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Aula_08 MODERNA-TRA. FEUD. REF. RELIGI.docx

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Aula 8: As Grandes Navegações
	
		Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Definir as bases do processo de expansão marítima; 
2. reconhecer os fatores do pioneirismo ibérico; 
3. comparar as diferentes iniciativas de expansão entre os diversos países envolvidos. 
Nas aulas anteriores, vimos a transição da mentalidade do homem medieval para o homem moderno.
Percebemos que, mesmo na modernidade, muitas heranças medievais se fazem presentes.
Essa convivência entre o medieval e o moderno será a característica de toda essa área e transparece em todos os aspectos da vida sociopolítico da época.
Veremos agora de que forma as enormes mudanças econômicas também estão imbuídas desse espírito de transição.
Além do renascimento comercial que já abordamos, uma das maiores transformações na vida econômica da idade moderna foram as chamadas grandes navegações. Esse processo ficou conhecido como expansão marítima e afetou não só a Europa, mas também um novo continente, até então desconhecido pelos europeus: a América.
Devemos entender esse processo como fruto de um conjunto de fatores, em especial, o fortalecimento da burguesia e a centralização do Estado. Ainda que os processos sejam diferentes em cada país, sem o poder estatal e o investimento burguês, não seriam possíveis naquele momento.
Se o século XIV marcou a Europa pelas crises constantes, provocada pela peste que dizimou milhares de pessoas, pela crise agrícola, que gerou um enorme período de fome e pelas rebeliões camponesas, o século XV foi um momento de relativa prosperidade. Com a centralização dos Estados e o renascimento urbano e comercial, havia um acúmulo financeiro e também uma necessidade crescente de investir e expandir o comércio.
Lembre-se que estamos falando de uma enorme mudança de paradigma.
Enquanto na Idade Média a terra era o símbolo de poder e riqueza, neste novo contexto a posse da terra é substituída pelo poder monetário.
O comércio e o lucro gerado por ele se tornam, então, as maiores fontes de riqueza do período, permitindo que o chamemos de acumulação de capital.
As grandes navegações devem então ser entendidas como um desdobramento do desenvolvimento comercial.
Embora, aos nossos olhos contemporâneos, esse pareça ser o caminho natural, havia muitas barreiras que deveriam ser transpostas e esse processo, como um todo, envolveu diversos interesses e implicou na superação de uma série de obstáculos, não só políticos e econômicos, mas também culturais.
Culturais? Como assim, culturais? 
Pense nas grandes navegações que nos remetem imediatamente aos interesses econômicos.
Conseguimos visualizar com bastante clareza o aspecto cultural quando falamos da chegada do europeu na América, do contato com os indígenas, da imposição cultural do branco, mas não temos essa mesma percepção quando falamos da cultura presente no próprio processo de expansão marítima.
O mar, para o homem europeu, era a própria definição de desconhecido. 
E, é claro, tememos o que não conhecemos.
Portanto, aventurar-se no Oceano era uma experiência que estava repleta de muitos perigos. É interessante pensar que as sociedades da antiguidade tinham enorme familiaridade com o comércio marítimo, tendo desenvolvido várias técnicas importantes de navegação. 
Mas, durante a Idade Média, o comércio era quase inexistente, a vida se restringia aos domínios feudais e o mar caiu no esquecimento. Sobre ele se contavam várias lendas e esta visão era o lar de criaturas marinhas apavorantes. Não é à toa que o Atlântico era conhecido como mar tenebroso.
Veja só:
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:M%C3%BCnster_Thier_2.jpg
Esta imagem é de uma carta náutica, do século XVI. Mesmo depois do europeu ter se aventurado no Oceano, as superstições não desapareceram. Nela vemos uma série de monstros e perigos que habitam os mares desconhecidos.
As “Grandes” Navegações
É difícil determinar quando as lendas começaram, mas no século XV, elas já eram antigas. Na obra Odisseia, de Homero, escrita na Grécia Clássica, um dos obstáculos enfrentados por Odisseu foram as temidas sereias, que atraiam os marinheiros com seu canto e faziam os navios naufragarem nos rochedos. 
