualidade inferior somente porque irá ganhar mais RT. Isto é 
um absurdo!” André Lenza, arquiteto e urbanista, Goiânia/GO 
 
 
Por outro lado, o designer Paulo Oliveira, especialista em lighting design, dá 10% de 
desconto no valor do projeto para o cliente que concordou com a RT e se comprometeu a 
comprar apenas nos locais indicados por ele. Quando o cliente prefere pagar o preço total do 
projeto, então o designer “obriga”, em suas próprias palavras, o lojista a dar o desconto da 
RT para o cliente. Veja as dicas que o designer deu em um artigo de seu blog: 
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 Não posso deixar de citar a existência das RTs nessa negociação. Sempre deixo 
isso bem claro para meus clientes e explico direitinho como elas funcionam. Se 
o cliente não quer com RTs e resolveu pagar o preço total, fazer o quê? Obrigo 
os lojistas a darem os 10% de desconto extra para os clientes após o fechamento do 
preço. Mas se ele quer o valor com as RTs, dou um desconto de 10% no valor total e 
ele se compromete a fazer as compras apenas onde eu indicar. 
 
Isso tem que ser muito bem negociado e você tem de ser mais esperto que os lojistas. 
Jamais fale do desconto das RTs antes do vendedor apresentar o valor final do 
orçamento. Afinal, dentro deste valor ele já embutiu os 10% das RTs que vai te 
pagar. Fechado o valor e negociados os descontos do cliente, dai você entra e pede o 
abatimento dos 10% de suas RTs. A grande maioria das lojas não gosta disso, torce o 
nariz, te chama no canto pra ‘conversar’, porém quem não gosta não trabalha 
eticamente com seus clientes logo, não merece vender. Pule para o próximo 
fornecedor então.” Paulo Oliveira, especialista em lighting design. 
 
 
Já para Cris Polli, arquiteta carioca, não existe situação correta ou errada. Ela acredita que a 
remuneração deve ser compatível com o trabalho executado, qualquer que seja: 
 
 Esse assunto rende muitas opiniões e situações diferentes... mas, como 
arquiteta, digo que nosso trabalho merece sim ser valorizado, desde uma ‘dica’ 
a um amigo até um grandioso projeto. A ética está em cobrar preço justo... e 
sabemos que muitos que não aceitam a Reserva Técnica cobram valores 
astronômicos por um laudo ou uma visita técnica. Não acho que exista situação 
certa... ou errada! Mas a situação tem que ser justa pelo trabalho executado... seja 
acompanhando o cliente a uma loja ou desenvolvendo um grande projeto.” Cris Polli, 
arquiteta, Rio de Janeiro/RJ. 
 
 
Deixando as polêmicas de lado, voltemos à questão: cobrar ou não cobrar RT? Coloquei 
esta pergunta em meu perfil no facebook e posso dizer que concordo com os comentários de 
meus amigos e alunos virtuais: devemos cobrar pelo projeto e também para acompanhar os 
clientes em visitas à loja, pois acompanhamento e especificação é prestação de 
serviços!! 
 
A reflexão do arquiteto Rogério Romeiro responde, em minha opinião, a essa polêmica: 
 
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 Como diz o grande Maguila: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. 
Arquiteto que recebe reserva técnica, sem conhecimento do cliente, por 
comissão de venda de qualquer produto não é arquiteto, é vendedor... além de 
majorar o valor para seu cliente, pode ser considerado como propina, o que é ilegal. 
Pode até ficar rico, mas ai se esquece da arquitetura e induz mais gastos ao cliente. 
Pela moralidade da profissão, o arquiteto deve ser remunerado pelo projeto que 
idealiza e produz, por sua capacidade e competência. 
 
