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Programa de Alimentação Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)do Trabalhador (PAT) NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA 2013 Apresentação No Brasil, as ações iniciais em saúde do trabalhador no que se refere, especificamente, à questão da alimentação, datam do final da década de 1930, quando foi instituída a obrigatoriedade de as empresas com mais de quinhentos empregados instalarem um refeitório (Decreto-Lei n. 1.228, de 2 de maio de 1939).2 de maio de 1939). Nessa mesma época, foi criado o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), que, dentre outras atribuições, tinha o objetivo de "promover a progressiva racionalização dos hábitos alimentares do trabalhador brasileiro“. O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi instituído pelo Governo Federal , por meio da Lei n. 6.321, de 1976, regulamentada somente em 1991. STOLTE, D et al, 2006. Apresentação O PAT é direcionado ao atendimento dos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais, visando melhorar sua situação nutricional, promover a saúde e prevenir doençaspromover a saúde e prevenir doenças profissionais. Na Prática O PAT consiste em um benefício concedido ao trabalhador de empresas privadas e públicas, onde o empregador oferece assistência alimentar por meio de uma ou mais modalidades de serviço de alimentação do Programa.de serviço de alimentação do Programa. O último relatório de atendimento, publicado em 2007, demonstra que mais de 10 milhões de trabalhadores foram atendidos pelo Programa no Brasil. Modalidades do PAT A empresa participante do PAT poderá optar pelas seguintes A empresa participante do PAT poderá optar pelas seguintes modalidades de serviços:modalidades de serviços: * Autogestão (serviço próprio) A empresa beneficiária assume toda a responsabilidade pela elaboração das refeições, desde a contratação de pessoal até a distribuição aos usuários.distribuição aos usuários. * Terceirização (Serviços de terceiros) O fornecimento das refeições é formalizado por intermédio de contrato firmado entre a empresa beneficiária e as concessionárias. Empresa beneficiária→ certificar-se de que os serviços de terceiros são registrados no Programa de Alimentação do Trabalhador (Portaria MTb nº 87, de 28 de janeiro de 1997). Modalidades do PAT A modalidade de Terceirização pode ocorrer nas seguintes opções: * Refeição transportada A refeição é preparada em cozinha industrial e transportada até o local de trabalho;até o local de trabalho; * Administração de cozinha e refeitório: A empresa beneficiária contrata os serviços de terceiros, que utilizam as instalações da primeira para o preparo e distribuição das refeições; Modalidades do PAT * Refeição Convênio Os empregados da empresa beneficiária fazem suas refeições em restaurantes conveniados com empresas operadoras de vales, tíquetes, cupons, cheques, etc; * Alimentação convênio* Alimentação convênio A empresa beneficiária fornece senhas, tíquetes, etc, para aquisição de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais; * Cesta de alimentos: A empresa beneficiária fornece os alimentos em embalagens especiais, garantindo ao trabalhador ao menos uma refeição diária. Vantagens do Programa Para o Trabalhador: - melhoria de suas condições nutricionais e de qualidade de vida; - aumento de sua capacidade física; - aumento de resistência à fadiga; - aumento de resistência a doenças; - redução de riscos de acidentes de trabalho. Para as Empresas: - aumento de produtividade; - maior integração entre trabalhador e empresa; - redução do absenteísmo (atrasos e faltas); - redução da rotatividade; - isenção de encargos sociais sobre o valor da alimentação fornecida; incentivo fiscal (dedução de até 4% no imposto de renda devido). Vantagens do Programa Para o Governo: - redução de despesas e investimentos na área da saúde; - crescimento da atividade econômica; - bem-estar social. Como Participar? Empresa Beneficiária: para se cadastrar e aderir ao PAT a empresa interessada deve apresentar o formulário oficial preenchido, adquirido nas agências da ECT. O comprovante de registro (recibo destacável do próprio formulário) deverá ser conservado na contabilidade da empresa. Empresa Fornecedora: as pessoas jurídicas que pretendem