Além disso, havia a concepção de que a terra não era redonda, mas sim, plana. Essa ideia, que hoje nos parece absurda, era bastante corrente na época. Ela é fruto da observação. Quando olhamos para o horizonte, o vemos reto e não arredondado, certo? Quando os navios cruzam o horizonte, desaparecem, ou seja, saem do nosso campo de visão. Era comum pensar que se um navio se afastasse demais, ele cairia em um abismo, e não continuaria a navegar. 
Mas a concepção de que a terra era redonda não era nova. Na antiguidade, experimentos já haviam demonstrado esse fato. Entretanto, como na idade média predominava a visão religiosa e a igreja era um tanto resistente a inovações cientificas, essas teorias acabaram caindo no esquecimento, sendo recuperadas por homens como Cristóvão Colombo, no século XV. 
Deu para perceber que havia uma enorme barreira cultural a ser superada, não é mesmo?
Além da questão cultural, a sobrevivência de algumas estruturas econômicas feudais foi um empecilho para o início da exploração marítima.
No século XV, embora o comércio tenha se desenvolvido, ainda havia resquícios do feudalismo, sobretudo nas zonas rurais. Nelas, ainda predominava o trabalho servil, mas este não se desenvolvia no mesmo ritmo que o comércio urbano. Isso acarretava uma crise agrícola que, por sua vez, gerou crises de abastecimento generalizadas. Temos então, um grande problema...
...a produção agrícola não era suficiente para abastecer o campo e a cidade.
Por sua vez, a produção artesanal das cidades não tinham consumidores na população camponesa. Conseguir se alimentar já representava uma dificuldade, imagine então comprar produtos como roupas ou artigos domésticos.
A este problema, soma-se outro. O comércio de luxo europeu, que produzia lucros extraordinários, era baseado, sobretudo, nas especiarias vindas do Oriente.
Vamos imaginar o caminho que estas mercadorias faziam até chegar ao consumidor europeu?
Veja o mapa
Primeiro, era necessário organizar uma caravana de mercadores. Isso exigia transporte, pessoas e muito, muito dinheiro. Essas caravanas percorriam um caminho enorme até chegar ao Oriente, em uma viagem extremamente longa. Alguns pontos-chave desse caminho estavam sob o domínio dos árabes que cobravam altas taxas para permitir a passagem das mercadorias. Quando estas chegavam ao seu destino, o mercado europeu, tinham preços exorbitantes para poder compensar todos os gastos realizados e, além disso, gerar lucro. A nobreza era uma das principais consumidoras desses produtos, mas sua principal fonte de renda eram as terras, que por sua vez, não produziam tanto quanto deviam para suprir estes gastos. Virou um ciclo vicioso, não é mesmo?
Como podemos ver pelo mapa, parte das rotas comerciais passava por países muçulmanos, como Arábia e Egito. 
A situação se tornou mais grave em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. 
Constantinopla era a porta de entrada para o Oriente e o domínio muçulmano encareceu ainda mais as especiarias como cravo, canela, gengibre, sedas e perfumes.
Para agravar a situação, parte dos metais preciosos disponíveis no continente era direcionado ao Oriente para poder pagar as mercadorias, o que provocava uma enorme escassez de moeda. Como sabemos, a falta de moeda disponível é um dos fatores da inflação. Vamos relembrar a lei básica de oferta e demanda:
1. se um artigo é raro, ele se torna caro;
2. só que nesse caso, o artigo raro é extremamente necessário, pois é a própria moeda, o que aumenta enormemente o valor dos metais preciosos;
3. para contornar esse quadro, era preciso buscar maneiras de baratear estas mercadorias, e uma das soluções foi a busca de novos caminhos para o Oriente.
Mas, sem o poder estatal, essa alternativa não seria possível. Sabe por quê?
Porque, se as caravanas de mercadores já eram um empreendimentocustoso, imaginem toda a estrutura necessária para navegar pelo Oceano. Só o Estado centralizado tinha poder e estrutura econômica suficiente para apoiar e organizar este empreendimento.
