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Relatório técnico Folha 16 de 18 Prática TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBOS Disciplina Laboratório de Engenharia Química II Professor Felipe Alves Grupo C TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBOS Relatório técnico Folha 1 de 18 Prática TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBOS realização 29/03/2016 Unidade Instituto de Química Depart. Operações e Processos Industriais Disciplina Laboratório de Engenharia Química II Professor Felipe Alves Grupo C entrega 05/04/2016 NOTA Relatores : Gustavo Anciens Hanny Juliani Vanessa de Oliveira Sumário 1. RESUMO 3 2. NOMENCLATURA 3 2.1. Variáveis 3 2.2. Índices 4 3. INTRODUÇÃO 5 3.1. Considerações Iniciais 5 3.2. Modelagem Matemática 6 4. OBJETIVO 8 5. METODOLOGIA 9 5.1. Descrição do Equipamento 9 5.2. Procedimento Operacional 10 5.3. Procedimento de Tratamento dos Dados 10 6. RESULTADOS 13 7. DISCUSSÃO 17 8. CONCLUSÃO 17 9. REFERÊNCIAS 18 RESUMO Um trocador de calor é um dispositivo termodinâmico através do qual é possível fazer a troca de calor entre dois ou mais fluidos com temperaturas diferentes, e são bastante usados em processos industriais no qual se deseja aquecer ou resfriar um fluido. Um dos trocadores mais comuns são os trocadores de calor casco e tubos que são constituídos por um casco e um feixe de tubos em seu interior. Pelos tubos normalmente cirucla o fluido refrigerante (menor temperatura) enquanto que o fluido a ser refrigerado (maior temperatura) flui em torno da área dos tubos internos, sendo isolado pelo casco do trocador. Neste trabalho é realizado um estudo comportamental da transferência de calor que ocorre em um trocador de calor casco e tubos através da coleta das temperaturas das correntes fria e quente que circulam pelo sistema. Após uma análise do perfil de temperaturas obtido conclui-se que há uma variação das temperaturas de ambas as correntes no decorrer do tempo até o momento em que elas se aproximam mostrando que ocorreu a transferência de calor esperada e que o modelo matemático proposto é adequado. Após a análise dos resultados experimentais observa-se que as temperaturas das correntes fria e quente variam com o passar do tempo até o momento em que elas se aproximam, ou seja, é possível observar o fenômeno de transferência de calor que ocorre. NOMENCLATURA Variáveis 𝐴 Área (m2) 𝐶𝑝 Capacidade calorífica (J/Kg.ºC) C Produto entre a vazão mássica e a capacidade calorífica 𝐷 Diâmetro (m) 𝜖 Espessura da tubulação (m) 𝑓 Fator de atrito de Darcy F Fator de Correção ℎ Coeficiente de convecção (W/m2.K) 𝐿 Comprimento, Distância (m) 𝑚 Massa (kg) 𝑚̇ Vazão mássica (Kg/s) µ Viscosidade absoluta (Pa.s) 𝜌 Massa específica (Kg/m3) 𝑤 Vazão mássica (Kg/s) 𝑃𝑟 Números de Prandtl 𝑁𝑡𝑝 Números de tubos no passe Nu Números de Nusselt 𝑅𝑒 Número de Reynolds 𝑅 Resistência 𝑇 Temperatura (K) 𝑡 Tempo (s) 𝑈 Coeficiente global de troca térmica (W/m2.K) 𝑄 Taxa de transferência de calor (W) q Fluxo de calor (W) 𝑣𝑡 Velocidade nos tubos (m/s) 𝜇 Viscosidade (Pa.s) 𝑘 Condutividade térmica (W/m.K) Índices 𝑐 Índice de identificação para se referir a seção transversal C Índice de identificação da corrente fria. Cal Índice de identificação dos valores obtidos teoricamente, calculados. Cin Índice de identificação da corrente fria de entrada. Cout Índice de identificação da corrente fria de saída. e Índice de identificação da parte externa dos tubos eq Índice de identificação para se referir a equivalente exp Índice de identificação dos valores obtidos experimentalmente fe Índice de identificação relacionado ao depósito na parte exterior do tubo. fi Índice de identificação relacionado ao depósito no interior do tubo. h Índice de identificação da corrente quente hin Índice de identificação da corrente quente de entrada hout Índice de identificação da corrente quente de saída i Índice de identificação da parte interna dos tubos LM Índice