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MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO SISTEMA UROGENITAL Ciências Morfofuncionais Aplicadas à Med. Veterinária IV Gabriela Gonçalves MV, MSc Malformação congênita - definição Dá-se o nome de malformação congênita (tradução do inglês “birth defect”), à toda anomalia funcional ou estrutural do desenvolvimento do feto decorrente de fator originado antes do nascimento, seja genético, ambiental ou desconhecido, mesmo quando o defeito não for aparente no recém-nascido e só se manifestar mais tarde Agenesia renal • Bilateral: incompatível com a vida (observada em fetos neonatos ou natimortos) • Unilateral: animal pode permanecer assintomático por toda a vida. É uma anomalia rara • Pode ocorrer concomitantemente com malformações dos ductos mesonéfricos ou paramesonéfricos • Pré-disposição: Pastor de Shetland e Dobermann Pinscher • Outras anomalias urológicas são frequentemente observadas associadas com agenesia renal, como hipoplasia de bexiga e desordens na formação dos ureteres Hipoplasia renal • Desenvolvimento incompleto de um ou de ambos os rins • Pode também ser acompanhada de outras malformações • Rim esquerdo é mais afetado que o direito • O rim oposto pode aparecer normal ou hipertrofiado • A raça mais afetada é o Cocker Spaniel • O ureter se encontra normal na maioria dos casos • As artérias são hipoplásicas • Se bilateral, o animal jovem pode vir a apresentar um quadro de D.R.C. Persistência das lobações renais • As lobações renais do metanefro em desenvolvimento persistem na fase adulta • Há casos de ser somente uma alteração macroscópica que não compromete o desenvolvimento do órgão • Pode vir acompanhada de displasia renal • Normalmente é bilateral Rins ectópicos • Rins fora da sua localização normal devido à migração anormal durante o desenvolvimento fetal • Ocorrem mais frequentemente em cães • Estão localizados na cavidade pélvica ou posição inguinal • A função do órgão normalmente não é afetada e o animal permanece assintomático por toda a vida Rins em ferradura (fusionados) •Fusão dos pólos craniais direito e esquerdo ou dos pólos caudais direito e esquerdo •Não há individualização dos rins durante o final da nefrogênese •A estrutura histológica e a função dos rins fusionados são normais Cisto renal • Pode ser solitário ou múltiplo • Ocorre por anomalias cromossômicas que coordenam a nefrogênese • Gatos da raça Persa e cães da raça Beagle são predispostos geneticamente • PKD (Polycystic Kidney Desease) • Pode ser ou não progressiva • Animal afetado pela doença progressiva evolui para D.R.C. Diagnóstico •Achados de necropsia •Exames de imagem (RX, US, TC, RM) •Laparotomia/Laparoscopia Displasia renal • Desorganização do parênquima em decorrência da nefrogênese anormal • Cães das raças Lhasa Apso e Shih Tzu apresentam maior frequência de casos • Culmina com insuficiência renal entre os três meses e três anos de idade • Os rins assemelham-se aos de cães idosos com D.R.C. (pequenos, firmes e pálidos, frequentemente lobados) • Observa-se glomérulos fetais (metanéfricos) e ductos metanéfricos em lâminas histológicas Ureter ectópico • Um ou ambos os ureteres se direciona para regiões fora do trígono vesical • Falha na diferenciação dos ductos mesonéfricos, que leva ao mau posicionamento do botão uretérico • Nas fêmeas, podem desembocar no colo da vesícula urinária, na uretra, útero, ou até mesmo na vagina • Nos machos, terminam no colo da vesícula urinária e na uretra pélvica • Principal queixa do tutor geralmente é a incontinência urinária Malformações da vesícula urinária • Persistência do úraco: o úraco persiste e a urina é eliminada pela uretra e pelo umbigo do animal • Divertículo vesicouracal: ocorre quando a saída externa do úraco se fecha sem regredir • Cistos uracais: o epitélio uracal persiste em segmentos isolados • Fístula uracal: a porção distal do úraco permanece patente e com a abertura umbilical Malformações da uretra pélvica • Fístula uretrorretal (persistência da cloaca): má formação da prega urorretal resulta na persistência da comunicação dos sistemas urogenital e digestório • Pode ocorrer em vários níveis de gravidade • Animal apresenta infecções geniturinárias frequentes • Possibilidade de correção cirúrgica Intersexos •Tais alterações ocorrem fundamentalmente em 2 situações: Aberrações cromossômicas Distúrbios hormonais de origem genética ou não •O hermafrodita possui órgãos genitais masculinos e femininos Hermafrodita verdadeiro • Apresenta gônadas e vias genitais internas de ambos os sexos • Uma gônada pode ser o testículo e a outra o ovário, ou ambos apresentam tecido ovárico e testicular, o que caracteriza um ovotestis • As vias genitais externas são geralmente femininas, com vulva rudimentar e clitóris hipertrofiado • Os hermafroditas verdadeiros são muito mais comuns em suínos e caprinos do que em outras espécies Pseudo-hermafroditas • Pseudo-hermafrodita macho – gônadas masculinas, vias genitais internas femininas e vias genitais externas masculinas rudimentares • Pseudo-hermafrodita fêmea – gônadas femininas, vias genitais internas masculinas rudimentares e vias genitais externas femininas rudimentares Freemartinismo • São químeras XX/XY que se desenvolvem como consequência da fusão da circulação fetal • Feto do sexo masculino e outro do sexo feminino • Gônada semelhante a um testículo, com folículos em crescimento e folículos anovulatórios • Medular bastante desenvolvida, com estruturas semelhantes aos túbulos seminíferos, com células de Sertoli e células de Leydig Malformações do testículo • Monorquidismo • Anorquidismo • Criptorquidismo – frequente em equinos e caninos: - Migração não estimulada hormonalmente • Hipoplasia testicular: Mais comum em touros, cavalos e varrões. De caráter hereditário. Pode ser subfértil ou infertil Malformações do epidídimo e prepúcio • Aplasia segmentar epididimária: partes do ducto mesonéfrico não são estimulados hormonalmente o suficiente, resultando em regressão dessas no período embrionário • Prepúcio: Fimose – diminuição congênita do diâmetro do óstio prepucial, impedindo a protusão do pênis Malformações do pênis • Hipospadia: sulco uretral se fecha de maneira anormal e incompleta, apresentando uma fenda uretral que se inicia na região ventral da glande do pênis ou na rafe peniana • Epispadia: sulco uretral se fecha de maneira anormal e incompleta, apresentando uma fenda uretral que se inicia na região dorsal da glande do pênis Ambas apresentam correção cirúrgica e bom prognóstico Malformações do ovário • Agenesia ovariana: uni ou bilateral • Disgenesia ovariana: éguas que não possuem um dos cromossomos X (XO). Ovários inativos e desprovidos de células germinativas. Endométrio é hipoplásico. Genitália externa é pequena e pouco desenvolvida • Hipoplasia ovariana: é a mais comum, especialmente em vacas Bilateral – genitália e glândula mamária também são hipoplásicas e o animal é estéril. Malformações da tuba uterina e do útero •Aplasia segmentar salpingeana/ do corno uterino: partes do ducto paramesonéfrico não são estimulados hormonalmente o suficiente, resultando em regressão dessas no período embrionário
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