Profissional competente respeita seu cliente! A loja oferece produtos pela mídia e faz 
promoções, isto é mercado. O profissional orienta o cliente sobre suas características, 
qualidades, aplicação, preço, etc. A decisão é do cliente. Relação de confiança e 
respeito mútuo. RT com pagamento posterior é comissão pela venda, às vezes caixa 
2, propina... e não honorários profissionais. Agora, acompanhar o cliente em visitas 
às lojas e orientar escolha de compra é prestação de serviço profissional. Cobre porisso como profissional competente.” Rogério Romeiro, arquiteto e urbanista, Taubaté/SP. 
 
 
Complementando a discussão, confira a opinião de outras profissionais. 
 
 A questão da RT ou dos programas de relacionamento é controversa por dois 
motivos. Primeiro, o que vemos no mercado são profissionais cobrando valores 
baixíssimos pelos projetos já contando com o recebimento de RTs para 
compensar, o que acaba desvalorizando o trabalho dos profissionais de uma forma 
geral e gerando uma concorrência desleal, além de "forçar" os clientes a comprar em 
determinadas lojas. Segundo, muitas lojas ajustam os preços dos produtos 
dependendo do cliente. Quer dizer, se ele está acompanhado de um profissional 
especificador aí o preço é mais caro, pois adiciona o valor da RT. Este panorama do 
mercado realmente é antiético, injusto e desleal. Acredito que programas de 
relacionamento, pontuações e RTs podem existir desde que não onere a compra do 
cliente. Que esta reserva técnica saia realmente dos lucros dos fornecedores como 
forma de fidelizar clientes. Mesmo porque especificar produtos demanda tempo, 
pesquisa, estudo dos materiais, esforço, deslocamento. E quando se tem parceiros 
fornecedores, as informações podem ser facilitadas com relação a dimensões, 
especificidades, logística, formas de pagamento. Enfim, a forma de lidar com o 
assunto é que se desvirtuou e tomou proporções indesejadas para ambos os lados, 
profissionais e clientes.” Fernanda Garcia, designer de interiores, Franca/SP. 
 
 
 
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 O profissional, seja ele designer de interiores ou arquiteto, precisa cobrar pelo 
seu trabalho, que inclui o valor do projeto e, se o cliente quiser ou precisar, o 
acompanhamento durante visitas às lojas. Então, no meu caso, eu cobro pelos 
dois: projeto e porcentagem sobre os produtos que especifiquei e indiquei durante as 
visitas.” Stella Pupo, designer de interiores, Apucarana/PR. 
 
 
 Sou a favor de cobrar, além do projeto, também RT. Dependendo do local onde 
você acompanha o cliente, gasta-se muito tempo e gasolina e, às vezes, quando 
o cliente escolhe um produto, a porcentagem da comissão não paga nem a 
gasolina e nem a conta do celular.” Neia Mackjevicz, designer de interiores, Apucarana/PR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Projetos de interiores on-line 
 
Uma prática que tem se tornado bastante popular nos últimos anos é o projeto de interiores 
desenvolvido à distância, ou seja, todo contato entre cliente e profissional acontece on-line. 
Há escritórios, inclusive, que trabalham somente de forma virtual. 
 
A consultoria ou projeto de interiores on-line é uma modalidade com custo mais acessível 
para o cliente e está disponível para qualquer local do Brasil ou exterior. Para o cliente, a 
principal vantagem é um projeto mais rápido e menos oneroso e, para o profissional, vale a 
flexibilidade de trabalhar em qualquer local ou horário, pois os atendimentos geralmente são 
feitos via Skype. 
 
A forma de pagamento também é facilitada por plataformas específicas como PagSeguro, 
por exemplo, que permite parcelamento no cartão de crédito ou gerar um boleto bancário no 
valor do projeto. 
 
Para iniciar os trabalhos, o cliente envia todas as informações disponíveis para o profissional: 
plantas, dimensões, fotos do ambiente, referências de decoração, preferências, enfim, tudo 
que o designer precisa saber para começar a trabalhar. 
 
