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Antibióticos: Uso e Classificação


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ANTIBIÓTICOS
Profª. Juliana Penso
Antibióticos
• Quimioterápicos → substâncias químicas utilizadas para 
combater patógenos.
• Antibióticos → substâncias produzidas por microorganismos, 
que matam ou inibem o crescimento de outros 
microorganismos.
Antibióticos
• Toxicidade seletiva
• Quimioterápico → tóxico contra o patógeno e inócuo contra 
as células do hospedeiro.
• Hospedeiros e parasitas → possuem alguns processos 
bioquímicos compartilhados.
Antibióticos
• Bactérias → agentes que mais causam doenças.
• Antibióticos possuem 2 tipos de ação:
• Bactericida→ capazes de destruir o patógeno.
• Bacteriostático→ inibir o crescimento do patógeno, sem 
destruí-lo.
Sensibilidade x Resistência
• Dose utilizada suficiente para produzir efeito sobre os 
microorganismos mas com níveis plasmáticos e teciduais 
permanecendo abaixo dos níveis tóxicos para as células 
humanas = microorganismo sensível
• Dose utilizada suficiente para produzir efeito antimicrobiano, 
mas com níveis plasmáticos e teciduais acima da toxicidade 
do hospedeiro = microorganismo resistente
Resistência
• Causada por:
• Uso abusivo
• Escolha inadequada
• Administração incorreta
• Tratamento de infecções intratáveis
• Virais
• Sarampo, caxumba
• Terapia da febre de origem indeterminada
• Febre durante poucos dias sem sinais localizados infecções 
virais
• Longo período neoplasias, distúrbios metabólicos, hepatite, 
enterite, artrtite reumatóide etc
• Posologia inadequada
• Administração de quantidades excessivas ou subótimas
Antibióticos
• Decisão sobre o uso de antibióticos 
• Terapia empírica
• Cobertura contra todos os patógenos prováveis, visto que o 
microrganismo não foi definido
• Conhecimento dos microrganismos infectantes mais prováveis 
e suas sensibilidades aos antimicrobianos
• O quadro clínico pode sugerir o microrganismo específico
• Terapia definitiva
• Uma vez identificado o microrganismo infectante institui-se a 
terapia definitiva baixa toxicidade e espectro estreito
Barreiras do hospedeiro contra a
infecção
• Pele
• Superfícies mucosas intactas
• Produtos secretórios-excretórios
• Lisozima (glândulas lacrimais)
• Suco gástrico
Infecção
• Susceptibilidade à infecção envolve:
• Obesidade.
• Má-nutrição.
• Doenças crônicas debilitantes.
• Diabetes.
• Insuficiência renal.
• Doenças neoplásicas.
• Imunossupressão medicamentosa.
Classificação dos antibióticos
• Química: β-lactâmicos, aminoglicosídeos
• Origem: natural, semi-sintético, sintético
• Ação: bactericida /bacteriostático
• Espectro: amplo, médio, pequeno
• Grupos de microorganismos: Gram +,Gram –
• Critério farmacodinâmico:
• Parede celular
• Membrana citoplasmática
• Síntese proteica
Betalactâmicos
Betalactâmicos
• Classes:
• Penicilina
• Cefalosporinas
• Carbapenens
• Monobactâmicos
• Mecanismo de ação: 
• Todos interferem na síntese do peptídeoglicano da parede 
celular bacteriana.
β-lactâmicos - Penicilinas
• Descoberta por Fleming em 
1929
• Produzida pelo fungo 
Penicillium notatum (Penicilina 
G cristalina)
• Um bolor que infectou a sua 
cultura de bactérias causou a 
lise das bactérias
• 1938: a penicilina começou a 
ser desenvolvida como agente 
terapêutico
β-lactâmicos - Penicilinas
• 1941: testes clínicos, 100L do caldo no qual o bolor havia 
crescido eram necessários para tratar um paciente durante 
24H. 
• Apoio oficial das forças armadas norte americanas.
