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O Regime Militar e a Educação Brasileira

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Aula 10 – O Regime Militar e as Reformas Educacionais
O período do Regime Militar impactou significamente a educação Brasileira. Após o golpe militar de 1964, o país mergulhou em uma atmosfera de medo e alienação. A ditadura implantada limitou, proibiu, policiou e torturou. Os reflexos diretos dos denominados “anos de chumbo” estão sendo vivenciados até hoje na cultura e na educação. E, como era de se esperar, as camadas da sociedade mais afetadas, direta e indiretamente, pelos métodos adotados foram as populares e as médias baixas.
A opção pelo capital estrangeiro em detrimento dos projetos de desenvolvimento do país, naquela época sob a denominação de “nacional-desenvolvimentismo”, favoreceu a grupos específicos ligados às elites dirigentes. A reorganização da educação escolarizada foi uma das primeiras medidas de controle do novo governo. Por meio de uma série intrincada de leis e atos burocráticos, o sistema se ensino foi conduzido aos padrões que desembocaram no caos cultural.
Nas Universidades, principalmente nos seus cursos mais ligados às Ciências Humanas e Sociais, a violência ditatorial atingiu o seu ápice fazendo desaparecer alunos, professores, funcionários etc., todos considerados subversivos e ameaçadores. Nas Faculdades e Universidades, os “Diretórios Acadêmicos” foram fechados, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi colocada na marginalidade; nas escolas secundárias, os “Grêmios Estudantis” foram transmutados em “centros cívicos”, que funcionavam sob a direção de alunos indicados pela direção.
Nos currículos, surgem as disciplinas “Educação Moral e Cívica”, “Organização Social e Política do Brasil” (nas escolas de 1° e 2° Graus) e “Estudo dos Problemas Brasileiros” (nos cursos superiores) em substituição a História do Brasil, Filosofia e Sociologia. A ideologia é a do controle das mentes e dos corpos.
As novas tendências pedagógicas implantadas são pautadas no tecnicismo, no neopositivismo e no modelo behaviorista de psicologia. As tendências tradicionais e as ideias escolanovistas também permaneceram. Na educação brasileira, entram em cena os “testes” como, por exemplo, os de medida do “coeficiente de inteligência”, cujo objetivo principal era o de “classificar as pessoas”.
As reformas educacionais estavam orientadas nas seguintes diretrizes: desenvolvimento, segurança e comunidade. As principais reformas do período ditatorial foram: a lei 5.540/68, reforma universitária e a lei 5.692/71, reforma do 1º e 2º graus. Vale ressaltar a introdução dos estudos e ideias de Jean Piaget no Brasil, pelos esforços de Lauro de Oliveira Lima. Nos anos 70, ainda que de maneira muito limitada e restrita a algumas poucas universidades, começam a circular no país as ideias de autores diversos que, muito lentamente, influenciaram algumas práticas educativas. Alguns fatos que marcaram a década de 80:
Uma série de profissionais da educação se destacou no movimento nacional para a redemocratização.
Estudos e pesquisas sobre as teorias educacionais receberam um novo impulso.
Estatísticas oficiais indicavam que de cada 100 indivíduos que se matriculavam no ensino primário, 85 deles não chegavam ao ensino secundário (antigo segundo grau, atualmente ensino médio).
Em 1985, a ditadura militar foi substituída por um governo indicado pelos militares, denominado “governo de transição” (Também chamado Nova República). Em 1988, foi promulgada uma nova constituição federal, nesse documento estava prevista uma nova reforma da educação, que seria realizada em 1996, bem como a elaboração de um “Plano Nacional de Educação”. Foi também durante os anos 80 que o nosso país presenciou uma grande onda de privatizações seguindo o modelo político neo-liberal europeu e norte-americano:
Corte de verbas públicas para a educação
Os programas das aposentadorias antecipadas para os professores públicos.
A perda do poder aquisitivo dos profissionais da educação
A contratação de mão-de-obra barata pelas universidades públicas na modalidade de “professores substitutos”.
O avanço sem precedentes das universidades privadas (sob os estímulos e as subvenções governamentais).
Ao iniciarmos o novo milênio (século XXI), observamos uma nova crise na educação. Um problema que atinge todos os setores da sociedade, pois tanto as escolas públicas quanto as escolas particulares sentem seus reflexos. Novos caminhos são necessários, porque ainda é muito longa a distância a ser percorrida e bastante difícil será a marcha que nos levará das escolas que temos para as escolas que desejamos. Talvez, somente com um novo movimento de união de lutas, de esforços e de ideais, alvos impossíveis de serem atingidos individualmente.

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