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Exame_semiológico_do_sistema_genitourinário

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Exame semiológico do sistema genitourinário 
 Sistema Urinário 
As doenças do sistema urinário atingem em maior parte cães e gatos, doenças de bexiga e 
uretra atingem mais animais de produção. 
Exame semiológico: identificação do paciente, anamnese, exame clínico geral – exames 
bioquímicos -, exame clinico especifico – USG. 
 Identificação: espécie: felinos com obstrução uretral por tampões, pp por deposição 
de cristais associados a bactérias; raça: Lhasa Apso e Shih Tzu com displasia renal; 
idade – incontinência urinaria em cadelas jovens e ureter ectópico em adultos. 
 Anamnese: ingestão de água, frequência, volume, doenças pre-existentes, ambiente 
como presença de plantas nefrotóxicas. 
Rins – Inspeção e Palpação 
 Anamnese: animal urina? Frequência, coloração, volume, presença de sangue, 
postura, doenças sistêmicas como piometra, prostatites que alteram o 
comprometimento urinário e doenças urinarias que afetam o sistema. 
 Palpação: localização, tamanho, forma, sensibilidade, consistência. Rim direito é mais 
cranial, esquerdo é caudal e se conecta ao baço pelo ligamento nefroesplenico. Em 
cães o direito é próximo de T13 e L1, sob o gradil costal e o esquerdo em L2 e L4, 
unilobulares e em formato de feijão. O esquerdo é mais caudal e pendular, mais fácil 
de palpar. Em bovinos é multilobular, o direito é de T12 a L3 (retroperitoneal) e faz 
impressão no fígado, o esquerdo L3 a L5 e é mais móvel, porém e palpado pelo lado 
direito se o rumen estiver cheio. Em equinos possuem o rins unilobulares, o direito 
com formato triangular (coração), retroperitonial e de T16 a L1 (não acessível na 
palpação). O esquerdo possui formato de feijão, de T18 a L3. 
 Doenças: congênitas (displasia, glomerulonefrite), parasitarias (Dioctophyma renale), 
neoplasias, infecciosas, autoimunes. 
 Síndrome Urêmica em equinos: ulceras em cavidade oral – exploração semiológica (uso de 
lucas, observação, olfação, verificar língua e bochechas, auxilio de exames laboratoriais); 
 Acesso a plantas toxicas ex. intox. por samambaia em equinos; 
 Incontinência urinaria em felinos com cistite idiopática, obstruções e lipidose hepática. 
Cebola, Paracetamol também geram insuficiência renal aguda. 
 Descolamento de bexiga e casos infecciosos como leptospirose. 
Ureteres: canal que faz ligação entre rim e bexiga para passagem de urina. A palpação dos 
ureteres só é possível nos bovinos, na parede dorsal da bexiga próximo ao colo. Possuem 6-8 
mm. 
 Processos obstrutivos por cálculos, neoplasias; ruptura, megaureter (pode ser palpado 
em pequenos animas) e ureterite. 
 Radiografia contrastada permite melhor avaliação em pequenos animais. 
 Hidronefrose secundaria a OSH em cadela: ureter é “amarrado” junto com o coto uterino 
na castração, causando hidronefrose. 
Bexiga: em cães e gatos, quando vazia é pequena e tem forma globular, localizada quase que 
inteiramente pélvica. Quando cheia possui formato de pêra e desloca-se para o abdômen. Em 
gatos é sempre na cavidade abdominal, tanto cheia quanto vazia. Em ruminantes projeta-se 
cranialmente e quando cheia fica em contato com a parede ventral do abdômen. Em equinos, 
quando vazia repousa inteiramente sobre a face ventral da cavidade pélvica e quando cheia 
estende-se para a parede ventral do abdômen. 
 Palpação em cães e gatos pp se estiver cheia. Em grandes animais é difícil a palpação 
retal se estiver vazia; 
 Verificar posição, grau de distensão, espessamento da parede (quanto mais infecção, 
mais espessa), sensibilidade. 
 Avaliação USG para verificar cálculos e espessamento da parede. 
Uretra: canal que liga a bexiga ao meio externo para eliminação da urina. 
 A principal afecção é a obstrução por urólitos; 
 Palpação/inspeção em machos é mais fácil através de sondagem, em fêmeas usa o 
espéculo vaginal; 
 A palpação/inspeção em machos (pequenos animais) é feita do arco isquiático até o 
ósteo peniano – dividida em uretra prostática, perineal e peniana. Em grandes animais 
é ao longo da glande peniana. 
Exames complementares 
 A coleta de urina em pequenos animais é de preferência por cistocentese em fêmeas e 
sondagem em machos. Em bovinos é por micção espontânea com auxilio de massagem 
prepucial. Em equinos pode usar fenotiazínicos para auxiliar na exposição do pênis e 
coletar a urina com sonda. 
 