β-lactâmicos - Penicilinas
• Anel Beta Lactâmico – Atividade Antimicrobiana (A)
• Anel Tiazolidina – Lipossolubilidade (B )
• Cadeia Lateral
β-lactâmicos - Penicilinas
• Mecanismo de ação
• Se fixam a sítios de ligação na bactéria (PBP)
• Inibe a enzima de transpeptidação que forma ligações 
cruzadas das cadeias peptídicas ligadas ao arcabouço do 
peptidoglicano
• Inativação de inibidor de enzimas autolíticas de parede 
celular lise bacteriana
• Penicilina
• Amoxicilina
• Oxacilina
• Ampicilina
β-lactâmicos - Penicilinas
• Atividade contra gram-positivos e gram-negativos.
• Administradas por VO, IM ou, nas infecções mais graves, 
EV.
• Alto VD – articulações, cavidades pleural e pericárdica
• Não atravessam facilmente a BHE – meninges 
inflamadas concentrações terapêuticas no LCR
• Eliminação renal
• Desprovidas de efeitos adversos graves → comum: 
hipersensibilidade
β-lactâmicos - Penicilinas
Resistência: Intrínseca ou Adquirida
• Vários mecanismos :
• Produção de PBP de baixa afinidade por antibióticos 
b- lactâmico.
• Incapacidade do antibiótico se ligar no local de ação.
• Destruição enzimática dos antibióticos através da 
produção de diferentes tipos de b-lactamases.
β-lactâmicos – Cefalosporinas
Isoladas do fungo Cephalosporium acremonium
• Cefalotina e cefazolina (1ª geração injetáveis)
• Cefalexina e cefadroxil (1ª geração orais)
• moderada ação contra gram-positivo e gram-negativo;
• Cefoxitina, cefaclor, cefuroxima, cefamandol (2ª geração)
• Ação moderada contra gram-positivo e maior contra gram-negativo;
•
• Cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima, cefoperazona (3ª geração)
• Cefepima (4ª geração)
• Razoável atividade contra gram-positivo (maior quando comparado com os 
de 2ª) e elevada contra gram-negativo
• Infecções hospitalares
β-lactâmicos – Cefalosporinas
• Anel Beta-lactâmico – atividade antimicrobiana (A)
• Anel dihidrotiazina – lipossolubilidade (B)
• Cadeia lateral
A B
β-lactâmicos – Cefalosporinas
• Agentes hidrossolúveis (como as penicilinas)
• Também são afetadas pelas beta-lactamases.
• Mecanismo de ação → idêntico ao das 
penicilinas.
• Eliminação → maioria ocorre através do rins 
(igual as
• penicilinas).
• Efeitos adversos: hipersensibilidade e 
reatividade cruzada.
• Pode ocorrer nefrotoxicidade.
β-lactâmicos – Carbapenems
• Imipenem
• MA dos outros β-lactâmicos
• Amplo espectro
• Resistente a muitas ß-lactamases
• Atualmente há hidrolise
• Efeitos adversos: semelhantes aos 
outros
• β-lactâmicos
• Náuseas, vômitos
• Neurotoxicidade – altas Cp
β-lactâmicos –Monobactâmicos
• Aztreonam
• MA dos outros ß-lactâmico
• Apenas gram negativas
• É resistente a muitas ß-lactamases
• EA semelhantes
• Pacientes alérgicos à penicilina ou
• cefalosporina parecem não reagir ao
• aztreonam
Ácido Clavulânico
• ß-lactâmico
• Inibidor da ß-lactamase
• Pouca atividade microbiana
• Inibidor “suicida” (ligação
• irreversível)
• Associada a Amoxicilina
• (Clavulin®)
• Sulbactam
Antibióticos que alteram a síntese de 
folato
Sulfonamidas
• Mecanismo de ação
• Análogos estruturais do ácido p-aminobenzóico (PABA) 
• essencial para síntese de ácido fólico
• Competem com o PABA pela enzima diidropteroato-sintetase
• Inibidores competitivos da enzima
• Efeitos são superados pela adição de PABA em excesso
• Ação bacteriostática e não bactericida
•
• Sulfametoxazol, sulfametopirazina, sulfadiazina
Trimetropina
• Mecanismo de ação
• Análogo do folato e inibidor da diidrofolato redutase
• Combinação com sulfonamida (sulfametoxazol) - Bactrim®
• Fármacos que atuam em etapas seqüenciais na via da reação 
enzimática
• Usos: ITU, infecções gastrointestinais
Antibióticos que Alteram a
Síntese Protéica
Antibióticos que Alteram a
Síntese Protéica
• Macrolídeos
• Tetraciclinas
• Cloranfenicol
• Aminoglicosídeos
Macrolídeos
• Mecanismo de ação
• Inibem a síntese de proteínas bacterianas
• Ligam-se as frações 50S do ribossomo, inibindo a síntese 
protéica bacteriana.
