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PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III ( RESUMO E QUESTÕES )

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PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III
Aula 1 - Introdução geral aos aspectos metodológicos da pesquisa.
INTRODUÇÃO
Na disciplina de Pesquisa em Serviço Social II, você pode estruturar seu projeto de pesquisa. Na aula de hoje estaremos discutindo aspectos metodológicos que deverão servir para que possa não apenas fazer uma revisão do que construíram, mas principalmente voltar-se sobre seu projeto criticamente, procurando corrigir e aperfeiçoar aquilo que considerarem necessário para melhor desenvolvimento de sua pesquisa monográfica. Este é o espírito crítico com o qual o pesquisador deve se munir para conduzir seu trabalho.
A METODOLOGIA CIENTÍFICA EM SERVIÇO SOCIAL
Disciplinas científicas do Serviço Social;
	- Olhar sobre os fenômenos aparentes ao Serviço Social;
 	- Relevância do tema para o Serviço Social;
Para isso é necessária uma metodologia de pesquisa, ou seja, “um conjunto de métodos e caminhos que são percorridos na busca do conhecimento.” (ANDRADE, 2009, p. 119)
A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL
“O Serviço Social é uma profissão interventiva que busca diminuir as disparidades sociais. Um assistente social atua, através de pesquisas e análises de realidade social, na formulação, execução e avaliação de serviços, programas e políticas sociais que buscam a preservação, defesa e ampliação dos direitos humanos e a justiça social. O trabalho do assistente social tem como objetivo visar e garantir direitos e assistência para a população desamparada, fazendo isso por meio de políticas sociais, de forma organizada e planejada, lutando contra os problemas das injustiças que podem afetar os desamparados socialmente.” (acessado em: http://explicatudo.com/o-que-faz-um-assistente-social#axzz2QBE0DKZw
A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL: A REALIZAÇÃO DA PRÁXIS SOCIAL.
A atuação do assistente social frente a violência doméstica contra a mulher;
O profissional de Serviço Social e o trabalho junto a adolescentes dependentes químico;
A previdência social e o Serviço Social: garantindo o direito a aposentaria de mulheres com idade acima de 55 anos;
O Benefício de Prestação Continuada: o assistente social na luta pela efetivação do direito;
O sucateamento da saúde pública: a importância do assistente social na participação do conselho municipal de saúde.
SOCIOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL
A intervenção do assistente social deve pautar-se em saberes científicos e especialmente naqueles que tomem a sociedade e as práticas sociais como objeto. Entretanto, por outro lado, a prática do assistente social traz subsídios para o desenvolvimento do conhecimento científico sobre a sociedade em geral. 
Há entre estes pares de disciplinas uma relação circular. Uma fornece subsídios à outra e, enfim, se formos bastante exigentes, pode mesmo ficar difícil estabelecer suas fronteiras, pelo menos com clara distinção e sem apelar para convenções. Porém entende-se que se o serviço social seriam avaliados pelo que conseguem transformar (dado rigor de suas práticas), enquanto a a sociologia pelo que conseguem conhecer (dado rigor de seus conceitos). Daí a pesquisa que ora se preparam para elaborar dever ter uma forte vertente prática, que envolve o pesquisador em serviço social um contato imediato com seu objeto de estudo.
SERVIÇO SOCIAL: VERTENTE PRÁTICA.
“O Serviço Social, no seu contato direto e profundo com as pessoas e os grupos, pode descobrir problemas que a Sociologia estudará, e que, talvez, sem a intervenção do Serviço Social, lhe passariam despercebidos”. Por isso, o Serviço Social tem um espectro enorme de atuação, que podem ser resumidos em três campos de atuação: os trabalhos de investigação com finalidade pedagógica; os trabalhos de investigação em vista da ação; e os trabalhos de investigação propriamente científica (o trabalho monográfico). 
SERVIÇO SOCIAL E PRÁTICA INTERDISCIPLINAR
É importante que o olhar do pesquisador em serviço social reafirme formas interdisciplinar da atuação deste profissional. Pois, os autores das disciplinas de Serviço Social trazem uma crítica ao olhar quase “obsessivo”, preferidos nos debates dos assistentes sociais está vinculado à busca de sua “especificidade”, de sua diferença em relação às outras disciplinas sociais, de seu estatuto teórico. Ou seja, preocupado em ter uma identidade bem definida, que corresponderia à igualmente bem definida especificidade de sua prática e de seu estatuto teórico, o assistente social pode diminuir sua capacidade de interagir no sempre complexo tecido social.
ASPECTO E CONCEITOS DE METODOLOGIA
- Metodologia Científica;
- Metodologia de Pesquisa;
- Metodologia da Pesquisa;
METODOLOGIA CIENTÍFICA
Sua monografia deve ser um trabalho científico relacionado a uma disciplina científica, no nosso caso o Serviço Social. Que critérios devem ser atendidos pelo Serviço Social para que seja admitido no seleto clube da ciência? Ou, colocando de outra maneira, o que deve ser o Serviço Social para ser reconhecido como disciplina científica? Essa é uma questão epistemológica e que procura responder qual o método a ser seguido pela ciência ou por uma determinada disciplina científica. O que define uma disciplina científica é sua adesão a aplicação de alguma modalidade do método científico.
METODOLOGIA DE PESQUISA;
Pegue seu Projeto de Pesquisa e observemos:
Natureza da pesquisa: pode ser pura e aplicada;
Abordagem: pode ser quantitativa e qualitativa; 
Objetivos: pode ser exploratória, descritiva ou explicativa;
Procedimentos: pode ser bibliográfica, documental, de campo, histórica, comparada entre outras.
Tema deve ser bem delimitado, que a pergunta feita pela pesquisa deve ser passível de ser respondida;
Um objetivo geral e outros específicos;
Citações obedecem a critérios convencionados;
Referências bibliográficas devem aparecer de determinada maneira;
Finalmente que o texto deve ser claro e situado dentro de uma cuidadosa revisão de literatura. Enfim, todos estes aspectos falam da metodologia de pesquisa em geral e não da metodologia da sua pesquisa. 
A metodologia responde por nosso compromisso com a clareza e será um guia para que você não se perca ao colocar sua pesquisa em prática. Cotidianamente, em meio ao senso comum, falamos de maneira tão rica quanto imprecisa sobre infinitos assuntos. Discorremos com elegância muitas vezes, embora na maioria delas com pouca clareza. Seu trabalho monográfico caminha em direção contrária. Nele você discorrerá sobre um tema único, procurando compensar com a clareza e a precisão o que perderá da riqueza com que discorreria sobre ele em contextos não acadêmico-científicos.
METODOLOGIA DA PESQUISA: OLHAR SOBRE A SUA PESQUISA.
Que tipo de dados pretende reunir? Quais são suas fontes? Eles são acessíveis? Onde? Por outro lado, como eles serão tratados, de maneira tal que sirvam para que sejam tiradas algumas conclusões e / ou dar suporte a determinados argumentos e hipóteses? 
METODOLOGIA DA PESQUISA: O TRABALHO DE CAMPO.
Para responder tais perguntas, se faz necessário um olhar sobre o trabalho de campo. Trabalho de campo, segundo Minayo (1993,p.61) permite a aproximação do pesquisador da realidade sobre a qual formulou uma pergunta, mas também estabelecer uma interação com os “atores” que conformam a realidade e , assim, constrói um conhecimento empírico importantíssimo para quem faz pesquisa social. “É claro que a riqueza desta etapa vai depender da qualidade da fase exploratória.”
Exemplo de trabalho de campo, por Minayo (1993,p.62): “quando tratamos de entender as concepções de saúde e doença de determinado grupo social; quando buscamos compreender a relação pedagógica entre os estudantes e o professor de determinada matéria, ou o impacto de determinada política pública para uma população específica, cada um desses temas correspondem a um campo empírico determinado.” ou seja, “a pesquisa social trabalha com gente e com suas realizações.”
METODOLOGIA DA PESQUISA: OBJETO DAPESQUISA.
Tomemos mais um exemplo: um homem assiste constantemente a ação de assaltantes, próxima à sua casa; toma a decisão de pegar a arma que herdara de seu pai e desce para enfrentar os assaltantes. Qual a causa de sua decisão? O fato de a arma ter sido de seu pai? Sua intenção de proteger seus filhos? O significado que “enfrentar assaltantes com uma arma” tem em uma cultura machista? Ter sido humilhado pelo chefe naquele dia? A briga que teve com sua esposa, que lhe exige melhor desempenho? Algumas reações neuroquímicas em seu cérebro? Todas essas coisas?
A complexidade é tamanha que cabe ao pesquisador aceitar que vários níveis de análise são possíveis e saber o mais precisamente possível qual é o seu. É importante saber O QUE SE QUER PESQUISAR. Como fica claro no exemplo, sujeitos sociais e humanos, atribuem razões a seus comportamentos e, se quiser levá-las em consideração em sua pesquisa estarão assumindo a responsabilidade de lidar com o universo de significações que devem ser interpretadas e não “observadas”.
METODOLOGIA DA PESQUISA: OLHAR SOBRE A REALIDADE SOCIAL.
A realidade em si nos é, e será sempre desconhecida. Olhamos para ela sempre de dentro do mundo e isso causa necessariamente um desvio, irredutível. Fazemos parte do quadro que estamos pintando, mesmo quando fazemos ciência. É assim que você deve encarar o que tratará como o dado, ou seja, aquela parte do mundo que parece estar frente aos olhos. 
METODOLOGIA DA PESQUISA: DADOS.