credenciar-se como fornecedores ou prestadoras de serviços de alimentação coletiva deverão requerer seu registro no PAT mediante o preenchimento do formulário próprio oficial, conforme o modelo e informações contidas no endereço http://www.mte.gov.br/Empregador/PAT/Fornecedoras/Conteudo/http://www.mte.gov.br/Empregador/PAT/Fornecedoras/Conteudo/ como_participar.aspcomo_participar.asp Parâmetros Nutricionais do PAT Na época de sua implantação, o PAT recomendava que as refeições maiores (almoço e jantar) deveriam ter no mínimo 1.400Kcal, e as menores (desjejum e merenda) 300Kcal, todas com percentual protéico-calórico no mínimo de 6%. Em 1999, foi publicada a cartilha Orientação da Educação Alimentar, com o objetivo de direcionar ações de educação alimentar. Parâmetros Nutricionais do PAT A partir da Portaria n. 3 de 1º de março de 2002, da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT/MTE), foi preconizado: - que as refeições principais deveriam conter 1.400Kcal cada uma, admitindo-se uma redução para 1.200Kcal, no caso de atividade leve, ou acréscimo para 1.600Kcal, no caso de atividade intensa, mediante justificativa técnica, observando-se que, para intensa, mediante justificativa técnica, observando-se que, para qualquer tipo de atividade, o percentual protéico-calórico deveria ser, no mínimo, de 6%. - O desjejum e a merenda deveriam conter um mínimo de 300Kcal e 6% de percentual protéico-calórico, cada um; - Além disso, a portaria definia a obrigatoriedade da realização de atividades de conscientização e educação alimentar para os trabalhadores. STOLTE, D et al, 2006. Parâmetros Nutricionais do PAT e seu Impacto na Saúde dos Trabalhadores Uma coorte retrospectiva realizada na Bahia de 1996 à 2000 avaliou 8.454 trabalhadores e constatou que ser beneficiário do programa foi associado positivamente a aumento de peso. O risco de aumento de peso foi maior entre os trabalhadores eutróficos, pré-obesos ou de baixo nível socioeconômico no início do seguimento. Como conclusão, as autoras do estudo sugerem que o Programa de Alimentação do Trabalhador tem impacto negativo sobre o estado nutricional dos trabalhadores de baixa renda. Suas estratégias, restritas a recomendações energético-protéicas até então, precisariam ser reavaliadas para que efetivamente promovessem a saúde do trabalhador. VELOSO, IS e SANTANA, VS, 2000. Ainda hoje, poucas pesquisas sobre políticas públicas referentes à alimentação dos trabalhadores tem sido feitas no Brasil. Estudos realizados recentemente demonstraram que o PAT não vem cumprindo adequadamente os seus objetivos, sendo encontrados percentuais de 38,5 a 43% de excesso de peso nas regiões Sudeste e Nordeste do país. Parâmetros Nutricionais do PAT e seu Impacto na Saúde dos Trabalhadores regiões Sudeste e Nordeste do país. Em decorrência destes resultados, das transformações no processo produtivo e no perfil de saúde da população, outras demandas foram surgindo no campo da segurança alimentar e nutricional para o atendimento das necessidades dos trabalhadores brasileiros, e diante disso, em 2005, o MTE instituiu um grupo de trabalho para revisar os parâmetros nutricionais da Portaria n. 3. Novos Parâmetros Nutricionais Portaria Interministerial nº66, de 2006, alterou os parâmetros nutricionais do PAT: Nutrientes Valores diários Desjejum/ lanche Almoço/ jantar/ ceia VET2000 kcal 300- 400 kcal (acréscimo 20%=400 kcal) 600- 800 kcal (acréscimo 20%=400 kcal)20%=400 kcal) 15-20% do VET 20%=400 kcal) 30-40% do VET Carboidratos 55-75% 60% 60% Proteínas 10-15% 15% 15% Gorduras totais 15-30% 25% 25% Gorduras saturadas < 10% <10% < 10% Fibras > 25 g 4- 5 g 7- 10 g Sódio < 2400 mg 360- 480 mg 720- 960 mg Novas Orientações Nutricionais Segundo a Portaria Interministerial nº 66, de 2006: Os programas de alimentação do trabalhador deverão propiciar condições de avaliação do teor nutritivo da alimentação; Entende-se por alimentação saudável, o direito humano a um Entende-se por alimentação saudável, o direito humano a um padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos, respeitando os princípios da variedade, da moderação e do equilíbrio, dando-se ênfase aos alimentos regionais e respeito ao seu significado socioeconômico e cultural, no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional. Novas Orientações