• Ação pode ser bacteriostática ou bactericida→dependendo 
da concentração utilizada o do tipo de microorganismo 
infectante.
• Eritromicina, azitromicina e claritromicina.
Macrolídeos
• O espectro antimicrobiano é muito semelhante ao da 
penicilina.
• Seguros e eficazes para pacientes sensíveis à penicilinas.
• Azitromicina e Claritromicina – são substitutivos da 
eritromicina em suas indicações, tendo maior comodidade 
posológica, possuindo maior custo.
Macrolídeos
• Administrados por VO ou EV (eritromicina).
• Penetram nos fagócitos
• Concentrações de azitromicina nos lisossomos dos fagócitos podem 
ser 40x maior que a Cp potencialização da destruição fagocítica
• Não atravessam a BHE.
• Metabolização dos macrolideos é hepática → não necessita 
de ajuste de dose em insuficiência renal
• Eritro e Claritromicina → inibidor enzimático.
• Principais efeitos adversos → hipersensibilidade, distúrbios 
transitórios de audição, hepatite colestática
Tetraciclina / Cloranfenicol
• Mecanismos de ação: 
• Inibição da síntese de proteínas.
• Tetraciclina→ Bloqueia subunidade 30S que se liga ao RNA 
transportador, durante a tradução gênica.
• Cloranfenicol→ Liga-se à subunidade 23S do ribossomo, no 
mesmo local dos macrolideos.
• Antibióticos de amplo espectro.
• Agentes bacteriostáticos.
Tetraciclina
• Agentes quelantes de íons metálicos: formação de complexos 
não absorvíveis
• VO ou EV.
• Efeitos adversos: principais → TGI.
• Fototoxicidade, nefrotoxicidade, hepatotoxicidade
• Por serem quelantes do Ca2+, podem se depositar nos ossos e 
dentes em crescimento, causando manchas, hipoplasias 
dentarias e deformidades ósseas.
• Não devem ser administrados em crianças menores de 8 anos 
e lactentes.
Cloranfenicol
• Grande biodisponibilidade oral (pode EV também).
• Distribui-se amplamente pelos tecidos e líquidos corporais, 
incluindo o LCR
• Efeito adverso mais importante → depressão da medula 
óssea, resultando em pancitopenia (redução de todos os 
elementos figurados do sangue).
• Muita cautela em recém nascidos →síndrome do bebê 
cinzento (metabolismo hepático Fase II)
• O uso clinico do reservado para infecções graves nas quais o 
beneficio do fármaco seja superior ao risco.
• Ex: Meningite não responsiva ou em pacientes que não 
podem utilizar tetracilclina
Aminoglicosídeos
• Mecanismo de ação: 
• Formação de proteínas anômalas e autolise.
• Ligam-se irreversivelmente à subunidade 30S do ribossomo 
bacteriano.
• Gentamicina, estreptomicina, amicacina, tobramicina e 
neomicina.
• Uso principal: Infecções graves causadas por Gram negativas, 
especialmente no tratamento de sepse.