O dado será sempre um recorte assumido e explicitado pelo pesquisador. Será então tabulado – que podemos razoavelmente traduzir como “criteriosamente organizado em tabelas” e tratado conforme metodologia explicitada que poderá ser quantitativa ou qualitativa. 
METODOLOGIA DA PESQUISA
Entramos na pesquisa científica com a orientação de fazer afirmações e contestações firmemente apoiadas no método científico. Ao assim fazermos, assumimos que tal método é o melhor que temos para garantir que nossos enunciados científicos não sejam meramente opiniões calcadas mais em nossos desejos do que em qualquer outra coisa. 
Nesta aula, você:
 - Teve contato com uma discussão geral em torno dos diferentes níveis metodológicos que atravessam sua pesquisa: Metodologia científica, metodologia de pesquisa e metodologia da pesquisa.
- Retomou contato com uma discussão sobre os desafios peculiares ao pesquisador em ciências sociais.
Aula 02 - Paradigma qualitativo em ciência, a pesquisa qualitativa e o trabalho de campo.
INTRODUÇÃO
A pesquisa qualitativa e o trabalho de campo são emblemáticos da pesquisa sem serviço social. Nesta aula você estará acompanhando uma apresentação do contexto em que surge o paradigma qualitativo e especialmente sua relação com as limitações do método positivista quando aplicado às ciências sociais. Estará também refletindo sobre o problema da interpretação e compreensão dos dados qualitativos no contexto de uma pesquisa científica. 
O MÉTODO CIENTÍFICO TRADICIONAL
Ao longo do século XX, surgem diversas críticas ao ideal de um método científico único, aplicável a todo e qualquer objeto. Essas críticas emergem principalmente na medida em que se verifica a pobreza dos resultados obtidos através do método científico tradicional quando aplicado às ciências humanas e sociais.
É importante destacar que a crítica aqui colocada é tecida ao modelo positivista.
CRÍTICA AO MÉTODO CIENTÍFICO TRADICIONAL
Impossibilidade de fazer surgir a verdade como uma fotografia exata da realidade;
Há “dados” que devem ser levados em conta embora não sejam facilmente assimiláveis às exigências da pesquisa experimental e suas quantificações; 
Não é apenas negar o positivismo ou as ciências exatas, e descobrir uma via que responda a pesquisa sobre o social.
Não é apenas uma crítica ao modelo positivista, é uma crítica a sua aplicabilidade nas ciências sociais e humanas.
Será que conhecemos melhor alguém ouvindo a pessoa falar, ou fazendo exames neurofisiológicos completos e acessando seu genoma? 
Crítica ao Método Científico Tradicional
Atenção! Não é simples!!
Quer-se levar em conta o que as pessoas dizem em meio ao seu ambiente natural! Ou seja, sem o controle de variáveis que pode ser alcançado em pesquisas experimentais feitas em laboratório! Finalmente considere que o próprio pesquisador é uma das variáveis de difícil controle na pesquisa! O pesquisador que uma vez no campo não observa sem interferir, mas, ao contrário, participa do meio em questão e isso não apenas por estar sendo percebido pelos outros, mas pelo que ele introduz de sua subjetividade, com suas ações verbais e não verbais.
A CIÊNCIA MODERNA 
O Método GALILEU GALILEI:
Relações quantitativas;
Indução experimental;
Observações de números em casos particulares. 
Passos para seu método: observação / análise/ indução / verificação / generalização / confirmação.
A chamada ciência moderna inaugura-se com o astrônomo Galileu.
A ciência moderna rompe com essa expectativa de que ao final, entenderemos o sentido do mundo. Seu método, suas práticas, são temperadas pela frieza da matemática que mantém ao máximo fora da operação científica o sujeito pesquisador. Para a ciência moderna devemos confiar na matemática e buscar conhecer as leis que podem explicar o sensível. Partimos do sensível, mas para abandoná-lo em favor do que pode ser matematicamente provado. Leis que expliquem aquilo que podemos observar e sem supor nenhum significado fundamental que explique a existência e os eventos do universo.
O que é uma fórmula matemática? Qual sentido ela imprime?
A CIÊNCIA MODERNA: A MATEMÁTICA.
Assim, para a ciência moderna o importante é a verificação matemática. O que é verificado matematicamente, isto é, teoricamente, confirma a “existência” de uma dada lei que serve para explicar o maior número possível de fenômenos. Essa prática científica revela / constrói leis que explicam os acontecimentos percebidos pela mente humana. Isso é fazer conhecimento científico e, para muitos autores clássicos, pode-se simplesmente dizer que isso é conhecimento. 
O resto é opinião, senso comum mais ou menos disfarçado, seja doutrina religiosa, mito ou meramente sabedoria tradicional.
A CIÊNCIA MODERNA: A MATEMÁTICA X AÇÃO HUMANA.
Não se consegue capturar a diversidade das ações humanas no interior de um conjunto de leis cujos enunciados sejam matematicamente formulados. Ou, quando se o consegue, explica-se muito pouco com isso ou pouco se adquire de verdadeiramente interessante com as explicações alcançadas segundo este modelo. Isso vale também para instituições, agrupamentos, sociedades, enfim, tudo que é imanente ao ser humano, ou seja, que não se pode pensar em separado a ele, ou que não se pode pensar como independente de suas ações. 
A CIÊNCIA MODERNA: AUSÊNCIA DE SENTIDO.
Essa referencia à ciência moderna foi trazida para que você perceba que o “sentido” será algo muito importante para a pesquisa que irão realizar. Na contramão dessa grande virada, o paradigma qualitativo e as diversas tendências que se alinham a ele voltam a dar lugar ao sentido na prática científica. Correlatas ao sentido, estão a interpretação e a compreensão. Interpreto os acontecimentos, fazendo sentido sobre eles. Interpreto as ações humanas, dando sentido a elas. Ao dar sentido, compreendo. Isso implica pensar uma prática científica da qual a subjetividade é parte inerente. Ou seja, dar sentido é compreender que não existe um significado pré-estabelecido.
A mudança de Paradigma: o Paradigma qualitativo.
O termo paradigma ficou consagrado pelo trabalho do epistemólogo americano Thomas Kuhn. Para Kuhn um paradigma científico é o campo social e conceitual a partir do qual o cientista pode encontrar tanto as perguntas a fazer quanto as soluções a serem encontradas. Não enxergamos a realidade como ela é, e nem os cientistas. Estes partem sempre de um lugar feitos de valores culturais e conceitos científicos.Quando muda um paradigma, outros problemas são colocados e outras soluções. Durante muito tempo vigorou na ciência o paradigma positivista, com a glorificação do método científico único. Até que um novo paradigma viesse a aparecer.
O PARADIGMA QUALITATIVO
Segundo PATTON (1986, APUD ALVES MAZZOTTI & GEWANDSZNAJDER, 1998, pg. 131), a principal característica das correntes que se incluem no paradigma qualitativo é o fato de seguirem a tradição “compreensiva”, ou interpretativa. Para esta tradição vale o pressuposto de que as pessoas agem em função de “suas crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato, precisando ser desvelado (Ibid, 1998, p.131)”.
Observar seres humanos é observar seres que falam, o que introduz na observação a dimensão da escuta e da compreensão / interpretação. Tal aspecto é diretamente ligado ao fato de que seres humanos não fazem sempre a mesma coisa, o que torna a discussão sobre o livre arbítrio uma das mais antigas e controversas no campo da filosofia. Se o ser humano age livremente, isso quer dizer que seu comportamento é imprevisível e / ou que a causa de seu comportamento é sempre redutível às suas intenções?
As correntes que se alinham ao paradigma qualitativo apresentam três características essenciais, a saber: visão holística, abordagem indutiva e investigação naturalística (ALVES MAZZOTTI & GEWANDSZNAJDER, 1998). 
A visão holística implica em que a compreensão vem de uma visão do todo e não do conhecimento das partes em separado. Por exemplo, para compreender uma escola, é preciso sempre considerá-la como um todo e não separá-la em suas partes componentes para examinar melhor a cada uma delas.
A abordagem indutiva tem tudo a ver com o trabalho de campo, uma vez que nela o pesquisador parte do particular para chegar ao geral. Assim, valoriza-se a investigação da singularidade, para chegar à universalidade visada pelas teorias científicas (ainda que universalidade provisória). Esse tipo de investigação é mais livre, o que revela uma flexibilidade em relação à objetividade e ao controle, típicos das pesquisas em ciências naturais.
A investigação naturalística é aquela em que a intervenção do pesquisador no contexto observado é reduzida a um mínimo. Em um experimento de laboratório, o pesquisador introduz as variáveis que deseja para estudar seus efeitos sobre o objeto estudado. A partir do momento em que determinadas variáveis são introduzidas enquanto outras suspensas ou controladas voluntariamente, o pesquisador no laboratório ou experimental fará suas observações e registrará as mudanças (dados) que interessam.
Paradigma Qualitativa x Paradigma Positivista
PARADIGMA QUALITATIVO
Quer-se indicar que se está assumido que a realidade social não é singular nem objetiva, mas antes disso é plural e formada pelas experiências humanas e pelos contextos sociais, sendo por isso melhor estudada em seu contexto sócio histórico através da consideração das interpretações subjetivas de seus vários participantes.
PARADIGMA POSITIVISTAS
Assume que a realidade é relativamente independente do contexto, do qual deve ser abstraída e estudada de maneira analítica (sendo dividida em partes) com a utilização de técnicas objetivas e medidas padronizadas.