Sistema Reprodutor Masculino 
 Importância da reprodução; 
 Avaliar fertilidade, valor zootécnico, função reprodutiva; 
 Identificação do paciente: número no registro, foto, marcas, tatuagens, idade, raça 
(Cockers Spaniels e Poodles são mais propensos ao criptorquidismo) 
 
Anamnese 
 Estado sanitário, manejo, alimentação, doenças, fertilidade, fatores ambientais, 
comportamento de monta, mudança de comportamento como aumento do instinto 
sexual (satiríase) pelo aumento de produção de esteroides por superalimentação ou 
criptorquidismo, marcado por ereções frequentes, hábito de montar e masturbação; 
agressividade. 
 Exame geral: inspeção/palpação em estação e em movimento – pêlo, pele, cascos, 
defeitos hereditários, parasitoses, traumas, subnutrição, obesidade (dificulta a monta); 
 Exame específico: exame de órgãos genitais, coleta espermática, avaliação da 
eficiência reprodutiva; 
 Exame andrológico: válido por 60 dias. Avaliar bolsa escrotal, testículos, epidídimo, 
cordões espermáticos, prepúcio, pênis. 
Bolsa escrotal: Saco fibroelástico, envolto por pele fina, flexível, macia, com poucos pêlos e 
relativamente pendulosa, responsável por regular a temperatura pelo músculo cremaster e 
plexo pampiniforme. Palpação para avaliar simetria, mobilidade, pelagem, pele (cor, presença 
de edema, prurido), sensibilidade, temperatura. 
Testículos 
 Verificar tamanho, simetria, mobilidade, sensibilidade, textura, temperatura, 
consistência, posição – em equinos e cães é mais horizontal, bovinos mais pendular, de 
formato oval e alongado, e suínos na região perianal -. Em bovinos, quanto maior o 
tamanho maior a capacidade reprodutiva. 
 Funções: produção de espermatozoides e testosterona 
 Simetria: NORMAL - Simétricos tamanho x forma, ASSIMETRIA – desenvolvimento 
irregular ou/e enfermidade. 
 Consistência: NORMAL - Tensa elástica/ Firme, semelhante ao bíceps. Consistência 
macia, elástica e flácida indica degeneração epitelial ou hipoplasia, consistência mais 
dura indica fibrose (comum em tuberculose e brucelose), neoplasia ou orquite. 
 Palpação: deslocados com facilidade e sensibilidade indica dor. 
 Um aumento da temperatura indica inflamação testicular ou em seus envoltórios. 
 
Glossário 
Espermatocele: distensão do epidídimo com acúmulo de esperma. 
Hematocele: extravasamento e acúmulo de sangue na cavidade da túnica vaginal. 
Hidrocele: acúmulo de líquido no saco da túnica vaginal. 
Monorquidismo: presença de um único testículo no escroto. Chamado, também, de 
criptorquidismo unilateral. 
Orquite: inflamação do(s) testículo(s). 
Orquiocele: tumor ou herniação completa de um testículo. 
Orquiopatia: processo patológico do testículo. 
Frostbite: congelamento escrotal. 
 
