Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Medicina Veterinária – Campus Em Seropédica Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Diagnóstico por Imagem do Abdômen e Sistema Genitourinário SISTEMA URINÁRIO Pacientes geriátricos - Tendem a ter nefropatias, incontinência urinaria, infecções uterinas Indicações Alteração na bioquímica renal. Dor abdominal. Urina com sangue, com odor ou coloração alterados. Secreções vaginais. Oligúria/estrangúria. Suspeita de processo obstrutivo. Cálculos. Neoplasias. Pacientes geriátricos. Procedimentos guiados. Sistema Urinário Rins Ureteres Vesícula urinária Uretra Anatomia Rins - O rim direito é mais cranial que o esquerdo, órgãos retroperitoniais com formato de feijão no cão e gato. *Tamanho 2,5 a 3,5 vezes L2. Melhor visualizado se tiver gordura perirrenal. USG É O PADRÃO OURO. Ureteres são órgãos tubulares muito finos, normalmente sobrepostos por alças intestinais que normalmente tem conteúdo fecal ou gasoso que normalmente sobrepõem os ureteres. Quando conseguimos visualizar os ureteres na USG, normalmente são os ureteres proximais e na inserção com a vesícula urinária. O rim do gato é normalmente mais globoso/arredondado quando comparado ao do cão, que tem o rim mais alongado. Ureteres – difícil visualização. Bexiga – órgão oco e piriforme. Grau de repleção é importante – avaliação da espessura da parede. Janela acústica para outros órgãos. Regiões anatômicas: Trígono vesical, porção médica e polo cranial. Localização: Abdome caudal. Uretra – não visualizada na radiografia simples. Não é visualizada em radiografia simples. No macho consegue-se visualizar melhor do que na fêmea pelo fato da uretra se diferenciar em uretra prostática, perineal e peniana, e também pelo fato de poder se guiar pelo osso peniano. Avaliação Radiográfica Radiografia simples – LL/VD Visualização limitada: cerca de 50% dos rins são visualizados. *LLE – há uma sopreposição renal maior do que a LLD (latero-lateral-direita). Se o exame é para avaliar rim, dê preferência pela VD e LLD. Método de baixo custo. Preparo: Jejum 12h – Principalmente o rim direito é sobreposto por fezes (sobreposição fecal). Radiografia Contrastada Usada em determinados casos quando a USG não é possível ou quando não consegue-se chegar ao resultado esperado pela USG. A radiografia contrastada do rim é chamada de urografia excretora (intravenosa). Permite estudos mais detalhados dos rins, avaliação anatômica e funcional. É somada aos outros exames, dando mais essa resposta para o clínico. Contraste Iônico (diatrizado de meglumina e de sódio, iotalamato de meglumina – Urografin® e Conray®) Não iônico (iohexol - Omnipaque®, iopamidol - Gastromiro® e iversol - Optiray®) – Cuidado ao usar com pacientes urêmicos pois pode haver piora do quadro. *Só deve realizar esse exame em pacientes hidratados, pois são nefrotóxicos e que encontram-se com a bexiga esvaziada. Preparo – Jejum de no mínimo 12h e enema. Dose 600-700 mg/kg de iodo (máx de 35g de iodo). Pode haver efeitos colaterais ao contraste que são raros como vômitos, dor de cabeça (humanos), prostação. *Por isso é necessária a disponibilidade de produtos anafiláticos à mão ao fazer esse tipo de exame. Raio x simples – LL e VD. Pra fazer uma contrastada sempre tem que fazer uma simples. Aplica-se o medicamento por via intravenosa no animal preparado previamente e vai radiografando o animal ao longo do tempo, em períodos pré-estabelecidos (1, 5, 10, 15 e 30 minutos). Avalia em vários momentos na passagem do contraste. Fases da Urografia Excretora Nefrograma – 2-5 minutos – Contorno liso e regular. Preenchimento, tamanho, forma e posicionamento dos rins. Pielograma – 10 minutos após aplicação – Divertículos e pelves devem ser evidenciados. Drenagem – 15 minutos – Ureteres (trajeto e inserção) e bexiga devem ser evidenciadas. Ultrassonografia Método de escolha é o padrão ouro! Em relação a radiografia, pois vê com muito detalhe e fornece muito mais detalhes para a gente sobre os rins. Complementa os resultados de outros exames, tem mais acurácia que a radiografia e é referência para visualização de tamanho, topografia, forma e arquitetura interna renal. Apesar disso, não avalia funcionalidade. A funcionalidade só conseguimos a partir do Doppler. Avaliação ultrassonográfica Transdutor – 5 a 7,5 MHz Decúbito lateral direito e esquerdo, dorsal. Planos transversais, sagitais e dorsais. Região do Córtex: Ecogenicidade – Hipoecóica. Mais clara que o parênquima do fígado. O baço é mais claro que a cortical do rim. Ecotextura – Fina, levemente granular. Região Medular Hipo, com tendêmcia anecóica em relação a cortical. É dividida em segmentos pelos divertículos e vasos. Pelve Hiperecóica (gordura e tecido fibroso). Só é visualizada em corte transversal no trasdutor. Consegue-se avaliar uma série de estruturas renais que não é possível na radiografia. Com o Doppler consegue-se avaliar, mapear a arquitetura renal, podendo visualizar as artérias externas e internas. *Cintilografia é o melhor exame para avaliar função renal. Baço sempre mais claro do que o rim. Alterações de Rins e Ureteres Ruptura Renal Pode ocorrer por atropelamento, trauma e a maneira de diagnosticar num primeiro momento é o exame fast, USG. Consegue-se ver o contraste extravasando para a cavidade através da ultrassonografia contrastada, podendo chegar ao diagnóstico. Ureter Ectópio Alteração congênita de animais em que o ureter fica localizado fora do local onde deveria estar. Com o uso do contraste, chega-se ao diagnóstico. Tanto pelo ultrassom quanto pelo raio-x. Ruptura de Ureter Cisto A USG muita das vezes permite a visualização da alteração porém não permite fechar o diagnóstico. Tem que complementar com outros exames. Ecogenicidade maior depois de estrutura cística. O cisto sempre será circunscrito, parede ou cápsula fina com líquido aneicóico. Insuficiência Renal Arquitetura renal sem clareza, sem detalhes. Perda da relação cortico-medular (que fisiologicamente é de 1:1). Significa nefropatia, glomerulonefrite, perdendo a funcionalidade do rim. Lesão na cortical, significa lesão no glomérulo e cápsula de bowman. PKD (Rim Policística - Doença Renal Policística) Comum em gatos persas e siameses. Doença autossômica dominante nessas raças que afeta um ou ambos os rins e devem ser submetidos precocemente ao exame USG para identificação dessa lesão. A partir do momento que identifica essa doença no gato reprodutor, este deve ser retirado pois é uma doença que passa para os descendentes. Rim cheio de cistos aneicoicos. O rim vai perdendo a função, pois perde tecido (perde glomérulo, cápsula de bowman, perde alças). Tendência de entrar em um quadro de insuficiência renal. Afeta 1 ou ambos os rins. Abscesso Renal Nefropatia Crônica São lesões com duração maior do quadro onde tem perda da funcionalidade e arquitetura do órgão. Não consegue-se fazer delimitação do rim, perda da região medular. Neoplasias Massas, tumores de características homogêneas ou heterogêneas, mistas, de maior ou menor vascularização, fazendo com que o órgão perca sua arquitetura. Normalmente, o tumor mais comum a nível de rim é o carcinoma. Cálculos Estrutura hiperecóica, formadora de sombra acústica. Nos rins, na maioria das vezes, se forma na região cortical (95%), podendo migrar para a região da pelve. Pielectasia Dilatação da pelve renal. Normal até 2mm. Quando está dilatada, consegue-se visualizar bem o conteúdo. Sempre ligada a quadros obstrutivos. Ureterocele Ureter dilatado, assim como a pelve dilatada (hidronefrose). Devido a obstrução na