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CONTESTAÇÃO estudo de caso Tício vs Hotel

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Tício, representante comercial autônomo, esteve por nove vezes em 
determinado hotel, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015 (três vezes 
em cada mês), a trabalho. Em cada pernoite, Tício assinava um documento 
comprovando que havia utilizado os serviços do hotel, onde constavam tão 
somente a data e o valor da diária (duzentos e cinquenta reais). Não 
adimplida tal obrigação, ajuizou o hotel, em março de 2016, uma ação 
condenatória colocando no polo passivo Tício e a empresa para quem este 
presta serviços. O hotel pleiteou o valor do débito, acrescido de multa de 
10%. 
Detalhe: A inicial não trouxe procuração. Considerando estas informações, 
elabore a contestação de Tício e da empresa, em uma única petição. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _______ª 
VARA CÍVEL DA COMARCA DE _________________________________ 
Autos do processo nº. (número) 
Autor: HOTEL (nome) 
Réus: TÍCIO (sobrenome) e EMPRESA (nome) 
TÍCIO (sobrenome), representante comercial autônomo, 5 (estado civil), 
portador da cédula de identidade RG n. (número) e inscrito no CPF sob o n. 
(número), residente em (Rua, número, bairro, CEP), na comarca de 
(Comarca), com endereço eletrônico (endereço) e EMPRESA (nome), com 
sede em (Rua, número, bairro, CEP), inscrita no CNPJ sob o n. (número), 
com endereço eletrônico (endereço) vem à presença de V. Exa., por seu 
advogado (procuração anexa), cujo escritório se localiza em (endereço), com 
fundamento na lei, apresentar a presente 
CONTESTAÇÃO 
à ação condenatória proposta por HOTEL (nome), já qualificado, com base 
nos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
I - DA SÍNTESE DA INICIAL 
Busca o autor o Poder Judiciário pleiteando o recebimento dos valores 
referentes à utilização dos serviços hoteleiros por parte do corréu TÍCIO. 
Afirma a exordial que TÍCIO hospedou-se no HOTEL por nove oportunidades 
entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, e que não teria pagado a conta. 
A demanda foi ajuizada em março de 2016 também em face da EMPRESA, 
pedindo o autor a condenação dos réus ao pagamento de (i) R$ 2.250,00 
(dois mil duzentos e cinquenta reais) referentes às diárias e (ii) multa de 10% 
(dez por cento). 
É a breve síntese do necessário. 
II – PRELIMINARMENTE 
Antes de adentrar no mérito, mister se faz apontar algumas defesas em sede 
preliminar: 
1) DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA EMPRESA 
É patente a ilegitimidade passiva ad causam da empresa para figurar no polo 
passivo da presente demanda. 
A melhor definição para legitimidade é a coincidência entre as partes que figuram 
na relação processual e aquelas que figuram na relação material; no caso, é 
cristalina a ausência de correspondência entre as partes deste processo e as 
partes contratantes. 
Ora, na própria inicial já se percebe que quem se valeu dos serviços hoteleiros 
foi Tício e não a empresa. Portanto, há relação jurídica material (prestação de 
serviços hoteleiros) somente entre o corréu Tício e o hotel. 
Além disso, é de se apontar que, como consta da exordial, Tício é representante 
comercial autônomo, não havendo qualquer liame entre este e a empresa. 
Destarte, é indubitável que a empresa (parte na relação processual) não é parte 
da relação jurídica material existente, razão pela qual deve ser reconhecida sua 
ilegitimidade passiva – com a consequente extinção do processo10 sem 
resolução de mérito, em virtude da carência de ação (CPC/2015, arts. 485, VI, e 
337, XI). 
Considerando que já existe litisconsórcio passivo com Tício, e que este seria a 
parte legítima correta, não se faz necessária a indicação da correta parte a 
figurar no polo passivo (CPC/2015, art. 339). 
2) DO DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO: FALTA DE 