A PESQUISA QUALITATIVA
A pesquisa qualitativa, por Minayo (2012, p.21), “responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada por seus semelhantes.”
O MÉTODO QUALITATIVO
Segundo Marconi (2009, p.269), “o referido método se difere do método quantitativo não só por não empregar instrumentos estatísticos, mas também pela forma de coleta e análise dos dados. A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc”.
O MÉTODO QUANTITATIVO
Segundo Richardson (1999,p.70), “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informação quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.”
O TRABALHO DE CAMPO
“Consiste em levar para a prática empírica a construção teórica elaborada na primeira etapa. Essa fase combina instrumentos de observação, entrevistas ou outras modalidades de comunicação e interlocução com os pesquisados, levantamento de material documental e outros. Ela realiza um momento relacional e prático de fundamental importância exploratória, de confirmação e refutação de hipóteses e de construção de teoria. É a fase central para o conhecimento da realidade. ” (MINAYO, 2012, p.26)
Logo, “pesquisa ou prática realizada em ambientes cotidianos do mundo real, e não em laboratório ou sala de aula” 
Aula 3 - Dados qualitativos e quantitativos no trabalho de campo. Exemplos e instrumentos de coleta.
INTRODUÇÃO
Nesta aula estaremos pensando a partir de alguns exemplos práticos para ganhar clareza sobre as possibilidades de trabalho com dados quantitativos e qualitativos. Introduziremos também alguns instrumentos para coleta de dados, como as entrevistas e questionários e algumas vantagens e desvantagens de sua utilização.
Explorando o tema
http://www.youtube.com/watch?v=vXbvPZWEfhI
O QUE O VÍDEO NOS MOSTRA COMO POSSÍVEIS OBJETIVOS DE PESQUISA?
- Lembremos alguns exemplos utilizados na nossa Aula 1 de Pesquisa em Serviço Social III
 	*A atuação do assistente social frente a violência doméstica contra a mulher;
	*O profissional de Serviço Social e o trabalho junto a adolescentes dependentes químico;
	*O sucateamento da saúde pública: a importância do assistente social na participação do conselho municipal de saúde.
O TRABALHO DE CAMPO
No trabalho de campo os dados qualitativos são colhidos através da observação e interação com a população / meio estudado, porém também através de questionários, entrevistas e ainda pela análise de documentos e mídias variadas somente disponíveis àqueles que se dispuserem a investigar o próprio campo sob pesquisa e não limitar-se a colher os dados da literatura disponível ou das estatísticas oficiais.
O fundamental é que com os dados qualitativos temos informações não numéricas, ou seja, estamos no domínio da significação e do sentido e daí a chamada à interpretação e à compreensão. 
O TRABALHO DE CAMPO E A COLETA DE DADOS NA PESQUISA QUALITATIVA: EXEMPLO 1.
Imagine dez grandes especialistas do futebol chamados a decidir quem é o melhor jogador de todos os tempos: Pelé ou Maradona. Discussão iniciada, as considerações estilísticas são intermináveis e tão espetaculares quanto inconclusivas até que se chega à posição de que será conveniente recorrer à frieza dos números.
Estabelece-se então o que deverá ser medido. Como os dois ex-jogadores foram atacantes, os parâmetros a guiar a coleta de dados são os números de:
- Gols
- Vitórias
- Jogos pela seleção nacional
- Títulos locais
- Títulos Nacionais
- Títulos internacionais.
Em seguida coletam-se os dados. Os pesquisadores não precisam ir a campo, pois todos os dados devem ser procurados em arquivos já existentes e oficiais. Fazem-se as contas (processamento dos dados) e lá está. Um dos jogadores é proclamado o melhor por atingir o melhor somatório considerando-se as variáveis convencionadas pararesponder a pergunta.
O TRABALHO DE CAMPO E A COLETA DE DADOS NA PESQUISA QUALITATIVA
O que se espera da sua pesquisa?
Relação com o tema que você escolheu;
Não se encerre qualquer discussão;
 Explicite os critérios que o(a) levaram a escolher seu tema;
Possibilidade de crítica e contestações.
Compromisso com o discurso científico e compatibilidade com debates já existentes na comunidade de pesquisadores em ciências sociais e / ou serviço social; 
Possibilidade de um tema inédito, novo para o Serviço Social.
O TRABALHO DE CAMPO E A COLETA DE DADOS NA PESQUISA QUALITATIVA : EXEMPLO 2.
Uma pesquisa visa determinar qual política pública gerou os melhores resultados em determinada comunidade, ou em comunidades próximas e que apresentam desafios sociais semelhantes. 
Você escolherá trabalhar com dados quantitativos ou qualitativos? Ou ambos? Todas essas possibilidades estão abertas para você. O que se tem defendido não é que métodos quantitativos não sirvam às ciências sociais, mas sim que eles não sejam os únicos reconhecidos como válidos para investigar os processos sociais.
Repare que enquanto no primeiro exemplo (melhor jogador de futebol), o trabalho de investigação dos dados pode ser feito sem a observação no campo, no segundo os dados terão ser recolhidos em trabalho de campo. Mas que dados estarão sob foco da observação e análise? Quais os indicadores de que tal ou qual política pública deu um melhor resultado? Quando trabalhamos com dados quantitativos temos sempre uma apresentação numérica. Então, por exemplo, número de: Homicídios, evasão escolar, matrículas escolares e etc.
Uma investigação que pesquise dados qualitativos pode então ser posta em marcha para refinar o conhecimento que temos sobre o que se passa em tais comunidades. Nesse caso, poderemos seguir alguns caminhos, mas teremos sempre que decidir o que será interpretado. Poderá ser o que dizem determinadas pessoas por sua importância para a comunidade (presidentes de associações de moradores, por exemplo), ou pessoas da própria comunidade escolhidas randomicamente. 
Assim fará parte importantíssima de sua pesquisa qualitativa a decisão sobre quem ouvir e para quê. Cumpre ainda mais uma vez notar que outros signos que não os enunciados de pessoas podem ser colhidos como dados qualitativos, como, por exemplo, uma manifestação coletiva de protesto, ou o surgimento de uma manifestação artística ou cultural coletiva ou individual.
O sentido carece sempre de interpretação; fala-se em “sentido” quando não se tem apenas uma maneira de entender o que está sendo dito, ou escrito.
O TRABALHO DE CAMPO E A COLETA DE DADOS NA PESQUISA QUALITATIVA : EXEMPLO 3.
Uma pesquisa visa estudar como o Programa Bolsa Família permitiu a inclusão social das famílias atendidas pelo Centro de Referência em Assistência Social – CRAS X no município W. 
Você escolherá trabalhar com dados quantitativos ou qualitativos? Ou ambos? 
Para dados quantitativos?
Famílias atendidas; famílias em acompanhamento; quantitativo de mulheres e homens incluídos no mercado de trabalho; famílias que recebem o BF e etc.
Para dados qualitativos?
A importância do Bolsa Família para a inclusão social; o fortalecimento dos vínculos familiares; a relevância da participação nas oficinas oferecidas pelo CRAS e etc.
INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS: ENTREVISTA E QUESTIONÁRIO.
Esses instrumentos podem ser estruturados de diferentes maneiras:
Podem ser rigidamente padronizados com as perguntas feitas segundo um roteiro preestabelecido. Visando a possibilidade de comparação entre as respostas. As perguntas podem ser:
Fechadas: respostas limitadas às alternativas apresentadas. Padronizadas, facilmente aplicáveis, analisáveis de maneira rápida e pouco dispendiosa; 
Abertas: resposta livre, não limitada por alternativas apresentadas, o pesquisado fala livremente sobre o tema;
Ou a mistura de andas no mesmo questionário.
b) Podem ser assistemáticos: solicitam respostas espontâneas, não dirigidas pelo pesquisador. A análise do material é muito mais difícil;
c) Entrevista projetiva: utiliza recursos visuais (quadros pinturas, fotos) para estimular a resposta dos pesquisados.
A entrevista é “tomada no sentido amplo da comunicação verbal, e no sentido restrito de coleta de informação sobre determinado tema científico, é a estratégia mais usada no trabalho de campo. Entrevista é acima de tudo uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador. ” (MINAYO: 2012, 64)
Vantagens da entrevista:
-Pode coletar informações de pessoas que não sabem escrever;
-As pessoas têm maior paciência e motivação para falar do que para escrever;
-Maior flexibilidade para garantir a resposta desejada;
-Pode-se observar o que diz o entrevistado e como diz, verificando as possíveis contradições;
-Instrumento mais adequado para a revelação de informações sobre assuntos complexos, como as emoções;
-Permite maior profundidade;
-Estabelece uma relação de confiança entre pesquisador-pesquisado, o que propicia o surgimento de outros dados.
Desvantagens da entrevista:
-O entrevistador afeta o entrevistado;
-Pode-se perder a objetividade tornando-se amigo. É difícil estabelecer uma relação adequada;
-Exige mais tempo, atenção e disponibilidade do pesquisador: a relação é construída num longo período, uma pessoa de cada vez;
-É mais difícil comparar as respostas;
O questionário, poderá ser enviados pelo correio, e-mail, entregue pessoalmente, porém essa estratégia deve considerar o envio do questionário a um número maior de pessoas, contando que alguns deles não retornarão com as respostas.
Questionário
-> é importante considerar que o informante não contará com explicações sobre as indagações do pesquisador, sendo assim as perguntas devem ser claras e objetivas. Com preferência para perguntas fechadas, que pedem respostas curtas e previsíveis.