Nutricionais Segundo a Portaria Interministerial nº 66, de 2006: As pessoas jurídicas participantes do PAT, mediante prestação de serviços próprios ou de terceiros, deverão assegurar qualidade eterceiros, deverão assegurar qualidade e quantidade da alimentação fornecida aos trabalhadores, cabendo-lhes a responsabilidade de fiscalizar o disposto neste artigo. Novas Orientações Nutricionais � ONDPCal% das refeições deve representar o mínimo de 6% e o máximo de 10%; � Os estabelecimentos vinculados ao PAT deverão promover educação nutricional e disponibilizar em local visível ao público sugestão de cardápio saudável.público sugestão de cardápio saudável. � Os cardápios deverão oferecer, pelo menos: * em refeições principais (almoço, jantar e ceia): 1 porção de frutas e 1 porção de legumes ou verduras; * em refeições menores (desjejum e lanche): 1 porção de frutas Novas Orientações Nutricionais � A análise de outros nutrientes poderá ser realizada, desde que não seja substituída a declaração dos nutrientes solicitados como obrigatórios. � O cálculo do VET será alterado, em cumprimento às exigências laborais ou em benefício da saúde do trabalhador, desde que baseado em estudos detrabalhador, desde que baseado em estudos de diagnóstico nutricional. � Deverá ser fornecido aos trabalhadores portadores de doenças relacionadas à alimentação e nutrição, devidamente diagnosticadas, refeições adequadas e condições pautadas no PAT para tratamento de suas doenças, devendo ser realizada avaliação nutricional periódica destes trabalhadores. Artigos Científicos para Leitura e Aprendizado VELOSO, Iracema Santos e SANTANA, Vilma Sousa. Impacto nutricional do programa de alimentação do trabalhador no Brasil. Rev Panam Salud Publica [online]. 2002, vol.11, n.1 [citado 2010-08-16], pp. 24-31 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1020-49892002000100004&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1020-4989. doi: 10.1590/S1020-49892002000100004. STOLTE, Desire; HENNINGTON, Élida Azevedo e BERNARDES, Jefferson de Souza. Sentidos da alimentação e da saúde: contribuições para a análise do Programa de Alimentação do Trabalhador. Cad. Saúde Pública [online]. 2006, vol.22, n.9 [citado 2010-08-16], pp. 1915-1924 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2006000900023&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0102- 311X. doi: 10.1590/S0102-311X2006000900023. SANTOS, Leonor Maria Pacheco et al. Avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e combate à fome no período 1995-2002: 2 - Programa de Alimentação do Trabalhador. Cad. Saúde Pública [online]. 2007, vol.23, n.8 [citado 2010-08-16], pp. 1931-1945 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-[citado 2010-08-16], pp. 1931-1945 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 311X2007000800020&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0102-311X. doi: 10.1590/S0102-311X2007000800020. VELOSO, Iracema Santos; SANTANA, Vilma Sousa e OLIVEIRA, Nelson Fernandes. Programas de alimentação para o trabalhador e seu impacto sobre ganho de peso e sobrepeso. Rev. Saúde Pública [online]. 2007, vol.41, n.5 [citado 2010-08-16], pp. 769-776 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 89102007000500011&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-8910. doi: 10.1590/S0034-89102007000500011. GERALDO, Ana Paula Gines; BANDONI, Daniel Henrique e JAIME, Patrícia Constante. Aspectos dietéticos das refeições oferecidas por empresas participantes do Programa de Alimentação do Trabalhador na Cidade de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica [online]. 2008, vol.23, n.1 [citado 2010-08-16], pp. 19-25 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1020-49892008000100003&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1020- 4989. doi: 10.1590/S1020-49892008000100003. BANDONI, Daniel Henrique e JAIME, Patrícia Constante. A qualidade das refeições de empresas cadastradas no Programa de Alimentação do Trabalhador na cidade de São Paulo. Rev. Nutr. [online]. 2008, vol.21, n.2 [citado 2010- 08-16], pp. 177-184 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415- 52732008000200006&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1415-5273. doi: 10.1590/S1415-52732008000200006.
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