de identificação relacionado ao método LMTD s Índice de identificação do diâmetro interno do casco t Índice de identificação para se relacionar ao tubo ti Índice de identificação de tubo interno TP Índice de identificação de passes nos tubos tp Índice de identificação de tubos no passe INTRODUÇÃO Considerações Iniciais No dia-a-dia pode-se perceber de diversas formas a troca de calor entre dois fluidos de temperaturas diferentes. Esse fenômeno se mostra presente não só no cotidiano, mas também em muitas aplicações industriais de engenharia, onde o equipamento utilizado para realizar essa troca é conhecido como Trocador de Calor realizando o aquecimento e resfriamento de ambientes, o condicionamento de ar, a produção de energia e a recuperação de calor. Os trocadores de calor são classificados conforme o seu tipo de construção, grau de compactação da superfície, e configuração do escoamento; portanto existem diversos tipos de trocadores, dos mais simples aos mais complexos. Além disso, diversas conformações e arranjos são possíveis para esses trocadores de calor, dentre os mais utilizados estão os trocadores de placas e os tubulares, e dentre os tubulares tem-se os bitubulares, serpentinas e casco-e-tubo. O tipo mais comum de trocador é o trocador de calor casco e tubos, que consiste de um casco (um grande vaso de pressão) com um feixe de tubos dentro dele onde um fluido corre através dos tubos, e outro fluido corre sobre os tubos, através do casco. Neste caso, existem várias formas específicas para este tipo de trocador que variam de acordo com o número de passes no casco e nos tubos. A Figura 1 representa o desenho esquemático de um trocador casco tubo. Figura 1- Trocador de calor casco-tubo com um passe no casco e um passe nos tubos no modo de operação contracorrente. Modelagem Matemática O método LMTD baseia-se em um balanço de energia realizado na superfície de troca térmica entre o fluido quente e o fluido frio em escoamento paralelo, como se pode ver na figura 2. Figura 2 - Esquema simplificado de troca térmica em um trocador de calor com escoamento em paralelo. As equações utilizadas neste balanço são: Balanço global: = (1) = (2) Balanço infinitesimal: = (3) d (4) Algumas suposições feitas para este balanço são: Só há transferência de calor entre as correntes Variações de energia cinética e potencial são desprezíveis Conduções na direção axial são desprezíveis Vazão e calor específico de cada corrente constante, sem mudanças de fase. Coeficiente global de transferência uniforme ao longo da área de troca térmica. Desta forma, o balanço de energia a partir da Figura 2 seria: (6) Onde U é o coeficiente global de troca térmica, dA é o espaço analisado para troca térmica e é a diferença local de troca térmica entre o fluido quente e frio. (7) Aplicando o diferencial dos dois lados na equação acima, tem-se: (8) Substituindo pelas respectivas equações de balanço do fluido quente e frio, tem-se: (9) E, substituindo o dq pelo balanço na área de controle do trocador de calor: (10) Como as capacidades caloríficas e o coeficiente global de troca térmica são constantes, a equação pode ser integrada dos dois lado, com 1 e 2 indicando as regiões delimitadas na Figura 2. (11) (12) Onde e Substituindo finalmente Ch Cc pelas definições do balanço global, tem-se: (14) Este balanço pode ser estendido para outras configurações de trocadores de calor partirda configuração de na entrada dos fluidos. Por exemplo, para um trocador contracorrente, teríamos e (15) Para outros trocadores de calor, como o casco e tubos em estudo, este balanço poderá ser utilizado desde que aliado a um Fator de Correção F, que é função do número de passes que está tendo nos tubos, como podemos verificar a seguir: (16); Onde e O coeficiente global de transferência de calor (U) é utilizado para determinar a transferência de calor total entre as duas correntes, quente e fria, em um determinado trocador de calor. Sua