As Caravanas e a Burguesia
A classe mais diretamente interessada era, sem dúvida, a burguesia. Mas esse processo não se resume aos interesses entre governo e burgueses. Ele envolve a nobreza, que concede apoio político, a população em geral, em busca de ocupação e meios de prosperar e, é claro, a igreja interessada na expansão do catolicismo. 
A igreja ocupa um papel determinante nas navegações, sobretudo pelo fundamento ideológico que ela concede. Se, por um lado, havia o desejo de enriquecer, por outro, expandir a fé católica era um motivo mais do que legitimo para organizar as expedições. Vejam, não usamos a palavra pretexto. 
A religião não é um pretexto para as navegações pois pretexto nos remete a ideia de algo usado para um determinado fim, mas que não possui, necessariamente, um fundamento sólido. Neste caso, a religião funciona como motor e impulso às grandes navegações, pois tanto os navegadores, como Cristóvão Colombo, quanto os reis espanhóis, eram católicos fervorosos e acreditavam realmente no ideal de salvação das almas cristãs. Essa ideia também não é nova, pois as cruzadas medievais foram organizadas exatamente com este mesmo fim. 
Portugal já era um reino independente desde o século XII e no século XIV, com a revolução de Avis, Dom João I assume o trono, apoiado, sobretudo, pela burguesia mercantil. Esta burguesia havia acumulado grande capital, pois tinha intensas relações com as regiões de Flandres e Genova, dois dos maiores centros mercantis da época. Além disso, Portugal tinha uma localização geográfica privilegiada, com saída direta para o Atlântico. Para melhor explorar os recursos marítimos, Dom Henrique, no século XV, criou a Escola de Sagres, que reunia vários estudiosos que se dedicaram a estudos náuticos. A Escola de sagres não era um local, ela não possuía um prédio, como o que conhecemos tradicionalmente como escola. O termo “Escola de Sagres” refere-se, na verdade, ao conjunto do conhecimento produzido por estes estudiosos. 
Portugal desejava chegar ao Oriente contornando a África. Em 1415, a conquista de Ceuta mostrou que este era um objetivo possível. Em 1487, Bartolomeu Dias cruzou o cabo das Tormentas, mais uma denominação que foi guiada pela superstição, que depois disso se chamou cabo da Boa Esperança. Os portugueses estavam muito perto de seu intento, mas só em 1498 ele foi realizado, com a chegada de Vasco da Gama ás Índias. 
Os lucros da expedição de Vasco da gama foram enormes. Muito maiores do que qualquer outra caravana que tivesse feito o caminho pela via terrestre. Isso estimulou a organização de novas expedições, como a de Pedro Alvares Cabral que, como sabemos, acabou por chegar aos Brasil, em 1500. 
Neste contexto, a chegada do Brasil se tornou algo menor, pois o comércio com o Oriente já era lucrativo o suficiente. Só com a decadência deste comércio e com a concorrência de outros países europeus que Portugal iniciou de fato um projeto colonial, em 1530.
Embora também tenha sido pioneira nas grandes navegações, a Espanha tinha outras preocupações internas.
Colombo, um homem muito à frente de seu tempo, já havia proposto uma viagem marítima, muitos anos antes, aos reis Isabel e Fernando. Entretanto, a Espanha lutava para se unificar, sendo necessária a expulsão dos muçulmanos que ainda dominavam Granada.
Os muçulmanos foram expulsos em 1492 e, nesse mesmo ano, os reis católicos concederam a permissão a Colombo para realizar a viagem.
Foi um golpe de sorte. Cansado de esperar, o navegador estava prestes a levar seu projeto para a França.
Em outubro do mesmo ano, Colombo chegou às ilhas de caribe. Acreditando ter chegado às Índias, chamou seus habitantes de índios. Colombo não acreditava ter chegado a um continente desconhecido. Coube a Américo Vespúcio a chegada ao continente, que por isso ficou conhecido como América.
Diferente dos portugueses que se fixaram no litoral, os espanhóis se dedicaram a explorar as novas terras, deparando-se com diversas sociedades indígenas, entre elas a asteca e a inca. A exploração dos metais preciosos das minas, em especial a prata do Peru, elevou a Espanha a um novo patamar e a tornou um dos grandes impérios europeus.