Alguns escritórios entregam o layout preliminar entre 3 e 5 dias úteis e, após os comentários 
do cliente, faz as revisões e desenvolve o restante do projeto com plantas, vistas pertinentes 
para o entendimento do projeto, 3D com sugestões de acabamentos, cores, mobiliário, etc. O 
projeto de gesso e iluminação pode ser incluído ou não. 
 
Um site muito interessante que trabalha dessa forma é o “Decora.do”. Nele, o cliente pode 
encontrar o projeto de decoração que mais lhe agrade, pagando um preço acessível. . 
Porém, já alerto aos profissionais interessados que, consequente, o valor oferecido 
pelo site para a elaboração de projetos também é muito baixo. 
 
Funciona assim: o profissional de design de interiores acessa o site, escolhe o idioma 
(português ou inglês) e faz o cadastro à direita, então carrega seu portfólio. A equipe do site 
irá analisar o perfil do profissional e, caso tenham interesses em comum, podem começar a 
trabalhar juntos. 
 
São vários profissionais que atuam em um tipo de “concorrência” para poder entregar o 
melhor projeto para o cliente que enviou previamente um ambiente para ser decorado. 
 
 
 
 
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O cliente receberá diversos projetos durante 30 dias, com dicas e sugestões para se chegar 
ao projeto perfeito para ele. O autor do projeto vencedor envia ao cliente o projeto executivo, 
com tudo que o cliente preciso para decorar ou reformar o ambiente. 
 
 
 
Descreve seu ambiente 
e compra o projeto 
 
 Recebe projetos e 
escolhe um vencedor 
Recebe seu projeto 
executivo completo 
 
A ideia do site é promover profissionais que possuem talento, mas não têm meios de atingir a 
visibilidade que profissionais de renome possuem. O Decora.do se intitula a ponte entre os 
clientes e profissionais de qualidade espalhados por todo o país. 
 
Essa plataforma é muito interessante para quem está iniciando no ramo, pois possibilita 
divulgar seu trabalho nacionalmente, podendo trabalhar com a diversidade de cultura 
regional que existe no Brasil. Porém, como o valor dos honorários para o ganhador da 
concorrência é baixo, acho que vale a pena apenas para os novatos na área ou para 
quem estiver desempregado. E, mesmo assim, apenas por um período para ganhar 
experiência ou ocupar o tempo livre. 
 
Com a intenção de fazer a diferença na vida das pessoas, o site procurou quebrar o tabu que 
envolve a decoração de interiores, de que é um serviço caro, inacessível para a maioria da 
população. A ideia é bacana desse ponto de vista, mas já vi vários comentários no facebook 
de profissionais revoltados porque acreditam que o valor dos projetos desvaloriza a 
profissão. E, de certa forma, desvaloriza mesmo. 
 
Bem, há vários designers e arquitetos inscritos no site e que participam ativamente da 
“concorrência” profissional em todos os Estados brasileiros. Inclusive, eu me inscrevi em 
dezembro de 2014 para testar e escrever este capítulo do e-book e, mesmo sem enviar 
 
 
 
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portfólio, meu cadastro foi aprovado. Recebi alguns convites desde então para participar de 
concorrências de projetos, mas não aceitei nenhum porque não é meu foco. 
 
 
Faça seu 
cadastro no site 
Crie o melhor 
projeto que 
conseguir 
Vença a 
concorrência 
Envie o projeto 
executivo 
Ganhe 
dinheiro 
 
 
Se você deseja oferecer seus serviços de forma on-line, mas não quer participar de 
concorrências e sim ter seu próprio site, conheça alguns profissionais que possuem 
experiência em projetar on-line. Todas as informações são da jornalista Cecília Arbolave e 
foram publicadas em 2012 no site da revista CasaClaudia: 
 
CRISTIANE DILLY 
A arquiteta gaúcha trabalha em São Paulo e oferece projetos online. O cliente envia um 
e-mail com fotos do ambiente a ser decorado, suas dimensões, a descrição do que 
existe no espaço e informações sobre aquilo que gostaria de mudar. A equipe do 
escritório faz o orçamento e, depois da aprovação, manda em até sete dias a planta 
baixa, as vistas e o croqui em 3D (uma maquete feita no computador), além da 
indicação de fabricantes. O valor de um projeto on-line fica cerca de 40% mais barato 
que um projeto padrão. O m² sai em torno de R$ 60,00. 
 
