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Aula 4 - Diabetes Gestacional

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Nutrição Materno-infantil 
 
 
 
DIABETES GESTACIONAL 
  Intolerância aos carboidratos, diagnosticada pela primeira vez 
durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto. 
 
 Gestação → alterações hormonais → Resistência à Insulina 
 
Prematuridade, macrossomia (hiperglicemia materna →lipogênese 
fetal), pré-eclâmpsia, morbidade materna, traumatismo de 
nascimento, hipoglicemia neonatal, hiperbilirrubinemia e 
mortalidade perinatal. 
 
 Fatores de risco para DG: 
 > 35 anos, obesidade ou ganho excessivo de peso na gestação, 
antecedente pessoal de DG, histórico familiar de DM (parentes 
de 1º grau), antecedentes obstétricos (macrossomia, óbito fetal, 
malformação fetal), uso de drogas hiperglicemiantes 
(corticoides), síndrome do ovário policístico, hipertensão arterial 
crônica, suspeita de crescimento fetal excessivo ou polihidrâmnio 
na gestação atual (excesso de líquido amniótico) 
 
RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 Não existe consenso sobre método diagnóstico mais eficaz 
 O rastreamento deve ser iniciado pela anamnese para 
identificar os fatores de risco. 
 Recomenda-se o rastreamento de diabetes gestacional 
(DG) para todas as gestantes, independentemente da 
presença de fatores de risco (FR), utilizando-se a glicemia 
de jejum antes da 20ª semana gestacional (1ª consulta). 
RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
Glicemia de jejum (1ª consulta) 
 
 < 85 mg/dL sem FR > 85 mg/dL e/ou FR 
 
 
rastreamento negativo 
 
Repetir entre a 24ª e 28ª semana rastreamento positivo 
 
Duas glicemias de jejum > 126 mg/dL confirmam o diagnóstico de DG, 
sem necessidade de TOTG (Teste Oral de Tolerância a Glicose) 
 
Confirmação do diagnóstico de DG entre gestantes com glicemia de 
jejum entre 85 e 125 mg/dL e/ou com fator de risco → TOTG (75g 2h) 
 
 
 
Ministério da Saúde (2010) 
RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 Teste Oral de Tolerância à Glicose 
Apenas 1 valor alterado → repetir o teste na 34ª semana de 
gestação 
Ministério da Saúde (2010) 
TRATAMENTO 
Dieta + insulinoterapia em alguns casos 
Hipoglicemiantes orais são contra-indicados 
 
 DG e eutrofia: 30 a 35 kcal / kg peso / dia 
 
DG e excesso de peso: 24 kcal/ kg peso / dia 
 
DG e baixo peso: 40 kcal / kg peso / dia  ganho adequado 
de peso 
 
Dietas abaixo de 1200 Kcal/dia são contra-indicadas pelo 
risco de cetose (elevada mobilização de depósitos de gordura 
→ corpos cetônicos → danos ao SN do feto. 
 
 
 
Ministério da Saúde (2010) 
DIETOTERAPIA 
 Fracionamento em 6 refeições diárias. 
 VET distribuído em: 10-20% café da manhã; 10% colação; 
20-30% almoço; 10% lanche da tarde; 20-30% jantar e 10% 
ceia. 
 Lanche noturno → importante para evitar cetose durante o 
sono. 
 Distribuição energética: 
- 40 a 50% CHO complexos ricos em fibras 
- 20% proteínas 
- 30 a 40% gorduras insaturadas 
 
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2008); Ministério da Saúde (2010) 
RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS ÚTEIS: 
 
 Limitar o consumo de frutas a duas unidades por dia, ou 300g; 
 Não consumir sucos de frutas como rotina e, se ingeri-los, diluí-
los em água; 
 A quantidade de açúcar simples (glicose, frutose, sacarose) não 
deve ultrapassar 10 a 15% da quantidade total de CHO; 
 Os horários das refeições devem ser respeitados diariamente 
(inclusive sábado e domingo), com intervalos de 2 a 3 horas; 
 Incluir verduras e legumes ricos em fibras nas principais 
refeições; 
 Todas as refeições devem conter CHO com a presença de 
proteínas, lipídios ou fibras (IG da refeição). 
 O uso de edulcorantes ou produtos dietéticos é permitido desde 
que seja controlado (verificar quadro). 
 
Ministério da Saúde (2010) 
Recomenda-se o uso moderado de edulcorantes uma vez que não 
existem estudos conclusivos realizados com humanos. 
 
O consumo de frutose, sob a forma de adoçante, deve ser 
desestimulado, por aumentar os níveis de lipídeos plasmáticos. 
 
Porém, não se recomenda que indivíduos evitem a frutose 
naturalmente presente nos alimentos. 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília: 
MS, 2010. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf 
 
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2008). Diabetes 
Mellitus Gestacional. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(6):471-86. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v54n6/v54n6a06.pdf 
 
Vitolo MR. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: 
Rubio, 2008.

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