Exemplo:
A política de saúde atende com qualidade?
 ( ) não ( ) sim ( ) não sei
Os benefícios previdenciários garantem a inclusão social?
( ) não ( ) sim ( ) às vezes
Vantagens do questionário 
(GOLDENBERG, MIRIAM, 2007, pp. 87-90):
 - É menos dispendioso;
- Exige menor habilidade para aplicação;
-Pode ser aplicado a um grande número de pessoas ao mesmo tempo;
- As frases padronizadas garantem maior uniformidade para mensuração;
- Os pesquisados se sentem mais livres para expressar opiniões;
- Menor pressão para uma resposta imediata. O pesquisado pode pensar com mais calma.
 
Desvantagens do questionário
-Tem um índice baixo de resposta;
-A estrutura rígida impede a expressão de sentimentos;
-Exige habilidade de ler e escrever e disponibilidade para responder.
Ponto importante na entrevista e no questionário é a garantia do anonimato, ao publicar o trabalho, sigilo nas informações e realização com quem se dispuser a participar.
Aula 4 - A construção de questionários.
Introdução
Terminamos a última aula falando das vantagens e desvantagens do uso de questionários e entrevistas. Nesta aula estaremos discutindo especificamente aspectos ligados ao uso dos questionários.
Um questionário é um instrumento de pesquisa que consiste em uma série de perguntas (itens) voltada para captar respostas dos sujeitos respondentes de um modo padronizado.
As perguntas de um questionário podem ser estruturadas e não estruturadas.Perguntas não estruturadas permitem que o sujeito responda com suas palavras; perguntas estruturadas pedem que o sujeito escolha entre algumas alternativas aquela que representa melhor sua posição.
Atividade
Que tal você agora construir um questionário voltado para algum aspecto relacionado ao tema e ao objetivo geral de sua pesquisa. Se você já tiver construído o seu questionário, examine seus pontos fracos ou pontos que lhe deixaram em dúvida e reflita sobre as principais dificuldadesque podem se interpor a sua construção ou aplicação.
Utilização do questionário
- Para semensurar uma série de dados que não poderiam ser meramente “observados”;
- Para ter acesso a preferências (por exemplo, orientação política), traços de personalidade (auto-estima), atitudes (com relação a pessoas de outra cor), crenças (quanto a uma nova Lei), comportamentos (alimentares), ou dados factuais como renda pessoal.
- Para coletar dados a distância, por correio, correio eletrônico ou telefone pode-se cobrir uma população como a de um país. 
Vantagem do questionário
- Aumento e facilitação do acesso um número maior de pessoas e lugares. 
- Baixo custo de tempo e dinheiro (e-mails, página eletrônica, correio etc)
As questões
- Formular questões de acordo com o público alvo;
As questões devem ser elaboradas de tal maneira que os respondentes estejam aptos a ler, entender e responder a elas de um modo significativo.Isso cria uma limitação, pois tal método pode ser inaplicável em certos grupos como aqueles de crianças ou analfabetos ou mesmo para os chamados analfabetos funcionais, categoria infelizmente identificável em segmentos da população de nosso país. 
Monitoramento das respostas
- Tenha atenção ao número de questionários enviados e respondidos,
- Atente-se ao cronograma da sua pesquisa;
- Permita-se novos respondentes; 
- Tenha a mente a possibilidade de ser aplicado em grupo;
- Aplique o questionário com tempo hábil para possíveis contra-tempos (não respostas, problemas de internet etc)
Quanto a reenviar o questionário, veja que você pode insistir sim e se sentirá tão mais confortável com isso quanto mais esteja clara para você e para aqueles que são chamados a respondera importância de sua pesquisa. Procure sempre deixar bastante claro aos sujeitos respondentes o que você visa com seu questionário. Isso pode ser feito diretamente por você pesquisador quando você estiver presente na situação de aplicação, ou através de um texto claro e sucinto quando os questionários forem enviados a distância, por correio, internet ou outros meios
Aplicação de questionário a grupos
Quando isso pode acontecer?
- Público de uma mesma localidade – assistentes sociais de trabalham no CRAS X
Como?
- Reuna as assistentes sociais em um espaço tranquilo e distribua o questionário. O mesmo será respondido individualmente.
Facilidade:
- Em caso de dúvidas quanto as questões poderá ter sanada no momento da aplicação.
Aplicação de questionário via internet
- Atente bem para o perfil do grupo que estará respondendo ao seu questionário (acesso ou não a internet);
- Assegurar que as pessoas visadas tenham acesso à internet; 
-O questionário via internet frequentemente dará menos trabalho a seus respondentes do que os questionários enviados pelo correio normal. 
Para o pesquisador, o fato de já receber as respostas por computador facilitará também a você a organização dos dados.
A construção do questionário
A construção de um questionário é uma tarefa extremamente delicada. Você terá de tomar uma série de decisões quanto às perguntas que irá fazer, tanto no que diz respeito ao conteúdo, quanto às palavras escolhidas e construção das frases e finalmente quanto à sequência das perguntas.
Formato das respostas.
Resposta dicotômica – Quando se solicita aos sujeitos que selecionem uma de duas escolhas possíveis. Um exemplo de pergunta desse tipo seria: “Você é a favor da redução da menoridade penal?”Alternativas: Sim/não.  
Resposta nominal - Quando os sujeitos têm mais do que duas opções não ordenadas, tais como: “qual é seu ramo de atividade profissional?”Alternativas: Manufaturas / consumidor / comércio / serviços / educação / saúde / turismo / esporte / outros.
Resposta ordinal - quando os sujeitos tem mais do que duas opções ordenadas, tais como: “Qual seu grau mais alto de educação?” Alternativas: Ensino fundamental / ensino médio / ensino superior.
Você pode achar conveniente criar alternativas de resposta que sigam outro padrão, como por exemplo, com preenchimento de lacunas, ou com respostas que obedeçam a uma escala previamente estabelecida, mas deverá discutir seu uso antecipadamente com o tutor de sua disciplina. Lembre-se que não existe método de pesquisa ruim, mas sim adequado ou inadequado para o estudo em questão. O mesmo vale para o padrão de resposta de seu questionário. 
Conteúdo das perguntas e escolha das palavras
ATENÇÃO!!!
Tenha foco no seus objetivos ao formular as perguntas, pois as respostas obtidas em um questionário são muito sensíveis aos tipos de pergunta feitos e daí a montagem do questionário ser uma tarefa delicada e trabalhosa. Perguntas fora do contexto ou ambíguas tenderão a receber respostas igualmente sem sentido e com muito pouco valor para sua pesquisa. 
A pergunta está clara e compreensível? As perguntas do questionário devem ser enunciadas em linguagem bastante simples, preferencialmente na voz ativa e sem palavras complicadas ou jargões que possam não ser entendidos por um sujeito respondente típico. A única exceção acontece no caso de seu questionário estar dirigido a um grupo especializado, por exemplo, médicos, professores ou operários de certa área de produção, que utilizam tal vocabulário ou jargões por força de suas atividades.
Perguntas feitas de modo negativo. Construa as perguntas sempre de modo direto. Veja um exemplo: “O governo não deveria aumentar o imposto sobre carros importados?” Perguntas feitas dessa maneira tendem a confundir e devem ser evitadas. Outro modo de construção de frase que deve (sempre) ser evitado é aquele em que se utilizam duas negativas como, por exemplo: “Não se deve.... senão quando...”.
Palavras de significado vago. Evite perguntas com termos como “raramente”, “frequentemente”, pois podem ser interpretados de modos diferentes pelos sujeitos respondentes.
Cuidado ao construir as perguntas e evite:
Ambiguidade (algo que cause dúvida);
Imparcialidade (seja objetivo, claro);
Mais de uma indagação em uma mesma pergunta (confunde o respondente);
Perguntas muito geral (pode perder o foco);
Perguntas muito detalhada (detalhes desnecessários);
Perguntas muito imaginária (dificilmente trará respostas importantes para a pesquisa);
CUIDADO AO ESCOLHER O RESPONDENTE...
Os respondentes têm a informação necessária para responder as perguntas feitas? Por exemplo, estudantes de ensino médio em princípio não devem ser chamados a responder sobre a necessidade de uma reforma partidária. Note que, caso a pergunta lhes seja encaminhada, eles responderão, mas, suas respostas serão úteis para quê? Você pode até considerar que o que desejava com sua pergunta era uma resposta baseada em pré-conceitos e intuições e que era isso que desejava medir, mas é importante que isso esteja claro para você.
A sequência das questões.
Em geral, as questões devem fluir logicamente de uma para outra. Para atingir o melhor índices de repostas, as questões devem fluir das menos delicadas para as mais delicadas, ou das mais simples para as mais complexas ou das mais gerais para as mais específicas, por exemplo. Você pode até optar entre um destes seqüenciamentos, mas não deixe de tentar obter algum fluxo lógico no seu questionário. Vejamos em exemplo de com perguntas abertas:
Exemplo 1 - A sequência das questões.
 
IDENTIFICAÇÃO
Nome: 
Ano de Nascimento: 
Naturalidade: 
Local de moradia, Bairro: 
Estado Civil: ( ) Casada ( ) Solteiro ( ) Separada ( ) Viúva
Possui filhos? ( ) Sim ( ) Não. Quantos? 
Escolaridade: 
Exemplo 2 - A sequência das questões.
II) RELAÇÃO COM A INSTITUIÇÃO X
Atividade desenvolvida na Instituição X? 
Por que você desenvolve esta atividade?
Há quanto tempo você desenvolve esta atividade? 