• Aminoglicosídeos e os β-lactâmicos são comumente utilizados 
em combinação
Aminoglicosídeos
• Atividade bactericida (potencializado por agentes que 
interferem na síntese de parede celular).
• Alta polaridade
• Administração V.O (efeito local), não são absorvidos
• Parenteral: I.M ou E.V
• Distribuição e ligação proteínas plasmáticas baixas (<30%)
• Metabolismo insignificante e eliminação na forma inalterada
• Efeitos adversos principais: ototoxicidade, nefrotoxicidade e 
bloqueio neuromuscular. 
• Pacientes com IR = Cautela e ajuste de dose
Quinolonas
• Mecanismo de ação: 
• Inibem a topoisomerase do tipo II (DNA girase).
• Enzima diferente no mamífero
• Permite a transcrição ou replicação do DNA
• Amplo espectro (gram-positivos e gram-negativos).
• Também são ativos contra microorganismos resistentes as 
penicilinas, cefalosporinas, e aminoglicosideos.
• USOS: infecções urogenitais, respiratórias e gastrintestinais 
• Ciprofloxacino, ofloxacino levofloxacino,
• norfloxacino.
Quinolonas
• Farmacocinética –
• São bem absorvidos por via oral. 
• Atividade antibacteriana reduzida na presença de alumínio e 
magnésio, pois pode alterar a absorção.
• Usos clínicos – principalmente ITUs complicadas e infecções 
respiratórias.
• Efeitos adversos – raros e reversíveis.
• Principal – TGI, ITU.
Antiparasitários
Prof.ª Ma. Juliana Penso
Metronidazol
• Pró fármaco sintético : potencial redox maior dos parasitas, 
provável formação de intermediários citotóxicos.
• Mecanismo: compostos reduzidos reativos que se combinam a 
proteínas.
• Boa absorção pela via oral, metabolização hepática.
• Efeitos Adversos: cefaleia, sabor metálico, neuropatias 
periféricas reversíveis, interfere no metabolismo do álcool 
• Tinidazol: estrutura semelhante
• Tricomoníase, giardíase, amebíase
Giardia lamblia
Trichomona vaginalis
Anti-helmínticos/Anti-parasitário
• Nitazoxanida
• Amplo espectro de ação.
• Mecanismo: pró-fármaco: metabólito inibe a conversão de 
piruvato em acetil CoA; helminto: inibição da tubulina.
• Boa absorção oral, excreção renal.
• Efeitos adversos: mal estar abdominal, dor abdominal tipo 
cólica, hiperidrose , alterações de apetite.
Anti-helmínticos
• Ivermectina
• Mec. de ação: paralisia por ativação direta dos canais regulados 
por glutamato: bloqueio da transmissão neuromuscular e 
paralisia.
• Via oral. 
• Ef. Adversos: irritação ocular, sonolência.
• Strongyloides stercoralis. Oncocercose
Anti-helmínticos
• Albendazol, mebendazol e tiabendazol
• Inibem a polimerização da tubulina, impedindo a replicação do 
DNA.
• E.A: dor epigástrica, náusea, vômitos, anorexia, obstipação, 
xerostomia, diarreia, cefaleia, erupções cutâneas, prurido, 
urticária, colestase, fadiga, febre, 
• Mebendazol e albendazol são mais bem tolerados
• O Albendazol é usado no tratamento de ascaridíase, tricuríase, 
cisticercose e ancilostomíase. 
• Biodisponibilidade baixa: aumenta com alimentação rica 
gorduras
• Contraindicado durante a gravidez e hepatopatias.
Anti-helmínticos
• Praziquantel
• esquistossomose e teníase. 
• É administrado via oral, em dose única. 
• Reações adversas: diarreia e dor abdominal.
• Oxaminiquina
• Esquistossomose, teníase
• É apresentada em cápsulas e solução (para uso pediátrico). 
• As reações adversas mais comuns são náuseas, tonturas e 
reações urticariformes