PROCURAÇÃO 
A petição inicial não veio instruída com a procuração outorgando poderes ao 
patrono do HOTEL. 
Nos termos dos artigos 104 e 287 do CPC/2015, é fundamental que o advogado, 
ao postular em juízo, apresente instrumento de mandato. 
Assim, percebe-se defeito de representação (CPC/2015, art. 337, IX), devendo 
o autor corrigir tal vício, em 15 dias, sob pena de extinção do processo12 sem 
resolução de mérito (CPC/2015, arts. 76 e 321). 
III – MÉRITO 
Superadas as preliminares, o que se admite apenas para argumentar, tampouco 
no mérito prosperará a demanda proposta pelo autor. 
Outrossim, é de apontar também que, no caso, há questão prejudicial a ser 
analisada (prescrição). 
1) DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DO AUTOR 
O crédito referente às estadias já se encontra irremediavelmente prescrito. 
Discute-se nestes autos a cobrança da hospedagem por parte dos hospedeiros, 
matéria especificamente tratada no Código Civil (CC, art. 206, § 1.º, I). 
Afirma-se na inicial que o corréu teria se valido dos serviços de hospedagem nos 
meses de dezembro de 2014 e janeiro e fevereiro de 2015. 
Nos termos do dispositivo já mencionado da legislação civil, o prazo prescricional 
em hipóteses como a presente é de 1 (um) ano – sendo certo que a prescrição 
do último mês se efetivaria em fevereiro de 2016, data anterior à distribuição da 
petição inicial que deu origem a este processo. 
Destarte, como se vê, o pedido encontra óbice na prescrição. 
Assim, nos termos do art. 487, II, do CPC/2015, deve haver a extinção do 
processo com resolução do mérito em virtude da prescrição apontada. 
2) DO DESCABIMENTO DA MULTA, VISTO QUE NÃO 
PREVISTA PELAS PARTES CONTRATANTES 
Acaso afastada a prescrição – o que se admite apenas ad argumentandum 
tantum –, impõe-se o afastamento da multa pleiteada pelo autor. 
É certo que houve, entre autor e o corréu Tício, um contrato verbal de prestação 
de serviços hoteleiros. 
Contudo, não houve a formalização de qualquer instrumento contratual com a 
previsão de multa, nem tampouco houve qualquer informação a Tício sobre tal 
existência. 
Como bem destaca o art. 409 do Código Civil, a cláusula penal deve ser 
estipulada conjuntamente com a obrigação ou em ato posterior; tal situação não 
se configurou na situação sob análise porque não foi estipulada 
consensualmente tal obrigação acessória. 
Portanto, ante a inexistência de qualquer acerto prévio entre as partes, 
impossível alegar a incidência de multa sob pena de ensejar considerável 
insegurança jurídica e violação ao princípio da legalidade (CF, art. 5.º, II) e da 
boa-fé objetiva (CC, art. 422). 
Assim, conclui-se que a multa pleiteada deve ser afastada. 
IV - DA CONCLUSÃO 
Ante o exposto, requerem os réus a V. Exa.: 
a) preliminarmente, seja reconhecida a ilegitimidade passiva da corré Empresa, 
com a extinção do feito em relação a ela, sem resolução de mérito com base no 
artigo 485, VI, do CPC/2015; 
b) preliminarmente, que o autor traga aos autos procuração outorgando poderes 
a seu patrono, sob pena de indeferimento da petição inicial; 
c) se afastadas as preliminares, no mérito, o reconhecimento da existência de 
prescrição, em relação a todo o valor cobrado pelo autor; 
d) subsidiariamente, na remota hipótese de procedência do pedido principal, seja 
afastada a multa pleiteada; 
e) a condenação do autor no ônus da sucumbência, em 10% do valor da causa, 
nos termos do art. 85, §§ 2º e 6º, do CPC/2015; 
f) provar o alegado por todos os meios de prova previstos em lei, especialmente 
pelos documentos ora juntados aos autos – e, caso V. Exa. entenda necessária 
a realização de audiência, requerem os réus o depoimento pessoal do 
representante legal do autor. 
Termos em que 
pede deferimento. 
 
Cidade, data, 
_________________ 
Advogado 
OAB

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