Em 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas que estabelecia os limites das possessões espanholas e portuguesas.
Mas a questão das fronteiras sempre foi problemática e outros tratados foram firmados até que as colônias americanas, dentre elas o Brasil, assumissem a forma que possuem atualmente.
Pelo mapa, vemos que o mundo foi, literalmente, repartido entre Portugal e Espanha, com a bênção da Igreja Católica. 
Estimuladas pelo sucesso ibérico, outros países, como Inglaterra, França e Holanda também se lançaram na expansão marítima, mas essa expansão foi repleta de conflitos.
A formação dos Estados Nacionais
Vamos lembrar um pouco a nossa aula sobre formação dos estados nacionais para podermos entender o processo que estas nações viveram para buscar a via marítima. 
No século XIV, Inglaterra e França estavam envolvidas na guerra dos cem anos. Quando o conflito terminou, se iniciou outra guerra na Inglaterra, das duas rosas, uma disputa pelo trono. Todos estes problemas internos fizeram que a Inglaterra não ingressasse na expansão marítima, que só ocorreu no século XV, mas de forma incipiente, sem o mesmo sucesso que haviam conseguido Espanha e Portugal. 
Os ingleses tomaram posse de parte do Canadá e da América do Norte, que foi chamada de Nova Inglaterra. Diferente do que ocorrera com as colônias espanholas, não haviam minas, nem riquezas imediatas a explorar. A colonização foi difícil e o processo colonial fracassou algumas vezes antes de conseguir se estabelecer. A hostilidade dos indígenas e a dificuldade em abastecer a colônia retardou a colonização efetiva das terras. 
Sem ter sucesso em chegar ao Oriente e sem conseguir explorar de imediato suas colônias, a coroa inglesa incentivou a pirataria. Os piratas ingleses abordavam e saqueavam os navios espanhóis, pilhando toda a riqueza que pudessem conseguir. As relações entre Inglaterra e Espanha não eram nada boas, desde o incidente do divorcio do rei Henrique VIII da princesa espanhola Catarina de Aragão. A rainha, Elizabeth I, filha de Ana Bolena, do segundo casamento de Henrique VIII, era conhecida na Espanha como a rainha bastarda. Como as coisas não podiam piorar muito no campo diplomático, a rainha não se importou em saquear os navios espanhóis e acumular a Inglaterra da riqueza que esta necessitava. 
Tanto Inglaterra quanto França e Holanda não só ignoravam mas tampouco reconheciam o tratado de Tordesilhas. Ainda que este tenha sido assinado através do papa, isso pouco significava para estes países, no qual a igreja católica tinha sua influência diminuída. No caso da Inglaterra, ela era nula, já que a Coroa havia adotado o anglicanismo e não respondia ao papa. 
Francisco I, rei da França, questionava abertamente Tordesilhas. Atribui-se a ele a celebre frase que na qual diz desconhecer o testamento de Adão que divide o mundo entre Portugal e Espanha. Assim como os ingleses, os franceses também recorreram a pilhagem e ao saque, patrocinando piratas. O navegador Jacques Cartier reivindicou parte do Canadá para o país, que também tomou posse da região da atual Louisiana, na América do Norte. Além disso, os franceses invadiram e estabeleceram duas colônias no Brasil; A FRANÇA ANTÁRTICA, no Rio de Janeiro e a FRANÇA EQUINOCIAL, no Maranhão. 
Ao invadirem o Rio de Janeiro, no século XVI, os franceses aliaram-se a algumas tribos indígenas e ergueram um forte, o Forte Coligny, que dispunha de uma bateria de canhões, voltado para a baía de Guanabara. 
Temerosos de perder a posse da região, o governo português envia Estácio de Sá, para conter o avanço estrangeiro e expulsar os franceses. Em 1 de março de 1565, Estácio de Sá desembarcaem uma praia, localizada entre os morros do pão de Açúcar e Cara de Cão. Iniciam uma construção que daria origem a Fortaleza de São João. A luta contra os franceses durou dois anos e envolveu diversas tribos indígenas, tanto do lado francês quanto português. Somente em 1567 os franceses foram expulsos e o dia 1 de março marca a fundação da cidade do Rio de Janeiro. 