definição se dá em função da resistência térmica total à transferência de calor entre os dois fluidos, levando em consideração as resistências condutivas e convectivas presentes no sistema. Como já visto a equação básica para um trocador de calor é: (17) E como a taxa de transferência de calor é definida por: (18) Conclui-se que: (19) Sendo assim, o cálculo para o coeficiente global de transferência pode ser representado pela equação: (20) Adotando-se a área externa como referência, tem-se que: (21) OBJETIVO O trabalho em questão possui o objetivo de analisar as temperaturas, obtidas com a ajuda de termopares, das correntes frias e quentes que circulam pelo sistema e, com isso, realizar um estudo da transferência de calor que ocorre em um trocador de calor casco e tubos. METODOLOGIA Descrição do Equipamento Durante a prática foram usados os seguintes equipamentos: um trocador de calor casco e tubos; um banho térmico com reciclo; termopares; painel com indicador de temperatura e chave para ligar e desligar o sistema; um reservatório com água e uma bomba centrifuga, como apresentado na Figura 3. O trocador de calor do tipo 1-2, APEMA TST30-2BV(n° de série 24762), é feito com o material aço carbono e possui diâmetro interno de 60,3 mm, constituído internamente de 14 tubos de cobre com diâmetro externo dos tubos de 9,53 mm, 0,79 mm de espessura e 240 mm de comprimento. Possui duas chicanas com corte horizontal de 27%, espaçamento entre as chicanas de 80 mm, espaçamento entre a primeira chicana e o espelho de 91 mm e os bocais de 1/2′′. Este trocador possui uma área de troca térmica de 0,10 m2 e nele a água fria flui pelos tubos enquanto que a água quente escoa pelo casco. Uma bomba centrífuga de 1/3 HP (220V) é acoplada a uma caixa d’água de 100 L, com boia. A tubulação de descarga da bomba (3/4’’) possui válvulas gaveta para alimentar o trocador e calor e reciclo para a caixa d’água. Os termopares, medidores de temperatura, estão conectados nas entradas e saídas dos fluidos quente e frio e tais temperaturas são mostradas em um painel composto por chave seletora eletrônica para 8 pontos (conectada para 220V), para termoresistência tipo Pt-100 e com indicação de temperatura (escala 0-199,9°C). Figura 3- Conjunto experimental de trocador de calor de casco e tubos. Procedimento Operacional O procedimento experimental realizado seguiu os seguintes passos: I) O banho foi ligado a uma temperatura de trabalho (set point) e esperou-se até a mesma estabilizar. Em seguida, o painel de temperatura foi ligado. II) A válvula para o fornecimento de água no reservatório da água fria foi aberta e a bomba centrífuga do mesmo foi ligada. III) A válvula para o fornecimento de água no trocador foi aberta e, neste mesmo momento, foi acionada a válvula de retorno ao reservatório. IV) O set point do banho foi colocado para uma temperatura abaixo da temperatura ambiente (aproximadamente 17°C). O cronômetro foi acionado e as quatro temperaturas no trocador foram medidas. Iniciou-se de 30 em 30 segundos e depois foi-se aumentando este intervalo a cada 1 minuto, 2 minutos e, por fim, 3 minutos até o sistema estabilizar. Os valores foram anotados na tabela que consta no formulário em anexo. V) Ao terminar o experimento, a vazão mássica da água quente e a massa de água contida no banho foram medidas em triplicata. VI) A bomba do reservatório e o banho foram desligados; a válvula que alimenta o reservatório foi fechada e o painel de temperaturas desligado. Procedimento de Tratamento dos Dados As propriedades físicas das correntes (, , cp e k) foram retiradas de Incropera et al, 2008. Os valores das propriedades foram considerados como a média entre os limites superior e inferior de temperatura das correntes. Inicialmente foram calculados o número de Prandtl (Pr) e a média das vazões para cada corrente, em L/s, convertendo o valor para kg/s usando os valores de massa específica. Procedeu-se então ao