Já desenvolveu ou desenvolve outra atividade? Qual?.
Você acha que o seu trabalho é valorizado pela Instituição X? 
Por que e como?
Como você avaliao seu grau de liberdade para o desempenho das suas funções? 
Como você avalia as condições de trabalho?
Confidenciabilidade
Sempre garanta confidencialidade aos respondentes e sempre explique como irá proceder com as informações que estão sendo colhidas – incluindo com os resultados de sua pesquisa serão divulgados.Para questionários aplicados a grupos em empresas ou instituições, garanta aos respondentes que você irá mandar para eles uma cópia com os resultados finais de sua pesquisa - e não deixe de cumprir com essa promessa. Jamais deixe de agradecer aos seus respondentes pela participação que tiveram em sua pesquisa.
Socializar a informações é o seu dever!!!
Teste prévio
Sempre faça um teste prévio do seu questionário, utilizando pelo menos uma amostra populacional conveniente, antes de administrá-lo em definitivo no seu trabalho de campo. Esse pré-teste permitirá que você perceba ambiguidades, falta de clareza, tendenciosidades e etc., que poderão ser corrigidas. 
Aula 5 - Entrevistas
INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos falar sobre o uso das entrevistas no trabalho de campo, discutindo seus principais pontos fortes e fracos. Você irá conhecer os principais tipos de entrevista e alguns tópicos principais que seu uso envolve.
ATIVIDADE
Caso você pretenda utilizar entrevistas em sua pesquisa, faça um pré-teste do instrumento. Procure localizar pontos que não te pareçam muito seguros e separe-os para discuti-los com seu tutor. Para cada pergunta que já tenha construído, escreva para você mesmo porque ela tem importância para seu trabalho. Isso irá lhe ajudar em sua elaboração da monografia.
Caso você não pretenda utilizar entrevistas em sua pesquisa, construa um pequeno texto descrevendo e justificando sua opção por outra metodologia de coleta de dados. O ato de escrita é neste exercício fundamental. Considere que ele lhe ajudará muito no momento de escrever sua monografia.
A ENTREVISTA
A entrevista é “tomada no sentido amplo da comunicação verbal, e no sentido restrito de coleta de informação sobre determinado tema científico, é a estratégia mais usada no trabalho de campo. Entrevista é acima de tudo uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador. ” (MINAYO: 2012, 64)
Segundo Minayo (2012, 64) “Podem ser caracterizadas como conversa e com finalidade e se caracterizam pela sua forma de organização. Podem ser classificadas em:”
Sondagem de opinião: no caso de serem elaboradas mediante um questionário totalmente estruturado, no qual a escolha do informante está condicionada a dar respostas a perguntas formuladas pelo investigador;
Semiestruturada: que combina perguntas fechadas e abertas, em que o entrevistador tem a possibilidade de discorrer sobre o tema em questão sem se prender à indagação formulada;
Aberta ou em profundidade: em que o informante é convidado a falar livremente sobre um tema e asperguntas do investigador, quando são feitas, buscam dar mais profundidade às reflexões;
d) Focalizada. Quando se destina a esclarecer apenas um determinado problema;
e) Projetiva que usa dispositivos visuais, como filmes, vídeos, pinturas, gravuras, fotos, poesias, contos, redações de outras pessoas. É um convite ao entrevistado discorrer sobre o que ele vê ou lê
Vantagens da entrevista:
-Pode coletar informações de pessoas que não sabem escrever;
-As pessoas têm maior paciência e motivação para falar do que para escrever;
-Maior flexibilidade para garantir a resposta desejada;
-Pode-se observar o que diz o entrevistado e como diz, verificando as possíveis contradições;
-Instrumento mais adequado para a revelação de informações sobre assuntos complexos, como as emoções;
-Permite maior profundidade;
-Estabelece uma relação de confiança entre pesquisador-pesquisado, o que propicia o surgimento de outros dados.
A ENTREVISTA ESTRUTURADA
É realizada através de um roteiro composto por perguntas fixadas de antemão e colocadas ao entrevistado em ordem fixa. Mas uma entrevista também pode ser feita de modo mais livre, com entrevistado e entrevistador conversando durante algum tempo não necessariamente pré-estabelecido e com a produção de uma gravação a ser estabelecida como texto para análise em momento posterior. 
Logo é possível ter perguntar fechadas e abertas no roteiro de entrevista.
A ENTREVISTA
A entrevista é também uma forma de pesquisa mais personalizada que os questionários. Em parte por esse motivo, conta bem mais com a capacidade do entrevistador estabelecer uma relação adequada com o entrevistado. Somando a isso o caráter qualitativo do tratamento dos dados obtidos em entrevista, o recurso às entrevistas aumenta a responsabilidade do pesquisador, no sentido de seu cumprimento do rigor científico. 
A ENTREVISTA: NOSSO FOCO.
Teremos como ponto importante da nossa aula hoje considerações que se prestam mais às entrevistas estruturadas. Com as entrevistas abertas, a ênfase do trabalho científico recairá em outros pontos, especialmente no trabalho de interpretação dos “dados”. 
Nas entrevistas estruturadas, embora as perguntas sejam fixas, o entrevistado responde livremente. O que permite um melhor manejo com a massa de informação que receberá, o roteiro das entrevistas pode conter instruções específicas para o entrevistador que não são vistas pelo entrevistado e podem incluir espaço para que o entrevistador faça o registro de observações e comentários pessoais.
Também ao contrário do que ocorre com questionários (mais ainda quando feitos a distancia, como aqueles enviados por correio), com as entrevistas o entrevistador tem a oportunidade de esclarecer quaisquer tópicos sobre os quais o entrevistado manifeste dúvida e fazer perguntas não previstas inicialmente, mas que considere necessárias ou convenientes para o melhor esclarecimento dos pontos em questão.
As entrevistas disponibilizarão um material muito mais rico, embora também impreciso, ou pelo menos de mais difícil tratamento. Indiscutivelmente, entretanto, a riqueza do material fornecido em certas entrevistas permite igualmente uma análise bastante rica.
O ENTREVISTADOR
O entrevistador é considerado parte do instrumento de medida e deve “pró-ativamente” cuidar, seja para não dirigir as respostas, seja para justificar de que modo seu tratamento dos dados coletados na entrevista enfrenta o problema da tendenciosidade no uso deste instrumento.
A forma mais típica de entrevista é pessoal e feita, frente à frente, com o entrevistado. Nesse caso você irá trabalhar diretamente com o sujeito respondente, gravando suas respostas. Essas entrevistas podem ser feitas na própria casa do respondente, em seu lugar de trabalho ou em lugares que façam parte da rotina de vida do entrevistado. Você deverá sempre cuidar para que estímulos externos, o contexto enfim, não interfira nas respostas de modo inconveniente ou deverá incluir na sua metodologia de trabalho estas interferências.
AMBIENTE PARA A ENTREVISTA
CASO 1
Por exemplo, no caso de você entrevistar alguém em uma praça ou ambiente público em que o sujeito possa se distrair ou preocupar com elementos externos ao que lhe está sendo perguntado. Mas você também pode mostrar em seu trabalho como determinada pessoa ou pessoas, em dado ambiente – por exemplo, praça pública na presença de outras pessoas – respondeu às suas perguntas. Veja que você pode tirar conclusões interessantes das duas maneiras e o importante será deixar claro o caminho que seguiu para o seu leitor.
CASO 2
No caso de uma entrevista feita na casa do respondente, cuide para que ele não se sinta desconfortável com a sua presença, pelos mais variados motivos. Desde a exposição a um estranho de sua própria casa, até a preocupação com a percepção de familiares ou residentes com a realização da entrevista, suas respostas etc.
ENTREVISTA EM GRUPO
Utilizada em um pequeno grupo de respondentes (normalmente entre seis e dez) é entrevistado em um mesmo local.O entrevistador, nestes casos, é essencialmente um facilitador cuja tarefa é promover o debate e a circulação de idéias e garantir que cada pessoa tenha a oportunidade de responder. Esse tipo de atividade em grupo permite um exame diferente de tópicos, muitas vezes complexos, na medida em que, ao ouvir as outras pessoas falando os participantes do grupo tendem a pensar e dizer coisas que antes não passaram por suas mentes, ficando também mais a vontade para falar. 
ENTREVISTA EM GRUPO – CUIDADO!!
Não deixe que uma pessoa domine a conversa;
Atente-se para a palavra circular;
 Algumas pessoas podem ser relutantes em emitir sinceramente suas opiniões, então atente-se para não verdade, pois modo como se “mente” pode muitas vezes ser indicativo da verdade;
Deixe os entrevistados as pessoas à vontade para expressar suas opiniões livremente;
Escolha um local neutro ao grupo, distante daqueles que possam inibir a participação na entrevista.
ENTREVISTA POR TELEFONE
Com essa técnica, você poderá entrar em contato com potenciais sujeitos respondentes escolhidos randomicamente através de uma lista de telefones relacionada à população sob foco em sua pesquisa. A vantagem óbvia dessa técnica é o alcance maior e menos trabalhoso que você poderá ter de sujeitos respondentes. A desvantagem óbvia é que você terá muito menos controle sobre os aspectos contextuais que poderiam ser levados em conta quando ouvimos o que as pessoas estão dizendo diretamente.
Algumas precauções 
Prepare-se para a entrevista: tenha atenção ao seu objeto de estudo e realize um roteiro adequado.
Localize e liste as pessoas que serão entrevistadas: planeje antecipadamente quanto agendamento com o entrevistado, bem como local para a realização da entrevista.