NATÁLIA SHINAGAWA 
A arquiteta oferece atendimento online e gratuito no site do escritório Arquitetura + 
Interiores, em que o internauta pode tirar dúvidas sobre diferentes questões. Após a 
consulta, a pessoa pode fazer uma doação ao escritório no valor que achar justo. O 
internauta também pode agendar uma consultoria virtual de até 60 minutos (R$  125) ou 
encomendar um projeto online, que costuma ser 40% mais barato que o convencional. 
Em alguns casos, a arquiteta pode fazer uma visita na casa do cliente. Em São Paulo, o 
valor seria de R$ 200 a R$ 250, e para outras regiões, o escritório conta com 
profissionais parceiros que podem fazer a visita. 
 
RENATA ROCHA 
A designer de interiores começou neste ano (2012) a oferecer projetos exclusivamente 
pela internet. No site, o projeto luminotécnico para uma sala de 15 a 30 m² custa 
 
 
 
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R$  800. Caso o cliente deseje acrescentar detalhamento de marcenaria, paga mais 
R$  500. E o cliente ganha um cupom de desconto de 5% em lojas parceiras. 
 
ANA MARIA VEROL 
A designer de interiores trabalha com projetos on-line. Para ambientes até 35 m², o valor 
é de R$ 500 e, se o cliente encomendar projetos de outros ambientes, recebe um 
desconto que vai de 5% a 20%. Depois da entrega do projeto em 3D, há 30 dias para 
pedir alterações. 
 
GABRIELA CLAUSA 
A designer de interiores realiza projetos à distância que começam com um questionário 
ilustrado para poder entender os gostos e necessidades do cliente. Os valores giram em 
torno de R$ 400 a R$ 600 por ambiente. O serviço inclui o estudo prévio, projeto de 
planta baixa decorada e memorial descritivo completo (com detalhamento de pisos, 
revestimentos, projeto de móveis, gesso e iluminação e objetos decorativos etc.) e uma 
estimativa de orçamento. 
 
 
Penso que o universo da Internet é ilimitado para quem tem criatividade e prioriza a relação 
custo x benefício na profissão, pois possibilita o atendimento aos clientes de modo flexível, 
com horários previamente agendados, além de atingir uma parcela crescente de 
interessados. A visibilidade que o profissional atinge com trabalhos online é infinitamente 
maior, além de mais enriquecedora, pois possibilita a diversidade de conhecimentos e troca 
de experiências. 
 
Com essas dicas, espero que você designer de interiores ou arquiteto (a) possa se situar 
melhor e mais adequadamente frente aos profissionais que já estão sedimentados no 
mercado, sendo capazes de prestar um serviço de qualidade por um preço justo para o 
cliente e para seus projetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Considerações finais 
 
Bem, vimos que existem diferentes formas de cobrarmos por um projeto de interiores. A 
região de atuação do professional, o tipo de projeto, o perfil do cliente e até mesmo o 
curriculum do profissional influenciam no valor final do projeto. 
 
Eu, pessoalmente, já deixei bem clara minha opinião: o melhor método de precificação para 
projetos de interiores é aquele apresentado pela designer carioca Eliana Todeschini que usa 
uma combinação bem interessante entre a tabela do Guia de Orientação Profissional que 
é produzido pela Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul e a tabela do 
CUB que pode ser baixada no site do Sinduscon. Considero o método mais coerente por 
considerar o tamanho da área de intervenção bem como a complexidade do projeto e 
trabalhos a serem desenvovidos. 
 