cálculo dos coeficientes de convecção e do coeficiente global de troca térmica teórico, onde o procedimento de cálculo e as equações são apresentadas a seguir. Coeficiente de convecção interno: Diâmetro interno dos tubos: Velocidade nos tubos: Número de Reynolds: Fator de atrito de Darcy: Coeficiente de convecção nos tubos: Coeficiente de convecção externo: Passo nos tubos (LTP): Diâmetro Equivalente: Área de escoamento: Velocidade do escoamento: Número de Reynolds: Coeficiente de convecção externo: Coeficiente global de troca térmica teórico Algumas considerações foram realizadas durante a rotina de cálculos: O arranjo do feixe de tubos foi considerado como quadrado, pois é uma abordagem conservadora, implicando em menores valores de h no casco. A razão entre as viscosidades do fluido é igual a 1. As resistências de depósitos tem valores de 0,0001 m².K/W. Determinados os valores teóricos, o tratamento de dados prosseguiu com a determinação do coeficiente global de troca térmica experimental, de acordo com a metodologia fornecida por Kern, 1983, onde um sistema é modelado considerando uma série de hipóteses. A figura 4 ilustra o sistema. Figura 4 – Esquema do sistema modelado por Kern As seguintes hipóteses foram consideradas: As vazões dos líquidos são constantes. Mistura perfeita dentro do tanque. U é constante para o processo sobre toda a superfície. Capacidades caloríficas constantes. Temperaturas de entrada são constantes. Temperatura do fluido frio é constante em todo o trocador. Sem mudança de fase. As perdas de calor para o ambiente foram desconsideradas. Procedeu-se então ao balanço e modelagem do sistema: Balanço de Energia para o sistema: Cálculo do : Obtendo a expressão para THo em função de THi e TC: Encontrando uma expressão que relacione com o tempo: As expressões obtidas para as temperaturas de entrada e saída foram utilizadas para determinar o U experimental no Excel, de acordo com o seguinte procedimento: Com uma estimativa inicial para o valor de U, o k foi calculado. Para cada tempo, foram calculadas as temperaturas do fluido quente na entrada e na saída do trocador, tomando-se como base a temperatura do fluido quente inicial, utilizando as equações obtidas na modelagem experimental de Kern. A temperatura da corrente fria foi dada como a média aritmética de todos os valores da corrente, exceto do tempo 0 s. Calculou-se o erro conforme a fórmula seguir. Utilizou-se o Solver do Excel para minimizar o erro, alterando-se o valor de U. RESULTADOS Inicialmente são apresentados os valores de medição de vazão e das temperaturas, seguido do gráfico de comportamento de temperatura dos fluidos. Tabela 1 – Vazões médias medidas para cada fluido Tabela 2 – Medições de temperatura realizadas na troca térmica transiente Gráfico 1 – Comportamento das correntes A seguir são apresentados os valores de propriedades utilizadas no cálculo do coeficiente global de troca térmica teórico, e a seguir, os valores obtidos para os parâmetros necessários. A condutividade térmica dos tubos (cobre) é de 401 W/m.k. Dados relativos ao equipamento (casco, tubo, chicanas, bocais) foram retirados do manual do experimento. Tabela 3 – Propriedades físicas das correntes Tabela 4 – Valores dos parâmetros relativos aos tubos (fluido frio) Velocidade nostubos vt (m/s) 0,264913483 Número de Reynolds Re 2675,3898 fator de atrito de Darcy - tubos comerciais f 0,052385 Coeficiente de convecção nos tubos h (W/m².K) 1454,295 Tabela 5 – Valores dos parâmetros relativos ao casco (fluido quente) Diâmetro Equivalente Deq (m) 0,009429333 Área de Escoamento AC (m²) 0,000196349 Diâmetro Equivalente Deq (m) 0,009429333 Velocidade no Casco VS (m/s) 0,187449805 Número de Reynolds Re 3050,549065 Coeficiente de convecção no casco h (W/m².K) 3130,698 Foi encontrado um coeficiente global de troca térmica teórico de 732,2 W/m².k. Na tabela 6 são apresentadas as temperaturas experimentais e modeladas, e os respectivos