Epididimo 
 Cabeça, corpo e cauda, responsável por maturação e armazentamento de 
espermatozoides; 
 Avaliação por inspeção/palpação – tamanho, forma, consistência, mobilidade, 
temperatura, sensibilidade. 
 Cordão espermático 
 Por onde passa vasos, plexo pampiniforme, artérias, ducto; 
 Avaliação por inspeção/palpação: tamanho, simetria, consistência (normal: fina e 
elástica), mobilidade, temperatura, sensibilidade. 
 Varicocele: Dilatação local da veia espermática no plexo pampiniforme, sendo, em 50% 
dos casos bilateral. 
Prepúcio 
 Bainha longa e fina composta externamente por pele e internamentepela cavidade 
prepucial. 
 Posição normal é em ângulo de 45°. Maior que isso pode fazer com que, no aumento 
da idade, arraste no chão e cause lesões (acropostite); 
 Exame externo/Inspeção e palpação: pele fina, elástica e móvel. Em grandes animais 
em estação, com o examinador ao lado do animal e em pequenos em decúbito lateral. 
 Tecido subcutâneo: cor, edema, temperatura, prurido, hematoma, infestações 
parasitarias/micóticas, cálculos, esmegma. 
Pênis 
 Inspeção/palpação: tamanho, consistência (rígida, firme e elástica), mobilidade, 
mucosa (rosa – pálida a rosa). Excitar o animal manualmente (cãeas) ou 
tranquilizantes, eletroejaculador, massagem retal. Uma exposição dificultada pode 
indicar má formação. 
 Particularidades: cães possuem osso peniano (por isso é comum a ocorrência de 
fraturas durante a monta), suínos possuem pênis espiralado, equinos possuem 
processo uretral, gatos possuem pênis com espículos de roseira e em bovinos o S 
peniano dificulta a exposição. 
 
Glossário 
• Balanite: inflamação da glande peniana. 
• Balanopostite: inflamação simultânea da glande e da mucosa prepucial. 
• Fimose: incapacidade de exteriorização do pênis em virtude do alongamento ou 
estenose do prepúcio. 
• Frêmilo persistente: é a permanência anormal de tecido conjuntivo entre a glande 
do pênis e prepúcio. 
• Hipospadia: abertura da uretra ventralmente ao pênis e caudalmente ao orifício 
uretral normal. 
• Postite: inflamação do prepúcio. 
Glândulas acessórias 
 Vesículas seminais/glândulas vesiculares: lisa em equinos e glandular nas demais 
espécies. Formam uma estrutura em Y, para frente, e situam-se de cada lado da uretra 
pélvica. 
 Próstata (única glândula presente no cão): difusa em bovinos, compacta no cão e em 
equinos somente o corpo é palpado. 
 Glandulas bulbouretrais: de difícil palpação, produção de liquido seminal; 
 Palpação via retal em grandes animais – tamanho, forma, consistência, posição, 
sensibilidade. 
Ampolas 
 Contribuem para a ejaculação e armazenam o esperma em suspensão proveniente dos 
testículos e epidídimos; encontram-se presentes nas porções terminais dos ductos 
deferentes dos equinos, ruminantes, cães e gatos; 
 Palpável somente em grandes animais via retal. 
Exames complementares 
 Biópsia testicular com castração por excisão sou aspiração para diagnóstico e 
prognóstico de distúrbios inflamatórios, não inflamatórios e neoplásicos por avaliação 
histológica; 
 Punção; 
 Swabs; 
 Coleta espermática com coletor em temperatura aprox.. de 41 – 43°C ou 
eletroejaculação; 
 Avaliação do sêmen (espermograma): cor (branca ou branco-pérola para o sémen do 
touro; branco ou branco acinzentado no cão e equino) aspecto (cremoso, leitoso, 
soroso ou aquoso) quantidade de sptz (transparente – oligozoospermia; ausência – 
azoospermia), exame microscópico (turbilhonamento, motilidade individual e vigor), 
concentração espermática. Não é suficiente para atestar à integridade morfofuncional 
do aparelho reprodutor, deve-se associar outras informações; 
 USG 
 Coleta sanguínea: hematologia, bioquímica e dosagem hormonal. 
Glossário 
Acinesia: ausência de motilidade; 
Aspermia: ausência de ejaculado; 
Astenospermia: debilidade de movimentação do espermatozóide; 
Azoospermia: ausência de espermatozóides no ejaculado; 
Hemospermia: presença de sangue no ejaculado; 
Necrospermia: ejaculado com a totalidade ou quase todos os espermatozóides mortos; 
Oligospermia: pequeno volume de ejaculado; 
Oligozoospermia: número baixo de espermatozóides no ejaculado; 
Piospermia: presença de piócitos no ejaculado; 
Teratospermia: formas tcratológicas do espermatozóide;

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