região posterior. Bexiga e Uretra Deve ser avaliada repleta. Estrutura ovoide. No Raio-X a radiopacidade é padrão água, semelhante a tecido mole. O que é escuro na radiografia é gás. Técnicas Especiais Pneumocistografia (contraste negativo) Cistografia de contraste positivo Cistografia de duplo contraste Uretrocistografia retrógradaPneumocistografia Utilização de substância gasosa, normalmente dióxido de carbono, injeta-se por uma sonda na bexiga. Normalmente usa-se de 6 a 12mL/Kg de ar. Seringa de 60mL, dependendo do porte do animal, preenchendo de ar a bexiga. O ar é um meio de contraste onde consegue-se preencher o órgão, dilatando-o e caracterizar a parede desse órgão. Técnica para mapear e ver detalhadamente a parede da bexiga. Normalmente não é muito usado pela facilidade da USG. Cistografia de Contraste Positivo Importante esvaziar a bexiga por cistocentese ou passagem de sonda e retirada de conteúdo. Usa-se de 6 a 12mL/kG de contraste a base de iodo diluído em água estéril. Faz delimitação da parede e toda estrutura da uretra. Usa-se esse método para diagnosticar alterações de parede, alterações e rupturas de órgãos com mais facilidade. Cistografia de Duplo Contraste Contraste positivo e negativo. Também esvazia a bexiga, coloca 2mL/kG de contraste a base de iodo não diluído, vira o animal para um lado e para o outro para o contraste impregnar a parede, depois esvazia a bexiga e coloca em torno de 1 a 5ml/Kg de ar (contraste negativo), aí faz uma imagem de duplo contraste, contraste positivo e negativo. Muito bom para visualizar cálculos, neoplasias de paredes, pólipos. Parede radioluscente (escura) e interior radiopaco (claro). Melhor técnica radiográfica para visualizar a parede e forma. Uretrocistografia retrógrada Feita com contraste a base de iodo, 10 a 15mL no cão e 5 a 10mL no gato. Injeta iodo através de uma sonda e, a medida que vai injetando, vai puxando a sonda para que ela vá margeando a uretra, conseguindo mapear toda a extensão da uretra. Possível fazer diagnóstico de estenose, presença de cálculo, obstrução. Alterações Vesicais Parede Cistite – Parede espessada, acima de 0,2cm. Ruptura Neoplasia Conteúdo Sedimentos/Cristais Coágulos Urólitos Cistite Diagnosticada como espessamento de parede. Ideal diagnosticar pelo ultrassom. Ruptura de Bexiga Visualizado pelo extravasamento de contraste. Urólitos (Cálculos) Urólito é cálculo na bexiga. Nefrólito é cálculo no rim. É mais formal usar o termo “urólito” mas são sinônimos. Estenose da Uretra Diagnosticada por Radiografia Contrastada. Ruptura Uretral Urólitos Uretrais Caso que pega na uretra peniana. Padrão Ultrassonográfico Consegue dar informações sobre a forma da vesícula urinária, conteúdo. Bexiga repleta com conteúdo anecóico – padrão normal de cão e gato. Bexiga com parede irregular, conteúdo com pontos hiperecóicos que podem ser células, urólitos, o que deve ser confirmado pelo EAS, mas pode-se dizer que é uma bexiga com parede irregular, mensurar se tem acima de 0,2cm e conteúdo não límpido, o que pode, provavelmente, ser uma cistite. Urólito Estrutura hiperecóica circunscrita com sombra na USG. Neoplasia Normalmente visto como um espessamento focal na parede da bexiga. *Não se faz Cistocentese (punção) de tumor de parede de bexiga, coletar por sonda. SISTEMA GENITAL FEMININO Útero e ovário são os únicos órgãos do sistema reprodutor feminino rotineiramente visualizados na USG. Tubas são muito pequenas, já vagina e vulva são intra-pélvicas, o que dificulta visualização. Aparência dos ovários – Fases do Ciclo A cadela, de uma forma geral, fica no cio duas vezes por ano, diferente dos outros animais que ciclam praticamente o ano inteiro. Isso dificulta a visualização do aparelho reprodutor, principalmente em anestro, quando os órgãos apresentam-se