erros. A tabela 7 exibe o erro relativo aos coeficientes de troca térmica. Tabela 6 – Comparação entre as temperaturas experimental e modelada Experimentais Calculados Tempo (s) TC,I (°C) TC,O(°C) TH,I(°C) TH,O(°C) TH,O(°C) TH,I(°C) Erro 0 27,6 32 62,2 63,5 55,9 62,2 7,579793 30 27,7 31,5 61,8 57,2 55,3 61,4 1,87736 60 27,8 31,4 60,8 56 54,7 60,7 1,260199 90 28 31,4 59,8 55,4 54,2 60,0 1,228672 120 28,1 31,5 58,9 54,5 53,6 59,3 0,883133 150 28,4 31,6 58 53,8 53,1 58,6 0,723928 210 28,8 31,7 56,2 52,5 52,0 57,3 0,465858 270 29,2 31,8 54,7 51,4 51,0 56,1 0,357059 330 29,5 32 53,1 50,1 50,1 54,9 7,32E-08 390 29,7 32 51,8 49 49,2 53,7 0,202969 450 30 32,2 50,5 48,2 48,3 52,7 0,149613 510 30,4 32,3 49,3 47,3 47,5 51,6 0,237806 570 30,7 32,4 48,1 46,4 46,8 50,7 0,365523 630 30,8 32,5 47,2 45,7 46,0 49,7 0,330842 690 31,1 32,6 46,1 44,9 45,3 48,9 0,431931 750 31,4 32,7 45,2 44,2 44,7 48,0 0,467049 810 31,6 32,8 44,3 43,6 44,0 47,2 0,434539 930 31,9 32,9 42,9 42,5 42,9 45,8 0,360406 1050 32,2 33,1 41,7 41,7 41,8 44,4 0,097822 1170 32,5 33,2 40,5 40,7 40,8 43,2 0,136191 1290 32,7 33,4 39,7 40,1 40,0 42,1 0,134081 1410 32,8 33,5 38,8 39,4 39,2 41,1 0,221671 1590 33,2 33,6 37,8 38,5 38,1 39,8 0,365007 1770 33,5 33,8 37 38 37,2 38,7 0,763248 1950 33,8 34 36,2 37,5 36,5 37,7 1,036573 2130 34 34,1 35,8 37,2 35,8 36,9 1,402352 Tabela 7 – Comparação entre os valores de coeficiente global de troca térmica DISCUSSÃO Ao se observar o Gráfico 1, percebe-se que a temperatura varia na medida em que o calor é trocado entre os fluidos, ou seja, à medida que o fluido percorre o comprimento do trocador. A temperatura da corrente fria apresenta um comportamento aproximadamente constante, o que reforça a hipótese considerada na modelagem matemática de Kern. A determinação teórica do coeficiente global de troca térmica usando as correlações da literatura forneceu um valor muito alto comparado ao obtido no experimento. Tal diferença pode ser explicada por considerações simplificadoras oriundas das expressões utilizadas nos cálculos de U teórico, que foram retirados da literatura. Além disso, as correlações utilizadas para o cálculo do coeficiente de convecção do casco, mesmo sendo complexas, podem não considerar todas as variáveis presentes no sistema. Logo, é coerente obter um valor teórico maior que o experimental, pois na realidade, existem muito mais perdas que as expressões teóricas não são capazes de contabilizar. Ainda, observando a tabela 6, percebe-se que a modelagem matemática desenvolvida para o cálculo das temperaturas do fluido quente apresentou uma boa descrição para os resultados obtidos no experimento, apresentando baixos erros quando relacionados às temperaturas medidas experimentalmente. CONCLUSÃO De posse dos resultados obtidos, é possível concluir que a temperatura varia à medida que o calor é trocado entre os fluidos, ou seja, à medida que o fluido percorre o comprimento do trocador. A temperatura da corrente fria apresenta um comportamento aproximadamente constante, o que reforça a suposição realizada na modelagem matemática do trocador. A diferença de temperatura entre as correntes tende a diminuir ao longo do tempo, indicando que a taxa de calor varia ao longo do tempo e, consequentemente, ao longo do comprimento do trocador de calor. Não houve concordância entre os valores de U obtidos por correlações da literatura e o experimental, devido as correlações usadas não considerarem todas as variáveis presentes no sistema. A modelagem matemática desenvolvida para o cálculo das temperaturas do fluido quente apresentou uma boa descrição para os resultados obtidos no experimento. REFERÊNCIAS KERN, Donald Q. Process Heat Transfer. New York: McGraw-Hill, 1983. INCROPERA F. P.; DEWITT. D. P. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros técnicas e Científicos Editora, 1998. COSTA, ANDRÉ LUIZ HEMERLY. Apostila da Disciplina Operações Unitárias II. Rio de Janeiro: UERJ, 2015.