Esclareça quaisquer confusões ou preocupações: deixe o entrevistado a vontade, livre;
Observe a qualidade da resposta: fique atendo as resposta e aprimore as perguntas.
CONDUZINDO A ENTREVISTA
a) Silêncio. Se você simplesmente não passar a outra pergunta, como se continuasse a ouvir o sujeito, aguardando um pouco mais de elaboração, isso poderá ser suficiente para fazer com que o entrevistado enriqueça sua resposta.
b) Breves expressões de incentivo. Expressões como “sim”, “entendo”, “uh-hum” podem ser utilizadas para incentivo à continuidade da elaboração.
c) Solicitação de elaboração. Você pode ser ainda mais enfático e solicitar: “Você poderia elaborar um pouco mais esse ponto?” ou “Um pouco antes você mencionou uma experiência que teve na escola. Poderiafalar um poucomaissobreisso?”  
d) Reflexão. Você pode utilizar o truque de repetir o que o entrevistado disse. Por exemplo: “Entendo que você considerou a experiência um tanto traumática” e então silenciar e aguardar por alguma elaboração do entrevistado.
PONTOS IMPORTANTES PARA INCENTIVAR A PARTICIPAÇÃO
- Avisar com antecedência; 
- Relevância do conteúdo; 
- Formato do questionário;  
- Reforço de outras instâncias; 
- Confidencialidade e privacidade; 
ATENÇÃO
Você deve se preocupar em mostrar que seus achados são mais do que sabedoria de senso comum disfarçada por termos mais ou menos complicados. Faça valer o compromisso de abrir-se à discussão crítica de suas análises e conclusões. Mostre que está atento à delicadeza do uso de cada instrumento de coleta de dados que utilizou e do caminho que seguiu para propor algumas hipóteses e conclusões. Por outro lado, não deixe de utilizar a metodologia que lhe pareça mais interessante para estudaro seu tema. Lembre-se que o paradigma qualitativo lhe dá grande margem de manobra, desde o uso de questionários e entrevistas, até o método biográfico, estudo de caso, pesquisa ação, quando se estará a distância razoavelmente longa de qualquer positivismo em sentido estrito.
Aula 06: Ferramentas metodológicas em pesquisa em ciências sociais. 
O TRABALHO ACADÊMICO
É preciso não perder de vista as exigências colocadas a um trabalho acadêmico, quando se trata de utilizar métodos e técnicas que se distanciam do padrão frio das ciências positivas e seus experimentos de laboratório apoiados em linguagem matemática. Procurando destacar suas características essenciais, diria que um trabalho acadêmico deve ser claro e bem fundamentado. Um escrito pode ser claro, sem ser bem fundamentado. 
Assim, não basta fazer afirmações claras, mas é necessário mostrar que elasse encaixam em um debate corrente dentro da área correspondente à pesquisa em desenvolvimento. Essa exigência é especialmente importante no contexto da pesquisa em ciências sociais, exatamente por elas frequentemente desdobrarem-se em condições metodológicos menos controladas que as pesquisas experimentais típicas das ciências ditas exatas ou naturais. 
INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO
Questionário;
Entrevista;
Observação participante (interação);
 Observação naturalística;
 Documentos não publicados.
INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO: O QUESTIONÁRIO.
O questionário poderá ser enviado pelo correio, e-mail, entregue pessoalmente, porém essa estratégia deve considerar o envio do questionário a um número maior de pessoas, contando que alguns deles não retornarão com as respostas.
Utilização do questionário...
Para se mensurar uma série de dados que não poderiam ser meramente “observados”;
Para ter acesso a preferências (por exemplo, orientação política), traços de personalidade (auto-estima), atitudes (com relação a pessoas de outra cor), crenças (quanto a uma nova Lei), comportamentos (alimentares), ou dados factuais como renda pessoal.
Para coletar dados a distância, por correio, correio eletrônico ou telefone pode-se cobrir uma população como a de um país. 
INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO: A ENTREVISTA.
A entrevista é “tomada no sentido amplo da comunicação verbal, e no sentido restrito de coleta de informação sobre determinado tema científico, é a estratégia mais usada no trabalho de campo. Entrevista é acima de tudo uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador. ” (MINAYO: 2012, 64)
Utilização da entrevista...
Pode coletar informações de pessoas que não sabem escrever;
-As pessoas têm maior paciência e motivação para falar do que para escrever;
-Maior flexibilidade para garantir a resposta desejada;
-Pode-se observar o que diz o entrevistado e como diz, verificando as possíveis contradições;
-Instrumento mais adequado para a revelação de informações sobre assuntos complexos, como as emoções;
-Permite maior profundidade;
-Estabelece uma relação de confiança entre pesquisador-pesquisado, o que propicia o surgimento de outros dados.
INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO: A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE.
A observação participante, “um processo pelo qual um pesquisador se coloca como observador de uma situação social, com a finalidade de realizar uma investigação científica. O observador, no caso, fica em relação direto com seus interlocutores no espaço social da pesquisa, na medida do possível, participando da vida social deles, no seu cenário cultural , mas com a finalidade de colher dados e compreender o contexto sob sua observação e, sem dúvida, modificar esse contexto, pois interfere nele, assim como é modificado pessoalmente.” (MINAYO, 2012:70)
INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO – observação participante
Qual o espaço social da sua pesquisa? Hospital, agência previdenciária, CAP´s ad, CRAS...
Como será o acesso a este espaço? Contato prévio, documento da instituição de ensino, agendamento...
Qual o tempo de permanência no local? Esta prevista no cronograma da pesquisa? 
Minayo (2012) ao discutir a observação participante entende que a mesma tem um sentido prático, onde o pesquisador fica livre de prejulgamentos uma vez que não o torna, necessariamente, prisioneiro de um instrumento rígido de coletade dados ou de hipóteses testadas antes, e não durante o processo de pesquisa. Na medida em que convive com o grupo, o observador pode retirar de seu roteiro questões que percebe serem irrelevantes , bem como pode acrescentar outros questionamentos.
“O principal instrumento de trabalho de obervação participante é o chamado diário de campo, que mais é que um caderninho, uma caderneta ou um arquivo eletrônico no qual escrevemos todas as informações que não fazem parte do material formal de entrevista em suas várias modalidades.” (MINAYO, 2012:71)
INTERAÇÃO
Nesse caso não se trata apenas de admitir que sempre há interação, mesmo que passiva, não intencionada, ou reduzida a um mínimo. O pesquisador pode propor uma atividade a uma comunidade ou grupo, ser parte ativa dessa atividade e colher os dados relacionados a essa situação de interação. Além disso, ele pode propor que membros da comunidade o auxiliem em um trabalho de pesquisa. Ou seja, contar com pessoas da comunidade como autores / auxiliares de sua pesquisa.
INTERAÇÃO – NA PRÁTICA
Muitas são as possibilidades desse tipo de ferramenta. Por exemplo, o pesquisador pode participar de rodas terapêuticas; o pesquisador pode propor uma nova experiência ligada avaliações e reprovações em uma escola e o trabalho do assistente social; pode ainda propor uma nova micropolítica no manejo da internação compulsória entre usuários de crack, no nosso caso sempre tendo em vista as possibilidades de atuação do assistente social. 
Fundamental será a construção de relatórios para posterior tratamento dos dados neles registrados. 
INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO: A OBSERVAÇÃO NATURALÍSTICA.
No caso específico do serviço social, nos propomos, por exemplo, a participar do dia a dia de certa comunidade ou instituição, sem estabelecer qualquer conjunto de perguntas prévio. Propomo-nos a observar, ver como as coisas funcionam. Não apenas isso, mas nos propomos a participar desses ambientes sem interferir, ou interferindo o mínimo possível naquilo que acontece.
Portanto, a observação naturalística de um grupo de seres humanos nunca é tão “natural”. Seres humanos vivem em um universo simbólico e é neste universo que o pesquisador irá adquirir também seu lugar, necessariamente interferindo no modo como as relações acontecem dentro dele. Será sempre um desafio ao pesquisador “observar as coisas como elas são”, quando sua presença não pode deixar de provocar uma interferência em muito do que se passa em seu entorno.
Então crie critérios, defina bem o que está sendo observado, considere os possíveis problemas ligados à interpretação do que você está observando e a interferência que você como pesquisador pode estar provocando naquilo que está sendo observado. E não confunda observação com visão. Em sua observação, conforme os critérios que tiver definido, você poderá estar muito atento ao que escuta. Você poderá “observar” quantas vezes e em que condições uma pessoa ou pessoas pronunciam determinada palavra, por exemplo, “família”. 
INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO: DOCUMENTOS.
Você sabe o quanto uma boa revisão de literatura é fundamental para sua pesquisa. Você deverá contextualizar o tema que escolheu para o trabalho, mostrando que ele tem a ver com questões que vem sendo debatidas na sua área de interesse. Trata-se de uma leitura preliminar, que corresponde sobretudo ao que irá embasar a escolha do teu tema e objetivos. 
Você poderá ainda trabalhar com documentos disponíveis ao público, como os que se encontram em prefeituras bibliotecas, leis, editais, normas de condomínios ou clubes e outros. Ou seja, documentos que não são textos teóricos mas dizem muito para o propósito de suas pesquisas e estão disponíveis a quem os desejar examinar.
Você poderá trabalhar com documentos como cartas ou que tais, enfim, escritos não publicados e mais ou menos privados, não disponíveis ao exame público. 