pequenos e ovais e difíceis de serem visualizados. Anestro – Pequenos e ovais, podem não ser visualizados. Contornos regulares, ecogenicidade uniforme. Proestro – Aumento gradual, pequenos cistos na periferia (0,1 a 0,3cm). Estro – Contornos irregulares, maior dimensão. Ovulação – CL (hipoecogênicos). Diestro – Contornos irregulares, redução do tamanho. CL – parede espessada. Técnica Radiografia – ovários e útero não visualizados, só se tiverem aumentados. *Ultrassom – transdutor – 10 MHz. Decúbito dorsal e lateral. Jejum 12 horas. Padrão para avaliar o sistema reprodutor masculino e feminino. Padrão Ultrassonográfico Ovário Para visualizar: Bexiga repleta, localiza-se o corpo do útero e bifurcação dos cornos, posteriormente visualizando os ovários caudais aos respectivos rins. Estrutura ovalada, parênquima hipoecóica. Mensuro o diâmetro do corno e mensuro comprimento e largura do ovário. Classifico essas estruturas. Pode se apresentar com corpos lúteos ou não, dependendo da fase. Ovário se encontra no polo caudal do rim. De 1,5 a 2 cm de distância do polo caudal. Com estruturas císticas – depende da fase. Tumor de Células da Granulosa Estrutura enorme, heterogênea, cheia de cavidades – imagem de má formação cística no ovário onde o ideal seria encaminhamento para cirurgia e citologia. Muito comum em égua, menos comum em cadela, mas aparece. Tem distúrbio hormonal, começa a ter aspecto masculino pela produção de testosterona, engrossamento do pescoço. De uma forma geral, alterações no ovário são associados a neoplasias e presença de cistos. Não tem muito tratamento para cisto folicular em cadelas, o ideal é castração. Útero Dividido em colo, corpo e cornos uterinos. Estrutura tubular homogênea e hipoecóica. Espressura aproximada de 0,5cm em cornos. Sua aparência depende da fase do ciclo estral. Melhores fases para avaliar: Proestro e estro. Padrão Ultrassonográfico Útero Linha hiperecóica Hiperplasia Endometrial Cística Espessamento da parede e aumento do tamanho, podendo apresentar estruturas císticas, normalmente associado ao aumento de hormônios (estrogênio). O ovário também estará aumentado. Uma das maiores causas da piometra. Se tiver no cio, é fisiológico. Piometra Acúmulo de pus no útero. Exacerbação nas concentrações de progesterona pós ovulação. Essa cadela entrou no cio há 30 – 40 dias atrás? Precisa abrir a cérvix para entrar contaminantes e precisa ter alta de progesterona para facilitar instalação do conteúdo purulento. Característica normal de cadelas com piometra é ter tido cio previamente. Aumento do volume uterino com grande volume de secreção sanguinolenta, purulenta. *Se o conteúdo for anecóico, totalmente límpido, pode-se confundir com hidrometra ou mucometra. Se tiver pontos hiperecóicos, piometra ou hemometra, ou os dois. Ultrassom Gestacional Diagnóstico Gestacional Estimar número de fetos Monitorar gestação Viabilidade fetal Possíveis anormalidades. Melhor método para avaliação gestacional. No início da gestações observa-se vesículas anecóicas (em 15dias, equipamentos mais limitados faz o diagnóstico em 20 dias de gestação) e halos hipoecoicos e, com o passar do tempo, tem na literatura estipulado o que acontece em cada fase estacional. Quando observa-se peristaltismo das alças intestinais dos fetos, quer dizer que está muito próximo da cadela parir. Estimativa da Idade Fetal Cadelas (desvio padrão = 3 dias) Para gestação abaixo de 30 dias IG = 6 x DSG + 20 Para mais de 30 dias IG = 15 x DCra (diâmetro do crânio) + 20 Podendo ter até 53 dias. Gatas (desvio padrão = 2 dias) IG = 25 x DCra + 3 Radiografia Após 45 dias pode-se usar radiografia para estimar número de fetos e viabilidade fetal através da curvatura da coluna. Estima-se com muito mais precisão o número de fetos.
Compartilhar