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EXELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE DIREITO DA VARA...CÍVEL DA COMARCA...DO ESTADO DE ... Autos nº... Marta, representada por sua genitora, ambas qualificadas nos autos da ação de indenização que movem contra Estado, também já qualificado, vem, por seu advogado que esta subscreve, perante este Juízo, apresentar, por seu procurador infra-assinado à presença de Vossa Excelência, em atenção ao respectivo Despacho de fls___. E com fulcro no ART. 364 §2º do NCPC e dentro do prazo legal apresentar suas: RAZÔES FINAIS 1- DOS FATOS Marta, aos seis anos de idade, sofreu sérios danos estéticos ao receber a terceira dose da vacina antirrábica fornecida pelo Estado. Quando Marta estava com treze anos de idade, ajuizou representada por sua mãe, ação de indenização em face do Estado, alegando que a má́ prestação de serviço médico em hospital público lhe teria deixado graves sequelas. Ela pediu indenização no valor de R$ 50.000,00 a título de danos materiais e outra no valor de R$ 40.000,00 a título de danos morais, e fez juntar aos autos comprovantes das despesas decorrentes do tratamento. Em contestação, a Fazenda Pública Estadual alegou ocorrência de prescrição, com base no disposto no art. 1.o do Decreto nº 20.910/1932, o qual estabelece que as dívidas passivas do Estado prescrevem em cinco anos, contados da data do ato ou do fato de que se originaram. Como entre a data do fato e o ajuizamento da demanda transcorreram sete anos, teria ocorrido a prescrição. Em primeiro grau de jurisdição, foram realizadas perícias e demais atos probatórios, tendo todos atestado a ocorrência do dano e do nexo de causalidade. Finda a audiência de instrução e julgamento o juiz substituiu os debates orais por memorais. 2- DOS DIREITOS 2.1 DO MÉRITO A autora vem sofrendo pelas graves sequelas consequências do recebimento da terceira dose da vacina antirrábica fornecida pelo réu. A prova produzida durante a instrução processual comprovou os danos sofridos, bem como o nexo de causalidade entre o ato do réu e os danos sofridos pelas autora. É de se destacar a desnecessidade de comprovação da culpa do Estado/réu, vez que se trata de responsabilidade objetiva, a teor dos artigos 927, parágrafo único, do Código Civil e 37, § 6º, da Constituição Federal. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará- lo. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 2.2 DA PRESCRIÇÃO Na época dos fatos e do ajuizamento da ação, a autora era absolutamente incapaz, porque tinha apenas 6 (seis) anos de idade quando ocorreu o fato, e aos 13(treze) anos de idade ajuizou a ação representada pela sua genitora. Como se sabe, contra os menores incapazes não corre a prescrição, conforme os artigos 3º, inciso e 198, inciso I, ambos do Código Civil. Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; Nestes termos, torna invalido a prescrição alegada pela ré em contestação, já que esta ainda não foi alcançada, tendo sequer iniciado a contagem do prazo. Requer a autora, portanto, desconsideração do pedido feito pela ré a fim de afastar a prescrição reconhecida. 2.3 DANOS MATERIAIS E MATERIAIS Os documentos juntados aos autos comprovam os danos materiais sofridos pela autora na quantia de R$ 50.000,00, decorrente do tratamento das sequelas sofridas. Ressalta-se, além disso, a cumulação de danos morais com danos materiais advindos do mesmo fato, devido as graves sequelas suportadas pela autora, conforme já pedido na exordial incumbindo o valor de R$40.000,00, conforme Súmula 37, do Superior Tribunal de Justiça. Além disso, os danos morais ficaram caracterizados pelas demais provas produzidas na instrução do feito, mormente no sentido de que os danos estéticos efetivamente sofridos. 3- DOS PEDIDOS 1- A procedência da Ação, com a devida condenação do Réu conforme ART 366 NCPC, haja vista, a autora ter buscado a via judicial para a justa reparação pelos danos materiais das despesas decorrentes do tratamento e danos morais sofridos decorrentes das graves sequelas. 2- Que sejam julgados improcedentes os pedidos formulados pelo réu; 3- Que sejam julgados procedentes os pedidos de indenizações pleiteados na petição inicial; 4- A autora pretende provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial a perícia realizada provando o dano e o nexo de causalidade. 5- A condenação do réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/15. Nestes termos, pede deferimento Local e data Nome do advogado OAB Endereço do advogado para intimação.
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