Documentos “perdidos” frequentemente trazem uma perspectiva inteiramente nova sobre o assunto em pauta. Além disso, existem documentos que dificilmente são examinados como, por exemplo, atas de reuniões de moradores, projetos que se tentou construir mas que depois foram abandonados. Documentos assim podem trazer dados valiosos sobre questões latentes de qualquer grupo. Questões que não se tornaram “oficiais”, mas que de modo não falado continuam presentes e precisando ser discutidas.
Exemplo de documento
Digamos que em uma instituição se tenha em dado momento idealizado um projeto para superar certas dificuldades localizadas pela equipe. O projeto é iniciado mas com o tempo esbarra em uma série de efeitos de resistência a sua implementação. Isso tudo é registrado até certo ponto em que o projeto “morre” e é engavetado. As atas e documentos ligados a ele estão disponíveis, porém ninguém mais os lê, pois não há tempo, interesse, outros projetos vieram etc.
Aula 7 - Genealogia dos conceitos e análise de representações sociais
O QUE É SIGNIFICA REPRESENTAÇÃO?
Representar é “re-apresentar”. Portanto, trata-se de um termo ligado à memória e à nossa capacidade de trazer à nossa mente ideias e imagens ligadas àquilo que é percebido um dia e que agora faz parte de nossa maneira de conhecer o mundo.
E REPRESENTAÇÃO SOCIAL?
O conceito de representação social é solidário da ideia de que as palavras não representam essências imutáveis. Assim, o que eu quero dizer com o termo “família” não é necessariamente o mesmo que você. Em segundo lugar, o conceito de representação social também implica que as pessoas utilizam as palavras sem ter tão claramente assim uma boa ideia do que as palavras querem dizer.
Assim, o que uma pessoa quer dizer com o termo “família” pode ser estudado em diversas dimensões, sem que uma possa ser considerada mais fundamental que a outra. Cada nível de análise pode ser estudado com igual legitimidade.
Quando falamos de representações sociais, estamos falando de representações que não estão na cabeça dessa ou daquela pessoa, mas sim que circulam entre as pessoas de determinado grupo influenciando seus comportamentos. Como se houvesse modos de pensar o mundo que se fixam nas pessoas de um grupo social, de uma coletividade qualquer.
Esses modos fixos de conhecer o mundo não correspondem a nenhuma verdade obrigatória, mas sim ao modo como as ideias se organizam em determinado grupo. Evidente está que quando se busca mudar o comportamento das pessoas, visando trazer contribuições para a qualidade de vida de um grupo – o que está muito ligado ao trabalho do assistente social – vamos esbarrar com resistências que tem a ver com o modo como as pessoas representam o mundo em torno de si.
Assim, o que uma pessoa quer dizer com o termo “família” pode ser estudado em diversas dimensões, sem que uma possa ser considerada mais fundamental que a outra. Cada nível de análise pode ser estudado com igual legitimidade.
GENEALOGIA DO CONCEITO
Façamos uma comparação com o que acontece com a árvore genealógica de uma família. Tomemos os traços físicos de uma determinada pessoa. Digamos que esses traços estão muito presentes em seus pais, um pouco menos em seus avós, menos ainda nos tataravós e primos até chegar a um ponto do passado em que mal se reconhece os traços da pessoa inicial em quaisquer outros membros.
GENEALOGIA DO CONCEITO - pensando o conceito de menor.
Do mesmo modo, quando perseguimos a história da formação de um conceito, chegará o momento em que ele parecerá já não ter nada a ver com aquilo que hoje ele quer dizer. Por exemplo, quando começamos a procurar qual o significado de um conceito como “menor de idade”, é importante saber quando este conceito surgiu e em que contexto e qual a sua filiação, seus antecedentes. Qual a diferença entre “menor de idade” e “adolescente”, ou “menor de idade” e “criança”? E quando surgiram os conceitos de menoridade e maioridade? Que nomes eram utilizados, antes da invençãodo termo “menor de idade”, para designar as pessoas que viriam a ser chamadas de menores de idade?
Na verdade, em alguns casos encontraremos que nem havia outro nome porque nem se percebia o objeto que viria a ser chamado de “menor”. Por exemplo, durante muito tempo não se percebia a diferença que hoje é percebida entre criança e adultos. Ou seja, temos a ideia de que a linguagem não nomeia, mas produz os objetos que parecem ser nomeados por ela, como se fossem naturezas independentes.
GENEALOGIA DO CONCEITO - significado das palavras.
É possível descobrir que o significado que as pessoas dão a uma mesma palavra, como por exemplo “mulher” (nas diferentes línguas), é muito diferente. Assim, não necessariamente brasileiros, americanos e francês querem dizer a mesma coisa quando usam as palavras “mulher”, “woman” e “femme”. As palavras sempre entram em uma rede linguística / simbólica na qual adquirem determinadas significações. Vivemos em uma realidade simbólica e coisas no mundo adquirem significação dentro de uma rede de relações e não por aquilo que valem isoladamente. 
ESSÊNCIAS
Por “essência” designamos aqui aquilo que não muda em uma coisa qualquer; essência é o que a coisa é. Então, por exemplo, o que há de comum em todas as cadeiras? Todas elas tem suas marcas singulares que não se encontram em nenhuma outra; ou seja, cada cadeira é diferente da outra, nem que seja por mínimos detalhes. Contudo, todas elas tem algo em comum, tanto que se chamam “cadeiras”. Isso que há de comum em todas as coisas que chamamos de “cadeira” é a essência da palavra / conceito cadeira (na verdade o conceito é o que resta dessa operação de “escavação”).
Tudo se resume a jogos de linguagem, ao longo dos quais as palavras acabam ganhando significados que ora se congelam, ora deslizam e se multiplicam. Então as épocas passam, as culturas variam e com elas os conceitos e o que eles querem dizer. Isso vale tanto para conceitos científicos, quanto para palavras da linguagem cotidiana.
De acordo com isso, você pode se propor a genealogia de um conceito científico ou de um conceito da linguagem cotidiana. Em ambos os casos você estará procurando a história da formação do significado dessa palavra ou conceito. Então, voltando ao nosso exemplo, como foi possível que com o tempo surgisse um conceito como “menor de idade”? Ora, diriam uns, aquilo que hoje chamamos de menores de idade sempre existiu no mundo e agora estamos atribuindo a estes objetos seu verdadeiro nome; afinal, somos a ciência e hoje enxergamos as coisas como elas são.
ESTRANHAMENTOS
O conhecimento assusta, pois exige que saiamos da nossa zona de conforto, estranhando significações que até então nos orientavam em nossas ações.
Sendo assim, você deve está sendo guiado pelo tema do seu projeto e assim estará especialmente interessado no modo como determinada população utiliza determinados termos e percebe a verdade do que está dizendo.
GENEALOGIAS CONCEITUAIS E ANÁLISE DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
As genealogias, conforme disse acima, envolvem necessariamente a história. Você parte do presente em direção ao passado. Mais especificamente, o presente do qual você parte é sempre um impasse.
Vamos focar no que você deseja pesquisar? Qual o tempo presente?
Você poderá então fazer um amplo estudo histórico, contando a história da formação deste conceito, o que talvez traga esclarecimentos importantes para a discussão do problema. As genealogias, pelo menos aquelas inspiradas pelo trabalho de Michel Foucault, têm sempre um viés político. Para Foucault, o que se encontra ao buscarmos a genealogia de um conceito é sempre uma história de lutas e dominações. Não é a “limpa” história do desenvolvimento das ideias, mas sim uma história de choques, táticas, enfrentamentos e dominações.
Já no que diz respeito a análise de representações sociais, você não precisará seguir o caminho genealógico. As duas abordagens são compatíveis, pois para cada uma existem representações que não são entendidas como individuais. Tanto para uma abordagem quanto para a outra a realidade e a verdade são produzidas em cada época e cultura, organizadas segundo princípios que são locais e não universais e, principalmente, há representações que são coletivas e devem ser analisadas.
Ambas as abordagens privilegiam mostrar como as ideias que cada sujeito tem na cabeça não são causa de seu próprio comportamento, pois estas ideias lhes chegam dos outros e portanto pode-se falar em uma vontade que é social, não meramente individual. Claro que as pessoas tomam decisões, acordam e decidem se vão ou não ao trabalho, se vão fazer visitas, se vão pedir demissão e etc. Contudo, o que essas metodologias de estudo apontam é que há representações coletivas que influenciam esses comportamentos, mesmo que eles sejam sentidos como causados por suas próprias ideias por cada sujeito.
"As representações que fabricamos – de uma teoria científica, de uma nação, de um objeto, etc. – são sempre o resultado de um esforço constante de tornar real algo que é incomum (não familiar), ou que nos dá um sentimento de não familiaridade. Através delas, superamos o problema e o integramos em nosso mundo mental e físico, que é, com isso, enriquecido e transformado. Depois de uma série de ajustamentos, o que estava longe, parece ao alcance de nossa mão; o que era abstrato torna-se concreto e quase normal (...) as imagens e ideias com as quais nós compreendemos o não usual apenas trazem-nos de volta ao que nós já conhecíamos e com o qual já estávamos familiarizados” (Moscovici, 2007,p.58)
Conforme a técnica de análise de representações sociais, você poderá incluir em sua pesquisa de modo exploratório, descritivo ou explicativo de que modo representações (ideias, imagens) que não estão na cabeça de uma pessoa, mas que percorrem o capo social formado por determinada comunidade interfere, modifica e cristaliza modos de comportamento sem que os agentes deste grupo percebam de que modo isso se passa, ou tudo que isso envolve. Esse é um aspecto final que deve ser considerado. Uma representação social age sobre os sujeitos de tal modo a fazer com que eles tenham uma experiência do mundo tal e qual. 