Também já me posicionei a respeito da cobrança ou não da famosa e polêmica RT – 
Reserva Técnica. Como arquiteta, não devo cobrar porque o código de ética do CAU proíbe. 
Porém, como designer de interiores, poderia cobrar porque a RT é defendida pela ABD. 
 
Agora cabe a você, querido leitor, analisar os métodos que apresentei neste e-book, 
pesquisar os preços praticados em sua região, considerar sua experiência professional e 
expertise e, então, desenvolver seu próprio método para elaboração de projetos de 
interiores. 
 
Finalmente, se você puder colaborar com sua experiência em orçamentos de desenhos (2D 
e 3D) e projetos de arquitetura, de interiores e de engenharia, terei imenso prazer em incluir 
seu depoimento e dicas em meus e-books. Basta que envie um e-mail para 
mkt@cursosconstruir.com.br com seu nome completo, profissão e cidade em que atua. Pode 
discordar dos valores divulgados neste e-book, corrigir qualquer informação, desde que 
justifique e “abra o jogo” sobre os valores e forma com que elabora seus orçamentos! Tenha 
certeza que ajudará estudantes e profissionais do Brasil inteiro!! 
 
Sucesso e que Deus lhe abençoe com muitos e muitos projetos!! ☺ 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências consultadas 
 
ARBOLAVE, Cecilia. Conheça profissionais que trabalham de forma mais acessível. 
Disponível em: <http://casa.abril.com.br/materia/conheca-profissionais-que-trabalham-de-
forma-mais-acessivel>. Acesso em: 8 jul. 2014. 
 
 
__________. Eu posso pagar por um decorador? Sim (e nós explicamos como!) 
Disponível em: <http://casa.abril.com.br/materia/eu-posso-pagar-por-um-decorador-sim-e-
nos-explicamos-como>. Acesso em: 8 jul. 2014. 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESIGNERS DE INTERIORES. Consulta geral à 
homepage. Disponível em: <http://www.abd.org.br/abd/>. Acesso em: 08 nov. 2014. 
 
 
_________. Pronunciamento da ABD sobre artigo de Walcyr Carrasco. Disponível em: 
<http://www.abd.org.br/abd/pronunciamento.aspx>. Acesso em: 08 nov. 2014. 
 
 
_________. Código de ética e disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do 
Brasil. 2010. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2012/07/RES-
52CODIGO-ETICARPO22-20134.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2014. 
 
 
ASSOCIAÇÃO DE ARQUITETOS DE INTERIORES DO RIO GRANDE DO SUL. GOP - Guia 
de Orientação Profissional AAI-RS. 8 ed. Porto Alegre: Editora UniRitter. Disponível em: 
<http://www.aairs.com.br/gop.htm>. Acesso em: 10 nov. 2014. 
 
 
ASSOCIAÇÃO DOS ARQUITETOS E ENGENHEIROS DE OSASCO. Tabela de honorários 
mínimos: profissionais de Osasco. Osasco, 2012. Disponível em: 
<http://www.aeaosasco.org.br/?pg=noticias&id=100>. Acesso em: 10 nov. 2014. 
 
 
BERGAMASCO, Claudia. Quanto custa contratar um designer de interiores? Disponível 
em: <http://claudiabergamasco.blogspot.com.br/2012/05/quanto-custa-contratar-um-
designer-de_09.html>. Acesso em: 05 ago. 2014. 
 
 
CARDOSO, Priscila Domingues. ABD Tabela de Honorários 2014. Disponível em: 
<https://pt.scribd.com/doc/232223359/abd-org-br-tabela-honorarios-2014-pdf#download>. 
Acesso em: 02 set. 2015. 
 
 
CARRASCO, Walcir. Arquiteto, designer & propina. Revista Época. 8 de outubro de 2012. 
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/vida/walcyr-carrasco/noticia/2012/10/arquiteto-

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