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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA PROFESSORA: MARIA SOLEDAD ACADÊMICA: JULÍA GOULART DE AQUINO FICHAMENTO - SOCIOLOGIA Em Perspectivas Sociológicas. Uma visão humanística, Berger, através de uma comparação cômica, fala de modo claro sobre como os sociólogos são vistos perante a sociedade enquanto profissionais, usando como gancho o objetivo profissional dos universitários ao ingressar no curso de ciências sociais, que por sua vez tem em maioria o objetivo da lida com pessoas em diversas áreas da sociedade, porém, exaltando sempre o interesse pela área da assistência social. Ele diz que a imagem que a sociedade tem do sociólogo é imprecisa e ilusória, justamente pela desilusão dos estudantes após a real experiência nas áreas em que desejavam atuar. Ele buscava expressar que, ao dizer que tem como foco o trabalho com pessoas o objetivo um tanto quanto vago, quando se tem noção de que existem diferentes tipos e intenções de pessoas e, que, você pode estar querendo dizer que deseja trabalhar o bem para determinado indivíduo, no entanto, a sua frase tem sentido amplo, fazendo com que, muitas vezes, seu objetivo final caia no desentendimento. Durante boa parte do primeiro capítulo, Berger vem dissertando sobre as duas questões citadas acima. É como se o objetivo dele fosse realmente explicar o sentido da sociologia aos novos universitários da área, trazendo, assim, a visão de que a sociologia não é uma ciência voltada aos problemas das pessoas, e sim ao estudo de suas vidas e consequentemente o entendimento do porque tais situações acontecem através do estudo de suas vidas, e fazendo com que os futuros profissionais da área saibam realmente o que está por vir. Ele cita Weber, que tem a linha de raciocínio de que a sociologia seja “isenta de valores”, visando explicar a expressão para que ela não caia no entendimento de que o profissional da sociologia não deva ter valores, quando, em seu ver, seria impossível de um ser humano existir sem valores e segue dissertando sobre essa linha de raciocínio até que cita Augusto Comte, filósofo do início do século XVII, que tinha em vista com na denominação sociologia, “secularizar a teologia” senhora das ciências, porém, a sociologia atualmente não têm o reconhecimento, que Comte, na época, esperava que tivesse. Partindo desse ponto, Berger passa para a imagem do sociólogo, propondo então a junção das diversas imagens retratadas erroneamente quando a relação é feita visando o sociólogo. Fazendo assim voltarmos ao terceiro parágrafo deste fichamento, onde Berger busca dizer que, o sociólogo é um estudioso, que usa meios científicos para ter embasamento fazendo, assim, o entender do sentido dos acontecimentos. Tendo em vista isso, é perceptível a concentração de tempo, estudo e esforço que um sociólogo precisa ter para que consiga concluir suas pesquisas e teorias com sucesso. Já no segundo capítulo Berger busca retratar a visão do sociólogo perante a sociedade em si, na complexidade das relações humanas e modos de interação e comunicação enquanto sociedade. Para ele, a sociologia não é uma atividade imemorial ou necessária do espírito humano. E volta a citar Max Weber para definir um situação social como aquela em que as pessoas orientam suas ações umas pras outras, gerando assim uma orientação mútua que constitui o material da análise sociológica. Tendo entendido isso, Berger passa para o funcionalismo, onde, segundo ele, o sociólogo terá o papel de desprezar as respostas que os próprios atores sociais dariam a suas perguntas, buscando assim, respostas que passaram despercebidas pelos mesmos, chegando então no ponto da respeitabilidade, segundo ele o sociólogo tem como paradigma a não respeitabilidade da consciência sociológica, porém, lembrando que a não respeitabilidade não implica necessariamente numa atitude revolucionária, e finaliza o segundo capítulo através da análise de três temas, desmistificação, não-respeitabilidade e relativização. “[...] um sociólogo provavelmente não despertará maior reação do que se fosse apresentado como corretor de seguros. Terá de conquistar atenção à força, como todo mundo. Isto é incômodo e injusto, mas também instrutivo. [...] Quando se pergunta a universitários por que estão estudando sociologia, é comum ouvir “porque gosto de trabalhar com gente.” [...] frequentemente respondem que pretendem atuar no campo da assistência social. [...] O pressuposto é que em todas essas atividades seja possível “fazer alguma coisa pelas pessoas”, “ajudar pessoas”, “executar um trabalho que seja útil para a comunidade” [...] Mas não estamos preocupados aqui com a morte da inocência, e sim com uma determinada imagem do sociólogo, que é imprecisa e ilusória ” (BERGER, 1986, p.9-10) “[...]Em suma “trabalhar com pessoas” pode significar tirá-las de favelas ou metê-las em cadeias, bombardeá-las com propaganda ou extorquir-lhes dinheiro (legal ou ilegalmente) [...] Como imagem do sociólogo, portanto, a frase deixa algo a desejar, ainda que possa servir para descrever pelo menos o impulso inicial que conduz certas pessoas ao estudo da sociologia.” (BERGER, 1986, p.11) “Diríamos então que o sociólogo (isto é, aquele que realmente gostaríamos de convidar para o nosso jogo) é uma pessoa intensa, interminável, desavergonhadamente interessada nos atos nos homens. [...] seu interesse dominante será o mundo dos homens, suas instituições, sua história, suas paixões” (BERGER, 1986, p.27). “[...] O bom sociólogo é um homem interessado em outras terras, aberto interiormente à riqueza incomensurável das possibilidades humanas, sequioso de novos horizontes e novos mundo de significado humano.” (BERGER, 1986, p.64) Referência Formatada (ABNT): BERGER, Peter L. Perspectivas Sociológicas. Uma visão humanística. Petrópolis: Vozes, 1986, p. 9-64.
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