Aula 8 - Genealogia dos conceitos e análise de representações sociais: o estudo de caso.
O ESTUDO DE CASO
O estudo de caso é uma investigação que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenômeno de interesse.
Quase tudo pode ser um “caso”: um indivíduo, um personagem, um pequeno grupo, uma organização, uma comunidade ou mesmo uma nação. Esta metodologia pressupõe que o pesquisador se debruce, mergulhe, sobre uma situação particular, procurando extrair dela e somente dela um máximo de dados relevantes para a área de estudos em que se inscreve a sua pesquisa. 
MATERIALIZANDO A SUA PESQUISA EM UM ESTUDO DE CASO
- Lembremos alguns exemplos utilizados nas nossas aulas de Pesquisa em Serviço Social III
A atuação do assistente social frente a violência doméstica contra a mulher;
O profissional de Serviço Social e o trabalho junto a adolescentes dependentes químico;
O sucateamento da saúde pública: a importância do assistente social na participação do conselho municipal de saúde.
Como realizar um estudo de caso?
 
VIOLÊNCIA? 
DEPENDÊNCIA QUÍMICA?
POLÍTICA SOCIAL? 
O geral e o particular
Entretanto, a despeito de ser uma investigação sobre o particular, vale notar que o estudo de caso pode combinar-se tanto em uma perspectiva indutiva (que vai do particular ao geral), quanto dedutiva (que vai do geral ao particular). Ao estudar um objeto ou situação específicos você pode tanto estar testando hipóteses anteriores quanto contribuindo para a elaboração de novas hipóteses observando e estudando umevento ainda não estudado. Conforme dissemos em aulas anteriores, esse movimento de indução e dedução é circular na ciência e não é porque partimos do particular no estudo de caso que estamos comprometidos com a indução.
É IMPORTANTE AVANÇAR DO PARTICULAR PARA O GERAL?
Um estudo sobre uma situação ou objeto particular só faz sentido quando posteriormente é utilizado, seja para que se extraia conclusões mais gerais que se prestem ao conhecimento de outras situações e objetos em alguma coisa considerados semelhantes, seja para afirmar ou falsificar hipóteses anteriormente construídas.
EXEMPLO...
Se quisermos conhecer a obra de Marx, ou de qualquer grande autor que tenha grande produção, podemos fazer uma leitura panorâmica da obra deste autor, lendo vários de seus textos, ou podemos nos deter sobre um pequeno conjunto de textos de determinada época. Não deixa de ser razoável supor que há algo que é uma marca deste autor e que atravessa toda sua obra, por mais que seus textos variem. Assim, ao invés de queremos apreender a obra em questão pela leitura de um máximo de textos que a compõe, podemos mergulhar fundo na leitura de uns poucos e tentar capturar aquilo que é sua marca permanente. 
ESTUDO DE CASO NO SERVIÇO SOCIAL
Certamente há entre as diversas áreas por onde se move o assistente social aspectos que são comuns a todos. Por mais particulares que sejam os temas estudados e as práticas realizadas pelos assistentes sociais, 
DICA PARA O ESTUDO DE CASO
Desse modo, teoricamente seria sempre possível fazer um estudo vertical ou horizontal. No caso de um estudo vertical mergulhamos fundo em um pequeno recorteque de certa maneira, durante nosso estudo, isolamos do contexto maior em que ele se insere para mergulhar fundo em sua particularidade. 
Não deixe de lembrar, porém, que no estudo de caso você estará concentrado naquilo que a situação tem de particular. Neste sentido é que será importante desarmar-se de concepções e preconceitos anteriores que te levem a enxergar o caso particular em estudo como uma repetição do que já foi visto antes. Este é um desafio sério para o pesquisador.
Qualquer teoria envolve abstração e hipóteses científicas sempre visam generalizações. É neste sentido que não podemos aceitar que haja ciência do singular. Porém ao buscarmos encontrar aquilo eu se repete em várias situações diferentes, sempre corremos o risco de negligenciar detalhes ou aspectos que apontariam para a diferença. Queremos encontrar o mesmo, aquilo que não muda e porque queremos acabamos encontrando, embora às custas de “fazer vista grossa” (mesmo que sem intenção) para aquilo poderia contrariar nossa busca. Estamos falando de um risco, mas que está longe de sugerir uma proibição.
A possibilidade aberta pelo estudo de caso é a de que mergulhemos fundo em um situação particular buscando aquilo que ela tem de absolutamente singular. Neste sentido faríamos quase exatamente o contrário da generalização: procuraríamos abstrair daquilo que parece ser o mesmo (o que supostamente se repete em todo caso particular), focando no que a situação tem de singular.
ESTUDO DE CASO E METÓDOS QUALI E QUANT.
Outro ponto importante a destacar é que estudos de caso podem combinar com toda a legitimidade métodos quantitativos e qualitativos. Ao estudar uma situação social particular – uma comunidade, um grupo dentro de uma comunidade, uma instituição – você pode combinar técnicas de coleta de dados que permitam uma análise qualitativa ou quantitativa.
Alguns princípios que você não deve perder de vista quanto a essa parte de seu trabalho são:
a) Usar múltiplas fontes de evidências. O uso de múltiplas fontes de evidência. Permite o desenvolvimento da investigação em várias frentes – investigar vários aspectos em relação ao mesmo fenômeno. As conclusões e / ou descobertas são assim mais convincentes e apuradas já que advêm de um conjunto de confirmações.
b) Construir, ao longo do estudo, uma base de dados. Embora no Estudo de Caso a separação entre a base de dados e o relato não seja frequentemente encontrada, tal procedimento pode favorecer a legitimidade do estudo, uma vez que os dados armazenados ao longo do estudo ficam acessíveis a outros investigadores. Os registros podem ser efetuados através de notas, documentos e narrativas.
c) Formar uma cadeia de evidências. Construir uma cadeia de evidências significa configurar o estudo de caso de tal modo que se consiga levar o leitor a perceber a apresentação das evidências que legitimam o estudo, desde as questões de pesquisa até as conclusões finais. Trata-se de uma preocupação com o fio lógico que guia o tema e objetivos, a coleta de dados sua análise e conclusões. Assim, ao apresentar as evidências, preocupe-se com a ordem com que irá mostra-las, facilitando ao leitor perceber a coerência daquilo que que mostrar.
ANÁLISE DOS DADOS
Deverá ser feito à luz das categorias criadas para tal tarefa. Não se analisa nada senão por meio de categorias utilizadas para a análise específica que se está buscando. Isso depende tanto do teu interesse específico quanto da especificidade do objeto de sua pesquisa e da metodologia escolhida para cumprir seu estudo. Por exemplo, pode-se estar interessado em saber como um grupo de sujeitos pensa o papel da educação em sua vida. Colhe-se então os dados relacionados a isso.
MÉTODO BIOGRÁFICO
Tal método consiste na análise vertical típica do estudo de caso, porém radicalizada na medida em que se volta para a coleta de dados relacionados à vida de uma só pessoa. Para pensar casos mais próximos ao serviço social, imaginemos a possibilidade de traçar a história de vida de um presidente de associação de moradores, ou de um assistente social.
A ESCOLHA DA BIOGRAFIA
Assim, não apenas uma biografia pode trazer dados relevantes ao debate científico (inclusive para o campo do serviço social, por que não?), como a biografia de pessoas nada excepcionais, ou apenas tão excepcionais como quaisquer outras.
Pesará sobre você a responsabilidade de mostrar em que medida tal escolha de método mostrou-se justificada do ponto de vista das exigências da norma acadêmico / científica. Sistematicidade, clareza na exposição, categorias e análise bem explicitadas, aplicadas sobre um tema e objetivos bem delimitados são armas importantíssimas contra a baixa confiabilidade.
Aula 09 - A pesquisa sem o trabalho de campo e a pesquisa teórica
O SERVIÇO SOCIAL E A PRÁXI
Voltando ao que disse na primeira aula dessa disciplina, penso o trabalho do assistente social como uma práxis, isto é, uma prática teorizada. Penso não estar errado se dizer que o assistente social está sempre diante do desafio da transformação social, ou seja emancipação do sujeito e a construção de uma nova ordem societária.
O TRABALHO DE CAMPO E A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL
O que é o trabalho de campo?
Como ele é feito?
Qual a relevância para o Serviço Social?
O TRABALHO DE CAMPO E A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL
O trabalho de campo em Serviço Social exige a coleta, organização e análise dos dados colhidos é um processo trabalhoso e os alunos acabam preferindo articular a experiência que foram adquirindo em suas vidas com os textos e questões que trabalharam durante sua graduação. Há que se respeitar essa opção. Não vivemos em um mundo ideal e sei bem das dificuldades pelas que passam os alunos para fazer sua graduação, trabalhar, cuidar de seus interesses e etc. Ainda que torça para que o trabalho de campo se torne mais utilizado, não posso deixar de falar também nesta outra opção que tantas vezes tem sido a preferida.
TRABALHO DE CAMPO: INSTRUMENTOS / FERRAMENTAS
Questionários, entrevistas, observação “naturalística”, observação participante são ferramentas. Pesquisa ação, pesquisa participante, estudo de caso, método biográfico, são métodos e técnicas de pesquisa nas quais estas ferramentas podem ser utilizadas. Os quais podem ser utilizados para a coleta de dados

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