Mas essa expulsão não significou a derrota do projeto francês de estabelecer uma colônia no Brasil e no século XVII, nova tentativa foi feita, desta vez, no Nordeste, no atual estado do Maranhão. Em 1612, Daniel de la Touche estabelece a França equinocial e funda o forte de São Luís, que mais tarde, daria origem a capital do estado. Os franceses levaram três anos para ser expulsos, mas as invasões estrangeiras mudaram a política portuguesa com relação a posse das terras coloniais que passaram a ser vigiadas mais intensamente.
A dificuldade em administrar um território tão extenso logo se fez sentir. Impedir o desvio de metais preciosos, assegurar a chegada dos navios em segurança na Europa e montar uma rede administrativa eficiente foram alguns dos principais problemas que se apresentaram.
Dessa forma, o ouro e a prata que chegavam na península ibérica logo escoava para os bolsos da Inglaterra e da Holanda. Vários tratados foram firmados, vantajosos para a Inglaterra, mas nem tão vantajosos para Portugal, por exemplo.
Podemos citar o Tratado de Methuen, firmado entre Inglaterra e Portugal no século XVIII que ficou conhecido como tratado de panos e vinhos. Por este acordo, Portugal teria privilégios para comprar os tecidos ingleses e em troca, a Inglaterra teria os mesmos privilégios na compra de vinhos portugueses.
O objetivo era estimular a produção agrícola portuguesa e suprir o déficit econômico que caracterizava a economia lusitana, mas o resultado ficou muito aquém do esperado para Portugal.
Como tinha comprador garantido, muitos agricultores se dedicaram ao plantio da uva, causando uma crise de abastecimento.
Além disso, a demanda por tecidos era muito maior que a demanda por vinhos, mantendo a balança comercial desfavorável, ou seja, Portugal sempre comprava mais do que vendia.
No tocante ao sistema colonial, as diferenças também se fizeram sentir.
A Inglaterra aplicou a chamada negligência salutar, que permitia que os colonos se organizassem livremente, concedendo autonomia administrativa. 
Isso minimizou sobremaneira os conflitos entre colônia e metrópole e os colonos tinham como referência política a própria Inglaterra e seu sistema parlamentar.
Entretanto, não é correto fazermos uma divisão do sistema colonial entre colônias de exploração e povoamento. Quando observamos mais a fundo, percebemos que esta classificação cai em desuso. 
Todas as colônias tiveram que ser povoadas e todas foram exploradas, ainda que de maneira diferente.
Se aceitarmos essa classificação, como explicaríamos as colônias inglesas localizadas no sul dos Estados Unidos que tinham uma estrutura socioeconômica muito semelhante à brasileira, com a prática do latifúndio e o uso da mão de obra escrava?
Outros fatores explicam as diferenças tomadas na trajetória das colônias: a distribuição de terra, as iniciativas de povoamento e, é claro, a administração metropolitana.
Isto posto, devemos entender a expansão marítima como um acontecimento global, que interferiu direta ou indiretamente em todos os indivíduos, não só da Europa e da América, mas do mundo como um todo.
Dela emergem o conhecimento de novas culturas e o estabelecimento de novas estruturas sociopolíticas que se aperfeiçoariam durante toda a era moderna. Alguns teóricos veem na expansão marítima a origem do processo de globalização que falamos tão correntemente hoje em dia. Seja como for, devemos pensá-lo como um processo que atinge todas as áreas, social, política, econômica e cultural e que abarca os mais diversos setores da sociedade moderna.
A idade moderna para além da Europa; 
a modernidade no Oriente; 
a dinâmica Oriente e Ocidente no processo de modernização dos Estados. 
 
 
Nessa aula você:
Avaliou a importância do aspecto cultural no início das navegações; 
identificou o conjunto de fatores que permitiram a Portugal e Espanha ter a primazia no processo expansionista; 
diferenciou os diversos projetos de expansão marítima.

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